Fanfics Brasil - Segundo Ciclo - Capítulo XIV - Caminhos Diferentes Sete Demônios

Fanfic: Sete Demônios | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Segundo Ciclo - Capítulo XIV - Caminhos Diferentes

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Aaric Hunter acomodou-se em sua cadeira silenciosamente. Estava em casa. Em seu templo. Não havia mais ninguém ali.


Com exceção de Dahlia Mason.


A ruiva à sua frente sentou-se em um gesto elegante e sutil. Por detrás de sua luxuosa mesa de madeira escura, Hunter passou o dedo indicador pela sobrancelha esquerda, pensativo. Ergueu os olhos para a mulher, finalmente.


Quando ela lhe procurara naquela manhã, Aaric esperava ter notícias básicas e claras a respeito dos acontecimentos interiores na Ordem da Trindade. Dahlia Mason havia lhe dado mais do que isto. Dera-lhe um completo relato de toda a semana, dizendo-lhe possíveis planos e teorias vindas de seu superior, Bartholomew.


– Disse-me que seu superior acredita que o Primeiro Selo tenha sido rompido. Inclusive, eu mesmo tive a oportunidade de ouvi-lo expor sua teoria.


– Sim, senhor. – ela balançou a cabeça positivamente. – Eleonora Braxton é, possivelmente, a Opositora.


– Então teríamos de afirmar que o Primeiro Selo foi rompido há dezoito anos. – analisou Hunter.


– Certamente.


– Bem, temos alguns indícios, não é mesmo? – ele tentou parecer despreocupado, recebendo a informação com naturalidade. – As tribulações.


– Foi o que Bartholomew me disse, Sr. Hunter. Além disto, ele tem em mente uma teoria absurdamente inacreditável sobre a besta escarlate que a Mulher de Vermelho montará em seus sete anos de poder.


Aaric Hunter abafou um riso franco e baixo, deixando escapar seu ceticismo em relação ao que acabara de ouvir.


– Se depender de mim, Srta. Mason, não haverá Mulher de Vermelho e tampouco seu bichinho de estimação.


Dahlia tentou disfarçar sua surpresa em ver toda a subestimação do homem à sua frente para com sua adversária. Nem mesmo ela subestimava Ellie de tal forma. Conhecia o perigo. Havia sentido na pele. Recordou-se da mordida em seu braço. A marca dos dentes que ali haviam sido cravados jamais desapareceria. Tal como as lembranças da consequência daquele ataque, a vez em que tomaram seu corpo. Tal lembrança causou-lhe um arrepio na espinha.


Ela suspirou, perturbada.


– Bartholomew disse que o dragão vermelho tem ligação direta com a mulher que o monta. Trata-se de um animal de sete cabeças, Sr. Hunter.


– Estou a par disso. – ele afirmou, indiferente.


Dahlia prosseguiu:


– Sete almas com conexão única com a Mulher de Vermelho. Sete almas geradas em seu ventre que não virão ao mundo e que se fundirão no fogo eterno do Inferno, regressando a Terra nesta forma.


– Sete filhos natimortos?


– Sim.


– Um sofrimento e tanto, não acha? – indagou o homem.


– Demônios se alimentam do sofrimento, e dele eles surgem. – Dahlia afirmou, seriamente.


– Faz sentido. – meneou a cabeça lentamente. – Mas lutarei para impedir tal acontecimento. E, acredite, eu nunca falho em meus planos.


Pareceu certo do que afirmava. A voz dele tinha infinita segurança, autocontrole. Havia o mesmo em Dahlia, mas ela não conseguia parar de admirar a forma com a qual ele parecia ter tudo sob controle.


Na mente de Aaric Hunter, impedir a Impostora de tomar posse de sua posição era a missão de sua vida. Livrar-se-ia dela o mais breve possível, pois estava claro que o grande dia estava mais próximo do que nunca. A informação sobre a possibilidade de o Primeiro Selo ter sido rompido muito antes do tempo previsto o deixara desnorteado. Chegou a sentir-se receoso, algo que o incomodou profundamente.


Aaric Hunter era determinado e implacável em suas decisões. Ainda que o Primeiro Selo tivesse mesmo sido rompido, ele não desistiria. Seguiria com seu plano, sempre o deixando em prioridade. Os sete anos de reinado sobre a Terra pertenciam a ele.


E para alcançar seu posto, definitivamente, não haveria misericórdia.


–--


Assentado em uma cama improvisada e desconfortável, James Braxton tentava aquietar os pensamentos perturbadores que eram enviados à sua mente conforme continuava ali, ouvindo explicações nada plausíveis de uma menina de doze anos e uma dupla de velhos curandeiros, todos desconhecidos. A médica havia ido embora. James também queria sair dali, mas a exaustão tornara-se parte de seu corpo.


Cada movimento custava-lhe muito esforço. A cabeça ainda girava e pesava o dobro, como se acordasse em ressaca. Vez ou outra, a garota que dissera-lhe chamar-se Willow aproximava-se dele para lhe trazer algo para comer ou beber. Quando ela levantou-se do sofá e se adiantou em sua direção, porém, James decidiu se manifestar:


– Preciso que me dê todas as informações que sabe a meu respeito.


– Não sei muito. – ela disse, desdenhosa. Tocou-lhe a testa com as costas da mão direita. – Já não tem febre. Está se recuperando muito bem.


– É muito séria para uma criança. – observou Braxton, curioso.


– Não sou uma criança. – a menina olhou-o com imensa severidade. Seu tom de voz era firme, determinado.


– Veja só... Willow... – disse. – Eu agradeço o que tem feito por mim, mas realmente preciso entender o que está acontecendo.


– Querem matá-lo. Isso é tudo o que precisa saber.


– Não é justo que me previna de minha própria vida.


Willow suspirou, abaixando a cabeça. A voz tornara-se fraca e baixa quando respondera-lhe:


– Acreditam que esteja morto. É minha missão mantê-lo vivo. Uma missão enviada Dele.


– Dele? – James franziu o cenho, incerto.


– Sim. – afirmou. – Ele tem um plano para você, e claramente eu faço parte deste plano.


– Fala de um modo engraçado para uma garotinha.


– Sou uma profetisa. É como me denominam. Digo... Aqueles que sabem o que eu... Posso ver.


James conteve-se para não rir com a explicação. Mas algo no tom da voz dela fez com que ele acreditasse que ela dizia a verdade. Ou, ao menos, no que ela achava ser a verdade.


– Disse que previu meu acidente.


– Foi o que me fez chegar a tempo de salvá-lo. Esteve fora de seu corpo por muito, muito tempo.


– Não há nada em minha mente. Apenas... Um vazio imenso. – James Braxton suspirou.


– Consequência da purificação. Ele está lhe dando uma nova oportunidade. Uma chance de se redimir. – Willow abriu um breve sorriso. – O que quer que seja que tenha feito de sua vida no passado, está apagado.


– Não faço ideia do que seja, de qualquer forma.


– Sugiro que não pense mais no passado. Agarre a chance que Ele está lhe oferecendo. Deus tem um propósito para você, James.


Ele fitou-a, incomodado pela forma como ela lhe falava.


– É uma seguidora de alguma seita maluca? – indagou com leve ironia.


– Sou uma seguidora de Jesus Cristo. – ela declarou. – Durante toda a minha vida eu tenho sobrevivido por conta Dele. Há algo diferente em mim, eu sei que fui escolhida para um propósito. Assim como você.


James manifestou-se de imediato:


– Irônico. Se Deus está no comando, então Ele mesmo não quis impedir que o tal acidente ocorresse. Ele não se importou comigo.


Chegava a ser absurdo discutir com a pequena garota. Ainda mais absurda era a impressão de que ela parecia mais sábia que ele. Mas James Braxton não sentiu-se incomodado por isso. Não por isso.


– Está vivo, não está? – Willow inquiriu, seriamente. – “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”.


Ele manteve-se calado, o rosto fechado e frio. Parecia muito pensativo, incapaz de aceitar o que estava havendo. A situação toda lhe era perturbadora.


– Eu verdadeiramente desejo que encontre a paz a tempo, pois o tempo é curto. – falou a garota. – Chegará o dia em que será tarde demais. Precisa aceitar que Jesus o ama. É por isto que está aqui. Há um propósito separado especialmente para você.


Sorrindo docemente, ela virou-se de costas, começando a se afastar. James abriu os lábios e a pergunta escapou de sua boca antes que pudesse controlar sua curiosidade.


– Há quanto tempo estive fora?


Ela tornou a olhá-lo, virando-se para ele.


– Muito tempo. – respondeu.


– Quando poderei ir embora?


Willow não deu-lhe uma resposta. Seth levantou-se do sofá, aproximando-se deles. Colocou-se diante de Braxton, observando seu estado atual.


– Não se agite, senhor, eu lhe peço. Não queremos que tenha uma recaída.


James respirou fundo, deixando-se deitar na cama mais uma vez, mentalmente exausto.


– Irá embora quando for a hora certa, quando sua mente e espírito estiverem estáveis e em paz. – Willow tornou a se aproximar dele. – Logo será o momento.


– Sairei daqui quando não sentir mais dores. – Braxton decretou, em tom mal-humorado.


Willow manteve o sorriso no rosto, uma expressão branda e amigável. Cobriu-o com as mantas e olhou-o com ternura.


– Ele ama você, James. E quer que você lute ao lado Dele.


Não houve resposta da parte dele, até que – inesperadamente – Willow emitiu um riso alegre, o que atraiu a atenção de James, fazendo-o erguer os olhos para ela.


– Mas o que há? – quis saber.


– Está parecendo um fugitivo da justiça. – riu a pequena profetisa.


Muito lentamente, James Braxton passou a mão pelo rosto áspero.


– Não devo estar muito apresentável, não é mesmo?


Ela fez que sim com a cabeça e ele acompanhou-a no riso. Noah e Seth também riram e todo o ambiente carregado desapareceu, como nuvens depois de uma forte tempestade. James sentiu-se brevemente aliviado, o peso de mil caminhões abandonara sua mente por instantes. As pessoas ao seu redor eram desconhecidas, mas a súbita sensação de que podia – de fato – confiar neles o preencheu de forma completa. Era insano, mas parecia ser o certo. Confiava naquelas pessoas. Confiava naqueles que haviam salvado a sua vida.


–--


Sentada à mesa de reuniões com seus irmãos da Sétima Divisão, vestindo-se de forma delicadamente formal, com os cabelos dourados presos para cima, Ellie manteve sua postura firme ao declarar:


– Sei que o tempo está encurtando-se. – tentou soar séria demais para parecer convincente, mas sabia que eles acatariam suas decisões. Estava ciente de quem era e do que era capaz. – Preciso que ajudem-me a agilizar o progresso dos planos que coloquei em questão.


– Refere-se às investigações? – Joshua Wilder perguntou, de repente.


Ellie virou-se para o rapaz, fitando-o com severidade. Wilder arrependeu-se de tê-la interrompido. A garota estava se transformando de forma assustadoramente rápida. A soberania parecia exalar dela, como fumaça, sufocando todos ali presentes. Ao redor da mesa encontravam-se também Bryan Carter com sua expressão descontente, Michael Graber, muito atento ao que a jovem dizia. Também estavam ali Vincent Hurst, o superior da divisão, e os novos integrantes dos quais o restante dos homens não gostavam de forma alguma. Contudo, Dominic Ryder, sentado ao lado de Carter e de seus comparsas, parecia distraído demais contemplando a faca com a qual brincava, passando de uma mão para outra, não se importando muito com o que estava sendo discutido diante dele.


Mas ninguém se manifestava durante a reunião, impedindo possíveis desavenças.


Ellie Braxton prosseguiu, muito determinada:


– As investigações terão de esperar, por enquanto. – afirmou. – Temos de ocupar nossas mentes com o verdadeiro problema que se aproxima a cada dia.


– Seu plano não terá progresso mais rápido que este, Ellie. – Vincent Hurst finalmente pôs-se a falar. – Quer formar um exército de assassinos bem treinados. Não pode conseguir isto da noite para o dia.


– Se a verdade já estivesse completamente exposta, acredite, eu poderia formar um exército em cinco minutos. – ela disse, muito segura do que afirmava. – Muitos uniriam-se a mim se soubessem da verdade, se tivessem ciência da árdua batalha que se aproxima.


– Não somos muitos... – o superior da Sétima Divisão comentou.


– Somos sete divisões, Vincent. – objetou a garota.


Hurst inclinou-se para frente, apoiando as mãos sobre a mesa de madeira. Soltou um suspiro pelos os lábios entreabertos, traindo seu próprio autocontrole.


– As outras divisões não lutarão em seu favor, Ellie.


Por um momento, a expressão dela alterou-se. Uma sombra de espanto passou por seus olhos castanho-claros e o sangue esvaiu-se de seu rosto lívido, deixando óbvio que ela não esperava por tal declaração.


– A Fraternidade é minha família.


– As outras seis divisões estão escolhendo seus caminhos. Não lutarão com você, Ellie. E nem por você. Acham que trouxe problemas em nosso meio. Acusam-na de ter nos amaldiçoado com sua chegada.


As palavras do distinto homem sentado ao seu lado soavam-lhe absurdas. Desde o início fora convencida de que as sete divisões estariam ali para protegê-la, para auxiliá-la e acompanhá-la até o dia em que fosse colocada em seu pedestal de glória, o dia em que tomaria para si aquilo que dizia a profecia.


Agora, tudo parecia-lhe uma enorme contradição, um paradoxo. Uma promessa quebrada. A Fraternidade estava virando-lhe as costas.


Tomada pelo orgulho que dominara parcialmente sua mente e coração, Ellie não manifestou-se de forma preocupada. Lançou para seu superior um olhar presunçoso e tranquilo, decidindo-se:


– Não precisaremos deles.


Vincent suspirou, perturbado.


– Querida, não podemos entrar em conflito com as outras divisões...


– O assassino de meu pai está em uma destas seis divisões. Um traidor. Mas vejo que não é o único traidor, já que todos eles estão virando-se contra mim. E como ousam, não? – ironizou, orgulhosa. – Pois serão atingidos pela imolação como o resto destes mundanos.


– Ellie...


– Farei desta divisão a mais predominante. – ela jurou para si mesma, cerrando os punhos por debaixo da mesa. Descobriu-se rangendo os dentes como um filhote feroz. – E quando este dia chegar, terei um exército ao meu lado.


– Está completamente maluca! – Bryan Carter exclamou com sua voz gutural que irrompeu no ar como um trovão. – Estão ouvindo o que diz esta mulher? Fala como uma louca!


Ellie virou o rosto na direção dele, fitando-o com sua expressão fria e insípida.


– Eu não me lembro de ter demandado sua opinião, Sr. Carter.


– Ora, cale a boca. – resmungou o portador da grotesca cicatriz que tanto causava aversão na garota. – Acha mesmo que pode simplesmente cair de paraquedas neste lugar e me dar ordens como se eu fosse seu súdito? Sou um vingador, um assassino, não um maldito escravo.


Ele recostou-se bruscamente à cadeira, ofegante. Estava furioso. Mas não tanto quanto sua interlocutora.


Em uma mutação expressiva de sua face, Ellie estreitou os olhos e mordeu o lábio inferior com força, procurando manter sua postura e paciência.


– Vingança é o que todos nós buscamos. É o que nos mantém unidos nesta casa. – ela alegou firmemente.


Carter sorriu de canto, sarcástico.


– Tudo o que você busca é alguém para quem possa abrir as pernas novamente.


– Basta! – sucumbindo à sua raiva, Ellie colocou-se em pé, inclinando-se sobre a mesa. Bateu com ambas as mãos na madeira, fungando em pleno ódio. A fúria fazia com que seus olhos brilhassem em um olhar demoníaco direcionado ao homem da cicatriz.


Os olhos de Vincent Hurst estavam arregalados e ele parecia petrificado pelo receio da discussão que se iniciaria ali, diante dele. Não reagiu imediatamente, estático pelo tom de voz alterado de ambos os lados. O mesmo ocorria com o restante dos homens sentados à mesa, fazendo-os parecerem espectadores de uma luta livre.


Por sua vez, Bryan Carter também colocou-se em pé, inclinando-se adiante, esticando um dedo no rosto da jovem à sua frente.


– Quem diabos você pensa que é? – seus lábios pareciam uma torneira aberta, da qual despencava um rio de veneno.


Ellie teve completa certeza do que dizer.


– Você sabe quem eu sou. – arqueou uma sobrancelha, desafiadora. – E sabe o que posso fazer se continuar a me confrontar desta maneira.


– Estou farto de você, menina. – ele rosnou. Conforme seus lábios moviam-se, sua cicatriz parecia mais lívida sob a luz que pendia sobre a mesa. – Por que não volta para casa? Por que raios ainda está aqui? Este não é o seu lugar. E nunca será. Nem mesmo seu pai a quis neste meio. Sua presença traz desgraça e morte. Não aceitarei qualquer ordem que venha de você.


– Controle suas palavras. – ela o alertou apenas uma vez, extremamente séria. – Ou terá um destino do qual não gostará.


– Queime no Inferno, vadia! – Carter disse, bufando como um animal enfurecido.


Ellie não respondeu-lhe da mesma forma, controlando sua raiva. Reagiu com superioridade, sem deixar de olhá-lo nos olhos.


– Diz que minha presença traz morte e autodenomina-se um vingador, mas nada fez quando assassinaram sua esposa e filha diante de seus olhos. – falou-lhe sem qualquer temor. – É apenas um covarde com uma arma na mão. Sequer posso chamá-lo de homem.


As chamas da fúria dançavam nos olhos de Bryan Carter. Ele foi imediatamente arrastado para o mar do mais infinito ódio.


– Ora, sua vagabunda! – esticou-se sobre a mesa, apoiando uma das mãos na mesma. Avançou seu corpo para Ellie e ergueu uma de suas mãos, pronto para dar-lhe uma forte bofetada.


Entretanto, em um gesto quase imperceptível e muito rápido, Dominic Ryder – que encontrava-se sentado ao lado de Carter – segurou-lhe o pulso cuja mão encontrava-se apoiada sobre a mesa, fazendo o homem frear seu ato.


Sem qualquer hesitação, Ryder cravou-lhe a faca na mão, vendo o assassino urrar de dor, deixando-se cair na cadeira mais uma vez. A mesa de madeira escura foi parcialmente tingida de vermelho, manchada pelo sangue daquele que agora gritava histericamente.


– Maldito filho da mãe! – exclamou em tom extremamente alto. – Tire isto daqui! Vamos! Vejam o que este desgraçado fez!


– Não se bate em uma mulher. Nunca. – Ryder pressionou a faca com mais força, enterrando-a nas costas da mão de Bryan. Segurou-lhe pelo pulso, puxando a faca para fora. Em seguida, com rapidez, cortou-lhe o dedo indicador com a mesma facilidade com a qual teria quebrado um lápis de madeira. – Também não se aponta um dedo de forma acusadora quando não se tem razão. – disse-lhe com uma ponta de cruel ironia enquanto Bryan Carter agitava-se, gritando e agonizado como um porco no matadouro.


O dedo desprendeu-se de sua mão.


Horrorizada com a cena, Ellie abriu os lábios, mas nenhuma palavra pôde articular.


– Já chega! – Vincent Hurst levantou-se, furioso. A situação havia fugido completamente de seu controle.


Joshua Wider também se levantou, correndo em socorro de Carter. Tomou-lhe a mão ferida e ensanguentada, enfaixando-a com um lenço que retirara do bolso das calças.


Hurst emitiu um sinal com a mão para que Wilder levasse Bryan até outro galpão, procurando impedir que a situação piorasse. Bufou, passando as mãos pelos cabelos cuidadosamente penteados para trás, sentindo-se perdido em meio a tudo aquilo. Virou-se para sua sucessora, tentando se manter calmo e compreensivo.


– Ellie, por favor... Leve-o daqui.


A garota assentiu com a cabeça. Tremia da cabeça aos pés, surpresa e dominada pelo terror. Lançou um olhar para Dominic e ele compreendeu que precisava se retirar daqui e acompanhá-la. Ligeiro e discretamente, agarrou o dedo banhado em sangue sobre a mesa e enfiou-o no bolso das calças largas.


Saíram os dois do galpão, em silêncio. O mesmo fizeram os dois companheiros de Ryder, indo para outro lado.


Michael Graber se levantou, por fim, aproximando-se de seu superior.


– Vincent... Está tudo bem? – inquiriu em tom preocupado.


Transtornado, o summus da Sétima Divisão levantou os olhos para o advogado.


– Não sei mais o que fazer, Michael. Temo que isto tudo nos leve à destruição. – pela primeira vez, Vincent parecia perturbado e confuso. Nem mesmo Graber o tinha visto assim antes. – Precisa tomar conta dela, controlá-la. Se o poder subir à cabeça dela... Será impossível reverter o problema.


– O que posso fazer, Vincent?


– É seu conselheiro. – respondeu o mais velho. – Faça seu papel. Ajude-a.


Era o que Michael Graber vinha tentando fazer desde o dia em que Ellie lhe procurara em busca de uma forma de livrar-se do casamento forçado. Queria ajudá-la, mas não apenas isto. Queria protegê-la, impedir que lhe fizessem mal. Mas sentia-se inútil. Ellie nunca parecia precisar dele. Pelo menos não era esta a impressão que lhe causava.


Todavia, Vincent Hurst tinha a mais pura razão. Ele precisava agir.


Era hora de assumir seu papel e agir em favor do lado pelos propósitos pelos quais lutava.


Michael Graber sabia que era hora de mudar.


–--


Quando rumaram para fora do prédio da organização, Ellie ainda tremia e suava frio. A cena que acabara de presenciar repetia-se em sua mente por diversas vezes, deixando-a aturdida, muito embora ela lutasse para permanecer neutra em relação a isto.


Dominic Ryder, porém, encontrava-se despreocupado. Aproximou-se dela e estendeu-lhe a mão na qual segurava o dedo mutilado de Bryan Carter.


Sem reagir, Ellie ergueu os olhos para ele, vendo-o sorrir pelo canto dos lábios como se toda a situação fosse uma verdadeira piada.


– Caso queira guardar como recordação. – disse, simplesmente.


Incrédula, ela lentamente abanou a cabeça. Dominic riu brevemente e guardou-o novamente no bolso.


– Por que fez aquilo? – Ellie perguntou-lhe.


Ele deu de ombros, um gesto indiferente.


– Já disse. Não se bate em uma mulher e não se acusa ninguém sem provas.


– Soa justo. – ela falou em tom muito baixo. Ainda estava assustada e tomada pela surpresa.


– Justiça é o que todos nós buscamos. – Ryder alargou o sorriso, repetindo o que ela havia dito minutos atrás. – Tem meu apoio se pretende reunir um exército de assassinos.


Ellie abafou um sorriso, descrente.


– Toda a Fraternidade quer colocar minha cabeça à prêmio.


– Estou falando do que fez por mim e pelos meus. – esclareceu. – São gratos por você e certamente lutariam ao seu lado. – ele viu-a fitá-lo com expectativa e prosseguiu: – Assim como eu.


Ele falara com sinceridade. Ellie não teve qualquer sombra de dúvida a respeito. Lembrou-se de como os moradores de Anacostia a tinham recebido de muito bom grado depois que assassinara Big Al e seus homens.


Chegou a uma breve conclusão, convencendo a si mesma de que ainda que as outras seis divisões estivessem contra ela, muitos outros estariam dispostos a lutar ao lado dela. E por ela.


Sabia quem era e o que fazer. Mas o mais importante era o fato de que não sentia-se sozinha em meio àquela situação.


Não estava sozinha. Nunca mais estaria.



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Ventava muito. A brisa que agora havia se tornado uma forte ventania fustigava seu rosto, fazendo esvoaçar suas vestes negras e seus cabelos da mesma cor. Estava exausto. Os últimos dias tinham exigido muito de seu esforço espiritual e psicológico. A mente estava carregada, como se o mundo ao seu redor estivesse prestes a acabar. Era irônico ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 51



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  • shadowxcat Postado em 19/07/2016 - 16:24:44

    ESSA FANFIC ESTÁ SENDO REPOSTADA AQUI: http://fanfics.com.br/fanfic/54463/sete-demonios-romance-terror-horror-teen-amor -suspense-thriller-aventura-acao-vampiros-bruxas-demonios

  • raysantos Postado em 12/08/2015 - 20:10:35

    Sua fic e muito top e bem escrita tudo d bom tomara que logo logo a Ellie e James possam ficar juntos sem a essa fulana que eu nao aprendi a dizer muito menos escreve o nome no meio nada contra a crianca mais fazer oq ne continua

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 23:19:37

    Olá, to lendo pelo spirit anime =)

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 22:54:24

    Por favor!!! Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa mais!!! Okk, já sabes q amo de paixão esta web!!! To sentindo muita falta dela....please, preciso de mais caps!!!! Não me deixe na curiosidade por muito tempoooooo *_*

  • vverg Postado em 10/01/2015 - 01:47:30

    Desculpe meu sumisso!! Mas assim q der, comento qdo ler todos os caps =)

  • vverg Postado em 19/08/2014 - 23:57:43

    Poxa não judia tanto de sua leitora caramba!!! Minha fic perfeição, posta mais, preciso de mais.... Estou ficando agoniada sem suas atualizações Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa maissssssssssssssssssssssssssss nesta fic perfeitaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa amo sua fic, ok vc já sabe disso, mas não custa falar né hahahahahahahaha

  • vverg Postado em 12/08/2014 - 12:10:07

    Meu Deus! Que nojo deste Declan!!!! Cara##@%@#$#! Putz!!! Como ela se deixa dominar desta forma, caramba!!! Posta mais mais mais mais mais mais. Poxa vc me deixou curiosa agora, tadinha da Elie, ela é muito fraca e se deixa dominar por este imundo.... Estou pasma, posta mais na minha fic perfeição mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais =)

  • vverg Postado em 09/08/2014 - 17:08:49

    Quero maisssssssssssssss!!! Preciso mais desta fic perfeita!!! Posta sim??? Necessito ler.... =)

  • vverg Postado em 06/08/2014 - 10:33:43

    Dahlia tah ferradinha kkkkk. Posta mais! Necessito de mais rsrsrs *_*

  • vverg Postado em 02/08/2014 - 09:55:32

    Minha fic mais q perfeitaaaaa posta mais quero mais caps


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