Fanfics Brasil - Capítulo XVII - Used To Love Her Fixed At Zero

Fanfic: Fixed At Zero | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Capítulo XVII - Used To Love Her

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[A MÚSICA TEMA SERÁ INSERIDA NO DECORRER DO CAPÍTULO, ASSIM VOCÊS PODERÃO DAR O PLAY QUANDO ELA REALMENTE DEVE TOCAR, OK?]


________________________________________________


Heather abriu seus olhos lentamente. Sua cabeça ainda doía. Muito. Mas não tanto quanto antes. Os raios de sol fizeram arder seus olhos e ela sentiu-se obrigada a fechá-los novamente, mas se esforçou para mantê-los abertos.


Olhou para o teto.


Depois desceu seus olhos pelas paredes que tinham um tom esverdeado. Ela não reconheceu aquele lugar. Aparentemente estava em um quarto. Um quarto desconhecido.


Mas algo ali lhe parecia familiar. Não se tratava do lugar, mas sim da pessoa que dormia na poltrona estampada com listras e quadrados logo ao lado da cama onde ela estava deitada.


Alex despertou assim que Heather sentou-se na cama e viu quando ela fez menção de pousar seus pés no chão e colocar-se em pé.


– Ei, com cuidado! – disse vindo em socorro dela. Segurou uma de suas mãos e com a outra apoiou as costas dela. – Não vá cair.


– O que estou fazendo aqui? – levantou o rosto e olhou para ele. Ele fez com que ela se sentasse na beira da cama e sentou-se de frente para ela.


– Eu a encontrei em péssimo estado ontem à noite. – ele explicou calmamente. – Estava desacordada. No carro de Frank.


– Frank?! – assustou-se ela. Cenas da noite anterior vieram à sua cabeça. Rápidas e confusas. – O que foi que ele fez comigo?


– Nada. – respondeu. – Creio que cheguei a tempo.


Ela o observou, curiosa, e ele abriu um sorriso sem jeito, pois se sentiu incomodado com o olhar dela. Heather percebeu isso e abaixou os olhos, dizendo:


– Acho que devo lhe agradecer.


– Não se preocupe com isso.


– Salvou minha vida duas vezes. O mínimo que posso fazer é agradecer.


– Como se sente? – Alex perguntou, olhando para ela.


– Um pouco atordoada. – ao levar uma mão à nuca, Heather sentiu a dor de cabeça piorar. – O que foi que ele me deu?


– Não faço a mínima ideia. – ele balançou a cabeça para os lados.


Heather olhou ao redor e sentiu falta de algo importante.


– Minha bolsa... – murmurou. – Merda!


– Ei, se acalme. – Alex abriu um sorriso de canto. – Estava com ela o tempo todo. Veja. – ele pegou a bolsa que se encontrava ao lado da cama, sobre o criado-mudo, e entregou para ela.


– Obrigada. – ela tomou posse de sua bolsa.


– Esses nossos encontros estão se tornando cada vez mais estranhos, não?


Ela assentiu com a cabeça.


– Por que estava na delegacia?


Heather ia fazer a mesma pergunta. Ele havia sido mais rápido. Tentou pensar em uma boa desculpa, mas nenhuma parecia coerente o suficiente para deixá-lo convencido.


– Eu... Eu procurei por uma pessoa. – explicou. – Alguém que conhecia Emma. Um professor.


– Frederick Hatcher. – ele completou, repentinamente. – Como o encontrou?


– Fiz algumas pesquisas. Fui até a casa dele e conversamos por alguns minutos. Até que... – Heather fez uma pausa ao se lembrar do que havia ocorrido naquela tarde. – Ele falou a respeito do assassinato de Emma.


– E o que foi que ele disse? – Alex indagou, curioso.


– Parecia bastante seguro do que falava. Era como se ele soubesseexatamente o que havia acontecido naquela noite. Na noite em que Emma morreu.


Alex parecia observar o nada. Seus olhos estavam fixos na parede de seu quarto. Uma expressão pensativa estampava seu rosto.


– Isso não parece fazer muito sentido. – concluiu. – Entretanto... – suas palavras ficaram pairando no ambiente. Uma sentença incompleta.


– O que? – Heather perguntou.


– O Sr. Hatcher se aposentou logo depois que Emma foi assassinada. – virou-se para ela, a encarando seriamente. – Ele passou a se isolar de tudo e todos. Trancado em sua velha casa.


Heather sentiu a curiosidade tomar conta dela. Fitou-o nos olhos com intensidade.


– Ele sabia de algo. Ele viu algo.


– Você viu quem fez aquilo com ele? – Alex perguntou, por fim. – O delegado disse que foi um atropelamento.


– Sim. – Heather estremeceu ao se lembrar da cena que presenciara. – Tentei seguir o carro que o atropelou, mas o perdi de vista.


– Tem alguma ideia de quem era o motorista?


Ela não respondeu e Alex compreendeu. Soltou um suspiro


– Sei que me considera um dos suspeitos, Heather. – disse ele. – Mas, mais uma vez quero lhe afirmar: eu não matei Emma.


Heather levantou seus curiosos olhos castanhos para ele numa expressão perplexa. Ele parecia tentar utilizar todo o seu esforço para convencê-la de que era inocente.


– Por que você teve de comparecer à delegacia?


– Porque meu número de telefone estava registrado no telefone celular do Sr. Hatcher. – respondeu naturalmente.


– E por que ele telefonaria a você?


– Hatcher estava bastante perturbado quando me telefonou. – ele falava em tom de frieza. – Disse que eu tinha de me preparar.


– Para o quê?


– Para o que aconteceria depois que ele contasse tudo o que sabia. – fez uma breve pausa. – Bem, eu não entendi no início. Mas depois de vê-la na delegacia... Digo, você procurou Hatcher. Ele sabia de algo. Decidiu que lhe contaria e queria que eu estivesse preparado para saber a verdade. Para saber o que realmente aconteceu com Emma.


– Me desculpe. – ela abanou a cabeça. – Algo não está fazendo sentido aqui. Ele queria que você estivesse preparado? Por quê?


– Porque, talvez, o assassino de Emma seja alguém próximo. Alguém que todos conheçam. – ele desviou seus olhos dos dela rapidamente. – E só Deus sabe como eu reagiria ao saber quem cometeu aquela crueldade.


– Então Hatcher realmente sabia de algo. Ou melhor, ele sabia quem matou Emma.


– Fiquei surpreso com a ligação dele. Mas agora tudo faz sentido.


Heather sentiu pontadas em sua cabeça e Alex notou a mudança de expressão no rosto dela.


– Ainda dói?


– Muito.


– Eu lamento. – ele disse. – Posso lhe providenciar uma aspirina, se quiser.


– Ficarei bem. – assegurou ela. Tentou, com muito esforço, colocar-se em pé. Ao fazer isto, virou-se para Alex. – A propósito, vi que sua noiva machucou o braço...


– Rose é um pouco desastrada. – esboçou um sorriso. – Feriu-se enquanto preparava o jantar. Sofreu uma queimadura. Mas creio que ficará boa dentro de poucos dias.


Dominada por uma leve onda de alívio, Heather também sorriu, dizendo:


– Espero que ela melhore. – enfiou a bolsa debaixo do braço. – Devo parecer ridícula.


Ele a analisou por alguns segundos.


– Não. – constatou. – Não se preocupe. Tem certeza de que não quer uma aspirina?


– Tenho.


– Bem, você é quem sabe. – disse Alex, dando de ombros.


– Obrigada mais uma vez.


– Sem problemas.


Alex pôs-se a guiá-la até a sala de estar, logo após descer as escadas com ela.


– Os outros ainda devem estar dormindo. – ele fez um breve comentário.


– Outros?


– Meus pais. – pareceu envergonhado. – Eu ainda dependo deles...


– Eu entendo. – Heather sorriu pelo canto dos lábios. Caminharam até a porta da sala. Ela emitiu um sinal de agradecimento e fez menção de se afastar.


– Heather. – Alex chamou-a e ela se virou para ele. – Eu... Eu gostaria de conversar com você.


Heather arqueou as sobrancelhas.


– Às nove. No Mancini’s. – declarou. Esperou que ela respondesse. Heather assentiu e se retirou.


Ela julgou ter ouvido Alex lhe chamar novamente, se oferecendo para acompanhá-la durante o percurso, mas decidiu que não aceitaria a ajuda dele dessa vez. Seguiu sozinha para sua casa com a cabeça repleta de pensamentos confusos. Abriu sua bolsa e tirou da mesma seu telefone. Discou alguns números e esperou.


– Heather... – ouviu a voz de Trevor do outro lado da linha. Soava terrivelmente cansado. – Finalmente retornou as minhas ligações. Onde você esteve?


– Eu... – tentou lembrar exatamente o que havia se passado. – Eu estou bem. Estou indo para casa.


– Onde passou a noite?


– Nos vemos em breve, doutor. – desligou e devolveu seu celular na bolsa.


–--


Por mais que ela tentasse, não conseguiria evitá-lo.


Encontrou-o na porta de sua casa assim que chegou. Ele correu para ela, num desespero perceptível.


– O que aconteceu com você? – perguntou. Desta vez não havia apenas preocupação em seu tom de voz. Também havia um irreconhecível tom autoritário que causou a curiosidade de Heather. – Você faz ideia de quantas vezes eu lhe telefonei?


– Desculpe. – ela balbuciou. – Não tive a melhor de minhas noites.


– Mas o que diabos aconteceu ontem? – Heather o contemplou com surpresa. Notou que havia sombras logo abaixo dos olhos dele e constatou que ele passara a noite acordado.


– Há muito que explicar.


– Encontrou-se com aquele sujeito? Eu sabia que tinha de ter ido com você.


– Não vi Alex Montini naquele lugar. Pelo menos não quando cheguei lá. – ela parou de encará-lo e tentou colocar suas lembranças em ordem. Aquela havia sido uma das piores, ou talvez oficialmente a noite mais estranha de toda a sua vida. – Mas encontrei Frank Palmer


– O ex-namorado de Emma.


– Ele mesmo. – assentiu. – Bebemos, conversamos... Ele me disse algo a respeito de Rose.


– Bebeu com ele?! – ele soou completamente indignado.


– Só tentei parecer o mais natural possível.


– O que aconteceu depois?


– O filho da mãe deve ter armado algo. – ela sentiu a cabeça latejar novamente.


– Sente-se bem? – mais uma vez ele parecia preocupado. Mais preocupado do que surpreso com as atitudes narradas por ela.


– Sim. – Heather respondeu. – Frank colocou alguma porcaria naquela bebida. – as lembranças vinham com pressa à sua mente, deixando-a aturdida. – Levou-me para seu carro e... Ele... Tentou algo, eu não s...


– Por Deus! – exclamou o Dr. Williams. – Sabe o quão culpado eu me sentiria se algo tivesse lhe acontecido? – pousou suas mãos sobre os ombros dela, fazendo-a encará-lo. – Ele não lhe fez nada. Fez?


Heather balançou a cabeça negativamente e ele soltou um suspiro.


– Montini apareceu. – ela prosseguiu. – Levou-me para a casa dele, onde eu acordei esta manhã.


Era tenuíssima a expressão de censura que tomou conta do olhar de Trevor assim que ela mencionara aquele acontecimento. Heather continuou:


– Ele salvou a minha vida. De novo.


– Que irônico. – ele comentou. – O seu principal suspeito é também seu salvador.


Ela decidiu que não discutiria. Não a respeito daquilo. Não com ele.


– Ainda pensa em falar com ele? – Trevor perguntou com indiferença. – Ou já conseguiu obter todas as respostas que procurava ontem?


– Me encontrarei com ele hoje à noite.


Ele não pôde conter um riso que saiu abafado.


– Você adora brincar com o fogo. – afirmou. – Só espero que não seja tarde demais para se arrepender quando acabar se queimando.


Heather sentiu-se incapaz de responder. E Trevor interpretou aquilo de forma totalmente errada. Virou-se e entrou em seu carro cinza, arrancando e afastando-se brusca e apressadamente. Ela permaneceu parada em frente à sua casa por mais alguns minutos depois que ele se fora.


–--


Assim que se deu conta de que já havia anoitecido, Heather preparou-se para ir ao Mancini’s novamente.


Desta vez, certa de que cumpriria com seus objetivos. Usando um vestido de seda branca e os cabelos soltos, guiou com seu automóvel até o local onde estivera na noite anterior – e de onde saíra em circunstâncias constrangedoras –.


Respirou fundo, encarando a fachada iluminada do estabelecimento. Começou a caminhar para dentro deste em passos hesitantes, porém firmes. Passou seus olhos por todo o interior do ambiente até que encontrou Alex Montini.


Estava sentado à uma mesa com um cigarro aceso entre os dedos e uma expressão apática no rosto. Caminhou na direção da mesa dele e viu-o levantar os olhos para encará-la.


– Sente-se.


– Certo. – ela disse, sentando-se na cadeira em frente a ele. – Disse que queria conversar comigo.


– Sim. – balançou a cabeça em sinal positivo. – O que tenho de fazer para que aceite minha ajuda e não me considere mais um suspeito? – perguntou diretamente.


– Não há como tirá-lo da minha lista de suspeitos. – Heather respondeu. – Pelo menos não até que isto tudo termine.


– Heather, eu admiro muito o que está fazendo por Emma. – explicou Alex. – Mas eu também gostaria de saber o motivo de você estar fazendo isso.


– O motivo disto tudo não lhe diz respeito.


– Tudo bem. – Alex deu de ombros. – Como você quiser.


– Me chamou até aqui para isso?


– Não. – deu uma tragada do cigarro e deixou a fumaça escapar em seguida. – Eu a chamei aqui para que pudéssemos colocar as cartas na mesa.


– Não entendo uma palavra do que está dizendo. – Heather soou confusa, mas não deixou de expressar sua frieza.


– Estou do seu lado. – disse ele. Já havia dito aquilo uma vez, em outra oportunidade.


– Não preciso que esteja ao meu lado. Posso resolver isto sozinha.


– Não precisa de mim? – Alex fingiu indignação. – Quer dizer que teria se saído bem ontem à noite na companhia de Frank? Sem a minha ajuda?


– Eu não acredito que estamos falando a respeito deste sujeito.


– Estamos falando a respeito de você. – ele falou. – Você disse-me que esteve internada em uma clínica.


– Isto não lhe interessa. – Heather o interrompeu.


– Qual é a ligação que tem com Emma?


A própria Heather não sabia a resposta. Que ligação teria ela com Emma? Por mais que tentasse, não conseguia se lembrar. Nem de Emma e nem de seu próprio passado.


Não havia lembranças antes da Jones & Johnson. Nada. Era como se nada tivesse acontecido em sua vida antes de sua chegada naquele hospital.


– Não sei... – murmurou.


– Eu amava Emma, Heather. – ele disse isto e notou que ela havia levantado os olhos para fitá-lo. – De verdade.


– Isso não me interessa.


– Desde que ela se foi, minha vida se tornou um fracasso. Eu me tornei um fracasso.


– O que quer dizer com isto? – ela indagou.


Alex soltou um riso de amargura.


– Eu fiz muitos planos quando a tinha ao meu lado. Ela era parte de todos os meus sonhos para o futuro. Tudo o que eu tinha. Tudo o que me mantinha disposto a batalhar para ser alguém. – explicou com os olhos cheios de angústia. – Mas ela se foi. E com ela, todas as minhas esperanças.


Heather teria acreditado nas palavras dele se fosse ingênua e sentimental. Mas ela jamais agira com seu coração. Permaneceu com um olhar severo no rosto.


– Se realmente a amava, – olhou fixamente para ele. – Faça com que o assassino dela pague pelo que fez.


– É o que estou fazendo. – assegurou.


– Estão tentando se livrar de mim. – ela disse aleatoriamente. – Não querem que eu descubra quem matou Emma.


– Por que diz isso?


– Porque tentaram matar-me por causa disto. Duas vezes. Mataram Frederick Hatcher porque ele estava disposto a me contar tudo o que sabia. – Heather explicou, muito ansiosa. – Ele me ligou antes, dizendo que me daria uma resposta para todas as minhas perguntas.


– E você acha que a mesma pessoa que o matou... Foi o assassino de Emma? – ele perguntou com as sobrancelhas arqueadas.


– Tenho quase certeza. Ou é isto, – ela fez uma curta pausa antes de concluir sua frase. – Ou estou lidando com um cúmplice do verdadeiro assassino dela.


– Heather, eu tenho uma pergunta. – pela primeira vez, Heather viu uma inesperada expressão amistosa tomar conta do rosto de Alex Montini. – Você realmente julga-me insano ao ponto de matar tudo o que eu mais amava na vida?


Sim. Pensou ela. Mas não respondeu à pergunta dele em voz alta. Alex balançou a cabeça negativamente, sentindo-se derrotado. Não a convenceria. Heather era fria como um iceberg. Pelo menos aos olhos dele.


– Soube que este estabelecimento costumava ser um restaurante. – ela comentou.


– De fato. – Alex assentiu. – Mas agora é bem mais do que apenas um restaurante.


– Estou vendo. – os olhos de Heather seguiram direto para o pequeno palco de apresentações que se encontrava do outro lado do local. Alex sentiu-se curioso e tentado a descobrir se seria capaz de “quebrar o gelo” que o impedia de descobrir quem realmente ela era e qual era sua relação com Emma.


– Tenho permissão para tentar surpreendê-la?


Heather levantou uma sobrancelha e o fitou, curiosa. Mas de que raios ele estava falando agora?


– O que?! – perguntou ela, confusa.


– Vou entender isso como um sim.


Ela viu-o se levantar da cadeira e seguir para o outro lado do restaurante, sem sequer lhe dar uma explicação plausível ou olhar para trás.


Caminhou até o outro lado e subiu os três degraus que o levariam para o improvisado palco que ali havia.


Ele trocou meia dúzia de palavras com as pessoas que se encontravam no palco e aproximou-se de um microfone com um instrumento nas mãos. Heather assistia àquela cena com perplexidade.


Seus olhos estavam confusos e ela sentiu uma imensa onda de curiosidade tomar conta de sua mente.


Viu quando Alex começou a dedilhar uma melodia em uma guitarra. Então a canção rapidamente tomou conta do ambiente, atraindo todos os olhares para o palco.


I used to love her, but I had to kill her. I used to love her, but I had to kill her…


Heather subitamente ergueu o rosto, olhando diretamente na direção dele. Por mais irônica que aquela canção soasse, não era coincidência. Ela estava completamente certa de que ele escolhera aquela música de propósito. Era uma provocação. Mas Heather não deixaria que aquilo a afetasse.


I had to put her six feet under. And I can still hear her complain…


Heather sentiu um breve e repentino misto de raiva e surpresa transitar por seu corpo. Não sabia dizer se deveria se zangar com a provocação de Alex ou apenas ignorar e tratar aquilo com indiferença.


I knew I`d miss her, so I had to keep her. She`s buried right in my backyard…


Durante o breve solo, Alex não parava de sorrir, certo de que havia atingido o orgulho dela em cheio.


I used to love her, but I had to kill her. I used to love her, but I had to kill her…


Seus olhares se cruzaram. Então ele emitiu outro sorriso sarcástico e prosseguiu assim que Heather desviou seus olhos para outra direção, sentindo-se incomodada.


She bitched so much. She drove me nuts. And now we`re happier this way…


Uma onda de desconforto a dominou por completo. Já não conseguia se manter indiferente quanto ao que estava presenciando. Claramente Alex queria que ela reagisse, conseguindo assim quebrar a armadura de frieza que a cobria durante as conversas que costumavam ter.


I used to love her, but I had to kill her. I used to love her, but I had to kill her…


As frases da música estavam se encaixando propositalmente em cada um dos pensamentos que atravessavam a mente de Heather.


I had to put her six feet under. And I can still hear her complain…


Ele encerrou a canção, livrou-se do instrumento e desceu do palco ouvindo os aplausos animados vindos das pessoas que estavam presentes naquele lugar. Ainda sorrindo, caminhou para a mesa de Heather e tornou a sentar-se com ela.


– Será que eu não mereço nem os parabéns? – ele ousou perguntar.


– Tenho que ir. Já é tarde. – disse ela entre os dentes. Desviou seu olhar, decidida a não ver aquele sorriso irônico estampado no rosto dele.


– Não aja assim. – Alex disse em um tom falsamente simpático que a deixou ainda mais desconfortável.


Observando uma das janelas do estabelecimento, Heather viu algo se mover do lado de fora. Uma sombra. Parecia ter corrido para longe assim que seus olhos o encontraram. Curiosa, Heather voltou a olhar para Alex e disse:


– Eu realmente devo ir. – começou a se levantar. Ele fez o mesmo e a segurou pelo braço, desta vez, com suavidade.


– Deixe-me acompanhá-la.


– Não. – ela respondeu. Livrou-se da mão que segurava seu braço.


– Mas está tarde.


– Eu vim dirigindo. Meu carro está lá fora.


– Tudo bem. – ele se deixou convencer. – Obrigado por ter vindo me encontrar hoje à noite.


– Não há o que agradecer. – Heather disse seriamente. – Esta nossa conversa não adicionou nada de importante à minha investigação. Tampouco à minha vida. – virou-se e se afastou dele em graciosos e firmes passos.


Ele a observava admirado enquanto ela deixava o local, passando pela porta com ar de superioridade. Alex não pôde conter um riso e perguntou a si mesmo se voltaria a vê-la depois do que havia feito. Estava certo de que sim.


–--


Heather saiu do Mancini’s pela mesma porta que havia usado para entrar no estabelecimento. Olhou ao redor e não viu ninguém. Ela tinha absoluta certeza de que vira alguém através da janela de vidro, pelo lado de dentro.


Ela teve a breve impressão de que a pessoa que ela havia visto – ainda que não a tivesse reconhecido – estivera a observando desde que chegara ao Mancini’s.


A sombra havia corrido. Havia desaparecido assim que Heather a vira. Perguntou-se quem poderia ser. Apesar de curiosa, também estava aflita. Correu para seu automóvel e instalou-se atrás do volante, fechando a porta.


Abriu a bolsa e procurou por suas chaves. Ouviu algo colidir contra o vidro de seu carro, logo ao seu lado, causando um som subitamente aterrorizante.


Heather olhou para o lado e reconheceu a pessoa que batia com uma mão na janela do veículo.


Ela respirou fundo, recuperando-se do susto e desceu o vidro, apertando um botão do lado de dentro da porta.


– Rose? – ela disse ao ficar cara à cara com a garota. – Há algum problema?


– Sim. – Rose Mason disse. Sua voz era a mesma, mas o tom que usava agora era completamente diferente do que usara quando Heather falara com ela antes. – Por enquanto este será só um aviso.


Heather franziu a testa.


– Aviso?


– Afaste-se de Alex.


– Mas...


– Afaste-se dele. – ela repetiu. Parecia querer soar ameaçadora. Heather a encarou e ela lhe retribuiu o olhar.


As duas permaneceram caladas por um demasiado curto intervalo e então Rose se afastou, seguindo para o fim da rua, onde desapareceu ao virar uma das esquinas.


Heather manteve-se calada, tentando entender o que acabara de ouvir. Logo compreendeu o que havia acontecido. Ligou o recente fato a o que ocorrera enquanto ainda estava no Mancini’s.


Era ela...


Certamente Rose os tinha visto e interpretara muito mal aquela cena. Todavia, por mais ameaçadora que tentasse soar, a garota estava fazendo papel de tola.


Heather não levou aquilo em consideração.


Soltou um riso e colocou a chave na ignição.


O motor do carro arrancou e ela voltou para casa, disposta a dormir por muitas horas. Aquele havia sido um dia estranho.


E uma noite confusa.


Muito confusa.


 



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • ceeh Postado em 02/06/2014 - 21:48:29

    Sabe eu sinceramente adorei. A história é muito boa misturando tudo. Pensei até que o assassinato de Emma foi por Heather (nem sei escreve, repara não)e não entendi o porque de todos a adiarem daquele jeito. Eu mesma já me senti sozinha e muitas pessoas viraram as costas para mim mas eu nunca fiquei tão sozinha quanto Emma ficou. Ela criou uma segunda personalidade para se defender de tudo o que sofrera. Para não ser mais fraca. E como adorei tudo cada detalhe e como jogou com o leitor revelando alguns mistérios mas deixando outros ocultos. Gostaria muito de ler outra historias suas e finalmente li algo realmente bom. E você nem usou personagens famosos, sua historia é famosa e quem não leu só perdeu. De sua fã Ceeh.

  • ceeh Postado em 01/06/2014 - 14:19:15

    Aiin... Que web mais perfeita. Eu me senti como a própria personagem e você escreve bem demais. Por favor não abandone a história, eu já estou amando tudo nela principalmente os detalhes. Continue...


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