Fanfics Brasil - Capítulo VIII - This Is The House That Doubt Built Fixed At Zero

Fanfic: Fixed At Zero | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Capítulo VIII - This Is The House That Doubt Built

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MÚSICA TEMA DO CAPÍTULO.


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A primeira noite de Heather na casa que pertencera à Emma e seu avô fora tranquilamente normal. Ela decidiu que começaria com a limpeza no dia seguinte.


Durante sua primeira noite na casa, deixara uma chaleira com água fervendo no fogão da cozinha enquanto sentava-se no sofá da sala. Não era o tipo de móvel com o que se habituara durante os três meses que vivera como a Sra. Stevens.


Charles Stevens morrera dois meses depois que eles assinaram os papéis, deixando para trás, não somente toda a sua fortuna, como também um grande vazio na vida de Heather.


Sendo oficialmente a única herdeira de Stevens, Heather estava ciente de que era isso o que ele planejara quando decidira pedi-la em casamento. Sabia que ela viria a precisar de dinheiro e segurança para executar todos os planos guardados em sua mente. Usando o sobrenome de seu falecido marido, e, com uma invejável conta bancária, Heather mudou-se para Middletown dias depois do funeral – como Charles Stevens lhe pedira –.


Ela estava agora sentada no sofá da sala, relembrando o último dia em que se falaram.


O último dia de vida dele.


Ele já se encontrava em estado crítico. Pedira aos médicos que o deixassem viver seus últimos dias em sua própria casa, deitado em seu leito. Heather se encontrava ao seu lado, sentada em uma poltrona.


– Aproxime-se. – ele pediu, esforçando um sorriso.


Heather inclinou-se para contemplá-lo, com uma expressão de preocupação em seu rosto. Tomou-lhe a mão com ternura.


– Por favor, não fale.


– Heather... – fez uma pausa para respirar fundo. – Eu quero que termine sua missão. Quero que faça o que tem de fazer.


Ela o olhava sem esconder sua tristeza. Charles segurou-a pelo braço, fitando-a nos olhos.


– Precisa ir até o fim... Precisa... Acabar com este pesadelo. – as palavras custavam a sair, a respiração estava entrecortada. – Entenderá o que aconteceu, Heather... Descobrirá toda a verdade...


Heather fez um imenso esforço para conter suas lágrimas.


Charles Stevens falecera minutos mais tarde.


À pedido do mesmo, um advogado procurara Heather para a leitura do testamento no dia seguinte. Stevens lhe deixara absolutamente tudo.


Heather preparara tudo para partir para Middletown em poucos dias. Decidida a comprar a residência que um dia pertencera à família de Emma, ela contatou um agente imobiliário da cidade. Combinaram uma data. A data em que Heather conheceria tanto a cidade quanto o imóvel.


Durante estes três meses ela aprendera muito. Com a vida e com Charles Stevens. Via-o como um pai. O pai do qual não se lembrava. O pai que, talvez, ela jamais realmente chegara a conhecer.


Heather McLean – agora Heather Stevens – causara uma sensação gigantesca desde a sua chegada à pequena cidade de Middletown. Seu luxuoso carro negro chamara a atenção de, pelo menos, metade dos simples habitantes.


Ouviu a chaleira apitando, fazendo-a se lembrar de que ela deixara água fervendo na cozinha. Levantou-se do sofá e seguiu para o fogão, com intenção de terminar seu chá.


Jodie Adams saiu do banheiro depois de uma relaxante hora debaixo do chuveiro. Com o corpo envolto em uma toalha azul, ela entrou em seu quarto e checou seu celular. Nenhuma ligação ou mensagem. Soltou um suspiro, zangada. Assim como ela previra, Frank não entrara em contato com ela. Já estava começando a sentir-se incomodada com aquele tipo de relação que ocorria entre eles. Jodie queria um relacionamento sério. Afinal, já estavam juntos há um bom tempo. Mas, claramente, Frank Palmer não estava disposto à dar seriedade àquele relacionamento. Viam-se regularmente e, em todas as festas em que se encontravam, ela sempre acordava ao lado dele na cama. Mas aquilo já estava se tornando uma rotina. Uma rotina da qual Jodie não gostava nem um pouco.


Ela queria uma mudança e queria isso o mais breve possível. Já não eram mais adolescentes que tinham sua idade como desculpa para adiar suas responsabilidades.


Perdida em meio à seus pensamentos, Jodie vestiu-se e enfiou-se debaixo das confortáveis cobertas de sua cama. Fechou os olhos, tencionando dormir. Entretanto, assim que cerrou seus olhos, ouviu um estranho ruído vindo de sua cozinha.


Imaginou que, talvez, fosse algum de seus eletrodomésticos, mas o som tornara a surgir no ambiente, deixando Jodie em dúvida. O som soou novamente. Mais uma vez. E outra. Jodie levantou-se de sua cama, vestindo seus chinelos.


Caminhou na direção do corredor e, ao olhar para o chão à sua frente, se deparou com uma pequena poça d’água.


Com ar de perplexidade, ela olhou mais adiante. Não se tratava apenas de uma poça, mas sim de um rastro de água que seguia para a cozinha.


Jodie dirigiu-se para a cozinha, seguindo o rastro de água que se estendia por todo o corredor.


Com as pernas trêmulas devido ao nervosismo, Jodie parou no final do corredor e levou a mão ao coração, tentando comprimir as batidas. Estava hesitante, receosa do que poderia encontrar. À custa de um esforço imenso, saiu do terror que a prendia no lugar.


Estava ali. Logo à sua frente. Com um vestido verde-claro completamente encharcado e sua pele pálida como cera. As gotas de água pingavam de seu vestido, despencando ao chão. Jodie sentiu como se sua audição estivesse mais aguçada.


Ela ouvia cada gota de água cair ao som de um glorioso splash. O tempo cessara. Ambas frente à frente. Seus olhos fixados nos de Jodie, causando nela uma onda de repulsão. O tempo retornou ao corpo de Jodie.


Ofegante, ela encheu seus pulmões famintos por oxigênio, voltando de seu transe. Fechou os olhos até que sua respiração voltasse ao normal. Ao abri-los, percebeu que estava sozinha. Não havia mais ninguém.


Somente ela.


Ouvindo o som de gotas d’água, Jodie instintivamente virou-se para o lado, se deparando com a torneira da pia gotejando. Aproximou-se, fechando a torneira. Soltou um suspiro num misto de alívio e pavor.


O que acontecera ali fora como um pesadelo e haveria de acabar depois de uma longa noite de sono. Jodie seguiu de volta para sua aconchegante cama, deixando seus pensamentos de lado.


No dia seguinte, à tarde, após passar a manhã inteira limpando sua nova casa, Heather partiu rumo ao centro da cidade. Com uma bolsa de couro preta e alguns papéis em mãos, vestindo calças compridas e um belo suéter, ela seguiu caminhando pelas imperturbadas ruas de Middletown. Foi à um estabelecimento, onde não ficara por mais de cinco minutos.


Em seguida, voltava para sua casa com mais um pequeno monte de papéis em mãos.


Estava distraída e, por isto, não seu deu conta do que realmente acontecera ao sentir que algo – ou alguém – a derrubava no chão. A colisão de sua cabeça contra o concreto da calçada fora leve, mas causara-lhe uma forte vertigem assim que abrira os olhos.


– Perdão. – uma voz ecoou estridente nos ouvidos de Heather, causando-lhe uma breve dor de cabeça. Ela levantou os olhos. Quando conseguiu finalmente coordenar suas ideias, Heather encarou o sujeito que a tinha derrubado.


Ali, parado à sua frente, lhe estendendo uma das mãos. Tinha uma expressão demasiadamente severa em seu rosto, um olhar carregado e obscuro que fez com que Heather levasse segundos a mais para fitá-lo. Por fim, sem dizer nada, ela agarrou-lhe a mão e colocou-se em pé, limpando seu jeans de caimento perfeito.


– Tudo bem? Espero que não chame a polícia. – ironizou o indivíduo. Deu um sorriso sem jeito e parecia esperar que ela respondesse.


– E-eu... Sim, estou bem. Está tudo bem. – ela afirmou. Olhou para suas mãos e percebeu que ainda segurava seus papéis com firmeza. Porém, os papéis agora se encontravam encharcados. Ela não notara a pequena poça d’água ao lado da calçada onde caíra.


– Eu sinto muito. – o indivíduo voltara a falar. – Eram importantes?


Ela soltou um curto e abafado riso de lamentação.


– Apenas cópias. Acabei de tirá-las.


– Pois deixe-me resolver isto agora mesmo. – tirou os papéis molhados das mãos dela com gentileza. – Vou ver se ainda posso recuperá-las para você.


– Olha só – ela o interrompeu. – Isto não vai ser necessário. Eu posso tirar novas cópias. Não há problemas.


– De forma alguma. Eu insisto.


– Não creio que consiga recuperá-las. – disse ela com fé, olhando para os papéis nas mãos dele.


– Bem, não há desafio que eu não aceite. – declarou, confiante. – Não a tinha visto antes.


– Acabo de me mudar.


– Então é você a pessoa de quem todos estão falando...


– Como?! – de repente, seu tom de voz mudara. – As pessoas estão falando de mim?


Heather parecia surpresa.


– Obviamente. – ele respondeu. – Você é a nova atração da cidade.


Ela levantou as sobrancelhas em uma expressão irônica e não disse nada.


– Se me permite, vou levar seus papéis comigo. Prometo trazê-los em perfeito estado, como estavam antes do nosso pequeno incidente.


Heather passou a mão pelos cabelos dourados, tocando sua nuca, que agora latejava fortemente.


– Tudo bem. – ela concordou. – Faça como bem entender.


– Desculpe. Não creio que esta tenha sido a forma mais adequada de se receber uma nova habitante na cidade. – Inesperadamente, ele estendeu-lhe uma de suas mãos. – Sou Alex. E, se quer um conselho, compre uma aspirina. A dor de cabeça que está por vir depois daquela pancada vai ser insuportável. Experiência própria.


– Ah – ela lançou para ele um olhar sarcástico, ignorando seu gesto. – Então não sou a primeira pessoa que você ataca no meio da rua.


– Eu realmente peço desculpas. Não era minha intenção. Estou... – fez uma pausa e tirou a mão estendida da frente dela. – Estava atrasado para uma entrevista de emprego.


– Pois é, parece que o universo realmente conspira. – ela comentou. – Perdi meus papéis e você, o emprego. – ela verificou se os objetos dentro de sua bolsa ainda estavam intactos mesmo depois da queda, e fez menção de se afastar em passos rápidos.


– Ei, espere. – Alex a chamou de volta. Ela virou-se para ele. – Como faço para lhe devolver os papéis depois?


– Saberá onde me encontrar. – respondeu. – Afinal, eu sou a nova atração da cidade.


Afastando-se rapidamente, Heather o deixou para trás sem sequer dizer o seu nome. Estava certa de que ele jamais recuperaria aqueles papéis. Por este motivo, não hesitou em permitir que ele os levasse consigo. De fato, aqueles papéis eram de grande importância.


Heather juntara tópicos de fragmentos de antigos jornais publicados em Middletown, em datas próximas da noite em que Emma fora assassinada. Encontrara tudo na internet. Porém, ficara surpresa ao saber que apenas uma ou duas pequenas matérias haviam sido publicadas à respeito do caso.


Evidentemente a polícia desistira da investigação muito antes de fazer qualquer esforço para realmente entender o que ocorrera naquela noite. Ninguém se importava. Assim como ninguém se importara com Heather enquanto ela estivera trancafiada por intermináveis anos na Jones & Johnson.


Talvez fosse este o motivo pelo qual Emma a escolhera. De um súbito, lembrou-se das palavras de Charles Stevens:


Alguns espíritos se afeiçoam à certas pessoas.


Emma afeiçoara-se à Heather porque, de alguma forma, havia uma similitude entre suas almas. Ambas haviam sido esquecidas, deixadas para trás...


Heather seguiu caminhando na direção de sua mais nova moradia quando parou bruscamente, colando suas costas ao tronco de uma árvore. Ela não esperava encontrá-lo tão repentinamente. Não naquela cidade.


Desencostando sua cabeça da árvore, Heather espiou pelo canto de seus olhos e concluiu que era mesmo quem ela julgava ser. No banco do motorista de um automóvel cinza escuro, Trevor Williams esperava atentamente o semáforo à sua frente esverdear um de seus sinais.


Heather o observava à distância, atônita. Sua primeira reação foi pensar na Jones & Johnson. Os solitários dias e noites que passara naquele lugar. O tormento de viver enjaulada e a terrível sensação de que aquele pesadelo infernal jamais teria um fim. Heather não voltaria para aquele lugar. Não deixaria que a levassem de volta.


O sinal abriu. Ela viu-o guiando para longe e sentiu um alívio imediato. Mas logo voltou a sentir-se angustiada. Algo estava errado. Havia um motivo para ele estar naquela cidade.


Estão atrás de mim.


Sem pensar duas vezes, Heather correu na direção de sua casa.


Alex Montini seguiu para uma copiadora no centro da cidade. Informou o atendente sobre o que acontecera minutos atrás. O sujeito dissera-lhe que não havia nada que se pudesse fazer para recuperar os documentos.


Persistente, ele decidira levar os papéis consigo para sua casa, até se decidir o que faria com eles. Seguiu até uma pequena residência do outro lado da cidade. Entrando na casa, passou pela sala vazia e escura. Estava certo de que todos estavam dormindo. Subiu para seu quarto e depositou os papéis sobre sua escrivaninha, acendendo a luminária.


Tirou o telefone do bolso de sua calça e verificou se havia alguma chamada. Virou-se para a escrivaninha novamente. Encarou os papéis e emitiu um riso breve ao lembrar-se do que lhe ocorrera naquele dia. Abanou a cabeça e fez menção de dirigir-se para sua cama, onde dormiria por, pelo menos, até a tarde do dia seguinte.


Mas algo fez com que voltasse sua atenção para os papéis, agora secos.


Iluminadas pela luz da luminária na mesa, as páginas refletiam pequenas letras impressas. Alex aproximou seus olhos. As letras estavam borradas, mas ainda se encontravam legíveis. Seus olhos transitaram pela primeira folha de papel que se encontrava sobre as outras. Pararam de se mover assim que reconheceram um nome familiar.


Um nome que, assim que fora reconhecido pelos olhos de Alex, causou-lhe um terrível aperto no peito.


Emma Connors.


Um sentimento de amargura tomou conta dele. Depois, a suspeita.


Ele perguntou-se o que aquela mulher fazia com aqueles papéis, se ela teria algum interesse em Emma. Desejava que fosse apenas um mal entendido.


Decidiu que resolveria isto o mais breve possível.


Antes que ela começasse a causar problemas.


 



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • ceeh Postado em 02/06/2014 - 21:48:29

    Sabe eu sinceramente adorei. A história é muito boa misturando tudo. Pensei até que o assassinato de Emma foi por Heather (nem sei escreve, repara não)e não entendi o porque de todos a adiarem daquele jeito. Eu mesma já me senti sozinha e muitas pessoas viraram as costas para mim mas eu nunca fiquei tão sozinha quanto Emma ficou. Ela criou uma segunda personalidade para se defender de tudo o que sofrera. Para não ser mais fraca. E como adorei tudo cada detalhe e como jogou com o leitor revelando alguns mistérios mas deixando outros ocultos. Gostaria muito de ler outra historias suas e finalmente li algo realmente bom. E você nem usou personagens famosos, sua historia é famosa e quem não leu só perdeu. De sua fã Ceeh.

  • ceeh Postado em 01/06/2014 - 14:19:15

    Aiin... Que web mais perfeita. Eu me senti como a própria personagem e você escreve bem demais. Por favor não abandone a história, eu já estou amando tudo nela principalmente os detalhes. Continue...


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