Fanfic: Sete Demônios | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass
– Missão incompleta, Ellie. – por detrás de uma mesa de escritório improvisada em um dos cômodos da grande e antiga construção usada como sede da organização, Vincent Hurst contemplava a garota com ar sábio.
– E-eu... Eu não pude... – balbuciou ela. Em seu nervosismo, sua voz saíra trêmula. Estava sentada em frente ao homem que possuía o “cargo” mais alto naquela divisão da Fraternidade. – Eu não a conhecia... Não podia fazer aquilo...
James Braxton, parado em pé ao lado dela, emitiu um riso curto e quase imperceptível, sem deixar de demonstrar seu sarcasmo habitual. Hurst enviou um sinal com os olhos para que Braxton se limitasse a manter-se calado durante a explicação da jovem.
– Não se preocupe em explicar-se. Eu a compreendo perfeitamente. – Vincent fez um gesto com as mãos para que ela se acalmasse. Seu tom era compreensivo e gentil. – Mas espero que tenha tirado uma boa lição disto, querida.
– Eu... Eu não estava realmente pronta, não é? Eu me precipitei... – a garota estava afundada em sua própria vergonha.
– Bem, todos têm o direito de errar pelo menos uma vez na vida.
– Não posso fazer isto, Sr. Hurst. – declarou erguendo os olhos. – Não sou uma assassina. Jamais serei uma.
– Isso não é algo que você pode simplesmente ignorar ou fingir que não existe. – Vincent Hurst explicou, tornando-se subitamente muito sério. – Está em seu sangue.
– Mas... Eu não...
– Não necessariamente por causa desse fato. – interveio James Braxton com voz autoritária, esbanjando convicção. Ellie virou o rosto e fitou-o, atenta. – É uma questão de instinto.
– James, por favor... – Vincent suplicou para que ele não sobrecarregasse a jovem esposa com suas desaprovações. Mas ele ignorou o homem, prosseguindo:
– Se tivesse o assassino de seu pai em sua frente, – olhou profundamente nos olhos dela, como se tencionasse invadir sua mente sem hesitar. – O que faria? Certamente você o atacaria, não?
– E-eu... Eu não sei... Creio que...
– Sem hipocrisia. – interrompeu-a. – Você o mataria com suas próprias mãos. Faria justiça.
– Ellie já aprendeu sua lição. – Hurst introduziu-se na conversa novamente. – Deve descansar. Amanhã terá mais um dia de treinamento.
Ellie suspirou sentindo o peso do mundo sobre suas costas.
– Prosseguirá com o treinamento. Se sairá bem, Ellie. Acredito em você.
Ela julgou que devesse tomar aquilo como um incentivo. Mas não fazia muita diferença. Não almejava de forma alguma tornar-se uma assassina, tampouco seguir com os ensinamentos dados pelos poucos membros que conhecera até então naquela organização. Levantou-se da cadeira, pronta para se despedir de Vincent e se retirar da sala. Viu-o lhe estender uma das mãos e cumprimentou-o, calada.
– Anime-se, Ellie. Tudo se encaixará muito em breve. – afirmou ele. A garota forçou seus lábios a arquearem em um leve sorriso. Começou a caminhar para fora da sala improvisada, com a cabeça latejando. Hurst certificou-se de que ela não estava mais por perto e esticou a mão para James, esperando o cumprimento que veio em seguida. Puxou-o para perto, forçando-o a ouvi-lo.
– Não seja tão duro com ela. Ainda há tempo para que ela evolua.
– Aceito de muito bom grado, ou, talvez, apenas por respeito, as ordens que me são dadas aqui, na Fraternidade. – Braxton respondeu em tom falsamente respeitoso. – Mas não vou aceitar que tente comandar minhas ações fora daqui.
– Estou apenas lhe pedindo para que...
– Pedido negado. – respondeu. – Ela nunca saberá como lidar com os problemas futuros se continuarem mimando-a como uma garotinha.
– Certo. – Vincent concordou. – Não vou entrar em discussão.
– Ótimo. – James virou-se e se afastou dali sem olhar para trás. Vincent Hurst soltou um riso e balançou a cabeça.
Seguindo para o automóvel parado em frente ao antigo prédio, Ellie ajeitou-se no assento do passageiro, vendo James sentar-se ao seu lado sem dirigir-lhe qualquer palavra.
– Não sei se quero continuar. – ela disse antes que pudesse filtrar suas palavras. Palavras que ficaram pairando no ar, invadindo todo o ambiente. O silêncio seguinte fora insuportável, mas este não durara muito.
– Você não tem escolha. Lamento informar. – James encaixou uma chave na ignição de seu veículo.
– Como não? – indignou-se, se virando para ele.
– Se não agir juntamente a nós, teremos de nos preocupar em protegê-la. É necessário que proteja a si mesma. Assim poderemos nos focar no que realmente importa. – emitiu uma pausa. – Descobrir quem é o traidor que assassinou seu pai, manchando toda a Fraternidade.
– Como sabe que se trata de alguém de dentro da Fraternidade? – a curiosidade de Ellie a invadiu de modo descomedido. – Por que não um daqueles que vocês dizem que estão atrás de mim?
James Braxton deixou escapar uma penosa gargalhada.
– Aquelas almas tão imaculadas e puras jamais cometeriam homicídio, condenando a si mesmas para o Inferno. – respondeu. – Seu caso, no entanto, é diferente. Não querem apenas matá-la. Querem colocá-la no holocausto, oferecendo-a como sacrifício. Assim sendo, impedirão a profecia de se cumprir.
– É muita informação. – a cabeça de Ellie agora latejava violentamente. – E eu realmente não consigo ligar tantos fatos.
– Evidentemente. – ele ainda sorria amargamente diante de tanta ingenuidade. – Mas, de qualquer forma, não pode dar as costas ao seu destino.
– Não é o destino que eu visava ter.
– Tenho certeza de que não dirá isto uma vez que se torne aquilo que todos nós estamos esperando para ver.
Ellie abaixou a cabeça, suspirando. A insistência unânime que vinha de todos ao seu redor a deixava sufocada. A voz de James tornou a soar, dessa vez em tom diferente.
– Você crê na justiça, suponho eu. – esperou que ela respondesse, mas Ellie limitou-se a um aceno positivo com a cabeça. – E, bem, existem vários tipos de justiça. A do homem, a de Deus... – levou uma das mãos até a própria nuca, afastando os cabelos castanho-claro de sua pele. – Ou até mesmo a do diabo.
A repulsa e o espanto invadiram Ellie rapidamente, assim que vira o que ele escondia por debaixo dos cabelos. A pele nitidamente chamuscada envolta do formato de um único número. Sete. O algarismo estava delineado por cicatrizes avermelhadas que pareciam ter sido deixadas ali há muito tempo. Fixou os olhos no que via, surpresa. Não pediu por uma explicação, mas esta veio sem que ela a requisitasse.
– Acredite. Nem sempre eu desejei estar metido nisto. – James afastou a mão dos cabelos, permitindo que a cicatriz tornasse a se esconder de forma completamente discreta. – Mas é um tanto difícil tomar a coragem necessária para abandonar seu próprio destino. – sorriu de canto. Um sorriso amargo. – É impossível. Principalmente se forçam você a se recordar disto todos os dias, a todo o momento.
Ellie não compreendeu de imediato. Ele notou a expressão confusa que fazia os olhos dela brilharem em curiosidade.
– Você teve sorte, Ellie. – disse. – Era assim que seu pai a chamava, não?
Ela fez menção de abrir os lábios para responder, mas ele rapidamente continuou:
– Ele fez o que pôde para mantê-la fora disso tudo. Meu pai, entretanto... – suas palavras cessaram ao lembrar-se de uma passagem de sua infância.
De alguma forma, depois da morte dos pais, James conseguira bloquear as lembranças do passado. Sabia que aquelas lembranças o enfraqueceriam uma vez que pensasse nelas. Aquela era a primeira vez em muitos anos que se permitira vasculhar suas próprias memórias.
Tinha dez anos. Vivia com os pais em uma clássica e sofisticada propriedade em Abingdon, na Inglaterra. As terras pertencentes à sua família eram cercadas por muros acinzentados e muito altos, de modo que qualquer um que passasse em frente à propriedade não conseguiria ter qualquer visão do que se passava do lado de dentro.
O que se passava do lado de dentro, de fato, não era nada agradável.
Demasiadamente inflexível e severo, Angus Braxton jamais hesitara em lembrar o filho mais velho qual era a sua missão. Seu maior objetivo. Desde o dia em que a esposa dera à luz, o homem prometera a si mesmo que o filho o substituiria na organização que frequentara durante toda a sua vida. Era uma questão de tradições.
Quando James completara seis anos, o pai lhe dera uma pistola e o levara para treinar tiro-ao-alvo em uma região um pouco mais afastada. Contudo, aquilo não era nada comparado ao que acontecera com o passar dos anos.
Angus Braxton forçava o filho a se levantar todas as madrugadas, no meio da noite, para treinar. Permitia que ele utilizasse todas as armas do estimado arsenal que guardava em sua casa, com a condição de que ele fizesse o seu melhor. A cada falha, porém, havia um preço a ser pago. James temia o pai como se ele fosse a mais poderosa entidade que já existira. Por este fato e pelos outros também, ele esforçava-se ao máximo para não falhar durante os treinamentos com armas. Como punição pelo seu primeiro erro, o pai o levara à força até uma bacia com água congelante, forçando sua cabeça para dentro da mesma, proferindo palavras autoritárias e firmes. Palavras que preencheram a mente do garoto, tornando-o cada vez mais temente ao pai.
Mas James soube que estivera certo em temê-lo quando, sem qualquer intenção, errara o mesmo alvo três vezes seguidas. O pai lançara para ele – imediatamente – um olhar de desaprovação. Agarrando o filho pelos ombros, conduzira-o até a bacia com água fria.
– Vai aprender a ser um verdadeiro atirador. – o pai dissera com a voz estrondosa e rígida.
Ciente da terrível sensação que aquilo lhe causaria, o menino protestara:
– Não quero ser um assassino!
O rosto de Angus Braxton enrijecera-se rapidamente e seus olhos ficaram vermelhos, anunciando o quão furioso estava. Afastara as mãos do filho, bufando:
– Você não pode negar seu destino.
Amedrontado pelas consequências que enfrentaria devido ao que dissera, James permanecera calado. Pegando-o pelo braço, o pai o levara até o outro lado da propriedade. Tomara posse de alguns objetos. Acendendo a fornalha exterior que costumava usar em reuniões familiares muito especiais, Angus Braxton arrumara uma pequena barra de ferro, aproximando-a do fogo magnetizante. James não conseguira adivinhar o que se seguiria, mas a resposta logo viera à sua mente quando o pai aproximara-se dele com a barra aquecida. Sua ponta tornara-se vermelha devido ao calor do fogo. Com uma mão, o homem agarrou o menino pela nuca, forçando sua cabeça para baixo. Ouvira-o protestar, chorar, gritar.
– Não pode fugir de seu destino, Jimmy. – declarara com infinita certeza. – Será o melhor de sua organização. E como é orgulhoso, posso concluir antecipadamente que entrará para a Sétima Divisão da Fraternidade. – o garoto choramingava com a cabeça baixa, ouvindo suas súplicas sendo cruelmente ignoradas pelo pai. – Algum dia tomará para si a sétima organização. Mas para isso, – apertou a barra com força entre os dedos, erguendo-a no ar. – Terei de fazer com que jamais se esqueça de seu objetivo.
Juntando a palavra ao gesto, Angus Braxton aproximou a ponta da barra contra a nuca do menino, ouvindo-o gritar mergulhado em profunda dor e desespero. O corpo se debatia debaixo da mão que o pressionava para baixo. Viu a fumaça exalar da ferida recém-feita enquanto – cuidadosamente – dava forma ao algarismo que marcaria o menino para sempre. Quando os soluços já estavam fracos e quase inaudíveis, ele afastou o objeto da queimadura, admirando o que acabara de fazer. Finalmente permitira que o filho se libertasse de sua mão, vendo-o cair no chão encolhido em sua dor.
– Estou certo de que jamais se esquecerá de quem você é. – alegou, por fim.
A lembrança possivelmente teria causado em James algum tipo de emoção. Mas era como se, depois de todos aqueles anos, seu estado emocional tivesse se tornado inabalável. Devido à isto, ele não esboçou nenhuma reação e voltou à realidade, encarando a jovem crédula sentada ao seu lado em seu automóvel.
– Eu a invejo imensamente. – ele disse. Ellie inclinou a cabeça para o lado, sem entender. – Seu pai foi um bom homem.
– Disse-me uma vez que seu pai e o meu eram...
– Amigos. – completou. – Estiveram na mesma organização. Lado a lado. Lutando pelo mesmo propósito.
– Eu realmente nunca estive a par disso. – afirmou Ellie.
– Mas que grande novidade. – ironizou James, girando a chave na ignição, dando a partida no veículo.
Tentando concluir algo depois de ouvir toda aquela explicação habitualmente complexa, Ellie não conseguia imaginar o pai tirando vidas, por mais que a intenção por trás daquilo fosse teoricamente boa. Sem precisar ouvir o restante da narração que James não concluíra, ela deduziu brevemente que ele não tivera uma infância muito agradável. Porém, negou-se a acreditar que o pai dele havia sido o autor do que ele lhe revelara ali, surpreendentemente.
– Chega a ser um tanto dramático. – James Braxton fez um comentário sem esperar alguma reação da parte de Ellie. – Embora fossem amigos próximos na Fraternidade, meu pai jamais me trataria tal como seu pai a tratou durante toda a sua vida.
– Tiveram grandes desavenças? – arriscou indagar.
– Meu pai não tencionava criar um filho. Aos olhos dele, estava criando uma máquina de matar. Treinando um soldado para a guerra. – ele abriu mais um sorriso inesperado, como se aquela fosse uma tentativa de conter as emoções que ele tanto evitava demonstrar. – Foi exatamente isso o que ele fez.
– Eu lamento. – aquilo fora tudo o que ela conseguira dizer diante das revelações que ele fizera.
– Não lamente por mim. Eu não aceito piedade de ninguém. – alegou tornando a usar seu tom firme. – Aquilo tudo me serviu como combustível. Se cheguei até aqui foi porque me prepararam para isto. – virou-se para ela novamente. – Assim como eu a prepararei.
Ellie franziu os lábios, tentando não responder. Qualquer coisa que ela afirmasse naquele momento não lhe serviria como álibi para fugir daquela situação. James tinha razão, afinal de contas. Ainda que desejasse se libertar de tudo aquilo, ela não conseguiria fugir de seu destino.
O silêncio dominou aquele veículo nos minutos seguintes até chegarem à casa. Assim que atravessaram os portões, porém, Ellie reconhecera o automóvel estacionado em frente à entrada da mansão. Seus batimentos cardíacos dispararam e uma alegria súbita a invadiu incontrolavelmente. Ela agitou-se no banco do carro e esperou até que este fosse estacionado. Saltou para fora com pressa, precipitando-se para a entrada principal. Passando pela porta da frente, entrando na sala de estar, Ellie deparou-se com quem esperava encontrar desde o momento em que vira o outro automóvel parado do lado de fora.
– Declan! – exclamou com um imenso sorriso no rosto. Correu para o irmão, abraçando-o com tanta força que julgou que aquilo faria doer os ossos do irmão.
Ele pousou as duas mãos nos ombros dela, afastando-a de si. Ellie levantou os olhos e viu-o rolar os olhos.
– Precisamos conversar. – Declan Donovan falou com severidade. Parecia ansioso por algo. Ellie logo quis saber do que se tratava. Não o tinha visto há dias, mas a alegria daquele reencontro não durara sequer dez segundos depois que ele começara a falar. Quando Ellie estava pronta para perguntar o que ele queria, foi interrompida pela presença de mais alguém que adentrava a sala.
– Mas que formidável! – James Braxton exclamou sem economizar sua ironia. – É ótimo tê-lo aqui.
– Lamento não ter vindo visitá-los antes. – Declan estendeu a mão, esperando pelo cumprimento que não recebera. Sua mão ficou suspensa no ar, pois Braxton recusara-se a cumprimentá-lo.
– Talvez queira ficar para o jantar. – Ellie disse esperançosa, quebrando a tensão entre os dois.
– Não. Não creio que isso seja possível. – o irmão respondeu, recolhendo sua mão de volta. – Eu vim porque... O testamento de meu pai não pôde ser lido, devido ao que aconteceu dias antes de sua morte.
– Seja direto, por favor. – James pediu, impacientemente.
– Bem, ele lhe entregou todos os bens de minha família. – Declan demonstrava-se desconsertado diante da arrogância do anfitrião. – Ainda assim, creio que eu tenha direito sobre alguns destes bens.
– Claro. – Braxton emitiu um riso sarcástico. – Os bens... Este é um assunto que você pode resolver com sua irmã, não comigo.
Ellie arqueou as sobrancelhas e Declan não hesitou em fazer o mesmo. James Braxton acrescentou:
– Os bens também pertencem a ela. Infelizmente, porém, devo lhe assegurar que não permitirei que ela lhe faça caridade, permitindo que você tome posse daquilo que não merece.
Declan Donovan sentiu o rosto queimar. Decidido a não permitir que aquilo diminuísse seu ego, ele virou-se para a irmã mais nova, dizendo:
– Podemos falar a sós?
– Eu...
– Devem. – Braxton respondeu por ela. Sem dizer mais nada, retirou-se dali, deixando o ambiente menos carregado. Ellie respirou fundo, aproximando-se do irmão.
– Farei com que fique com alguns de nossos bens, Declan. – disse ela, docemente. Ainda matinha o sorriso no rosto, resultado do fato de poder entrar em contato com um familiar novamente.
– Alguns? – perguntou, incrédulo. – Tudo aquilo pertence unicamente a nós dois. Não acredito que vai permitir que aquele sujeito continue com nosso dinheiro.
Ellie cogitou a ideia de explicar a ele que a situação agora já não era mais a mesma, mas lembrou-se de que claramente o irmão não sabia absolutamente nada a respeito da Fraternidade e da falsa aposta feita pelo pai.
– Farei com que fique com nossa casa.
– Isso não me interessa! - Declan esbravejou, furioso com a naturalidade com a qual Ellie tratava o assunto. – Eu tenho direito àquele dinheiro, Ellie. Não pense que deixarei que fique com tudo para si.
– Eu jamais faria isso. – Ellie subitamente se indignou com tal afirmação.
– A herança também pertence a mim.
– Sei disso.
– Então, certamente saberá o que fazer. – disse em tom ameaçador. – Quero o que é meu. E quero que me entregue o que me pertence o mais rápido possível. Não ficarei na miséria por sua culpa.
– Eu n...
– Não voltarei a lhe avisar. – finalizou. Virou-se e começou a se afastar, passando pela porta principal. Ellie permaneceu parada no meio da sala, penitenciando-se por ter aborrecido seu irmão mesmo que contra a sua vontade.
Enquanto abria a porta de seu veículo, pronto para instalar-se no banco do motorista, Declan foi detido por uma mão que fechava a mesma porta, impedindo-o de prosseguir com seu ato. Levantou o rosto, encontrando o severo olhar que James Braxton pousara sobre ele.
– Sabe, Declan, – ele começou a falar. – Sua presença não me agrada em nada.
O mais novo abriu um sorriso com desdém. Tal declaração não fazia diferença alguma em sua vida.
– Talvez esse sentimento seja recíproco. – respondeu ele.
– Talvez. – James assentiu com a cabeça. – Mas gostaria que soubesse o que acontece quando alguém não me agrada.
– O que acontece? – Declan ainda sorria ironicamente. – Você paga a alguém para que se livre da pessoa que lhe desagrada? – a pergunta soara debochada. Mal sabia ele que estava parcialmente correto.
– Não. – Braxton respondeu. – Eu o faço eu mesmo.
O sorriso de Declan aumentara e ele não hesitou em rir.
– Eu sinto muito, mas você não me intimida.
– Também sinto muito. Por você, é claro.
– Mesmo?
– Talvez eu deva ser um pouco mais específico.
Declan deu de ombros, ainda achando graça na conversa. James aproximou-se ainda mais dele, fitando-o diretamente nos olhos.
– Sei bem quem você é e o que faz. – asseverou ele.
– Não sei do que está falando. – Declan tentou desvencilhar-se do sujeito, começando a sentir-se aflito com o que ouvia.
– Então lhe darei um único e breve aviso. – Braxton proferia uma advertência clara como água. – Torne a infernizar Eleonora mais uma vez e farei com que sirvam seu fígado no jantar do dia seguinte.
A confiança presente naquelas palavras fez com que Declan acreditasse no que ele havia dito. Todavia, não deixou que sua reação fosse perceptível. Quando o indivíduo afastou-se dele, ele abriu a porta de seu carro e finalmente colocou-se sentado no assento, apressando-se em ligar o automóvel.
James observou o veículo retirar-se de sua propriedade às pressas, seguro de que o aviso dado por ele faria com que Declan demorasse a tornar a surgir ali. Dissera aquilo porque o irmão de Ellie eventualmente se tornaria um atraso nos planos que ele tinha para ela, não porque verdadeiramente importava-se com o bem-estar dela. Havia feito uma promessa e não a quebraria em hipótese alguma, ainda que executar o que prometera a Maurice Donovan fosse um fardo e tanto. Soltando a respiração profundamente, James Braxton abandonou seus pensamentos e voltou para casa.
–--
Descendo de um ônibus completamente lotado, Christian Madden suspirou assim que o veículo parou em frente à Casa Branca. A viagem havia sido longa, mas longo mesmo seria o trajeto a ser percorrido até alcançar o que pretendia. Estava em Washington, o que havia sido o primeiro passo a ser dado. Depois de emprestar determinada quantia em dinheiro de um sujeito conhecido em Nova York por seus empréstimos – e também pelos juros caríssimos que cobrava, assim como sua fama de traficante –, Madden partiu rumo à capital, pronto para começar a executar as ordens que haviam lhe sido dadas. Assim que colocou os pés em terra firme, pôs-se a fazer uma prece silenciosa em sua mente:
"O Senhor, digno de louvor, invocarei, e de meus inimigos ficarei livre. Porque me cercaram as ondas de morte. As torrentes dos homens ímpios me assombraram. Cordas do Inferno me cingiram. Encontraram-me laços de morte..."
O ônibus foi embora e Christian Madden abotoou seu sobretudo negro, caminhando rumo ao próximo passo a ser dado. Enquanto o vento batia contra seu rosto, ele prosseguia com suas preces, preparando-se para quaisquer que fossem aqueles que cruzariam seu caminho antes que ele pudesse finalmente colocar em prática a principal ordem para a qual havia sido designado: eliminar aquela que daria início ao fim dos tempos.
Prévia do próximo capítulo
Esperando as raras oportunidades que tinha para ficar sozinha em sua nova casa, Ellie viu quando o marido saíra rumo a uma das empresas na manhã do dia seguinte. Não havia conseguido dormir depois do reencontro com o irmão mais velho. Desejava entender o motivo principal pelo qual ele a tratava daquela forma. De qualquer maneira, Ellie prometera a ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 51
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shadowxcat Postado em 19/07/2016 - 16:24:44
ESSA FANFIC ESTÁ SENDO REPOSTADA AQUI: http://fanfics.com.br/fanfic/54463/sete-demonios-romance-terror-horror-teen-amor -suspense-thriller-aventura-acao-vampiros-bruxas-demonios
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raysantos Postado em 12/08/2015 - 20:10:35
Sua fic e muito top e bem escrita tudo d bom tomara que logo logo a Ellie e James possam ficar juntos sem a essa fulana que eu nao aprendi a dizer muito menos escreve o nome no meio nada contra a crianca mais fazer oq ne continua
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vverg Postado em 08/02/2015 - 23:19:37
Olá, to lendo pelo spirit anime =)
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vverg Postado em 08/02/2015 - 22:54:24
Por favor!!! Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa mais!!! Okk, já sabes q amo de paixão esta web!!! To sentindo muita falta dela....please, preciso de mais caps!!!! Não me deixe na curiosidade por muito tempoooooo *_*
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vverg Postado em 10/01/2015 - 01:47:30
Desculpe meu sumisso!! Mas assim q der, comento qdo ler todos os caps =)
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vverg Postado em 19/08/2014 - 23:57:43
Poxa não judia tanto de sua leitora caramba!!! Minha fic perfeição, posta mais, preciso de mais.... Estou ficando agoniada sem suas atualizações Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa maissssssssssssssssssssssssssss nesta fic perfeitaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa amo sua fic, ok vc já sabe disso, mas não custa falar né hahahahahahahaha
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vverg Postado em 12/08/2014 - 12:10:07
Meu Deus! Que nojo deste Declan!!!! Cara##@%@#$#! Putz!!! Como ela se deixa dominar desta forma, caramba!!! Posta mais mais mais mais mais mais. Poxa vc me deixou curiosa agora, tadinha da Elie, ela é muito fraca e se deixa dominar por este imundo.... Estou pasma, posta mais na minha fic perfeição mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais =)
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vverg Postado em 09/08/2014 - 17:08:49
Quero maisssssssssssssss!!! Preciso mais desta fic perfeita!!! Posta sim??? Necessito ler.... =)
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vverg Postado em 06/08/2014 - 10:33:43
Dahlia tah ferradinha kkkkk. Posta mais! Necessito de mais rsrsrs *_*
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vverg Postado em 02/08/2014 - 09:55:32
Minha fic mais q perfeitaaaaa posta mais quero mais caps