Fanfics Brasil - Segundo Ciclo - Capítulo IV - A Grande Profecia Sete Demônios

Fanfic: Sete Demônios | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Segundo Ciclo - Capítulo IV - A Grande Profecia

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Dominic Ryder assentava-se em uma das cadeiras ao redor de uma comprida mesa de madeira que assemelhava-se à parte de móveis elegantemente rústicos de um galpão mal-assombrado.


O ambiente lhe agradava, mas não muito. Não tinha o direito de reclamar, ainda que ousasse fazê-lo sem se importar com a opinião alheia.


Balançava a cabeça vez ou outra, os cabelos negros e curtos em total desalinho moviam-se com ele. Suas roupas em nada condiziam com o ambiente. Vestia uma camiseta em tom azul-escuro larga demais com inúmeras epígrafes misturando-se umas às outras por debaixo de uma jaqueta de couro preta, e um típico old jeans desbotado no qual havia pequenos rasgões ali e aqui. Apoiava ambas as mãos sobre a mesa, inclinando sua cadeira com o peso de seu corpo para frente e para trás como um aluno entediado em uma sala de aula.


Olhando para ele, qualquer um ali o consideraria um delinquente.


E, decididamente, não estariam enganados em afirmar tal coisa.


Havia rostos desconhecidos para todos os lados que olhava. Um rapaz que aparentemente tinha quase a sua idade assentava-se a um dos cantos da mesa, calado com os olhos apaticamente fixos no nada. Um homem de cabelos opacos em tom de ferrugem e uma enorme cicatriz no pescoço lançava-lhe um constante olhar de desconfiança. O advogado que acompanhara a garota cujas palavras ajudaram-lhe a conseguir uma audiência com o summus da Sétima Divisão também encontrava-se à mesa, sentado à sua frente.


A jovem de cabelos dourados e postura quase anacrônica sentava-se à outra ponta da cadeira. Sua beleza era encantadoramente singela e angelical, algo que seus olhos pedantes jamais encontraram antes, mas a voz autoritária que escapara dos lábios perfeitamente delineados quando ele a ouvira pela primeira vez estava longe de soar inocente. Ela falara com confiança, emitindo gestos e atos de uma pessoa de poder, exalando soberania.


Ryder sentiu-se impaciente ao notar que ela ainda o fitava, parecendo estudar todos os seus movimentos. A situação toda era incômoda, mas era um mal necessário. Não estava ali por ele. Estava ali pelos seus. Por aqueles que considerava a coisa mais próxima de uma família que tivera até então.


Um homem de cabelos ligeiramente grisalhos penteados de maneira elegante e roupas extremamente formais adentrou o galpão, assentando-se à cadeira principal com ar de autoridade.


Pigarreou e colocou-se a falar:


– Ellie informou-me a respeito deste último ocorrido. – olhou para todo aquele que encontrava-se à mesa. – Acredito que tenhamos de dar breve início a esta reunião. – os olhos atenciosos do homem fixaram-se no rosto do desconhecido. – Sou Vincent e esta é minha organização, meu caro. Por enquanto é bem-vindo.


Dominic Ryder ergueu os olhos para ele.


– Vejo que é o chefe dessa casa. – observou o sujeito em seu tom arrogantemente desdenhoso.


– De fato. – Vincent Hurst consentiu. – Diga-me o que procura e talvez o consiga aqui, nesta divisão.


– Justiça. – ele repetiu o que dissera à garota anteriormente. – Quero justiça e proteção àqueles por quem tenho apreço.


– Apresente-se.


Ryder suspirou, certo de que aquilo seria perda de tempo. Passara pela mesma situação antes, quando procurar Cornelius Asher e seus homens.Justiceiros, como eram conhecidos em seu meio. Era assim que seus conhecidos e até mesmo ele próprio chamavam aqueles que comandavam a organização secreta. A Fraternidade.


Ouvira a respeito da tal organização logo depois que o líder de um grupo de traficantes ameaçara o seu após o rompimento de um trato que havia entre os dois grupos. O grupo adversário era maior, mais poderoso, possuíam armas, auxílio de pessoas da alta, do governo... Se eles atacassem os seus, seria – obviamente – um grande massacre.


E ninguém se importaria. Ninguém choraria ou buscaria fazer justiça por eles. Era por isso que Ryder tinha de agir. Agora. Não havia mais tempo.


Fora isto o que fizera quando procurara a Terceira Divisão da Fraternidade. Falhara, de fato. Mas ali estava sua segunda e provavelmente última oportunidade. Bem diante de seus olhos.


Pôs-se a falar:


– Sou Dominic Ryder, senhor. Estou disposto a entrar para sua divisão em troca do que busco. Justiça e proteção.


– Não precisa fazer parte da Fraternidade para conseguir o que almeja. – advertiu o homem. – No entanto, isto dependerá de sua situação e, claro, das pessoas que tenciona proteger.


– Assim como vocês, eu estou atrás de justiça.


– Veremos se sua ideia de justiça assemelha-se à nossa. – Vincent declarou. – Cornelius informou-se a seu respeito antes de darmos início a esta reunião. Tenho sua ficha em mãos.


Dominic viu o indivíduo depositar papéis sobre a mesa. Não soube de onde eles surgiram e acreditou firmemente que ele os havia trazido consigo quando adentrara o local.


– Bem... – o superior da organização resmungou, passando os olhos pelos papéis que agora tinha em mãos. – Parece que não tem a melhor das reputações, filho.


Ryder abafou um riso com os lábios, virando o rosto em descrença.


– É uma conclusão e tanto, considerando que é um mercenário quem a afirma.


– Cale essa boca. – o portador da grotesca cicatriz manifestou-se, rosnando como um bulldog enraivecido. – Não sabe a quem está se dirigindo.


– A um bando de assassinos que acham-se no direito de me julgar. Mas que tipo de espetáculo macabro é este? – ele olhou para os dois lados, irônico. – Meu julgamento? Atire a primeira pedra aquele que aqui presente não cometeu ao menos metade de meus feitos.


– Cale-se. – a garota sentada ao lado de seu superior pediu, dessa vez em tom educado e calmo. – Disse-lhe que esta será sua única oportunidade. Se está aqui porque precisa de ajuda, não a desperdice.


Vincent Hurst tornou a tomar a voz principal:


– Tráfico e furto. Engana-se e muito se pensa que é de nosso feitio cometer tais delitos.


Ryder desviou os olhos do dele, perplexo.


– Não diria isto se estivesse em meus sapatos, senhor. Eu lhe garanto. – assegurou o jovem. – Não me julgaria inferior a você se visse muitos dos seus morrendo entre fome e balas perdidas. – ele subitamente colocou-se em pé, a voz alterando-se, tornando-se acusadora. – É fácil chegar à sua conclusão quando se tem uma propriedade de milhões em Chevy Chase, uma frota de carros blindados e uma conta bancária com muitos algarismos. – bufou, tentando se controlar. – Se o Inferno realmente existe, saibam que aqui ele tem outro nome: Anacostia.


Ele deixou-se cair na cadeira novamente, calado. Todos à sua volta olhavam-no com os olhos muito abertos.


O discurso soara terrivelmente sensacionalista.


Ellie analisou-o por longos segundos, ouvindo algo em sua mente dizendo-lhe que o sujeito fora sincero. Pouco sabia ela sobre os bairros menos favorecidos da capital, mas comparar Chevy Chase – bairro nobre da cidade –, à Anacostia – a região mais pobre e violenta de Washington, lugar onde ninguém certamente gostaria de sequer passar perto – era realmente como comparar o Céu ao Inferno.


Vincent Hurst soltou um suspiro baixo.


– Compreendo. – ele disse. – Mas deve entender que... Você tem o perfil de alguém que eliminaríamos deste mundo.


– Pois posso lhes provar que serei útil nessa organização. – garantiu. Os olhos verdes não cessavam o brilho que emitiam em um claro misto de orgulho e convicção.


– Estamos dispensando. Desculpe.


– Vincent, não. – Ellie interveio com sua voz conciliadora, inclinando-se para frente. Encarou o homem por quem tinha tanto respeito e admiração, aquele que agora via algo próximo de um pai. – Há dezoito anos um homem recorreu a você em busca de proteção para sua garotinha. Ele provou-se ser um dos melhores assassinos que esta organização já acolheu, recorda-se dele?


Hurst sentiu a emoção se deslocar para todas as partes de seu corpo e tentou disfarçar sua reação, esforçando-se em se manter sério.


– Ellie, eu n...


– Você deu a ele uma chance e ele fez por merecer. Ele morreu por esta Fraternidade. Sabe de quem estou falando, Vincent? Maurice Donovan. Meu pai. – ela prosseguiu com firmeza. – Em nome dele, eu lhe peço, seja razoável. – os olhos castanho-claros estavam marejados antes mesmo de ela seguir com suas palavras. – Acabamos de perder um dos nossos. – referia-se a James e se lembrar de sua ausência era como caminhar sobre espinhos, mas era a alma que lhe doía e não o corpo. – Temos de pensar no futuro. Temos de aumentar nossa organização. Lembre-se do que se aproxima. O grande dia.


O líder da Sétima Divisão fechou os olhos, expirando todo o ar preso em seus pulmões cheios. Tornou a abri-los, fitando a garota com compaixão. Depois, virou o rosto na direção do sujeito – agora não tão bem-vindo – que assentava-se à mesa com os demais.


– Está bem. – disse. – Mostre-nos que realmente é capaz de lutar pelos mesmos propósitos pelos quais nós lutamos. Terá sete dias para provar-se digno de confiança.


Dominic Ryder levantou o rosto, mordendo o canto do lábio inferior para conter um sorriso de satisfação.


Ellie olhou para Hurst com infinita gratidão e seus lábios curvaram-se em um sorriso abertamente grato que iluminou-lhe o belo rosto.


Algo que não lhe ocorrera há uma semana.


Michael Graber abanava a cabeça lentamente em desaprovação, mas não parecia ter voz naquela reunião. Bryan Carter – o homem da cicatriz – nada ousara dizer, mas já tinha uma opinião formada sobre o possível novo companheiro de “trabalho”. Joshua Wilder sequer movera-se em sua cadeira, o semblante fechado em frieza e seriedade.


Ellie, no entanto, soube que as coisas se resolveriam em breve, entre todos.


–--


– Nosso lado está enfraquecendo-se. – Bartholomew suava frio enquanto relatava os últimos eventos, compartilhando-os com Dahlia, sua fiel seguidora. – A pressão espiritual de todo o recinto tem diminuído desde a saída de Christian.


A ruiva respirou fundo, deixando o ar escapar brandamente de sua boca entreaberta.


Estavam sentados na sala do líder da Ordem da Santíssima Trindade, um local de pintura clara, luzes fluorescentes que brilhavam de forma cegante acima de suas cabeças. O ambiente em si sempre exalara uma aprazível sensação de paz, calmaria.


Não mais.


A comoção entre os seguidores da Ordem não cessara desde a expulsão de Christian Madden, ato considerado como consequência daquilo que Bartholomew chamara de traição da parte do exorcista.


– Precisa trazê-lo de volta, Barth. – sibilou Dahlia. Tentou soar persuasiva, convincente, mas Bartholomew também era conhecido por sua teimosia.


– Esqueça. – respondeu. – Christian traiu-nos ao deixar a garota escapar. Ofendeu nossa fé com palavras claramente influenciadas pelo diabo. Sua alma já foi corrompida.


– Acredito na possibilidade de que o que aconteceu tinha sido um mero mal-entendido.


– Não. – Bartholomew negou com a cabeça. – Christian renegou a própria fé, de modo que sua alma já está condenada.


– O perdão é divino. – filosofou a mulher.


– O perdão vem de Deus, não de nós, Dahlia. Além disto, Christian em momento algum se demonstrou arrependido do que fez ou disse.


– Disse que estamos nos enfraquecendo.


O homem franziu os lábios para conter um suspiro de frustração.


– Perdemos muitos dos nossos durante os confrontos contra...


– James Braxton e seus assassinos. – ela completou. – Mas agora ele já não se encontra mais em vida.


– Braxton não passa de poeira perto do que habita a menina a quem ele protegia. – explicou o superior. – Ainda vivo, ele já não me preocupava tanto quanto antes. É o que se esconde por trás da garota que me faz hesitar.


– A Mulher de Vermelho ainda não avançou estágio algum. – observou a figura de cabelos avermelhados à sua frente. – Nenhum dos Selos foi rompido. Não ainda. Por que está tão receoso, Barth?


– Ela está fortalecendo-se a cada dia, enquanto nós... – suspirou, finalmente deixando transparecer sua preocupação. – Nós estamos despreparados para qualquer ataque vindo dela.


Dahlia calou-se, pensando nas possíveis teorias que transitavam pela mente de seu mentor naquele momento.


– Pensei que ela fosse se desequilibrar devido à perda do marido.


– Também eu, Dahlia. Também eu.


Ele agora parecia extremamente perturbado, passando a mãos pelos poucos cabelos brancos em um gesto de nervosismo enquanto uma gota fina de suor descia-lhe pela testa.


– No que acredita?


Bartholomew fitou-a precisamente nos olhos verdes-esmeraldas, terrivelmente sério.


– O Cordeiro romperá o Primeiro Selo.


Dahlia sentiu a garganta secar subitamente e seu coração acelerou. Ela conteve-se, rindo baixo.


– Barth, por favor...


– A Tribulação já está ocorrendo, Dahlia. Bem debaixo de nossos olhos. Esteve ocorrendo há muito tempo. Temos agido de modo inconsequente, sem sequer olhar aos nossos arredores.


– O Primeiro Selo só é rompido quando O Opositor chega ao mundo. – recordou-se ela. – Eleonora Braxton perdeu o filho.


– Acreditávamos cegamente que o fruto da união do diabo com a Mulher de Vermelho seria o Cavaleiro Branco.


– O Anticristo. – Dahlia assentiu, dizendo. – Aquele que se tornaria um líder mundial benevolente. O rival do Salvador. Mas, Barth, aquela criança morreu no ventre da mãe antes mesmo de chegar ao mundo.


– O diabo é conhecido por suas perversas artimanhas, Dahlia. – advertiu o chefe da Ordem, seriamente. – Ele não permitiria que o Opositor fosse morto se não tivesse algo tramado por trás do ocorrido.


– Mas que maldita confusão... – ela concluiu, meneando a cabeça negativamente.


Bartholomew suspirou mais uma vez. Abriu a gaveta de sua mesa de acrílico e dela retirou papéis nos quais havia figuras e legendas logo abaixo delas. Ele apontou para uma das figuras impressas em um dos papéis.


– A besta escarlate que vê é a qual a Mulher de Vermelho montará nos supostos sete anos em que governará sobre a Terra. E todos se maravilharão com a criatura e a mulher que a monta. – explicou, pacientemente. – Possui sete cabeças e dez chifres.


– Não há necessidade de me dizer o que já sei. – Dahlia esforçou-se para sorrir. – As sete cabeças são sete montes sobre os quais a mulher se assentará. Ou sete reis, dos quais cinco já caíram.


– Porém, na versão deles, Dahlia, – prosseguiu Bartholomew, referindo-se aos membros da Fraternidade. – As sete cabeças representam sete almas que possuem conexão direta com a Mulher de Vermelho. – ele pausou, contemplando os papéis à frente. – A garota foi amaldiçoada por uma praticante de magia negra durante um ritual de condenação um pouco antes de sofrer o aborto espontâneo. Foi sete vezes amaldiçoada.


– Não compreendo a ligação que isto tem com o assunto anterior. – Dahlia torceu os lábios, confusa.


– Sete vezes ela carregará uma criança no ventre, independente de seu progenitor. – respondeu seu superior. – E sete vezes a criança morrerá. Contudo, as sete almas fundir-se-ão em uma só, encontrando-se no Inferno e regressando a Terra em outra forma.


Os olhos da mulher abriram-se com espanto quando a percepção a invadiu de uma só vez. Bartholomew acrescentou:


– Do mar eterno ele se ergue, criando exércitos nos litorais, jogando irmão contra irmão...


Os lábios dela moveram-se lentamente, completando:


– “Até a humanidade não existir mais”. – os olhos permaneceram muito abertos enquanto ela processava a mais nova informação absorvida por sua mente rápida. – O animal de sete cabeças está ligado àquela que o montará. – ela não esperou Bartholomew consentir para finalizar sua conclusão. – A filha de Babilônia.


O homem de cabelos brancos emitiu um sinal positivo com os olhos, tragicamente concordando com o que, de fato, estava ali. Era inútil negar.


–--


Após a reunião com os irmãos da Sétima Divisão e seu superior, Ellie dispôs-se para conduzir Dominic Ryder até os galpões utilizados como salas no prédio da organização. Mostrou-lhe a sala de Vincent Hurst, os locais de treinamento, o galpão principal e a biblioteca improvisada no final do corredor.


Ouvindo-a falar a respeito de profecias, propósitos para um novo mundo e justiça de diversas formas, o rapaz mal encontrou tempo para se manifestar. Não que se sentisse desejoso de interagir com ela, mas o ar de superioridade da garota atacava-lhe o orgulho inflado de modo quase insuportável. A curiosidade venceu sua arrogância, e ele soltou a pergunta que martelava em sua mente quando ela ainda o guiava para dentro da biblioteca.


– Disse-me que não era misericordiosa. – ele comentou. Ellie parou diante de uma alta prateleira de livros antigos com capas amareladas e manchadas de bolor. – Mas pediu ao seu chefe que me desse uma oportunidade. Por quê?


Ela virou-se para ele, o rosto pálido fixo em uma expressão séria.


– Aquilo não tem nada a ver com misericórdia ou compaixão. Estas são palavras que apaguei de minha vida há muito tempo. – asseverou ela. – Mas acredito que possa nos oferecer auxílio com o que sabe. Uma troca. Oferecemos-lhe justiça e proteção, as coisas que busca. Você nos oferece lealdade e disposição para lutar em favor de nosso objetivo maior.


– Que seria...?


– Purificar o mundo. – Ellie respondeu, simplesmente.


Dominic Ryder sentiu vontade de rir, mas não conseguiu.


A bela garota parada à sua frente soava como uma maluca referindo-se ao fim do mundo como se fosse algo normal, porém, de alguma forma, ele acreditou que ela falava sério.


– E você é o quê? A imperatriz do mundo? – gracejou, sarcástico.


– Há uma mulher que algum dia tomará para si todos os povos, línguas e terras. Montará um dragão vermelho, adornada de ouro, pérolas e pedras preciosas, vestindo-se de púrpura e de escarlata. E em sua mão levará um cálice dourado. – as palavras vinham à tona com naturalidade, ainda que fosse a primeira vez que dissesse aquilo por conta própria. – Tal como o destino do mundo também estará nas mãos dela.


Ryder fitou-a com perplexidade e uma ponta de indignação, inclinando a cabeça para um dos lados.


– Esta profecia refere-se àquela que governará sobre a Terra.


– Logo vi. – ele disse, indiferente.


– Ocorreu um fenômeno nos céus na noite de meu nascimento, no sexto dia do sexto mês do ano de mil novecentos e noventa e seis. – ela começou a caminhar pela biblioteca, passando os dedos delicados pelas bordas da mesa de madeira posta no centro. – Nevou e choveu, mas não era inverno. Os anjos estavam em pânico. Era um sinal.


– Muito poético. – ironizou. Ellie ignorou-o.


– Na simbologia, a neve representa pureza e inocência. Águas representam nações e terras. – prosseguiu. – “Uma alma inicialmente pura tomará para si todos os povos”, esta é a versão inicial. E a seguinte refere-se à tal alma como “filha da neve que congelará seu sangue e da chuva que arrastará seu corpo ao Inferno”.


– Que belo enredo para um filme de ficção-científica, não é mesmo?


Mas a garota não lhe dava ouvidos, seguindo com sua narração profeticamente absurda, dando passos graciosos ao redor da mesa.


– Ainda pequena, fui oferecida à Mamon, mas minha alma foi rejeitada pelo demônio da avareza. Nascida da Água Negra, é como chamam-me em todas as Sete Divisões. – parecia orgulhosa disto. Ryder sequer quis saber por que. – Mas gosto do nome pelo qual sou mais conhecida. – parou de andar e ergueu o rosto para ele, encarando-o de forma destemida. – A Mulher de Vermelho.


Dominic Ryder sentiu-se subitamente intimidado.


Pela primeira vez em toda a sua vida.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 51



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  • shadowxcat Postado em 19/07/2016 - 16:24:44

    ESSA FANFIC ESTÁ SENDO REPOSTADA AQUI: http://fanfics.com.br/fanfic/54463/sete-demonios-romance-terror-horror-teen-amor -suspense-thriller-aventura-acao-vampiros-bruxas-demonios

  • raysantos Postado em 12/08/2015 - 20:10:35

    Sua fic e muito top e bem escrita tudo d bom tomara que logo logo a Ellie e James possam ficar juntos sem a essa fulana que eu nao aprendi a dizer muito menos escreve o nome no meio nada contra a crianca mais fazer oq ne continua

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 23:19:37

    Olá, to lendo pelo spirit anime =)

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 22:54:24

    Por favor!!! Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa mais!!! Okk, já sabes q amo de paixão esta web!!! To sentindo muita falta dela....please, preciso de mais caps!!!! Não me deixe na curiosidade por muito tempoooooo *_*

  • vverg Postado em 10/01/2015 - 01:47:30

    Desculpe meu sumisso!! Mas assim q der, comento qdo ler todos os caps =)

  • vverg Postado em 19/08/2014 - 23:57:43

    Poxa não judia tanto de sua leitora caramba!!! Minha fic perfeição, posta mais, preciso de mais.... Estou ficando agoniada sem suas atualizações Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa maissssssssssssssssssssssssssss nesta fic perfeitaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa amo sua fic, ok vc já sabe disso, mas não custa falar né hahahahahahahaha

  • vverg Postado em 12/08/2014 - 12:10:07

    Meu Deus! Que nojo deste Declan!!!! Cara##@%@#$#! Putz!!! Como ela se deixa dominar desta forma, caramba!!! Posta mais mais mais mais mais mais. Poxa vc me deixou curiosa agora, tadinha da Elie, ela é muito fraca e se deixa dominar por este imundo.... Estou pasma, posta mais na minha fic perfeição mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais =)

  • vverg Postado em 09/08/2014 - 17:08:49

    Quero maisssssssssssssss!!! Preciso mais desta fic perfeita!!! Posta sim??? Necessito ler.... =)

  • vverg Postado em 06/08/2014 - 10:33:43

    Dahlia tah ferradinha kkkkk. Posta mais! Necessito de mais rsrsrs *_*

  • vverg Postado em 02/08/2014 - 09:55:32

    Minha fic mais q perfeitaaaaa posta mais quero mais caps


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