Fanfics Brasil - Capítulo XVIII - Without You Fixed At Zero

Fanfic: Fixed At Zero | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Capítulo XVIII - Without You

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MÚSICA TEMA DO CAPÍTULO.


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Heather não pôde dormir durante toda a noite. Sua cabeça ainda doía. Sua mente estava repleta de pensamentos a respeito dos últimos acontecimentos ocorridos em sua vida. Um terrível sentimento que ela não pôde distinguir transitava por todo o seu corpo, causando nela um misto de angústia e temor.


Mas não soube dizer o que exatamente ela temia. Não soube dizer se eram as coisas que provavelmente viriam a acontecer. Se eram as pessoas que a estavam cercando naquela cidade. Ou talvez os acontecimentos recentes.


Obviamente Heather guardara todas as suas reações para si mesma. Jamais reagira a qualquer um daqueles aterrorizantes eventos que ocorreram desde o dia em que ela deixara a Jones & Johnson. Havia muito guardado em sua mente, em seu coração. Mas Heather estava decidida a nunca permitir que qualquer uma de suas reações escapasse, correndo o risco de tornar-se vulnerável ao deixar seus sentimentos expostos.


Por um momento sentiu-se sozinha. Ainda que fosse forte o suficiente para manter seus sentimentos trancados em seu coração, Heather começou a sentir que estava atingindo seu extremo. O último nível de resistência. Sentiu a grande necessidade de deixar suas emoções fluírem. Mas não havia ninguém com quem pudesse contar. Ninguém que a pudesse ouvir naquele momento.


Claramente nenhuma das pessoas que ela conhecera na cidade era realmente digna de confiança. Foi quando Heather percebeu que, até então, apenas uma pessoa poderia aliviar aquela aterradora sensação de mal-estar que tomava conta de cada célula de seu corpo.


Trevor...


Ela já não tinha notícias dele há horas. Muitas horas. O que era raro, pois ele sempre a telefonava para se certificar de que ela estava bem. Mas aquilo não ocorrera naquela noite. E nem na manhã seguinte.


Heather começou a ficar curiosa. Telefonou para ele por diversas vezes. Cinco no total. Mas não houve resposta, ele não atendia. Ela desistiu, deixando-se cair na cama mais uma vez. Lembrou-se brevemente da ameaça feita por Rose na noite anterior.


Garota boba. Pensou ela. Será uma grande decepção para ela se o noivo for um assassino.


Mas também havia um fato que não poderia ser tão facilmente ignorado. O ferimento no antebraço de Rose. Alex dissera-lhe que o incidente ocorrera enquanto a noiva preparava o jantar. Inicialmente Heather sentiu-se aliviada. Porém a desconfiança voltou a assombrar suas lembranças a respeito da noite em que fora atacada por alguém em sua própria casa.


Ainda que parecesse óbvio demais para ser verdade, Heather concluiu que não deveria descartar a hipótese de que Rose havia lhe atacado naquela noite. Ela sentiu outra pontada na nuca. A cabeça agora latejava violentamente. Sentou-se na cama e tentou controlar a terrível dor de cabeça, mas parecia impossível.


Heather sabia o que estava por vir.


Fechou os olhos com muita força. Algo causou um grande impacto nela, ao colidir contra seu corpo.


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A noite estava calma, silenciosa. O clima era perfeitamente fresco, uma deleitável brisa vinha da direção do Rio Connecticut.


Alex pediu a Emma para que viesse à sua casa assim que anoitecesse. Ela passou um longo tempo preparando-se para encontrá-lo.


Seguiu à pé até a residência da família dele – que ironicamente estava viajando naquele final de semana –. Parou em frente à porta e apertou a campainha. Ele a recebeu com seu melhor sorriso, abraçando-a com ternura e convidando-a para entrar. Emma sorriu de volta e entrou.


– Bem, posso saber por que me convidou para vir até aqui? – ela perguntou, ainda sorrindo.


– Porque gostaria de lhe fazer algumas perguntas. – Alex indicou o sofá com a cabeça e ambos se sentaram lado a lado. Emma o encarou. Ele tinha um olhar de preocupação no rosto.


Obviamente eu devo ter feito algo errado e ele está magoado. Com toda razão, eu suponho. Pensou com uma ponta de receio.


– E então? – Emma arriscou perguntar.


– Ninguém parece aprovar nosso relacionamento, Emma. – ele comentou. – Digo, seu avô.


– Isto não importa.


– Realmente. – Alex concordou. – Mas tenho medo de que você desista de nós por causa da desaprovação dele.


– Aonde quer chegar?


– Me sinto na obrigação de provar a você que podemos dar certo juntos. Independente do que os outros digam ou façam.


Ela sorriu nervosamente. Sua respiração se alterara. Emma tentou conter seu nervosismo. Viu-o se aproximar dela, puxando-a para si com muita calma e sentiu os lábios dele selar os seus lentamente.


Quando voltou a abrir os olhos, Emma censurou-se completamente por não saber o que dizer naquele momento. Alex viu a expressão hesitante nos olhos dela e perguntou:


– Por que tem medo?


– Sou insegura. – respondeu, cabisbaixa.


– Não há razão para isso. – ele levou o dedo indicador até o queixo dela, levantando o rosto dela, fazendo-a encará-lo. – Você é perfeita.


– Eu tenho tanto... Tanto medo de fazer tudo dar errado. Eu não sei nem como explicar o que eu sinto, eu... – ela parecia perdida em milhões de pensamentos negativos que a deixavam atônita.


Desta vez, Alex pousou seu dedo indicador levemente sobre os lábios dela, fazendo-a se calar.


– Pare de ficar se magoando. Eu não vou deixar que nada lhe aconteça. – olhou diretamente nos olhos dela. – Eu amo você. Deixe-me acabar com todos os seus medos e te mostrar o quanto você é perfeita.


– Mas... Eu não... – ela balbuciou, confusa e receosa.


– Me dê essa chance. Por favor, me deixe amar você...


De início, Emma assustou-se. Sua reação seguinte foi algo totalmente novo para ela. A felicidade de estarem juntos era grande para ambos. Emma sentia-se inteiramente feliz por estar ali com ele. Confiava nele. Apenas nele. Era tudo o que ela possuía. Todos haviam virado suas costas quando Emma mais precisara deles.


Todos, menos Alex Montini.


Ao lado dele sentia-se verdadeiramente amada. Segura. Feliz. Estava certa de que o amava. E de que aquele era um sentimento recíproco. Emma emitiu um sorriso bobo e aproximou-se dele, selando seus lábios mais uma vez.


O beijo era inocente, mas tornou-se um ato cheio de desejo quando Alex começou a intensificar o beijo deles. Ele afastou-se dela com cuidado, fitando-a nos olhos.


– Quero que veja uma coisa.


Sem entender, Emma sentiu que ele segurava a mão dela, guiando-a pelas escadas até chegar ao seu quarto. Já vira o quarto dele antes, em ocasionais circunstâncias, mas algo estava diferente. Na verdade, tudo estava diferente. Os olhos de Emma brilharam com admiração.


– Meu Deus! – exclamou, parada em frente ao quarto dele.


Havia rosas brancas em pequenos buquês por todo o canto e muitas pétalas dessas mesmas rosas em um tapete sobre o chão. Pelas janelas abertas, de onde uma refrescante brisa vinha, ela notou pela primeira vez que a vista era linda.


– Não está exatamente perfeito... – Alex comentou.


Emma virou-se para ele, enquanto ele parecia esperar qualquer reação dela. Sem dizer mais nada, ele a abraçou. E então eles se beijaram. Emma esqueceu-se de todos os malditos medos, e, pela primeira vez, não se importou com o que poderia acontecer. Apenas fez aquilo que seu corpo e seu coração pediam.


– Eu te amo. – ela disse em tom muito baixo, olhando-o com infinito amor.


Ele a encarou de volta. O coração dela disparou e quando ela tentou coordenar as ideias, seus lábios já estavam encaixados mais uma vez naquela noite. Todavia, havia outro significado naquele beijo. Era um gesto de entrega, porque Emma não queria mais perder momentos como aquele por medo.


Alex decidiu que não trataria a situação com naturalidade. Também não se tratava de qualquer garota, mas sim da que ele realmente amava.


Ele deitou-a com mil cuidados sobre o tapete azulado que se encontrava esticado no chão, acariciando o rosto dela com suavidade. Alex então posicionou seu corpo sobre o de Emma e se apossou dos lábios dela.


Consequentemente ele se encarregou de despi-la – peça por peça – pacientemente, de modo que Emma percebeu que tinha a permissão de também tirar as roupas dele. Ajudou-o a se livrar de suas roupas, jogando-as pelo chão do quarto.


Ela abriu imenso sorriso e depois lançou seus braços ao redor dele, o abraçando com força. Emma fechou os olhos enquanto Alex descia as mãos sobre ela, puxando-a até seus corpos ficarem colados. Então uma súbita sensação de que o “felizes para sempre” estava apenas começando tomou conta de sua mente e de seu coração.


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Heather abriu seus olhos ao sentir que algo se esvaía dela. Sentiu-se atordoada. Olhou ao redor.


Instintivamente perguntou-se qual seria o motivo de Emma ter permitido que ela tivesse total acesso àquela lembrança. Tentou entender qual era a intenção por trás do que Emma acabara de lhe mostrar, mas não encontrou nenhuma resposta. Agora estava mais confusa do que nunca.


Durante todos os anos que passara na Jones & Johnson, ela jamais vira uma lembrança como aquela. Suspirou e desistiu de pensar. Seus pensamentos rapidamente voltaram ao fato de que Trevor Williams ainda não havia lhe telefonado. Com uma – sem muito significado – breve ponta de preocupação, Heather tomou posse de seu telefone e discou os respectivos números que a fariam entrar em contato com ele. Novamente não houve resposta do outro lado da linha.


Então ela decidiu que procuraria por ele pessoalmente.


Levantou-se, pegou sua bolsa e partiu rumo ao hotel no qual ele estava hospedado. Deixou seu carro estacionado em frente à entrada do pequeno prédio e tomou um elevador, na expectativa de encontrá-lo no quarto.


Chegou à porta do quarto e bateu na mesma por diversas vezes. Não ouviu uma resposta. Ninguém apareceu para atendê-la. Foi quando Heather se lembrou de que ele havia comentado algo que ela ignorou quando escutara. Entretanto, agora aquele comentário lhe parecia útil. Heather abaixou-se e passou a mão por debaixo do tapete em frente à porta do quarto e seus dedos encontraram algo.


De lá ela tirou uma única chave.


Soltou um riso irônico e imaginou em quais outros aspectos Trevor também poderia ser clichê. Ela colocou a chave na fechadura e girou-a duas vezes, ouvindo-a se destrancar. Abriu a porta lentamente e avançou para dentro.


O quarto estava intacto. Da mesma forma que o tinha encontrado na última vez em que estivera ali.


– Dr. Williams, aonde se meteu? – ela perguntou.


O silêncio pareceu respondê-la.


Aparentemente não havia ninguém ali. Ela checou o banheiro da suíte e concluiu que ele realmente não estava no local. Saiu do quarto, fechando a porta e colocando a chave de volta para debaixo do tapete, caminhando na direção do elevador.


O elevador a levou para a recepção pela qual ela havia passado antes. Aproximou-se do balcão e perguntou para a recepcionista se ela havia visto Trevor.


A mulher abanou a cabeça num gesto negativo e disse que não o tinha visto desde a tarde do dia anterior. Heather então chegou à conclusão de que ele não havia passado a noite no hotel.


Curiosa, ela deixou o hotel, voltando para seu carro. Soltou um suspiro – como faz quando não consegue obter uma resposta para uma pergunta de grande importância – e bateu com as mãos no volante.


Ouviu o som de seu celular soar e apressadamente abriu sua bolsa, tomando posse do aparelho e pousando-o ao lado de seu rosto após pressionar um botão.


– Doutor, onde foi q...


– Esta é sua última chance. – uma voz que Heather não pôde reconhecer soou. – Pare de se meter no passado.


Por sua vez, Heather sentiu-se uma idiota. Aquilo obviamente era uma brincadeira.


– Quem está falando? – ela indagou firmemente.


– Apenas ouça. – a pessoa a interrompeu. – Estamos com seu médico. Se quiser vê-lo vivo novamente, afaste-se do passado. – a voz proferia palavras em tom de ameaça. – Você tem dez horas para salvá-lo e sair da cidade.


O coração dela disparou. Quis saber quem era a pessoa que lhe falava naquele momento. Claramente aquilo não se tratava de uma brincadeira.


– Dez horas. – repetiu a voz. A ligação foi encerrada.


Heather fitou seu telefone. Precisava pensar. Precisava agir.


Seguindo seu instinto, voltou a telefonar para o número de Trevor, mas nada aconteceu.


Ninguém atendeu.


Seu primeiro impulso seria o de comunicar a polícia. Mas Heather não podia. Não confiava em ninguém. Em ninguém, exceto Trevor Williams. E agora a vida dele dependia das atitudes que ela tomaria a seguir. Precisava dela.


Subitamente ela percebeu que também precisava dele. Era o único em quem ela realmente confiava. Tudo em que ela podia se agarrar enquanto se encontrava rodeada de pessoas que protagonizaram seus pesadelos desde a primeira vez que Emma lhe concedera a permissão de ver suas lembranças.


Mas ele não estava mais ali e Heather sentiu-se perdida. Sozinha. Não havia mais ninguém com quem pudesse contar. Como um sinal enviado dos céus, um nome surgiu na mente de Heather. Ela não pensou duas vezes. Era a pessoa destinada a ajudá-la naquele momento.


–--


Alex Montini estava na sala de estar de sua casa, terminando de comer a sopa instantânea que preparara para o jantar – como de costume –, quando ouviu alguém batendo à porta. Julgou que pudesse se tratar de algo grave, considerando o fato de que as batidas soavam desesperadas.


Levantou-se do sofá com uma tigela em mãos e seguiu para a porta. Abriu-a lentamente. De repente, uma expressão de surpresa tomou conta de seu rosto e ele franziu a testa.


– Heather? – perguntou. – O que faz aqui?


– Preciso de sua ajuda. – ela declarou. Sua voz saíra decidida e severa. Realmente precisava da ajuda dele. Mais do que nunca.


Durante o percurso até a casa de Alex, Heather levou em consideração as vezes em que ele salvara a sua vida. Então concluiu que ele poderia lhe ajudar mais uma vez, ainda que a situação agora fosse totalmente diferente.


Ficaram cara a cara.


Ele fitava-a nos olhos, sem entender. E ela o observava com o rosto erguido, esperando uma resposta. Mentalmente, Heather pedia a Deus para que a resposta fosse positiva.


Do contrário, teria de agir sozinha. E esse, decididamente, seria um caminho repleto de dificuldades para ela percorrer.


Ainda assim, Heather não estava receosa.


Jamais estivera.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • ceeh Postado em 02/06/2014 - 21:48:29

    Sabe eu sinceramente adorei. A história é muito boa misturando tudo. Pensei até que o assassinato de Emma foi por Heather (nem sei escreve, repara não)e não entendi o porque de todos a adiarem daquele jeito. Eu mesma já me senti sozinha e muitas pessoas viraram as costas para mim mas eu nunca fiquei tão sozinha quanto Emma ficou. Ela criou uma segunda personalidade para se defender de tudo o que sofrera. Para não ser mais fraca. E como adorei tudo cada detalhe e como jogou com o leitor revelando alguns mistérios mas deixando outros ocultos. Gostaria muito de ler outra historias suas e finalmente li algo realmente bom. E você nem usou personagens famosos, sua historia é famosa e quem não leu só perdeu. De sua fã Ceeh.

  • ceeh Postado em 01/06/2014 - 14:19:15

    Aiin... Que web mais perfeita. Eu me senti como a própria personagem e você escreve bem demais. Por favor não abandone a história, eu já estou amando tudo nela principalmente os detalhes. Continue...


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