Fanfics Brasil - Capítulo XXIV - She's Not Me Fixed At Zero

Fanfic: Fixed At Zero | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Capítulo XXIV - She's Not Me

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MÚSICA TEMA DO CAPÍTULO.


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– Ainda há muitas perguntas em minha cabeça. – Heather bebericou um pouco do café que havia pedido ao garçom. – Emma está presente em minha vida desde que consigo me lembrar, mas... – olhou para baixo. – Eu não sei tudo sobre ela.


– Eu estou aqui para lhe dar todas as respostas que puder. – Alex respondeu acendendo o quarto cigarro durante aquela conversa.


– Vai acabar se matando se continuar fumando deste jeito. – asseverou ela, indiferente. Ainda assim, sentia-se profundamente incomodada com a fumaça.


– Bem, um dia todos nós vamos morrer, não é mesmo? – disse-lhe com ar sonhador e um sorriso no canto dos lábios.


Heather rolou os olhos e soltou um breve suspiro. A voz dele tornara a soar. Desta vez, em tom sério.


– O que quer saber a respeito de Emma?


– Na realidade, quero saber sobre esta cidade. A cidade na qual ela vivera durante toda a sua vida. – explicou ela. – Eu não sei, mas... Algo me diz que há alguma coisa errada com essa cidade. Com as pessoas que vivem aqui.


– Obrigado pela parte que me toca. – ironizou Alex dando uma tragada em seu cigarro.


– Não brinque comigo. – Heather estreitou os olhos para fitá-lo com seriedade.


– Eu não estou brincando, Heather. Longe de mim a intenção de fazer isto. – argumentou. – Se quer saber sobre a cidade em si, há uma pessoa que poderá ajudá-la e, embora eu quisesse muito que fosse, esta pessoa não sou eu.


– A quem se refere? – indagou ela com ansiedade.


– Ao padre Thomas. – respondera ele rapidamente.


Os olhos de Heather brilharam de curiosidade. Ela piscou firmemente antes de fitá-lo novamente. Não reconhecia aquele nome.


– Por que o julga capaz de me ajudar?


– Ele vive nesta cidade há vários anos. Sabe tudo a respeito dela. Conhece todas as pessoas que vivem aqui. E, obviamente, está a par de tudo o que acontece com elas.


– Onde posso encontrá-lo?


– Nossa Senhora de Czestochowa. – ele apagou o cigarro sobre a mesa. – É uma igreja. Talvez a mais velha de toda a cidade.


Heather guardou aquelas informações em sua memória instintivamente.


Nossa Senhora de Czestochowa. Padre Thomas.


– Tenho certeza de que ele poderá lhe dar qualquer informação sobre a cidade. Entretanto, não sei se ele será capaz de lhe dar informações pessoais a respeito de algumas pessoas.


– Por que não?


– É contra sua religião. – Alex disse com convicção. – Ainda mais se forem segredos ditos em confissão.


Heather o fitou com perplexidade. Por um instante se perguntou se Alex Montini era uma pessoa religiosa. Aquilo seria talvez a maior ironia de todas, se ele viesse a ser o assassino de Emma. Por fim, respirou fundo e terminou de beber seu café. Estava muito doce, mas Heather não se importou.


– Irei procurar por ele. – colocou-se em pé bruscamente, tomando posse de sua bolsa. – Vamos?


Ela olhava para ele na expectativa de que ele a acompanhasse mais uma vez. Alex levantou os olhos para encará-la, mas não se pôs em pé junto dela.


– Eu preciso falar com Rose. – explicou ele.


– Eu entendo. – Heather parecia desapontada por um momento. E Alex detestou a si mesmo por isso.


– Digo... É claro que estarei lá com você. Podemos nos encontrar em frente à igreja antes de você falar com o padre, se quiser. – ele sugeriu gentilmente.


– Tudo bem. – ela concordou lançando a ele um sorriso de gratidão. Deixando algumas notas sobre a mesa, Heather partiu da cafeteria deixando Alex para trás. Ajeitou-se no banco do motorista de seu automóvel e arrancou rumo à igreja de Nossa Senhora de Czestochowa. Ficou surpresa ao encontrar um prédio inteiramente moderno, com a fachada refeita em um estilo contemporâneo. Deixou seu carro estacionado logo em frente à igreja. Saltou para fora com sua bolsa em mãos, trancando as portas com seu pequeno controle.


Seguiu para a entrada da igreja em passos hesitantes. Olhou ao redor. As ruas pareciam vazias, o que era confuso, pois o céu ainda estava claro e a luz do sol irradiava o asfalto.


Uma súbita brisa vinda da direção do rio bateu em seus cabelos, fustigando seu rosto, fazendo-a sentir uma agradável sensação de alívio e liberdade.


Fechou os olhos e sorriu para si mesma. Mas seu sorriso se desmanchou em seus lábios em questão de poucos segundos.


O rio está tentando me enganar. Pensou. Não sou uma mulher livre. Estou presa aos meus próprios pesadelos.


Havia apenas uma saída para conseguir sua liberdade. E um dos passos a serem dados para se chegar àquela saída era procurar pelo padre Thomas. Desistindo de esperar Alex aparecer, Heather encarou as portas fechadas da igreja.


Pousou suas duas mãos sobre elas, abrindo-as lentamente, sem hesitar.


Deparou-se com uma igreja vazia. Escura. Repleta de bancos de madeira em tom envelhecido. O lugar exalava um desagradável cheiro de mofo.


Heather passou seus olhos por todos os cantos. Aparentemente o padre Thomas não estava ali. Ela avançou seus passos, seguindo para o grande corredor cercado pelos bancos. Olhando ao redor, Heather sentiu a incômoda sensação de que não estava sozinha. Levou ambas as mãos aos ombros, como se abraçasse a si mesma, ao sentir um gélido arrepio por todo o seu corpo.


Seguiu caminhando até o fim do longo e um tanto sombrio corredor, passando por todos os bancos da igreja.


– Padre Thomas? – ela chamou por ele.


Sua voz ecoou em resposta. Ao ouvir o som de sua própria voz, Heather sentiu uma estranha onda de angústia invadir sua alma.


Um riso soou, também ecoando. Inocente. Aterrorizante. Desconhecido. Heather virou-se para trás. Não encontrou nada. Nem ninguém.


O riso voltara a soar. Seu tom era infantil, porém melancolicamente aterrador. Olhou ao seu redor mais uma vez. Estava completamente sozinha. Ou pelo menosaparentava estar.


Então se perguntou de onde vinham aqueles risos. Seriam eles apenas frutos de seu desespero? Heather sentia-se confusa e ao mesmo tempo aturdida.


– Quem está aí? – arriscara perguntar. Ninguém lhe respondera. Ouviu o eco de sua própria voz pela segunda vez. O riso tornara a soar. Mais alto. E ironicamente mais alegre.


– Você não a trará de volta... – desta vez um sussurro soara no ambiente, ecoando. Ecoava também na mente de Heather. – Nada a trará de volta...


Heather começou a girar ao redor, procurando com os olhos a pessoa que articulava aquelas palavras.


– Os mortos não voltam... – dizia a inebriante e ameaçadora voz. Heather tentou seguir a direção do som, mas não conseguia ver ninguém. Não soube dizer de onde vinha aquela voz.


– Os mortos não podem voltar...


– Apareça! – exclamou Heather em tom muito alto. O eco seguido de sua voz tornara-se atormentador. – Apareça, desgraçado!


– Ela jamais voltará... – a desconhecida voz sussurrava suavemente, causando também um eco que se espalhava pelos quatro cantos da igreja. – Você sabe disto... Você sabe...


– Não! – protestou.


– Sabe o que aconteceu a ela naquela noite...


– Não! Não! – Heather levou ambas as mãos, cobrindo suas orelhas. Queria evitar aquelas agonizantes afirmações. Queria que elas parassem. Queria que a voz se calasse.


– Você sabe o que aconteceu...


– Pare! – suplicou. Lágrimas de desespero começaram a escorrer por suas faces.


– É por isso que ela escolheu você...


– Deixe-me em paz! – Heather descobriu-se gritando no meio da igreja vazia. Já não conseguia conter as lágrimas que escapavam incontrolavelmente de seus olhos. Ela girava ao redor, com as mãos cobrindo os ouvidos, seguindo o som com os olhos.


– A verdade... Você conhece a verdade, Heather... Você sabe o que aconteceu...


– Não! – gritava ela. Sentia-se arrebatada por uma imensa onda de desespero e angústia.


– Deixe-a ir, Heather... – a voz lhe sussurrava com suavidade. – Ou irá se juntar à ela.


Heather interpretara aquilo como uma ameaça. A última frase não havia sido um sussurro. Era, de fato, uma ameaça. A voz soara firme. Determinada. Convicta.


O riso voltara a soar. Mais alto. Mais estridente. Heather sentiu seus ouvidos arderem. Sua cabeça rodava. E o riso prosseguia. Olhou ao redor mais uma vez. O riso tornava-se cada vez mais insuportável de se ouvir. Era um verdadeiro tormento. Uma tortura.


De repente, viu as portas da igreja se fecharem. O estrondo das portas sendo fechadas ecoou por toda a igreja. Heather correu para as portas, desesperadamente tentando abri-las de novo. Mas era impossível. Pareciam trancadas por fora.


O medo começara a invadir Heather. Virou-se para trás. Sentiu sua boca secar. Seu coração batia descompassadamente. Seus olhos estavam arregalados, em busca de uma saída.


– Saia da cidade... – o sussurro tornara a invadir o ambiente. Heather já não suportava mais aquela frase. Tinha ouvido aquilo inúmeras vezes.


– Me deixe em paz! Me deixe em paz! – gritou em um apelo. Seus gritos podiam ser ouvidos do lado de fora.


– Heather! – ouviu seu nome do outro lado das portas. Virou-se para elas rapidamente, tentando abri-las. Inexplicavelmente, elas não se encontravam mais trancadas.


Ao abri-las, Heather se deparou com Alex Montini. Havia confusão em seus olhos e um desconhecido ao seu lado.


Seguindo seu primeiro impulso, Heather se lançou para ele, jogando os braços ao redor do pescoço dele, destroçada pelos soluços.


– Meu Deus, o que... O que houve? – o sujeito que ali se encontrava assemelhava-se a um padre.


Padre Thomas parecia confuso. Alex não respondeu, colocando os braços ao redor de Heather, aninhando-a contra si.


– Querem... Querem me enlouq... – ela encontrava-se incapaz de falar, tomada pelas lágrimas que não cessavam.


– Está tudo bem agora. – disse ele em tom baixo, tentando acalmá-la. Uma inesperada comoção pareceu abalar todo o seu corpo ao senti que Heather estremecia em seus braços.


Era frágil e agora estava completamente vulnerável, algo que Heather sempre evitara. E algo que Alex sempre tivera curiosidade em presenciar.


Mas vendo-a em tais circunstâncias, ele sentiu-se comovido e teve a impressão de não conseguir mais ocultar o que estava claramente óbvio. O que sentia em relação à Heather Stevens era algo muito próximo do que sentira há quinze anos. Sentimentos similares direcionados a pessoas diferentes.


A infeliz diferença era que jamais poderia segurar Emma nos braços novamente. Contudo, Heather estava mais próxima do que nunca. Bem ali.


Tremendo e soluçando como uma criança desesperada. Alex desejou que jamais pudesse soltá-la.


Que jamais pudesse deixá-la ir embora.


–--


A desconhecida voz masculina que tencionava soar ameaçadora parecia falar com alguém ao telefone. Ainda com os olhos vendados, dominado pela forçada escuridão, Trevor Williams voltara a si. Todavia, tentou não se agitar. Estava certo de que eles voltariam a drogá-lo assim que notassem que ele havia recuperado sua consciência. Manteve-se calado. Imóvel.


Com a cabeça pendendo para frente, ele tentou ouvir o que a voz dizia, mas os sons pareciam chegar distorcidos aos seus ouvidos. Como se fossem cortados no percurso. Sentiu que uma presença se aproximava cautelosamente.


– Sua garota tem coragem, doutor. – disse a voz em tom irônico. – Será uma pena ter de estragar aquele rostinho.


– Ouse encostar um dedo nela. – Trevor Williams levantou o rosto num gesto desafiador, tomado por uma fúria que até então não havia experimentado. – E se arrependerá do dia em que nasceu.


– Mas vejam só! – exclamou o sujeito, soltando uma gargalhada. – Parece que alguém acaba de acordar. Teve bons sonhos? – o tom de sua voz tornava-se mais irônico a cada palavra que articulava. – Aposto que sim. Ou vai negar que não sonha em tê-la em sua cama? – inclinou-se para se aproximar dele, falando-lhe em tom baixo. – Não negue que nunca imaginou como seria beijá-la, tê-la em seus braços e possuí-la como nenhum outro homem jamais o fez. – o desconhecido segurava-o pelo queixo, o forçando a ouvir suas provocações. – É... Eu posso imaginar... Tocar aquela pele tão suave e macia... Ela deve ser uma gata selvagem na cama, não é?


Trevor se desenvencilhou da mão que lhe apertava o queixo e cuspiu no rosto da pessoa que lhe falava de Heather naquele tom sujo. Ouviu o desconhecido soltar outra gargalhada.


– Tudo bem. – disse. – Você pediu por isso.


O indivíduo voltou a soltar um dos braços dele, injetando-lhe algo que fez com que Trevor voltasse a se sentir ainda mais sonolento. Sua cabeça girava sem parar. Já não conseguia manter seus olhos abertos.


Sentiu todo o seu corpo pesar para os lados. Sua cabeça doía violentamente. De modo involuntário, tentando lutar contra os efeitos da droga que haviam lhe injetado, Trevor Williams voltara a adormecer chamando por Heather.


–--


Alex Montini explicara ao padre Thomas que voltaria para falar com ele o mais breve possível. Preocupado com Heather, ele a colocou no carro. Tomou a liberdade de guiar o carro dela com a própria sentada ao seu lado, no banco do passageiro. Heather ainda sentia-se incapaz de falar, de explicar o que havia acontecido naquela igreja.


Em silêncio, ela parecia observar algo pelos vidros do veículo. Sentiu o automóvel parar. Alex desceu do mesmo, dando a volta e abrindo a porta para que ela também descesse do carro. Estendeu-lhe uma mão e colocou-a de pé. Com muita cautela, ele a conduziu para dentro de uma casa.


Não demorou muito para que Heather percebesse que estava na casa dele. E pelo que pôde notar, não havia mais ninguém presente.


– Acho que tiveram de sair. – comentou Alex.


Segurando-a pela mão, ele lentamente a guiou pelas escadas. Chegaram ao seu quarto e Alex colocou-a sentada na beira de sua cama. Consequentemente ele se sentou na poltrona ao lado e pôs-se a fitá-la.


– O que houve, Heather? – inquiriu.


Heather mantinha-se cabisbaixa. Suas mãos começaram a tremer. Possuía um aspecto perturbador. Sua voz saíra como um sussurro estrangulado quando disse:


– Não aguento mais...


– O que lhe fizeram? – ele se inclinou para frente e tomou ambas as mãos dela entre as dele. – Diga-me.


– Vão acabar me enlouquecendo...


– Não. – Alex fitava-a nos olhos, procurando uma forma de acalmá-la. – Ei... Não se preocupe. Eu estou aqui.


– Querem me destruir. – ela ainda falava em voz baixa. Seus olhos estavam amedrontados e ela começara a suar frio. – Como fizeram a Emma.


– Nada lhe acontecerá. – Alex se aproximou dela, depositando-lhe um beijo na testa. Heather sentiu todo o seu corpo se abalar, como se recebesse uma súbita descarga elétrica.


Levantou os olhos para encará-lo e viu que ele lentamente aproximava seu rosto do dela. Sem deixar de fitá-lo nos olhos, Heather pôde sentir a respiração dele colidir contra a sua.


Alex esperava que ela tomasse a primeira ação, mas ela certamente não o faria. Entretanto, o magnetismo cumpriu o seu papel e Alex se aproximou ainda mais, até que seus lábios pudessem tocar os de Heather. Ele a beijou intensamente, vendo-a corresponder colocando os braços dela em seus ombros.


Pousou as mãos sobre a cintura dela, enquanto ela deixava-se cair sobre a cama, puxando-o para si. Inclinado sobre o corpo de Heather, Alex apressou-se em tirar a camisa e jogá-la em qualquer canto do quarto. O olhar de Heather caiu imediatamente sobre ele, admirando seu corpo de músculos rijos enquanto ele apressadamente se livrava do restante de suas roupas.


Ainda posicionado sobre o corpo dela, Alex tomou uma das mãos dela e pousou-a sobre seu coração, fazendo-a sentir seus batimentos acelerados.


– Você consegue sentir isso? – perguntou ele num sussurro. – Isto é o que você trouxe de volta à minha vida.


Heather não pôde responder. Do caloroso desejo de segundos atrás, ela agora transitava para a angústia que a invadia aos poucos. Alex tornara a se inclinar sobre ela, beijando-a enquanto descia as mãos para as pernas dela, apertando e arranhando.


Sentiu que ele lentamente subia as mãos por debaixo de seu vestido, tencionando despi-la com muita calma. Contudo, Heather ainda ouvia a frase que ele acabara de lhe dizer. Ela ecoava repetidamente em sua mente.


Isto é o que você trouxe de volta à minha vida.


E então lembrara-se das palavras que lhe sussurraram na igreja.


Você não a trará de volta... Nada a trará de volta...


Ela voltou à realidade do momento que vivia ao sentir as mãos de Alex lhe arrancar o vestido cuidadosamente, seguido da única peça que vestia por debaixo do mesmo. Sentiu os lábios dele deixando um rastro de beijos por toda a extensão de seu corpo, o que deveria causar nela sensações cujas quais ela ainda não conhecia. Ou não se lembrava.


Mas ao contrário disto, Heather sentia-se friamente indiferente. Entorpecida. Tudo o que sentia naquele momento era o terrível peso da culpa cair sobre sua cabeça. Remorso. Agonia.


Nada a trará de volta...


A voz ainda soava em sua mente. Nítida.


– Eu quero você, Heather... – Alex sussurrou-lhe ao ouvido e, com o corpo formigando de desejo, fez menção de penetrá-la suavemente.


Antes que ele pudesse concluir seu feito, Heather erguera os olhos para encará-lo. Subitamente, foi como se algo a projetasse para dentro de um túnel infinito. Um túnel constituído por vozes e imagens. Todas mescladas. Confusas. Impossíveis de se distinguir umas das outras.


Cenas vieram à sua cabeça em extrema velocidade. Como um filme sendo avançado por um controle remoto.


_________________________________________________


O corpo de Emma coberto de feridas... Cortes... Queimaduras... Outro corpo encontrava-se sobre o dela. Tinha a intenção de machucá-la... Humilhá-la... Vozes soavam ao redor da cena... Rindo. Debochando.


Os gritos desesperados que não foram ouvidos.


As lágrimas de terror escorrendo de seus olhos completamente inchados devido às pancadas que levara.


Repentinamente, Emma virara o rosto para um dos lados. Seus olhos se encontraram com outros olhos. Sua voz soou como um gemido sofrido enquanto um corpo desconhecido a violava com brutalidade e os outros ao redor se divertiam com o que viam.


Ajude-me, Heather...


_________________________________________________


– Não! – protestou Heather, assim que sua essência voltara ao seu corpo. Seu grito soara alto. Tão alto que Alex a fitou com os olhos arregalados, numa expressão de surpresa e espanto. Ela ficou em pleno silencio, sem mover um único músculo, olhando para ele. – Não... – murmurou.


– Meu amor, eu prometo não machucá-la. – ele tentou argumentar.


Heather sentiu que a agonia que antes percorria por seu corpo agora a sufocava por completo. Sentia-se totalmente incomodada com as circunstâncias nas quais se encontrava.


Ela não respondeu.


Interpretando aquele gesto da maneira errada, Alex afastou-se dela. Heather sentou-se na cama procurando por suas roupas que se encontravam misturadas aos lençóis. Procurou também por seu juízo, que certamente havia se perdido pelo caminho.


– D-desculpe. – balbuciou ela.


Alex ainda estava sentado na cama, de costas para ela. Parecia completamente frustrado. Respirou fundo e se virou para olhá-la.


– Está tudo bem. – garantiu ele. – Não se preocupe.


Heather vestiu-se com pressa e colocou-se em pé. Olhou para ele mais uma vez, sentindo um remorso quase tão grande quanto o qual sentiria caso tivesse se deixado levar por suas emoções minutos atrás.


Sem dizer mais nenhuma só palavra, Heather virou-se e se retirou do quarto. Desceu as escadas e saiu pela mesma porta pela qual havia entrado com Alex.


Avistou seu automóvel e caminhou até ele, abrindo a porta e se colocando no banco do motorista. Respirou fundo, passando as mãos pelos cabelos. Estava segura de que havia feito a coisa certa. Estivera prestes a cometer um erro. Uma traição à memória da garota que havia lhe designado para ajudá-la a encontrar a paz.


Estava agora certa de que quase vivera um momento que não pertencia à sua vida. Um amor que não era seu. Mas então o que lhe pertencia? Heather contava com toda a fortuna deixada pelo falecido esposo. Isto era tudo.


Ela não possuía lembranças de seu próprio passado. Tampouco uma família. Foi quando ela se deu conta de que estava completamente sozinha.


Agora compreendia perfeitamente como Emma se sentira dias antes de seu assassinato.


Solitária.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • ceeh Postado em 02/06/2014 - 21:48:29

    Sabe eu sinceramente adorei. A história é muito boa misturando tudo. Pensei até que o assassinato de Emma foi por Heather (nem sei escreve, repara não)e não entendi o porque de todos a adiarem daquele jeito. Eu mesma já me senti sozinha e muitas pessoas viraram as costas para mim mas eu nunca fiquei tão sozinha quanto Emma ficou. Ela criou uma segunda personalidade para se defender de tudo o que sofrera. Para não ser mais fraca. E como adorei tudo cada detalhe e como jogou com o leitor revelando alguns mistérios mas deixando outros ocultos. Gostaria muito de ler outra historias suas e finalmente li algo realmente bom. E você nem usou personagens famosos, sua historia é famosa e quem não leu só perdeu. De sua fã Ceeh.

  • ceeh Postado em 01/06/2014 - 14:19:15

    Aiin... Que web mais perfeita. Eu me senti como a própria personagem e você escreve bem demais. Por favor não abandone a história, eu já estou amando tudo nela principalmente os detalhes. Continue...


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