Fanfic: Sete Demônios | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass
Após ter cumprido sua primeira missão na fraternidade de assassinos, Ellie soube verdadeiramente como era ter o controle sobre algo tão importante e valioso quanto a vida de outra pessoa, ainda que esta pessoa merecesse nada mais do que um fim. A morte.
Ela ainda sentia-se mais do que desesperada em relação ao ato que cometera, mas surpreendeu-se quando não se descobriu arrependida ou com certo peso na consciência.
Segundo as leis e regras que ela mesma conhecia, deveria lamentar-se imensamente por tal mal cometido. Porém, não. Era isto o que a deixara mais intrigada. Claramente as pessoas ao seu redor estavam lentamente lavando seu cérebro, implantando em sua mente um novo conceito a respeito do que era certo e errado. Aparentemente – ou talvez mais do que óbvio –, aos olhos da Fraternidade, matar alguém era totalmente aceitável desde que a vítima fosse considerada impura para fazer parte do novo mundo que eles tanto almejavam criar.
Pouco a pouco, era como se aquela mesma ideia de purificação mundial estivesse se instalando nos princípios de Ellie, fazendo com que – contra sua vontade – ela começasse a aceitar os acontecimentos que a cercavam agora.
Recebeu sua segunda missão no dia seguinte. As ordens haviam sido bastante objetivas, a partir do momento em que ela retornara ao galpão para encontrar-se com Vincent Hurst.
– Meus parabéns. – ele dissera, ansioso. – Sua missão foi executada com sucesso.
Ellie não respondeu, apenas assentindo com a cabeça, à espera de novas instruções.
– Soube da notícia ontem mesmo, depois que realizou seu primeiro grande feito.
– Quem é o segundo alvo? – ela perguntou em tom ríspido e pouco paciente. Não estava disposta a ouvir explicações desnecessárias sobre o que já estava feito. Queria saber o que estava por vir.
– Robert Wright. – Vincent abriu uma das gavetas de sua mesa e dela retirou uma pasta de tom amarelado, esticando-a para Ellie. – Um empresário candidato à deputado que, abusando de seu poder e fortuna, comete a gravíssima falta de usar o dinheiro de seus impostos em benefício próprio.
Ellie direcionou a ele um olhar curioso. Aquela era uma boa razão para desejar ver o tal homem atrás das grades, mas não para matá-lo. Como se pudesse ler seus pensamentos, Vincent Hurst acrescentou:
– Wright é um pedófilo que abusou sexualmente de seis crianças até agora. – os olhos de Ellie se abriram em uma expressão de espanto. – Sua missão será eliminá-lo, como fez com Courtney Richfield.
– Como chegarei até ele? – indagou.
– Bem, a resposta está nestas informações, querida. – Ellie pegou a pasta com uma das mãos, olhando Hurst nos olhos.
– Qual é o meu prazo?
– Tem cinco horas para estudar seu alvo. Quero o desgraçado morto ainda hoje. – declarou Vincent severamente. – James a levará até Wright. Será um nível um pouco mais avançado comparado à sua primeira missão, mas tenho fé em você. Sei que irá se sair bem novamente.
Segurando a pasta com força, Ellie balançou a cabeça positivamente, dando um claro sinal de que compreendera as instruções dadas por Vincent Hurst.
Retirou-se dali acompanhada por Braxton em seguida, dirigindo-se ao automóvel no qual chegara. James a conduziu de volta para casa, onde Ellie decidira passar as cinco horas seguintes com os olhos pregados nos documentos que Hurst havia lhe entregado.
Cumprindo com seu dever, Ellie trancou-se no quarto onde pôde finalmente colocar a mente no lugar. Enquanto lia relatórios e importantes informações cuidadosamente detalhadas a respeito de seu próximo alvo, Ellie sentiu uma ponta de angústia lhe percorrer a espinha ao lembrar-se subitamente da forma fria como eliminara o primeiro alvo que havia recebido. Teve a breve impressão de que o remorso estava começando a surgir, finalmente. Mas ela não desejava de forma alguma sentir o peso de sua consciência cair sobre ela naquele momento. Manteve-se firme aos estudos, deixando suas emoções de lado.
Aquilo pareceu funcionar, uma vez que ela notara que as cinco horas proporcionadas a ela para estudar seu alvo haviam se esgotado. Marina bateu-lhe à porta, trazendo Ellie de volta à realidade. Ao abrir a porta, recebera um comunicado curto e resoluto:
– Senhora, seu marido pede para que compareça ao jardim para...
– Já sei. – Ellie a interrompeu rapidamente. Marina assentiu e afastou-se sem dizer mais nada. Tomando a pasta em mãos, Ellie desceu as escadas e saiu da casa, seguindo para o jardim onde James esperava por ela distraidamente recostado à porta de um de seus veículos. Levantou os olhos e virou o rosto na direção dela assim que percebera sua presença se aproximando.
– Estou pronta. – afirmou.
– Assim espero. – James abriu a porta do automóvel, instalando-se no assento do motorista. Ellie deu a volta e sentou-se ao lado, fechando a porta com cuidado. Tinha a pasta em mãos e mil pensamentos em mente.
– Wright estará na empresa na qual dirige o cargo de presidente-geral. – James Braxton falava enquanto mantinha-se ao volante. – Teremos de nos infiltrar para encontrá-lo.
A ideia pegou Ellie de surpresa. Olhou para ele com surpresa, pois obviamente não esperava ter de tomar tal atitude para alcançar sua meta naquela missão.
– Como farei isto? – perguntou ela.
– Saberá o que fazer. É para isto que estou aqui. Para auxiliá-la. – ele respondeu, sem conter seu típico sorriso sarcástico que logicamente tinha o propósito de deixá-la ainda mais nervosa diante da situação que enfrentaria daquela vez.
Calando-se para evitar ouvir algo mais que pudesse confundi-la, deixando-a aturdida demais para seguir com sua missão, Ellie manteve-se séria durante o resto do trajeto até o edifício Real Estate.
Constituído por mais de vinte e cinco andares, o edifício tinha a fachada acinzentada, janelas que refletiam a luz do sol com nitidez e uma entrada modernamente decorada. James estacionou a BMW do outro lado da rua, dando à Ellie uma ótima visão do local que deveria adentrar em um ato contínuo.
Passou com metade do corpo por cima das pernas dela, alcançando o porta-luvas. Abrindo-o, ele retirou do mesmo o revólver que Ellie usara em sua primeira missão. O revólver que o pai dela costumava usar. Entregou a arma para ela e afastou-se, sentando-se novamente no banco atrás do volante. Encarando o objeto em mãos, Ellie decidiu perguntar:
– Como entraremos no prédio sem que nos vejam?
Sem dar uma resposta à garota, Braxton abriu a porta ao seu lado e saiu do automóvel. Ellie guardou a arma por dentro de seu casaco, também se retirando do automóvel. Puxando a manga de sua camisa para consultar seu relógio de pulso, James concluiu que estava na hora.
– Ele sai da reunião às cinco. – comentou Ellie após ter notado a atitude dele. – Li nos relatórios que Vincent me deu.
– Muito bem. – ele disse. – Finalmente está estudando seu alvo com mais cuidado.
Ellie sentiu a inesperada vontade de abrir um sorriso, orgulhosa de si mesma, mas conteve-se.
– Está na hora. Venha. – fazendo um gesto com a cabeça para que a garota o seguisse, James começou a caminhar na direção do prédio. Ellie o seguiu até os passos dele cessarem. Pararam em frente à construção e James Braxton anunciou:
– O estacionamento do edifício fica ali. – indicou uma entrada para automóveis e motocicletas e Ellie olhou para o estacionamento. Lembrou-se de um súbito de algo que lera enquanto estudava a planta do local.
– Há uma entrada para funcionários do estacionamento. – ela disse.
– Boa garota. – Braxton respondeu em tom de deboche. Ellie, por sua vez, não deixou que aquilo desencadeasse seu nervosismo. Estava determinada a concluir aquela missão a qualquer preço. Especialmente depois das atrocidades que lera a respeito de seu alvo. Sem sombra de dúvidas, Robert Wright merecia a morte. A presença de um ser tão desprezível era totalmente desnecessária. Ao menos era isto o que a própria Ellie pensara após sair de casa com a cabeça fixa no seu objetivo.
– Será fácil utilizar aquela entrada. – a voz de James tirou Ellie de seus devaneios. – Há apenas dois funcionários neste estacionamento.
– Sei disso. – interveio ela. – Será que... Você pode...?
– Distraí-los? – abriu um sorriso irônico. – Está realmente aprendendo.
Ellie não soube dizer se devia levar aquilo como um elogio ou mais uma das tentativas dele de deixá-la incomodada.
– Deixe-os por minha conta. Sabe onde fica a entrada. Assim como sabe onde encontrar Wright.
Ela concordou, abanando a cabeça. Entraram ambos no estacionamento, mas foi James quem parou em frente à cabine onde ficavam os dois funcionários. Cumprimentou-os e colocou-se a fazer mil e uma perguntas aos dois, enquanto Ellie, sem hesitar, procurava pela tal entrada. Encontrou uma porta que levava consigo um pequeno letreiro.
NÃO É PERMITIDA A ENTRADA DE ESTRANHOS.
Ellie olhou ao redor e então avançou para a porta, abrindo-a. Olhou para fora mais uma vez, concluindo que James ainda tinha os dois desconhecidos sob controle. Fechou a porta, entrando em um corredor que provavelmente a levaria para dentro do edifício.
De fato, o corredor a levara para dentro. Deparou-se em outro corredor. O corredor principal do edifício. Sem ser notada – quase que milagrosamente –, Ellie seguiu para o elevador vazio, selecionando o sétimo andar. As portas se fecharam, tornando-se a abrir em questão de sessenta segundos. Ellie sentia o metal gelado da arma bater contra sua pele por debaixo do casaco, causando-lhe uma repentina sensação de ansiedade. Saiu do elevador, lembrando-se da planta que havia estudado.
Caminhou por mais um corredor cujo qual não havia qualquer sinal de outras pessoas. Aliviada por este fato, Ellie parou em frente à última porta à esquerda. Se estivesse completamente certa, aquela era a sala de Robert Wright. Seu alvo estava do lado de dentro. Respirou fundo, posicionando sua mão dentro de seu casaco esverdeado, pronta para tomar posse do revólver uma vez que abrisse aquela porta. Já não se sentia nervosa.
A sorte parecia sorrir para ela, afinal. Não havia câmeras no corredor, tampouco no elevador. Um erro fatal para a empresa. Tudo estava ao favor de Ellie e ela decidiu que não esperaria mais. Pousou a mão livre sobre a maçaneta, girando-a e fazendo pressão para empurrar a porta. Ao abrir a porta, encontrou-se cara a cara com Robert Wright. O homem que estava na casa dos quarenta anos tinha cabelos escuros e olhos cor-de-mel comuns demais para preencher o perfil do monstro que se escondia por detrás daquela imagem.
Ao ver a jovem parada à sua frente com o rosto rígido em uma expressão apaticamente indecifrável, Robert Wright colocou-se em pé.
– Que diabos pensa que está fazendo? – indagou, surpreso. O tom áspero de sua voz apenas fez com que crescesse ainda mais a mera faísca de desejo de matar que invadira Ellie. Faísca que, aos poucos, tornavam-se imensas chamas de fúria.
– Quem você pensa que é para invadir minha sala desta maneira? – o sujeito ainda falava de forma extremamente grosseira. Todavia, era óbvio seu espanto. – Chamarei os seguranças.
– Ouse mover um só músculo e eu juro que estouro sua cabeça. – as palavras escaparam dos lábios dela antes mesmo que ela pudesse controlá-las. Estremecera ao ouvir o tom ameaçador da própria voz. Tirou o revólver acinzentado de dentro do casaco, colocando seu alvo na mira. Os olhos de Robert Wright pareciam saltar para fora. Dominado pelo pânico, o empresário começara a gaguejar:
– P-por favor... E-eu tenho família...
– Mas é claro. – Ellie complementou a frase trêmula do indivíduo. – É uma pena que não tenha se lembrado disso quando estuprava aquelas crianças, não é mesmo, Sr. Wright?
Uma gota de suor despencou do rosto dele, e Ellie pôde notar que ele engolira aquela acusação a seco.
– D-do que está falando?
– Detesto hipocrisia. – resmungou ela. A voz era docemente calma, mas as intenções por trás daquela mesma voz não eram nem mesmo de longe boas.
– E-eu realmente n-não...
– Cale-se! – a garota ordenou em tom autoritário. Quaisquer que fossem as desculpas inventadas pelo sujeito, Ellie tinha a mais plena certeza de que aquilo colocaria sua paciência à prova. Pela primeira vez sentia-se no controle de algo. Logicamente, ela tinha o controle sobre a vida do homem parado à sua frente. Cabia à ela deixá-lo viver ou mandá-lo para o outro plano com apenas um disparo de sua arma. Saboreando involuntariamente o gosto de estar no poder, Ellie começou a caminhar de um lado para o outro, espreitando sua presa, sem deixar de colocá-lo em sua mira.
– Quem é você? – Robert Wright inquiriu, tentando recolher o pouco de calma que lhe restava.
Ellie parou de andar, fitando-o fixamente nos olhos. Algo nos olhos dela fez com que Wright recuasse com suas palavras.
– Sou aquela que lhe dará uma passagem somente de ida para o Inferno.
– P-por favor... – suplicou. Ele começara a chorar, ajoelhando-se no chão perante ela e Ellie sentiu o gosto de estar no poder tornar-se ainda mais doce. Abriu um sorriso cujo qual não pudera conter e apontou o revólver diretamente na direção da cabeça do sujeito.
– Espero que passe toda a eternidade sentindo a dor de sua alma sendo dilacerada e consumida pelo fogo, seu maldito. – dizendo isto, ela deitou seu dedo sobre o gatilho.
Novamente sentira o impacto da bala que rapidamente saltava para fora de sua arma, penetrando o corpo de Robert Wright. Um discreto, porém fatal buraco abriu-se entre os olhos dele, tirando-lhe a vida instantaneamente. Não houvera qualquer som, graças ao silenciador de seu revólver especialmente preparado para as missões que a levariam a conquistar sua entrada para a Fraternidade.
Contemplou o corpo que lentamente desabara no chão, isento de alma. Guardando sua arma de volta em seu casaco, Ellie virou-se e se retirou da sala triunfalmente. Havia algo diferente nela, comparado ao que sentira em sua primeira missão. O nervosismo já não estava tão presente, dando lugar às – até então – desconhecidas sensações que Ellie não se negara a aceitar.
Ao sair pela porta, deparou-se com um conhecido rosto. Ergueu os olhos para fitá-lo e esperou que ele se manifestasse primeiro.
– Os seguranças estão vindo. – James a comunicou naturalmente.
– O quê?! – indignou-se ela.
– Ativaram os fachos do alarme.
– O que isso quer dizer?
– Que estamos encurralados no prédio. – respondeu. Ellie surpreendeu-se pela forma como ele mantinha-se completamente indiferente em relação ao que estava havendo naquele exato momento. Esboçou uma expressão desesperada, como se estivesse exigindo que ele reagisse. – Não teremos tempo para desviar dos fachos.
– O que está querendo dizer? – Ellie perguntou, sem poder impedir que o pânico a acertasse em cheio.
James não respondeu. Segurou-a pelo braço, forçando-a a segui-lo até o elevador. As portas se fecharam e ele selecionou o segundo andar. Ellie esperava por explicações que não vieram. O silêncio fazia com que seu desespero aumentasse conforme o elevador descia. O elevador parou e as portas foram abertas. Ellie viu-se à frente de outro corredor. Vazio, porém repleto de fachos vermelhos espalhados por toda parte. Ela logo constatou que aquele era o alarme do edifício.
– Por que não nos levou até o térreo?
– Porque assim nos entregaríamos aos seguranças. – James respondeu, arrastando-a consigo para fora do elevador. Ficaram ambos parados em frente aos fachos. – Lembra-se de quando pedi para que atacasse Carter com a faca?
– O-o que? – balbuciou nervosamente.
– Será a mesma coisa. Três segundos e eu quero que corra o mais rápido que puder.
– Não! – ela objetou.
– Três... – ele começou a contar, ignorando os protestos feitos por Ellie. – Dois...
Ellie olhou para os fachos à sua frente, certa de que o alarme dispararia assim que ela os tocasse. Gotas de suor escorriam freneticamente por seu rosto e ela sentia seu coração bater com violência. Estreitou os olhos, preparando-se para correr, fixando sua visão no caminho reto que percorreria.
– Corra.
Como se seus pés possuíssem motores, Ellie pôs-se a correr o mais rápido que seu corpo permitia. Atravessando as luzes vermelhas, ela ouviu o alarme soar estridentemente alto, causando uma enorme comoção por todo o prédio. Seguiu correndo em extrema velocidade, virando para a direita. Entrou em outro corredor, mas não arriscou olhar para trás. Ouviu as portas do elevador se abrirem, e passos surgirem logo atrás. Disparos. Tiros. Gritos. Os sons mesclavam-se formando uma só melodia. Uma sinfonia infernal que ecoava na mente de Ellie, forçando-a a continuar correndo. Foi obrigada a parar, porém, quando um grupo de quatro seguranças a cercou, parando à sua frente. Todos armados.
Ela hesitou, fitando-os com os olhos muito abertos. Seus batimentos cardíacos estavam fora de ritmo, deixando-a atônita. Sentiu uma presença aproximar-se por detrás dela e, então, ela viu todos os quatro homens caírem ao chão em questão de milésimos.
Virou-se instintivamente para trás, vendo James correr na direção dela rapidamente. Ele tinha duas armas nas mãos e claramente havia atingido os seguranças à distância, abrindo caminho para que pudessem seguir pelo corredor.
Ao aproximar-se dela, ele não parou de correr. Agarrou-a pelo braço mais uma vez, obrigando-a a correr ainda mais rápido. Ellie avistou que à sua frente não havia qualquer saída. O medo a invadiu de repente, quando percebeu que James não tinha qualquer intenção de parar de correr. Ouvia passos vindo logo atrás deles. Compreendeu de imediato o que ocorreria em seguida e cerrou os olhos, apertando-os com força enquanto sentia que era forçada contra a grande janela de vidro presa à parede que indicava o final do corredor.
Atravessaram o vidro que se estilhaçava em milhões de pequenos pedaços. Ellie não ousou abrir os olhos, mas podia sentir o corpo suspenso no ar, pronto para despencar do alto. Por um instante, julgou que sua alma esvaíra-se de seu corpo, enquanto ainda estava parada no meio do nada.
E então, rapidamente, sentia seu corpo desabar, colidindo contra material duro. O som que soara quando ambos os corpos caíram sobre o teto de um veículo fez com que o tempo congelasse por instantes. Ellie sentia-se incapaz de se mover, mas James não hesitou em forçá-la a se levantar, descendo do teto do veículo.
Ao abrir os olhos, ela percebeu que era o mesmo automóvel com o qual eles haviam chegado até o edifício. Sem precisar questionar o ocorrido, Ellie imaginou que, talvez, ele tivesse planejado tudo aquilo antes de ir atrás dela na sala de Robert Wright. De fato, era verdade. Ela somente foi capaz de sentir as dores da colisão de seu corpo contra o teto do carro quando se sentou no banco do passageiro. James posicionou a chave na ignição às pressas, arrancando bruscamente.
Ela olhou para trás. A polícia ainda não havia surgido no local. Tudo tinha sido cautelosamente calculado e Ellie teve a sensação de que aquela era a primeira vez que se sentia verdadeiramente viva. A adrenalina transitava por seu corpo de modo incontrolável. Ela sentou-se normalmente no banco e respirou profundamente.
– Eu ouvi o que disse a ele. – James Braxton fez um comentário totalmente aleatório, como se o último acontecimento nunca tivesse ocorrido. – Está no caminho certo. É uma boa aluna, aprende muito rápido. – Ellie não fez qualquer menção de respondê-lo. – Acredito que queira conhecer seu terceiro alvo o mais rápido possível.
Ela virou o rosto, observando as ruas através da janela do automóvel e respondeu com a voz cansada e indiferente.
– Sim, magister.
Braxton emitiu um riso silencioso, acelerando o veículo rumo ao prédio da organização. Ellie permaneceu calada, fitando o nada pelo vidro. Seu corpo doía. Sua mente pesava. Tudo ocorrera rápido demais. Entretanto, ela já não possuía a chance de recuar com seus atos. Era tarde demais. Era um deles. Aos poucos, se corrompia cada vez mais com aquilo.
Distraidamente, observando os outros carros e pessoas pela janela, Ellie foi dominada por um estranho receio quando seu olhar cruzou-se com o olhar de um desconhecido que se encontrava parado à beira da calçada. O olhar severamente acusador do sujeito a deixou intrigada. Irracionalmente julgou que aquela não seria a última vez em que o veria. Era um pressentimento. Um mau pressentimento. Virou-se para trás assim que o carro passara por ele, mas o desconhecido já não estava mais lá.
Deixando de dar importância àquilo, Ellie ajeitou-se no banco e fechou os olhos, tentando comprimir as dores que se alastravam por seu corpo.
–--
Christian Madden enfiou uma das mãos no bolso de seu sobretudo negro, tomando posse de seu aparelho celular. Discou rapidamente alguns números, levando o telefone à orelha. Ouviu que a chamada havia sido atendida e declarou de prontidão:
– Acabo de vê-la. – fez uma pausa para escolher bem suas palavras. – Seguirei para o segundo passo.
Desligou o celular, depositando novamente em seu bolso. Saindo do beco onde parara para telefonar, Madden continuou caminhando, mentalmente fazendo uma prece para se preparar para o seguinte passo a ser tomado.
“Por um caminho sairás contra eles, e por sete caminhos fugirás de diante deles, e serás espalhado por todos os reinos da Terra. E o teu cadáver servirá de comida a todas as aves dos céus, e aos animais da Terra. E ninguém os espantará."
Prévia do próximo capítulo
Conduzindo seu veículo parcialmente danificado pelo último ocorrido, James Braxton limitou-se a se manter calado até alcançar o prédio da organização. Parou em frente à entrada. Ellie até então não havia se manifestado. Sentia todos os ossos de seu corpo doloridos, ainda desacreditando do que lhe a ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 51
Para comentar, você deve estar logado no site.
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shadowxcat Postado em 19/07/2016 - 16:24:44
ESSA FANFIC ESTÁ SENDO REPOSTADA AQUI: http://fanfics.com.br/fanfic/54463/sete-demonios-romance-terror-horror-teen-amor -suspense-thriller-aventura-acao-vampiros-bruxas-demonios
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raysantos Postado em 12/08/2015 - 20:10:35
Sua fic e muito top e bem escrita tudo d bom tomara que logo logo a Ellie e James possam ficar juntos sem a essa fulana que eu nao aprendi a dizer muito menos escreve o nome no meio nada contra a crianca mais fazer oq ne continua
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vverg Postado em 08/02/2015 - 23:19:37
Olá, to lendo pelo spirit anime =)
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vverg Postado em 08/02/2015 - 22:54:24
Por favor!!! Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa mais!!! Okk, já sabes q amo de paixão esta web!!! To sentindo muita falta dela....please, preciso de mais caps!!!! Não me deixe na curiosidade por muito tempoooooo *_*
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vverg Postado em 10/01/2015 - 01:47:30
Desculpe meu sumisso!! Mas assim q der, comento qdo ler todos os caps =)
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vverg Postado em 19/08/2014 - 23:57:43
Poxa não judia tanto de sua leitora caramba!!! Minha fic perfeição, posta mais, preciso de mais.... Estou ficando agoniada sem suas atualizações Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa maissssssssssssssssssssssssssss nesta fic perfeitaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa amo sua fic, ok vc já sabe disso, mas não custa falar né hahahahahahahaha
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vverg Postado em 12/08/2014 - 12:10:07
Meu Deus! Que nojo deste Declan!!!! Cara##@%@#$#! Putz!!! Como ela se deixa dominar desta forma, caramba!!! Posta mais mais mais mais mais mais. Poxa vc me deixou curiosa agora, tadinha da Elie, ela é muito fraca e se deixa dominar por este imundo.... Estou pasma, posta mais na minha fic perfeição mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais =)
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vverg Postado em 09/08/2014 - 17:08:49
Quero maisssssssssssssss!!! Preciso mais desta fic perfeita!!! Posta sim??? Necessito ler.... =)
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vverg Postado em 06/08/2014 - 10:33:43
Dahlia tah ferradinha kkkkk. Posta mais! Necessito de mais rsrsrs *_*
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vverg Postado em 02/08/2014 - 09:55:32
Minha fic mais q perfeitaaaaa posta mais quero mais caps