Fanfics Brasil - Primeiro Ciclo - Capítulo XXIX - Aviso da Morte Sete Demônios

Fanfic: Sete Demônios | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Primeiro Ciclo - Capítulo XXIX - Aviso da Morte

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– Você tem ciência da gravidade de sua falta, Christian? – indagou Bartholomew, acusador.


Os membros da Ordem estavam todos ao seu redor e o líder deles agora assemelhava-se a um juiz em pleno julgamento. Eles já haviam escolhido um réu para julgar: Christian Madden.


Com os olhos apaticamente fixos em Bartholomew, Christian sabia do que estava sendo acusado. Traição. Ele tivera a chance de cumprir com o sacrifício, mas deixara-a e fugira como um criminoso foge da polícia. Claramente ele se arrependera de ter aceitado a missão. Era fato. Ao levar o forte choque de realidade, com a adaga prateada em mão e o corpo de Ellie vulnerável logo abaixo, Madden percebera que algo estava errado.


Aquele fardo não cabia à ele. Sentiu-se como um estranho naquele meio. Durante toda a sua vida, exorcizara entidades, demônios, espíritos malignos e não malignos. Era um exorcista, não um assassino. Aquilo não estava correto.


Agora, sentado no banco de réus, Christian desejava saber qual seria sua sentença. Ao lado de Bartholomew, por detrás de uma mesa de acrílico reluzente, Dahlia tinha o braço enfaixado e o rosto rígido em uma só expressão: indiferença. Calado, Madden ouvia atentamente as acusações feitas pelo líder da Ordem.


– Você a tinha nas mãos e a deixou ir. Tal como fez anos atrás.


– Essa missão não é minha. – respondeu, desdenhoso. Não olhava o homem nos olhos, mas não temia o veredicto.


– Está negando sua fé. Está virando as costas para Deus. – alegou o superior.


– Não, Bartholomew. – disse Christian. – Eu sempre estive do lado de Deus. Luto por Ele, não pelos homens que matam em nome Dele.


– Sacrificar a garota impedirá o Apocalipse.


Foi quando o exorcista lembrou-se do que Marina lhe dissera. Ironicamente, as palavras da jovem bruxa começaram a lhe servir como argumento. Lembrou-se do quão desesperada ela estava para convencê-lo de que Ellie era boa e de que suas intenções eram as melhores. Ele pensou em quantas almas foram perdidas desde que a Ordem da Trindade envolvera-se em seu propósito. Em quantos homens bons e fiéis haviam sido mortos por conta de um objetivo que agora, aos seus olhos, parecia nulo.


– Está cego por um propósito falho. – o timbre de voz do exorcista diminuía gradativamente, tomado por um ressentimento sem tamanho. Sentia-se um completo imbecil por ter se unido à eles quando poderia, na verdade, ter agido à sua própria maneira, solitário como sempre fora.


– Nosso propósito foi dado pelas mãos de Deus. – Bartholomew falou com fé. – Exterminaremos a imundície que aquela mulher representa e restauraremos o equilíbrio quebrado.


– O equilíbrio nunca esteve estável. – retrucou Christian. – Sempre houve demônios espalhados pelos quatro cantos do mundo, matando, destruindo. Nós nunca estivemos em plena paz, será que não vê?


– Heresia. – resmungou o velho. As afirmações do rapaz estavam começando a deixá-lo visivelmente incomodado. – Está corrompido pelas mentiras do diabo.


– Devo cogitar a possibilidade de que talvez não seja o diabo aquele quem mente por aqui.


Furioso, Bartholomew levantou-se de sua cadeira, batendo com as mãos em sua mesa transparente.


– Como ousa? – trovejou. Sua voz ecoou. Christian viu Dahlia estremecer instintivamente, sentada ao lado de seu superior, calada.


– Por que não veem? – Christian Madden lentamente levantou-se. Começou a andar para os lados, olhando um a um nos olhos. – Esta é uma causa perdida. O Apocalipse virá de qualquer modo.


– Isto não acontecerá se eu impedir.


– Não há nada que possa fazer, Bartholomew. – Madden meneou a cabeça em um gesto de desaprovação. – Não há nada que possa salvá-los porque já estão amaldiçoados.


Bartholomew arregalou os olhos perante o mais novo, surpreso.


– Veja no que se tornou, Christian. É esta sua verdadeira natureza? – inquiriu. – Um lobo em pele de cordeiro?


– Não poderá impedir o fim dos tempos, Barth. – ele fitava o homem fixamente. – Alguns creem que será uma transição para uma nova era, um novo mundo. É algo que nem eu e nem você podemos controlar.


– Está blasfemando, exorcista. – Bartholomew cuspiu as palavras.


– Não. – respondeu. – Precisamos ser realistas. Precisamos aceitar a vontade de Deus.


– Está sugerindo que aceitemos que a filha de Babilônia reine sobre nós? Perdeu o juízo.


– Eu tenho perdido muita coisa nesta vida, Barth. Mas há algo que ainda me resta. O bom senso. – tornou a olhar para os membros da Ordem que o cercavam. – Que fé é esta que traz morte e destruição? Desculpem-me, mas já não posso mais fazer parte disto.


– Está deixando a Igreja? – Bartholomew deu seu ultimato. Tinha o queixo inclinado para cima, um gesto de superioridade. Seus olhos estavam vidrados no exorcista.


– Estou farto de assistir homens morrendo por um objetivo perdido. – disse Madden, olhando-o novamente. – Estou farto de problemas.


– Está cego pelas armadilhas do diabo. Ele conseguiu corrompê-lo, não é mesmo? Você se deu por vencido. É um fraco. – o líder da Ordem aproximou-se dele, olhando-o diretamente nos olhos. – Sua alma está condenada ao Inferno.


Com a boca entreaberta, Christian Madden observou aquele homem com indignação. Os outros parados em pé ao redor dele estavam sendo facilmente manipulados pelas crenças e objetivos de Bartholomew. A voz soou como um raio distante caindo sobre a Terra cujos ventos sopravam para todos os lados.


– Estão sozinhos neste purgatório. – murmurou. – E nem mesmo Deus poderá resgatá-los de seus pecados.


Bartholomew avançou para ele como um búfalo selvagem, dando-lhe uma forte bofetada. Dahlia colocou-se de pé em um salto, horrorizada. Um coro de gemidos de surpresa soou atrás deles. Christian levou a mão ao rosto queimando, olhando o homem com os olhos estreitos.


– Considere-se expulso da Ordem. – asseverou Bartholomew. – Nunca mais coloque seus pés neste lugar. Você não será mais bem-vindo.


Sem responder, Christian Madden virou-se de costas e começou a se afastar em passos firmes e rápidos. Dahlia assistiu-o ir embora, enfurecida e tomada pelo terror. Madden não parecia mais o mesmo. Talvez não fosse.


Uma coisa era certa: algo na própria Ordem o fizera abandonar sua missão.


–--


A propriedade que Ellie chamava de lar estava agora um verdadeiro caos.


Joshua Wilder e Bryan Carter queimavam os corpos espalhados pelo jardim que assemelhava-se à um cemitério abandonado. O cheiro de morte era insuportável, mas não era nada se comparado às terríveis cenas ocorridas naquele lugar uma noite antes. Michael Graber assistia seus colegas “limpando” o jardim com um olhar apático. Marina surgiu logo em seguida, oferecendo-lhe um copo d’água trazido em uma bandeja.


– Aqui está, Sr. Graber.


– Obrigado. – ele tomou posse do copo. – Noite difícil, não?


Marina suspirou, colocando a bandeja debaixo do braço.


– O maior ataque até agora.


– James ainda não regressou do hospital?


– Não, senhor. Telefonou informando que ele e a esposa passariam a noite lá por recomendações médicas passadas para ela.


– Ellie é uma garota forte. Irá superar o trauma.


– Não é esta a única coisa que ela deve superar, Sr. Graber.


Michael fitou-a, surpreso.


– Do que está falando?


– Lady Braxton perdeu a criança.


– Oh, não... – lamentou-se. O olhar sério desmanchou-se em lamúrias não ditas em voz alta. Imaginou o quão assustada e deprimida Ellie estaria naquele momento e desejou poder agir em favor dela.


– O trágico acontecimento não ocorreu por conta do ataque, no entanto. – assegurou a jovem empregada. – A maldição de Lilith já se iniciou.


– Refere-se às últimas palavras ditas por ela?


– Sim, senhor. Eu ouvi comentários a respeito da noite em que a queimaram. – respondeu. – Sabe qual é o peso da maldição de uma bruxa?


– Fala por experiência, não é mesmo? – ele sorriu, conciliador.


Marina franziu os lábios, desviando o olhar. Sentiu-se subitamente incomodada pelo fato do advogado estar a par de quem ela verdadeiramente era. Entretanto, segura das coisas que sabia a respeito dele, ela rebateu:


– Todos nós temos segredos a esconder, Sr. Graber. Não sou a única.


Michael sorriu, irônico. Ainda tinha o copo na mão quando tornou a assistir Joshua e Bryan agrupando os cadáveres para depois queimá-los.


– Talvez seja melhor eu ir até o hospital. – comentou Graber. – Quero que fique aqui. Confio em você e sei que tomará conta de qualquer problema que venha a surgir nesta casa.


– Falhei ontem à noite. – disse ela, agora cabisbaixa. – Eu não pude protegê-la.


– Fez o que pôde, tenho certeza. De qualquer forma, você mesma disse que ela sofreu o aborto espontâneo devido à maldição de Lilith, não por causa do ataque.


– De fato.


– Deve haver uma forma de quebrar a maldição.


– Não. – negou a morena. – Não existe um antídoto para isto. Está feito, Sr. Graber.


Michael Graber deixou um suspiro escapar, quase inaudível.


– A profecia está começando a se cumprir. Logo, o primeiro selo será rompido e a grande batalha irá rebentar. Mas até que este dia chegue... Ellie irá sofrer, e muito.


Sem responder, Marina soube que ele tinha razão. Por um instante, perguntou-se se viveria para ver o tal dia chegar. Todavia, não sabia se queria de fato viver até lá.


–--


Sentado ao lado da cama de hospital, James Braxton velava o sono de Ellie que encontrava-se imóvel à sua frente, com tubos nas narinas e pulsos.


O rosto estava muito pálido sobre as almofadas brancas, e tinha os olhos fechados. Em repouso e sem maquiagens, o rosto dela parecia ainda mais suave. Ela parecia estar mergulhada num sono profundo, o seu belo rosto sorria a sonhos secretos e distantes.


Ele havia visto aquela mesma expressão muitas vezes nos últimos dias, começando a se habituar a Ellie e suas ações, sua preocupação contínua, a ingenuidade que outrora o irritara imensamente e a forma como ela chegara a surpreendê-lo em situações inusitadas e aleatórias.


Chegara à conclusão de que a garotinha assustada com quem vira-se obrigado a se casar progredira de forma gradativa, tornando-se uma mulher de admirável coragem e idealismo. Sua vulnerabilidade, no entanto, era uma falha em seu progresso. O famoso calcanhar de Aquiles. Um ponto exposto que seus inimigos poderiam facilmente atingir, enfraquecendo-a.


Talvez fosse por isso que James passara a se sentir como a mais importante parte da evolução de Ellie. De início, troca era simples. Ela precisava de alguém para protegê-la, de alguém que pudesse cobrir seu ponto fraco, e ele de alguém que pudesse satisfazer suas vontades em diversos sentidos.


Ciente de suas emoções recém-exploradas e dos últimos eventos, James Braxton passara a julgar aquele relacionamento com outros olhos.


Sentia-se atraído por ela, claro. Mas não era uma atração das que conhecia. Desejava intensamente tê-la em seus braços todas as noites, lhe dirigindo palavras de amor. Coisa que jamais fizera a mulher alguma antes.


A chegada da garota à sua vida trouxera novas comoções que ele jamais experimentara antes. Compaixão, compreensão, aceitação, tolerância e paciência.


Vendo-a no estado em que estava, odiou a si mesmo por ter falhado em sua promessa. Eles haviam feito mal a ela e ao seu filho. Mataram-no de modo cruel. Enquanto vivesse nunca mais deixaria de sentir-se culpado. Contudo, James estava certo de que os faria sofrer a pior das mortes uma vez que tornasse a colocar as mãos neles. Um por um.


Ele abandonou seus pensamentos quando notou que Ellie agitava-se na cama do hospital. Lenta e esforçadamente ela abriu os olhos, temendo que a luz acima – muito clara e nítida – lhe queimasse a retina. Quando ela fez menção de falar, tudo o que conseguira articular fora um sussurro estrangulado pela ardência causada em sua garganta seca:


– É bom estar de volta...


Braxton colocou-se de pé, inclinando-se sobre ela para contemplá-la.


– Há quanto tempo estive sedada? – indagou ela, encarando o teto.


– A noite toda. – James respondeu.


Ellie fez um aceno com a cabeça, e até aquele ligeiro movimento lhe exigiu um grande esforço. Sentia-se excessivamente fatigada.


– Sinto-me como se eu não estivesse aqui.


Ele tomou-lhe uma das mãos com ternura.


– Mas está, querida. E eu estou com você.


– Já sabe? – ela impôs o limite de não virar-se para fitá-lo. Sentia-se terrivelmente abalada pelo acontecimento anterior.


– Sim.


– Eu... Eu o decepcionei, não? A todos. – um embaraço na garganta trouxe lágrimas de volta aos olhos dela. – Tínhamos planos para aquela criança. Nós...


– Não quero que pense nisso agora.


– Como não? – ela fitou-o, incrédula, por fim. O rosto encontrava-se banhado novamente. – Era tudo o que me mantinha forte para...


– Está tudo bem. – James apertou-lhe a mão entre as suas, começando a se desesperar para acalmá-la. – Não quero filhos, apenas você.


Ellie manteve-se silenciosa. Ouvindo-o tão disposto a lhe oferecer apoio para superar o forte golpe que a vida tornara a lhe dar, ela subitamente readquiriu parte de suas forças. O suficiente para revolver-se naquele momento.


– Não permitirei que saiam impunes.


– Há algo que queira me pedir? – ele inquiriu.


Foi quando Ellie teve certeza:


– Quero vingança, James. – olhou-o intensa e diretamente nos olhos. – Mate-os. Todos eles.


Os lábios dele curvaram-se em um vil sorriso que ele utilizou como resposta. Mas para Ellie não era uma confirmação plausível ao seu pedido.


– Prometa que o fará.


Ele arqueou uma das sobrancelhas, respondendo com plena seriedade:


– Terei prazer em presentear todo aquele que a prejudicou de alguma forma com uma passagem apenas de ida para o Inferno.


Cerrando os olhos, ainda tentando conter as lágrimas de raiva, Ellie suspirou, aliviada.


– Obrigada.


James aproximou-se dela e lentamente traçou-lhe com os dedos as linhas do rosto.


– Quero que descanse. Estou certo de que lhe deixarão ir para casa ainda hoje.


Ela esforçou um sorriso e ele virou-se, retirando-se do quarto a fim de conversar com o médico que a estava tratando. Saindo do quarto, porém, Braxton deparou-se com um rosto que não via há algum tempo. Caminhou até ele, puxando-o pelo braço bruscamente. Declan Donovan, que aparentemente havia acabado de chegar no hospital, encarou-o com um súbito espanto.


– O que está fazendo? – indagou, libertando-se da mão em seu braço.


– Sou eu quem pergunto. – James Braxton fitou-o com severidade. – Que diabos pensa que está fazendo aqui?


– Estou aqui por minha irmã. Onde ela está? – Declan lançou-lhe um olhar enfurecido.


– Mas quanta petulância. – James riu sarcasticamente. – Você, por acaso, é surdo? Eu disse que se voltasse a importuná-la...


– Suas ameaças não me intimidam.


– Não estou surpreso. Você claramente não leva absolutamente nada a sério porque sua vida é miserável. – afirmou o mais velho. – Está fazendo tudo errado, Declan. Você deveria substituir seu pai, protegê-la. E, no entanto, tudo o que quer é divertir-se à custa do sofrimento dela. – olhou-o com infinita seriedade. – Bem, não obterá resultado em seus planos enquanto eu estiver presente.


Declan soltou um risinho perverso.


– Quer que eu assuma o posto de meu pai? Muito bem. – disse. – Ele a vendeu para você, lembra-se? Ainda não entregou sua parte, mas pode acertar o pagamento comigo mesmo.


James descobriu-se com os dentes cerrados, as narinas dilatadas enquanto ele respirava pesadamente tentando se controlar diante das pessoas ao seu redor.


– Seu filho da mãe... – murmurou. Declan viu-o cerrar os punhos e ergueu as sobrancelhas.


– Vamos com calma, Jimmy. Não queremos causar um escândalo, não é mesmo? – sorriu, sarcástico.


– Saia daqui ou me esquecerei de que não estamos a sós.


– Está certo. – ele ainda sorria. – Mas esteja seguro de que voltarei. Aquele dinheiro pertence a mim e a Kat.


– Então terei de considerá-lo um suicida em potencial. – controlando à muito custo sua fúria, James Braxton esboçou um sorriso irônico e intimidador. – No entanto, se ainda tiver vontade de viver, de seguir com essa vida deplorável que leva mantendo um caso com aquela vagabunda presunçosa, sairá de meu caminho.


– Isto é uma ameaça? Está pensando em me matar?


– Oh, não. Claro que não. Não é de meu feitio atingir diretamente a pessoa da qual não me agrado. – respondeu Braxton em falsa simpatia. – Entretanto, eu no seu lugar me preocuparia com as pessoas pelas quais você tem apreço, ainda que seja apenas uma.


Declan Donovan não demonstrou-se intimidado, mas não era necessário que ele esboçasse qualquer tipo de reação. James conhecia bem o efeito que suas palavras causavam nas pessoas. Especialmente nas pessoas das quais não gostava.


Virando-se de costas, Declan retirou-se dali, indo embora do hospital.


Mais tarde, James levara Ellie de volta para casa. Colocou Dora no cargo de cuidar e atender os pedidos da garota. Sem hesitar, a velha governanta aceitou as ordens de muito bom grado, preocupada com sua protegida.


Alena surgira no quarto mais tarde, pedindo para falar a sós com Ellie. Apesar de fatigada e um pouco confusa, Ellie sentou-se na cama e Alena se aproximou, sentando-se ao seu lado.


– O que quer me dizer? – perguntou.


– O que... Realmente aconteceu ontem à noite? – Alena inquiriu. Vira muito pouco do acontecimento, pois trancara-se em seu quarto, temendo que fosse um ataque causado por sequestradores ou ladrões.


Ellie soltou um suspiro breve.


– Alena... O que houve ontem foi...


– Sei que a sequestraram e que encontraram-na logo em seguida, mas... Eu ouvi coisas... Ellie, há algo em que James esteja envolvido?


A mais velha surpreendeu-se ao notar o quão ingênua a garota era, ainda que demonstrasse o contrário. Tocou-lhe no ombro, olhando-a com convicção.


– Você tem sorte, Alena. Tem um irmão que certamente daria a vida por você. – ela falou. – Confie nele.


– Mas... Eu n...


– Tudo acabará bem. Tenho a certeza de que sim.


Alena não consentiu nem discordou, apenas se manteve calada tentando descobrir se estavam escondendo algo dela ou se era apenas sua desconfiança falando mais alto.


–--


Chegando à estação de metrô, Christian Madden avançou para um canto isolado do restante das pessoas ao seu redor e retirou seu aparelho celular do bolso do sobretudo negro.


Com o rápido gesto de discagem, aproximou o objeto do ouvido e aguardou na linha até que alguém do outro lado se manifestou.


– Christian.


– Padre Abdon. – respondeu. – Estou voltando para Nova York.


– Bartholomew entrou em contato. O que está havendo com você, meu filho? – o timbre de voz do padre era preocupante.


– Estou farto, padre. Estão cegos por um objetivo que já não me parece fazer tanto sentido quanto antes.


– Christian, por favor... – o homem suspirou. – Acabará sofrendo a opressão da Igreja.


– Não há nada que eu possa fazer. Não sou eu o escolhido, padre. Agora tenho certeza. – afirmou o exorcista. – Bartholomew não teria desistido de mim se eu realmente fosse o escolhido. Ele encheu-me de histórias a respeito de como minha mãe morreu e por que.


– Filho, não deve regressar agora.


– E por que não? Já não tenho nada com que possa lidar nesta cidade. Estou abortando minha missão, padre.


– Sua missão ainda não foi cumprida.


– E nem será. Fui expulso da Ordem.


– Não dê as costas ao seu destino, Christian. – pediu padre Abdon. – Precisamos de você.


– Refere-se à Igreja?


– Refiro-me à humanidade. Haverá um exército que enfrentará os homens de Lúcifer, Christian. – ele fez uma rápida pausa que pareceu infinita do outro lado da linha. – E será você o homem que o liderará.


Christian não deu-se ao trabalho de responder. Em silêncio, encerrou a ligação devolvendo o celular no bolso. Olhou à sua frente, a fila de pessoas prontas para adquirirem uma passagem para Nova York não era grande.Ele certamente conseguiria a sua em menos de dez minutos.


Contudo, a frase de padre Abdon repetia-se em sua cabeça interminavelmente.


Por fim, ele se decidiu. Virou-se, rumando de volta ao seu quarto de hotel, abandonando a ideia de retornar à Nova York.


–--


Dirigindo à incríveis cento e cinquenta quilômetros por hora, Katherina Donovan falava ao celular com Declan. Estava voltando para casa depois de passar o dia com outro de seus amantes, pessoas das quais Declan não tinha conhecimento.


Ou fingia não ter, cego pelas manipulações da mulher.


– Não acredito nesta palhaçada, Declan! – exclamava, histérica. – Aquele dinheiro também é nosso. Temos direito à boa parte dele.


– Eu sei, Kat. – respondeu o rapaz do outro lado da linha. – Talvez se procurássemos outro advogado...


– Devíamos colocar aquele desgraçado atrás das grades! Ele e seu pai tinham negócios de jogo, não? É algo totalmente ilegal. Com algumas provas, talvez consigamos armar um processo.


– Teríamos de discutir isso pessoalmente. – ele disse em tom sugestivo.


Katherina sorriu e apertou o celular com força.


– Estarei em casa em vinte minutos. – desligou o aparelho, colocando-o no banco do passageiro.


Quando tornou a olhar para frente, finalmente decidida a prestar atenção no volante, Katherina avistou uma figura soturna parada no final da pista. Estava próxima, próxima demais. Assustada, tudo o que pôde ver era os olhos do desconhecido. Olhos vermelhos como sangue, vermelhos como se estivessem no aviso da morte.


Era noite, o que desfavorecia-a, tornando impossível identificar quem ou o queera aquilo.


Katherina tentou os freios, mas uma vez que seu pé pressionou o pedal, ele não funcionou. Puxou o freio de mão e seu carro girou na pista, incontrolavelmente. Viu e sentiu que tudo rodava, tal como sua cabeça. As imagens eram enviadas para sua mente em alta velocidade.


Ela gritava histericamente enquanto o automóvel girava. Era um verdadeiroballet macabro, do qual ela não conseguia escapar. Queria que tudo parasse de rodar e que pudesse assumir o controle do veículo novamente.


E então o automóvel parou, colidindo bruscamente contra o tronco firme de uma árvore na beira da estrada.


Katherina pôde sentir a colisão, mas em seguida, nada mais conseguira sentir.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 51



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  • shadowxcat Postado em 19/07/2016 - 16:24:44

    ESSA FANFIC ESTÁ SENDO REPOSTADA AQUI: http://fanfics.com.br/fanfic/54463/sete-demonios-romance-terror-horror-teen-amor -suspense-thriller-aventura-acao-vampiros-bruxas-demonios

  • raysantos Postado em 12/08/2015 - 20:10:35

    Sua fic e muito top e bem escrita tudo d bom tomara que logo logo a Ellie e James possam ficar juntos sem a essa fulana que eu nao aprendi a dizer muito menos escreve o nome no meio nada contra a crianca mais fazer oq ne continua

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 23:19:37

    Olá, to lendo pelo spirit anime =)

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 22:54:24

    Por favor!!! Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa mais!!! Okk, já sabes q amo de paixão esta web!!! To sentindo muita falta dela....please, preciso de mais caps!!!! Não me deixe na curiosidade por muito tempoooooo *_*

  • vverg Postado em 10/01/2015 - 01:47:30

    Desculpe meu sumisso!! Mas assim q der, comento qdo ler todos os caps =)

  • vverg Postado em 19/08/2014 - 23:57:43

    Poxa não judia tanto de sua leitora caramba!!! Minha fic perfeição, posta mais, preciso de mais.... Estou ficando agoniada sem suas atualizações Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa maissssssssssssssssssssssssssss nesta fic perfeitaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa amo sua fic, ok vc já sabe disso, mas não custa falar né hahahahahahahaha

  • vverg Postado em 12/08/2014 - 12:10:07

    Meu Deus! Que nojo deste Declan!!!! Cara##@%@#$#! Putz!!! Como ela se deixa dominar desta forma, caramba!!! Posta mais mais mais mais mais mais. Poxa vc me deixou curiosa agora, tadinha da Elie, ela é muito fraca e se deixa dominar por este imundo.... Estou pasma, posta mais na minha fic perfeição mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais =)

  • vverg Postado em 09/08/2014 - 17:08:49

    Quero maisssssssssssssss!!! Preciso mais desta fic perfeita!!! Posta sim??? Necessito ler.... =)

  • vverg Postado em 06/08/2014 - 10:33:43

    Dahlia tah ferradinha kkkkk. Posta mais! Necessito de mais rsrsrs *_*

  • vverg Postado em 02/08/2014 - 09:55:32

    Minha fic mais q perfeitaaaaa posta mais quero mais caps


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