Fanfics Brasil - Capítulo XIX - Never Again Fixed At Zero

Fanfic: Fixed At Zero | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Capítulo XIX - Never Again

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MÚSICA TEMA DO CAPÍTULO.


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– Por favor, tente dirigir mais devagar. – Alex pediu gentilmente.


Heather estava uma pilha de nervos. Seus olhos estavam fixos para frente. Não piscava. Não dizia nada. Seu pé parecia estar colado ao pedal do acelerador. O carro avançava cada vez mais depressa. Alex Montini começou a sentir uma breve ponta de arrependimento por ter aceitado o pedido de ajuda dela. Há horas atrás ela havia batido à sua porta. O rosto estava sério, revestido em autoconfiança, mas ela tinha engolido o próprio orgulho ao pedir sua ajuda, ainda que negasse. Deveria estar realmente desesperada, embora não demonstrasse isso de forma clara. Alex lembrou-se também das palavras que ela dissera quando havia lhe pedido para ajudá-la.


– Preciso de sua ajuda. – ela tinha uma expressão de frieza no rosto.


Por sua vez, Alex arqueou as sobrancelhas, confuso.


– O que houve? – acabou perguntando.


– Meu... Amigo. – disse. – Estão com ele.


– Quem? – Alex parecia não estar acompanhando a explicação dela. De fato, aquilo não estava fazendo o menor sentido. Heather se limitava aos detalhes.


– Por favor... – a voz dela soou como um sussurro. Abaixou a cabeça para não deixá-lo notar que estava assustada com toda aquela situação.


– Heather, diga-me o que aconteceu. Quem está com seu amigo?


– Eu não faço a mínima ideia! – exclamou, voltando a erguer o rosto para encará-lo. – Preciso que me ajude. Não posso fazer isso sozinha. Não mais.


– Tudo bem. Olha... – ele escolheu bem suas palavras para tentar mantê-la calma. Somente assim conseguiria tirar dela uma explicação plausível. – Não quer entrar e me cont...


– Não! – Heather o interrompeu. – Tenho dez malditas horas para salvá-lo! Tenho que fazer isso. E tenho que fazê-lo agora!


Desde que a conhecera, ele jamais a tinha visto em tal estado. Julgou a reação dela completamente estranha, mas decidiu não entrar em discussão. Sem dizer mais nada, voltou para dentro de sua casa e, segundos depois, tornou a aparecer na porta.


– Vamos. – ele declarou.


Heather sentiu uma leve onda de alívio. Seguiu para seu carro e Alex fez o mesmo, entrando pelo lado do passageiro assim que a viu destrancar as portas com um pequeno controle preso às suas chaves. Mal se instalaram nos assentos e Heather já se precipitou, colocando a chave na ignição e girando-a bruscamente. O barulho do motor soou. Ela pisou com toda a sua força no acelerador e arrancou. Os pneus causaram um estridente ruído. E Heather não parou de acelerar desde então.


Agora estavam a caminho de lugar nenhum. Ela agia de forma estranha, limitando-se apenas a mudar as marchas do automóvel e virar o volante para os lados. Seus movimentos pareciam ser programados. Roboticamente programados para apenas executar aqueles movimentos. Nada mais. Alex estava mais confuso do que nunca. Tentou – por diversas vezes – fazê-la explicar exatamente o que estava acontecendo, mas Heather manteve-se calada durante todo o percurso. Finalmente ele percebeu que a velocidade do carro estava diminuindo. Viu Heather afastar seu pé do pedal lentamente. Ela girou o volante para seu lado esquerdo, estacionando o veículo ao lado de uma calçada. Em seguida, desligou o motor, virando a chave.


– Merda! Merda! – ela exclamava, batendo os punhos no volante. – Inferno!


– Heather, precisa se acalmar. – Alex virou-se para ela.


– Querem que eu saia da cidade. – disse.


– Quem?


– Eu não sei, tá legal? – Heather também se virou para encará-lo dessa vez. – Eu não sei de mais nada.


– Bem, acho que você poderia me explicar o que houve, desde o início. – ele falou. Mas sua voz não demonstrava preocupação ou interesse. Sua expressão era apática, como sempre. – Esse seu amigo... Não seria o sujeito que surgiu do nada enquanto conversávamos há algum tempo atrás?


– Ele não surgiu do nada. – ela disse com convicção. – Estava tentando me proteger.


– Do quê? De mim? – ironizou ele, exibindo um sorriso.


– Olhe, isso não faz a menor diferença agora. – Heather não estava com paciência para qualquer que fosse o jogo dele naquele momento. – Estão com ele e deram-me dez horas para salvá-lo.


Alex parou de encará-la e olhou para o lado. Pensou um pouco. Depois voltou a fitá-la, dessa vez com uma expressão totalmente diferente.


– Por que não vai à polícia?


– Eles o matariam antes que a polícia chegasse ao local. – ela respondeu. Ao pensar nessa possibilidade Heather sentiu uma – até então – desconhecida sensação lhe percorrer pelo corpo. – Não confio em ninguém.


– Bem, então o que eu estou fazendo aqui? – indagou Alex.


Heather permaneceu calada. Ele tinha razão. Por que ela o tinha procurado? Ele era um de seus suspeitos. Não confiava nele. Mas Emma confiara. E muito. E ela parecia querer que Heather também fizesse o mesmo. Ou pelo menos, tentasse.


Será que devo? Pensou, deixando um suspiro escapar.


– Emma me levou até você. – Heather disse em tom baixo. Os olhos de Alex se encheram de surpresa. Ela decidiu prosseguir. – Quer que eu confie em você.


Alex não soube exatamente o que dizer. Não tinha ouvido ou falado o nome de Emma com tanta frequência desde que ela se fora. Mas isto agora havia se tornado um hábito. Falar de Emma era algo que acontecia naturalmente quando estava com Heather. De alguma forma, ela trazia de volta todas as lembranças que, durante todos aqueles anos, ele decidira manter trancadas bem no fundo de sua memória. Não se sentia mais tão transtornado ao falar ou lembrar-se dela. Não quando Heather estava por perto.


– Emma sabe que eu jamais faria mal algum a ela. – ele disse, finalmente. Por mais que tentasse, não conseguia esconder a emoção que embargava sua voz. – E nem a você.


Heather não deixou que aquilo a surpreendesse. Estava à prova de qualquer falsa simpatia ou mentira, certa de que não acreditaria em nenhuma das palavras dele até o dia em que encontrasse o assassino de Emma.


Um imenso silêncio tomara conta do ambiente. Alex sentiu-se incomodado e prosseguiu:


– Como foi que lhe informaram que estão com ele?


– Me telefonaram. – ela disse rapidamente.


– Bem, se fosse à polícia eles poderiam rastrear o número.


– Já disse que não confio neles.


Alex deu de ombros. Também não parecia se importar muito. Não tinha motivos para isso. O som de um celular soou e Heather procurou por seu telefone apressadamente.


– É o meu. – Alex tirou seu celular do bolso da calça. Apertou um botão, atendendo a chamada com muita calma. – Rose, estou ocupado. Não. É uma entrevista de emprego. Ligarei de volta assim que puder.


Heather assistia àquela cena sem dizer qualquer palavra. Ouviu-o dizer à noiva para que não se preocupasse e o quanto a amava, desligando em seguida.


– Desculpe. – ele disse. – Tem certeza de que não quer a ajuda da polícia?


– Não. – Heather respondeu pela terceira vez.


– Bem, então devemos pensar em outra forma de localizar a pessoa que telefonou.


Heather parou de escutá-lo. Pelo espelho retrovisor de seu carro, ela reconheceu o veículo escuro que atravessava a rua atrás da qual eles estavam. Instintivamente, voltou a girar a chave na ignição. Recuou seu carro, girando-o no meio da rua.


– O que está fazendo? – Alex inquiriu. De um súbito ele pareceu assustado.


Heather voltou a acelerar, avançando para a rua de trás. Seguiu o mesmo caminho que o outro carro poderia ter tomado, procurando pelo mesmo com os olhos.


– O que está acontecendo? – ele tornou a perguntar.


– Carro preto. Sem placa. Mantenha seus olhos nele se o vir. – asseverou ela com os olhos vidrados para frente.


– Do que está falando?


– Foi o mesmo carro que atropelou Hatcher. – disse. Sua voz tinha um tom frio e determinado que deixou Alex perplexo.


Heather guiou insanamente como quando fizera quando perseguira este mesmo veículo na noite em que Frederick Hatcher fora atropelado. Desta vez, porém, estava decidida a não perdê-lo de vista. Foi então que, de modo totalmente inesperado, um celular voltou a tocar. O som era penetrante, mas Heather manteve seus olhos fixos. Alex verificou seu telefone e concluiu que desta vez não se travava de uma chamada para ele. Era o celular de Heather que tocava insistentemente.


– É o seu. – declarou Alex.


Heather não parou para atender. Seus olhos encontraram o carro que tanto procurava. Estava logo à sua frente. Rapidamente ela se resolveu.


– Atenda. Coloque no modo viva-voz. – pediu.


Alex pegou a bolsa dela do banco de trás e tirou desta o celular que vibrava e tocava sem parar. Pressionou alguns botões e segurou o aparelho próximo à Heather, que ainda se mantinha dirigindo. Logo, a mesma voz que Heather ouvira antes voltara a tomar conta do ambiente. Ela ainda não pôde reconhecê-la.


– Está pulando etapas.


– Mas de que merda está falando? – Heather perguntou, ainda guiando pelo mesmo caminho do carro à sua frente.


– Ainda não está na hora de rever seu namoradinho.


– Não é você quem dita as regras. – ela resmungou. Descobriu-se rangendo os dentes. – Como saberei que não está mentindo?


– Quero que volte para a casa e prepare suas malas. – ordenou a voz.


– Não. – respondeu ela, desafiadora. – Quero falar com ele. Agora.


Ouviu-se um irônico riso da parte da pessoa que falava do outro lado da linha, seguida de ruídos que Heather não pôde distinguir.


– Ouviu o que eu disse? – indagou. Ao mesmo tempo queria mandar aquela pessoa direto ao inferno. Mas manteve-se séria. – Está me ouv...


– Heather. – ela imediatamente reconheceu a voz que vinha do telefone. Uma repentina sensação a dominou, forçando-a a parar o carro. Freou bruscamente e tomou o celular das mãos de Alex às pressas. – Saia da cidade. Fuja. É você quem eles querem.


Ela perguntou-se como Trevor conseguia manter a calma mesmo na situação em que se encontrava. Sua voz ainda soava suave e acolhedora. Como sempre.


Saia da cidade. A voz dele ecoou em sua cabeça.


Ele certamente queria que ela desaparecesse da cidade sem nem ao menos tentar encontrá-lo antes. Heather sentiu uma enorme vontade de dizê-lo para parar de agir de tal forma. Não era hora para dizer a ela o que fazer. Não era hora para tentar protegê-la. Decididamente ela não sairia da cidade. Não daquela maneira.


– Não posso.


– Saia da cid...


– Mas aonde eu iria...? – ela perguntou, o interrompendo.


...Sem você? Completou a frase em seus pensamentos antes que pudesse se censurar por isso.


Os mesmos ruídos de segundos antes voltaram a soar, deixando Heather confusa.


– Você tem nove horas e dez minutos. – a aterrorizante e ameaçadora voz pareceu voltar a tomar posse do telefone. A ligação fora encerrada em seguida.


Heather percebeu então que havia deixado o carro escapar de sua vista.


Eles planejaram isso.


– Queriam que você se distraísse. – declarou Alex Montini no assento ao lado. Então ele havia pensado o mesmo que ela.


– Não posso sair da cidade... – murmurou ela.


– Nós vamos resolver isso. – ele assegurou. – Vai dar tudo certo.


Mas Heather duvidada muito que aquilo fosse terminar bem.


–--


Rose Mason caminhava pela Westfield Street com sacolas em mãos após deixar um supermercado. Em passos curtos e pacientemente lentos, Rose nem sequer notara a presença que a seguia. Encontrava-se logo atrás dela, porém em passos mais rápidos que os seus. Sentiu uma mão tocar-lhe no ombro e assustou-se, se virando para trás.


– Perdão. – Amanda Thornton abriu um sorriso ironicamente amistoso.


– Amanda, o que quer? – Rose ajeitou as sacolas em suas mãos. Estavam pesadas demais.


– Estou curiosa para saber.


– Saber o quê? – jamais tivera qualquer relacionamento amigável com Amanda. Aquela inesperada conversa estava sendo inconveniente.


– Acabo de ver seu noivo.


Rose deixou um espontâneo sorriso iluminar seu rosto. Ela julgou então que Alex saíra de sua entrevista de emprego. Mal podia esperar para telefoná-lo e perguntar se havia se saído bem.


– Mesmo? – perguntou ela, sorrindo.


– Sim. – Amanda assentiu, balançando a cabeça. – Em um carro, com outra garota.


O sorriso de Rose desapareceu imediatamente.


– O que foi que disse?


– Seu noivo estava dentro de um carro, com outra garota. – ela repetiu. – Deve conhecê-la. É a garota que chegou recentemente à cidade.


– O que faziam juntos?


– Aparentemente estavam apenas conversando. – Amanda explicou. Seu tom era sarcástico. – Ora, mas não faça essa cara! Heather é uma garota legal. É minha vizinha. Não parece querer arranjar problemas. Muito menos com um sujeito comprometido.


Rose não respondeu. Seus olhos expressavam uma mistura de perplexidade e desaprovação. Amanda divertiu-se com a reação da garota e tentou conter o riso.


– Bem, tenho que ir. Estou atrasada para o trabalho. – ela disse. Rose apenas acenou com a cabeça. – Até breve.


Amanda Thornton afastou-se apressadamente, deixando Rose para trás. Esta ainda estava calada. Imóvel no meio da calçada, ainda com as sacolas em mãos. Mas elas não lhe pareciam mais tão pesadas. Era como se ela ainda estivesse entorpecida pelo que escutara.


Seu noivo estava dentro de um carro, com outra garota.


As palavras tornavam a soar em sua cabeça, ecoando. Rose não soube como reagir. Seu medo – cujo qual ela já vinha acumulando em imensa quantidade desde que conhecera Alex – tornara-se ainda maior depois que ouvira aquela afirmação dos lábios de Amanda. O pior de seus medos. O medo de perder Alex.


Não conseguia imaginar como seria sua vida sem ele. Não queria imaginar.


Tentou alertar Heather uma vez. Disse para que se afastasse dele. Mas claramente ela tinha ignorado seu aviso. Então Rose decidiu que desta vez não falaria, mas agiria.


Não permitiria que nada nem ninguém lhe roubassem a única coisa que tinha.


Aquilo que ela tinha lutado tanto para possuir.


O amor de Alex.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • ceeh Postado em 02/06/2014 - 21:48:29

    Sabe eu sinceramente adorei. A história é muito boa misturando tudo. Pensei até que o assassinato de Emma foi por Heather (nem sei escreve, repara não)e não entendi o porque de todos a adiarem daquele jeito. Eu mesma já me senti sozinha e muitas pessoas viraram as costas para mim mas eu nunca fiquei tão sozinha quanto Emma ficou. Ela criou uma segunda personalidade para se defender de tudo o que sofrera. Para não ser mais fraca. E como adorei tudo cada detalhe e como jogou com o leitor revelando alguns mistérios mas deixando outros ocultos. Gostaria muito de ler outra historias suas e finalmente li algo realmente bom. E você nem usou personagens famosos, sua historia é famosa e quem não leu só perdeu. De sua fã Ceeh.

  • ceeh Postado em 01/06/2014 - 14:19:15

    Aiin... Que web mais perfeita. Eu me senti como a própria personagem e você escreve bem demais. Por favor não abandone a história, eu já estou amando tudo nela principalmente os detalhes. Continue...


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