Fanfics Brasil - Capítulo XX - Every You Every Me Fixed At Zero

Fanfic: Fixed At Zero | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Capítulo XX - Every You Every Me

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MÚSICA TEMA DO CAPÍTULO.


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Amanda Thornton estava afundada em sua cadeira, atrás de uma mesa repleta de papéis que só de olhar, causavam nela uma terrível enxaqueca. Todos os dias o trabalho se duplicava. Tomar conta dos negócios de seus pais estava sendo uma tarefa incrivelmente difícil.


A lembrança de momentos atrás fez com que, no entanto, ela abrisse um sorriso de satisfação.


Deixar Rose nervosa e, melhor ainda, ter visto a cara dela ao saber que o noivo estava no carro de outra mulher, havia sido uma visão divertidíssima.


Amanda nutria dentro de si um pequeno – que consequentemente tornou-se grande – rancor, desejando assim, aproveitar-se de certas situações para transformar a vida da politicamente correta Rose em um verdadeiro inferno.


Estavam no colegial quando Amanda rotulou Rose como uma inimiga. Havia uma grande pesquisa para ser feita, individualmente. Amanda logo se agitou em sua carteira ao ouvir o professor falar a respeito.


Precisava desesperadamente recuperar suas notas. Caso fosse reprovada, seus pais certamente a mandariam para morar com um de seus parentes distantes, em outra cidade. E Amanda não desejava aquilo de maneira alguma.


Prestou atenção em cada uma das palavras ditas pelo professor, tomando nota de cada detalhe. Então ela estava pronta. Pronta para fazer o trabalho escolar de sua vida. Daria o seu melhor para isso.


–--


Rose havia sido transferida para a Harrison Brown Academy na metade do ano. Não conhecia ninguém. Sentava-se ao fundo da sala de aula. Raramente podia-se ouvir o som melancólico e insípido de sua voz.


Com o rosto pálido, olhos verdes opacos e cabelos castanhos que se ondulavam até seus ombros, Rose Mason evidentemente não era a garota mais bonita do colégio. Nem a mais popular. Não era como se as pessoas não gostassem dela. Elas apenas não se importavam com sua presença. Não davam importância alguma ao fato de ela estar ali, fazendo parte ou não do colégio.


Todos se recusavam a formar uma dupla com ela quando o assunto era um trabalho escolar para cada dois alunos. Rose não tinha amigos. Nunca tivera. Mas desde cedo aprendera a viver consigo mesma, sem precisar depender ou esperar a amizade de alguém surgir em sua vida.


Assim, passara a dedicar seu tempo – inteiramente – aos estudos. Fazia todos os trabalhos, pesquisas, lições de casa... Como consequência de seu gigantesco esforço, Rose sempre manteve suas notas no nível mais alto possível. Era evidente que seus pais estavam orgulhosos, mas ela não se importava. Fazia aquilo para satisfazer a si mesma. Seu ego. Sua vida resumia-se apenas a seus esforços para manter suas notas. Nada mais.


Até o dia em que conhecera Alex Montini.


Da maneira mais clichê possível, esbarrou nele enquanto atravessava o corredor principal da Harrison Brown Academy. Seus livros caíram e ele, gentilmente, ofereceu-se para recolhê-los. Pegou-os do chão e depositou os mesmos nas mãos dela. Seus olhares se cruzaram e Alex abriu um meio sorriso.


Rose sentiu-se incapaz de parar de fitá-lo. Os cabelos escuros muito curtos e os penetrantes olhos negros prenderam sua atenção por completo.


– Desculpe. – ele disse. E sua voz soou como melodia para os ouvidos de Rose.


– Não tem problema. – emitiu um sorriso que saiu completamente errado. Estava nervosa. Censurou-se por parecer uma boba diante dele.


Alex tornara a sorrir e afastou-se em calmos passos. Rose o observou se afastar. Descobriu-se profundamente atraída e decidiu que se aproximaria dele. Mas ficara surpresa ao descobrir que Alex não estava disponível para ela. Viu-o conversando com uma garota durante um dos intervalos. Eles trocavam carinhos e conversavam muito próximos um do outro.


Rose sentiu-se trêmula.


Um desconhecido sentimento tomou conta de seu coração e ela sentiu náuseas ao assistir àquela cena. Passara a tarde seguinte trancada em seu quarto – chorando –.


Dizem que todos já viveram ou algum dia chegarão a viver uma, duas, muitas decepções amorosas até conseguirem tirar destas experiências uma lição e, assim, prepararem-se para encontrar seu verdadeiro amor.


Bem, Rose não estava disposta a enfrentar uma segunda decepção.


Ainda que sua primeira tivesse sido rápida demais para ser considerada uma decepção amorosa. Voltou a dedicar-se apenas aos estudos sem pensar duas vezes.


Estava no colégio há apenas uma semana. Rapidamente chegaram aos seus ouvidos alguns fatos referentes à garota de Alex. Emma Connors.


Rose então ouviu uma das garotas de sua classe falar a respeito de Emma. A interlocutora era Amanda Thornton. A garota que ouvia atentamente as palavras ditas por Amanda era Jodie Adams. Rose logo as julgou amigas de Emma e decidiu tomar uma decisão.


Utilizando apenas um pouco de sua invejável inteligência, Rose encontrou o histórico de todos os alunos do terceiro ano da Harrison Brown Academy. Todas as classes. Verificou todos os nomes com cautela, como um mestre no xadrez pronto para dar o xeque-mate. E então encontrou algo.


As notas de Amanda Thornton.


Então era por isso que ela demonstrara-se tão agitada durante a explicação do professor a respeito do trabalho pedido para aquela mesma semana.


Rose sorriu para si mesma. Já tinha algo preparado em mente.


O prazo para a entrega do trabalho era até a sexta-feira daquela semana. Na manhã desta data, Rose aparecera no colégio com um sorriso no rosto. Algo que jamais acontecera antes. Parecia satisfeita com algo. Algo que – mesmo que ainda não tivesse sido concluído – fora usado por ela como uma válvula de escape.


Através do que planejava, ela deixaria sua frustração se esvair tanto de sua mente como de seu coração.


Entrou em sua sala de aula e caminhou até seu lugar, instalando-se em sua carteira, no fundo da classe. Ainda sorria. Viu quando Amanda chegou, logo em seguida. Esta se sentou em uma carteira metros adiante. Rose não deixara de notar a pasta que Amanda trouxera consigo.


Aguardou ansiosa, porém pacientemente até o sinal do intervalo soar. O barulho a deixou completamente atenta. Esperou que todos – incluindo o professor – se retirassem da sala, enquanto ela fingia estar procurando por algo em sua bolsa.


Quando teve completa certeza de que estava sozinha no local, tirou um pequeno monte de papéis debaixo de sua carteira e correu para o lugar de Amanda, começando a vasculhar por debaixo da mesa. Tateou até encontrar a pasta que a garota havia trazido. Abriu-a e retirou da mesma todos os papéis que Amanda colocara na pasta.


Depositou-os sobre a mesa e, cuidadosamente, recortou o topo do papel que vinha em frente, numa espécie de capa. O nome de Amanda estava naquele pequeno pedaço de papel que Rose recortara e jogara fora.


Rapidamente, substituiu estes papéis pelos que ela tirara debaixo de sua própria mesma.


Em seguida, levou os papéis de Amanda para debaixo de sua carteira. Respirou fundo e soltou um riso triunfante, concluindo que tudo havia saído como planejara.


–--


O sinal que anunciava o final do intervalo soou. Os alunos voltaram às suas respectivas salas e o mesmo fizeram todos os professores. Amanda seguiu para sua sala e sentou-se em sua carteira, bastante animada. Havia passado todas as noites da semana acordada, fazendo mil e uma pesquisas, escrevendo, desistindo e recomeçando.


Passara por esse processo por diversas vezes, até conseguir o que queria. Seu trabalho estava impecável. Estava segura disto e mal podia esperar para entregá-lo ao professor que se encontrava sentado na mesa à sua frente.


O homem de cabelos tingidos de preto e óculos com lentes grossas começou a chamar os alunos para entregarem-lhe os trabalhos da semana. Amanda estava com os olhos atentos.


– Thornton. – ele a chamou e Amanda pôs-se em pé num salto. Retirou a pasta debaixo de sua carteira e caminhou na direção da mesa do professor. Depositou a mesma pasta sobre a mesa dele e ele fez um aceno positivo com a cabeça, para que ela voltasse à sua carteira.


Amanda obedeceu, tentando conter sua ansiedade. O professor abriu a pasta que Amanda deixara sobre sua mesa. Retirou dela todos os papéis que encontrou e começou a ler atentamente. Já satisfeita com seu próprio esforço, Amanda preparou-se para receber os parabéns.


Mas algo a fez hesitar.


Assistiu a mudança de expressão no rosto do professor e começou a ficar receosa. Teria escrito algo errado? Não. Ela havia feito inúmeras revisões antes de entregar o trabalho às mãos dele. Estava certa de que não havia qualquer erro sequer.


– Amanda, venha até aqui. – o professor pediu de forma educada. Amanda levantou-se e dirigiu-se para ele.


– Algum problema, Sr. Morris? – ela indagou.


– Isto é algum tipo de brincadeira? – ele segurava os papéis em uma das mãos, balançando-os conforme falava. – Porque se for, não tem graça nenhuma.


Amanda franziu o cenho, confusa.


– M-mas o que há de errado? – sua voz saiu trêmula. Seu cérebro já não conseguia processar o que ouvia. O pânico começara a tomar conta dela.


– “Sr. Morris é um velho que acha que levantando a voz vai conseguir a atenção de seus alunos durante suas extremamente insuportáveis aulas, quando na realidade ele não consegue levantar mais nada”. – ele leu em voz alta, fitando os papéis em mãos.


Amanda sentiu seu rosto queimar. Corou diante de tal situação. Aquilo não estava fazendo menor sentido. A única coisa que fora capaz de ouvir era o riso vindo por detrás dela. Não apenas um, mas vários. Vários risos debochados.


Virou-se para trás e viu que todos riam e apontavam. Mais distante, ao fundo da sala, avistou Rose.


Ela tinha uma pasta em mãos e um sorriso de satisfação no rosto.


Mas o mundo dera muitas e muitas voltas. Amanda prometera a si mesma, desde aquele ocorrido no colegial, que faria com que Rose pagasse por tê-la feito passar por toda aquela humilhação. Porém, sua vingança seria sutil. Jamais desperdiçara uma oportunidade de se divertir à custa da garota. Ainda mais depois que esta se tornara noiva de Alex Montini. E isto bastava para que Amanda aquietasse seu coração.


Para Amanda, o simples fato de Rose estar prestes a se casar com Alex era o suficiente para que ela pagasse pelo que fez.


Emitiu um sorriso em meio a tais pensamentos e voltou ao trabalho.


–--


Jodie não recebia qualquer visita ou ligação da parte de Frank Palmer há muitos e muitos dias. Começou a se perguntar se ele a estava evitando. Caso estivesse, Jodie estava determinada a tirar satisfações. Foi até a casa da família dele, mas seus pais disseram-lhe que Frank havia viajado, deixando claro que visitaria um amigo em uma cidade vizinha.


Jodie obviamente julgou tal situação demasiadamente estranha e confusa. Havia tentado entrar em contato com ele através de seu celular por incontáveis vezes. O telefone dele encontrava-se desligado. Pelo menos era isso o que ela ouvira toda vez que tentara falar com ele.


Voltou para sua casa com um aperto no coração. Sentia imensas saudades dele, por mais que não quisesse admitir para si mesma. Sem sombra de dúvidas não queria que ele saísse de sua vida da mesma forma que entrara: inesperadamente.


O envolvimento entre eles ocorrera anos depois da formatura na Harrison Brown Academy. Depois deste evento, muitos dos alunos mudaram-se para lugares diferentes e distantes. Todos em busca da universidade dos sonhos. Ou então, apenas tinham o desejo de aproveitar a vida enquanto ainda eram jovens. Jodie permanecera na cidade. Alugou um pequeno imóvel e começou a realizar seu sonho de tornar-se independente.


Sua independência, porém, lhe causara alguns problemas dos quais Jodie se negava a falar a respeito. No mesmo dia em que se mudara para sua nova casa, decidiu sair à noite para comemorar seu feito.


Seguiu até uma boate lotada da cidade e, pela primeira vez, bebera como se não houvesse o amanhã. Desfrutara de todos os copos que conseguira aguentar.


Foi então que um sujeito aproximara-se dela. Era alto, tinha cabelos castanhos ondulados e lustrosos que entravam em perfeita harmonia com seu ardiloso par de olhos verdes. Sua voz soava como um encantamento.


E aos olhos de Jodie ele se assemelhava a um anjo. Mas não um anjo qualquer. Um anjo da morte. Era sedutor e astuto, mas possuía uma perceptível graciosidade. Uma combinação perfeita.


Ele lhe falava com a inebriante voz, sussurrando ao ouvido dela enquanto lhe estendia discretamente a mão repleta de comprimidos de todas as cores.


Os olhos de Jodie brilharam.


As cores misturavam-se de forma desigual, porém amistosa, como um caleidoscópio convidativo que a chamava para as portas do paraíso. Era também esta a sensação que a voz do sujeito que lhe falava causava nela.


Sem hesitar, tomou posse de alguns dos comprimidos que ele lhe oferecia. Ele logo lhe estendeu outra mão, desta vez com um copo. Ela colocou os comprimidos para dentro da boca e tomou o copo da mão dele, virando-o em um só gole. O indivíduo abriu um sorriso encantador, deixando transparecer todo o seu deleite.


Jodie acordara na manhã seguinte em uma cama que não era sua. Em um quarto que não era seu. E aquela definitivamente não era a sua casa. Olhou para o outro lado da cama e viu que não estava sozinha.


Frank Palmer dormia profundamente. O ex-namorado de Emma. Instintivamente ela se censurou por ter agido de forma tão imprudente na noite anterior.


Deixando a realidade voltar à sua mente aos poucos, Jodie percebera então que era Frank o sujeito que lhe oferecera os comprimidos na noite anterior. A cabeça dela doía fortemente devido à ressaca.


Fez menção de se levantar da cama, mas notou que estava nua por debaixo do único lençol que cobria tanto seu corpo quanto o de Frank Palmer, que não fizera qualquer movimento desde que Jodie acordara.


Mas o que foi que eu fiz?


Ainda que aquela fosse a sua reação inicial, Jodie passara a frequentar aquela mesma boate todas as noites. E, ao contrário do que muitos achavam, ela não acordava em camas diferentes. Todas as manhãs se encontrava na mesma cama – cuja qual pertencia a Frank –.


O relacionamento anormal deles tivera tal início, e Jodie prometera a si mesma que não se deixaria levar por suas emoções. Como se enganara! Semanas mais tarde já não conseguia se imaginar sem ele.


Uma terrível angústia a dominava toda vez que se perguntava se Frank se limitava a dormir apenas com ela. Mesmo sabendo a resposta, Jodie negava-se a admitir que ele não pertencia à ela. Negava-se a deixá-lo ir, pois sabia que, uma vez que ele saísse de sua vida, ela voltaria a ser o que era antes.


A mesma garota sem-graça e desinteressante com quem ninguém quisera ir ao baile de formatura no último ano do colégio. Em nenhum momento sequer, Jodie levara em consideração que ele um dia fora namorado de Emma.


Logo Emma, que a tratara com tanto carinho e consideração.


Na realidade, Jodie decidira bloquear qualquer lembrança que tinha dela. Não queria que Emma fizesse parte de seu passado. Apagou-a para sempre de sua memória e seguiu sua vida. Já não importava mais se Frank havia ou não sido um bom namorado para Emma.


Era o presente que importava.


E Jodie estava segura de que o presente não poderia ser melhor do que aquilo.


Deitada em sua cama, fitando o teto, ela tentou telefonar para Frank mais uma vez. E mais uma vez, não obteve sucesso. O telefone dele permanecia desligado.


–--


– Tem certeza do que está fazendo? – Alex Montini se encontrava encostado ao batente da porta do quarto de Heather, enquanto ela arrancava roupas aos montes de seu armário, jogando-as nas malas em cima da cama.


– Tenho. – ela respondeu, tirando mais e mais roupas de dentro do armário, muito apressada.


– Bem, eu ainda acho que o mais prudente seria comunicar a polícia. Mas não entrarei em discussão com você.


Heather não respondeu, ocupada demais colocando todas as suas roupas nas malas que ela deixara abertas sobre sua cama. Ao retirar as últimas peças de roupa restantes no armário, ela notara algo. Havia um papel deixado no fundo deste mesmo armário.


Heather rapidamente pegou-o em uma das mãos e o observou com curiosidade. Parecia um envelope. Abriu-o com cautela e deste retirou um bilhete. Alex aproximou-se dela.


– O que diz? – inquiriu.


Ela não disse nada. Seus olhos estavam fixos no papel. Gentilmente, Alex tirou o bilhete das mãos dela.


“Pegue todas as suas coisas e siga com seu carro até a saída da cidade.”


As letras não eram manuscritas. Eram impressas. Impossibilitando que qualquer pessoa reconhecesse a caligrafia do autor daquele bilhete. Alex tinha plena certeza de que Heather não obedeceria às ordens dadas pelo desconhecido. Mas, para sua surpresa, estava enganado.


Heather virou-se e terminou de fechar as duas malas que se encontravam em sua cama. Levou cada uma em uma mão e fitou-o nos olhos.


– Não precisa me acompanhar. – afirmou ela.


– Eu não acredito que vai fazer o que estão pedindo. – ele se demonstrou profundamente indignado.


– Desculpe, mas não vejo alternativa.


– Querem matá-la, Heather. Será que não percebe? – por um instante, Heather pôde jurar que ele estava preocupado. – Você é uma ameaça para essa pessoa. E nós dois sabemos perfeitamente que tudo indica que esta mesma pessoa seja o assassino do Sr. Hatcher.


– E de Emma. – Heather completou, olhando para outra direção.


– Precisa pensar em outra forma de ajudar aquele sujeito.


Involuntariamente, Heather quase o repreendeu pelo modo como falava a respeito da única pessoa em quem ela realmente confiara desde então. Mas lembrou-se de que Trevor Williams também costumava chamar Alex de “aquele sujeito”, porém em tom totalmente diferente. Tom cujo qual Heather nunca soube interpretar da forma que deveria.


Seus pensamentos voltaram à realidade que estava vivendo. Ela optou por arriscar seguir as instruções da pessoa que lhe escrevera o bilhete.


– Você vem? – ela perguntou, olhando para ele mais uma vez. Alex ainda tinha o bilhete nas mãos e a fitava com receio.


– Heather... – os olhos dele voltaram a cair sobre o papel que segurava. – Por acaso, passou pela sua cabeça o fato de que a pessoa que lhe deixou este bilhete entrou em sua casa?


Heather naturalmente já havia pensado naquilo. Mas não dera a devida importância ao fato. Não se importava. Estava afundada em desespero. Todavia, não estava disposta a cruzar os braços e se lamentar. Queria agir. Tinha de agir. Olhou para Alex com indiferença e respondeu-lhe:


– Isto não importa. – ela fez menção de passar por ele, levando consigo suas malas, mas Alex a deteve.


– Estamos juntos nisso. – declarou em tom rude, porém determinado.


Heather levantou os olhos para fitá-lo e imaginou o quão bom ator ele estava sendo, caso fosse o assassino de Emma. Por mais inexpressiva que fosse a aparência dele, Heather sempre notara que Alex deixava as emoções transparecerem através de suas palavras. Propositalmente ou não, era isto o que ele fazia. Talvez estivesse tentando cegá-la com mentiras. Ou talvez ele estivesse – depois de anos – deixando que sua frieza se esvaísse, dando lugar ao que costumava ser quando ainda era possível ter Emma em seus braços.


De um modo ou de outro, Heather não se importava muito com aquilo. Não agora. Precisava desesperadamente de respostas. Ou melhor, de alguém que a pudesse guiar por aquele obscuro caminho constituído de mentiras e segredos nunca descobertos que a cercava por todos os lados.


Heather se deu conta de que esse alguém estivera com ela durante todos os momentos em que precisara clarear sua visão enquanto seguia por este caminho.


Esse alguém era Trevor Williams.


Mas agora esse mesmo alguém precisava que ela lhe retribuísse o favor. Precisava da ajuda dela.


Ela certamente o faria.


Mesmo que o preço a ser pago para concluir tal ato fosse alto.



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MÚSICA TEMA DO CAPÍTULO. ________________________________________________ Heather encontrava-se atrás do volante de seu carro. Sentiu a presença de alguém. Alex havia se colocado no banco do passageiro ao lado dela. Antes de partirem para a saída de Middletown, Alex pedira para que ela parasse em frente à casa dele, pois ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • ceeh Postado em 02/06/2014 - 21:48:29

    Sabe eu sinceramente adorei. A história é muito boa misturando tudo. Pensei até que o assassinato de Emma foi por Heather (nem sei escreve, repara não)e não entendi o porque de todos a adiarem daquele jeito. Eu mesma já me senti sozinha e muitas pessoas viraram as costas para mim mas eu nunca fiquei tão sozinha quanto Emma ficou. Ela criou uma segunda personalidade para se defender de tudo o que sofrera. Para não ser mais fraca. E como adorei tudo cada detalhe e como jogou com o leitor revelando alguns mistérios mas deixando outros ocultos. Gostaria muito de ler outra historias suas e finalmente li algo realmente bom. E você nem usou personagens famosos, sua historia é famosa e quem não leu só perdeu. De sua fã Ceeh.

  • ceeh Postado em 01/06/2014 - 14:19:15

    Aiin... Que web mais perfeita. Eu me senti como a própria personagem e você escreve bem demais. Por favor não abandone a história, eu já estou amando tudo nela principalmente os detalhes. Continue...


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