Fanfics Brasil - Segundo Ciclo - Capítulo XIX - Encontro Inesperado Sete Demônios

Fanfic: Sete Demônios | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Segundo Ciclo - Capítulo XIX - Encontro Inesperado

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Parado diante da construção que mais parecia um templo sagrado em tom envelhecido de amarelo, e portas e janelas de madeira maciça, Declan Donovan ergueu os olhos, admirado, contemplando o prédio.


Aldous Thibault dissera-lhe o que fazer e o que dizer. Ele tinha uma missão ali.


Tinha de decretar uma trégua entre a Segunda Divisão e os donos daquele local, os Ceifeiros do Equilíbrio. Precisava unir-se ao seu líder, Aaric Hunter, pois com tais aliados, seria definitivamente mais fácil remover seus inimigos de seu caminho. Havia dois homens escoltando-o até o lugar, um de cada lado, homens da Segunda Divisão da Fraternidade que juraram ajudá-lo e protegê-lo.


Ajeitando a postura agora firme e determinada, pois estava ciente de que era ele o superior ali, Declan começou a avançar para a entrada da construção. Parou quando deparou-se com um sujeito que possuía o dobro de seu tamanho de pé em frente à passagem de entrada. Seu olhar era vigilante e acusador, e ele vestia-se de azul, vestes compridas.


– Quem é e o que deseja?


– Declan Donovan. – disse-lhe. – Tenho uma reunião com seu chefe.


O homem arqueou as sobrancelhas por detrás dos tecidos azulados que cobriam parcialmente seu rosto. Virou-se para a porta e acionou um botão preso à parede.


– Donovan. – declarou através do que obviamente era um interfone. – Diz ter hora marcada com o Sr. Hunter.


As portas da entrada foram automaticamente abertas, causando um som súbito que ecoou no ar. O sujeito abriu espaço para que Declan e seus novos seguidores adentrassem o templo.


– Por favor. – disse, fazendo sinal para que passassem por ele.


Emitindo um riso baixo que escapou pelo canto de seus lábios, Declan entrou no local. Os dois homens da Fraternidade vinham logo atrás dele.


O interior da propriedade era ainda mais exuberante que seu exterior. As paredes eram douradas e os móveis harmonizavam-se com sua decoração, todos amadeirados e elegantes. Declan logo notara uma figura vindo de longe para cumprimentá-lo. Julgou ser aquele que administrava tudo aquilo. A pessoa com quem precisava falar. Aaric Hunter.


Hunter tinha uma elegante postura, olhar severo e sua voz soara intimidadora quando saudou o visitante.


– Olá, meu jovem.


– Sr. Hunter. – Declan estendeu uma das mãos. Hunter deitou os olhos sobre a mãe esticada, mas não deu-se ao trabalho de cumprimentá-lo, ignorando o gesto.


Declan rapidamente recolheu sua mão e pigarreou, constrangido.


– Recebi a ligação que fez a um de meus homens. Pediu uma reunião. – recordou-se o superior. – Tem alguns minutos para falar-me.


– Estou aqui por minha irmã, senhor. – esclareceu. – Eleonora.


A expressão do homem oscilava agora do ódio para a perturbação. Ele parecia subitamente nervoso. Indicou uma mesa ali perto e disse:


– Queira sentar-se.


Rapidamente, Declan Donovan e os dois que estavam com ele assentaram-se à longa mesa de madeira que encontrava-se no centro do grande salão principal do templo. O mesmo fez Aaric Hunter.


– O que tem a me dizer a respeito de sua irmã? – indagou brevemente.


Declan tomou ar e começou a discursar como havia pedido seu superior, Aldous Thibault.


– Eleonora é uma inimiga, Sr. Hunter. Tanto para o senhor, quanto para mim.


– Ora, poupe-me! – exclamou, irônico. – Não venha dizer-me que virou-se contra sua família.


– Ela não é minha família. – Declan declarou firmemente. – Eleonora tem outra família agora. Um bando de assassinos.


– Não muito diferente do seu bando, não é mesmo?


Engolindo a seco a provocação do sujeito, Donovan prosseguiu:


– A Segunda Divisão está permanentemente cortando relações com a organização da qual minha irmã faz parte.


– E por quê?


– Porque não a queremos como governante após o Apocalipse.


A resposta causou surpresa em Hunter. Era notável sua expressão agora, abismado diante da cega certeza que emoldurava as palavras do rapaz. Mantendo-se firme, porém, Aaric Hunter manifestou-se em seguida:


– O que o coloca contra os propósitos dela?


– Não está preparada para tomar posse do posto. – respondeu Declan.


– E acredita que você esteja?


– Certamente mais do que ela, senhor, mas não vim até aqui para defender meu ponto de vista ou fazer campanha em meu favor. – explicou. – Estou aqui para que façamos um trato.


– Que tipo de trato teria eu a fazer com alguém como você?


– Bem, temos um inimigo em comum. É o bastante para que estejamos do mesmo lado, não acha?


Mas Aaric Hunter era altamente cheio de si. Lembrara-se de como fora humilhado quando tencionara unir-se à Ordem da Santíssima Trindade. Fora uma experiência terrivelmente constrangedora. Desde então, decidira seguir sozinho em sua missão individual.


Aceitara o auxílio quase desnecessário de Dahlia Mason – protegida do líder da Ordem – por vingança. A usaria como espiã e depois se livraria dela com a mesma facilidade com a qual se livraria de um inseto petulante.


Contudo, ter como aliado alguém que desejava tanto quanto ele próprio arrancar a garota impostora de seus caminhos não lhe parecia ser uma má ideia, ainda que mais tarde, depois que alcançassem o que almejavam, seu aliado se virasse contra ele. Fitou Declan Donovan da cabeça aos pés.


Pensou. Não é adversário para mim.


Não havia qualquer pressão espiritual vindo do jovem. Era fraco de espírito, e Hunter concluiu que alguém assim jamais chegaria ao posto de governante uma vez que o grande dia chegasse.


Julgou também que seria fácil derrotá-lo depois que se livrassem da garota de quem tanto falavam.


Fitou-o nos distantes olhos verdes e moveu seus lábios em convicção quando declarou:


– Prove-me que está sendo sincero e então poderá unir-se a mim na missão de tirar do caminho a Impostora.


Declan sentiu-se tentado a rir quando ouvira a afirmação do homem.


– É assim que a chamam? – sorriu sarcasticamente. – Cai bem como uma luva.


Ele manteve-se rindo, um riso baixo e mesquinho, mas a expressão de Aaric Hunter prosseguiu firme, severa.


Um dos homens trajando azul adentrou o local, interrompendo-os e quebrando o silêncio que ameaçava tomar posse do ambiente.


– Senhor. – ele saudou seu líder em um breve gesto. – Dahlia Mason está aqui.


Hunter virou-se para ele:


– Mande-a entrar.


O sujeito acenou com a cabeça e afastou-se dali em rápidos passos.


Segundos depois, outra silhueta aproximou-se da mesa, passando pela entrada principal. Possuía cabelos avermelhados e olhos claros que condiziam com sua expressão rígida e séria. O timbre de sua voz era também firme, exalando superioridade. Algo que decididamente não pertencia a ela, pois não era ninguém naquele meio. Não comparada ao seu interlocutor.


– Sr. Hunter, como está? Espero não estar interrompendo.


Aaric Hunter sequer levantou-se de sua cadeira, limitando-se a apenas levantar os olhos para ela.


– De forma alguma. Sente-se. – indicou uma cadeira livre.


Dahlia sentou-se diante do visitante desconhecido de Hunter, analisando-o discretamente.


– Pois diga o que faz aqui. – o líder dos Ceifeiros do Equilíbrio fora o primeiro a falar.


Dahlia olhou-o rapidamente, dizendo-lhe com muita calma:


– Um... Conhecido meu abandonou a Ordem por conta de um erro que cometeu. – fez uma pausa para escolher bem as palavras, certa de que precisava preparar-se mentalmente toda vez que dirigia-se ao sujeito. – Ainda mantemos contato e ele acaba de perder um parceiro de trabalho.


Hunter franziu os lábios em descontentamento.


– O que diabos tenho a ver com isto?


– O parceiro dele cometeu suicídio. Saltou da sacada do hotel. – esclareceu a mulher de cabelos vermelhos. – Momentos antes, ele contou-me ter entrado em contato com uma garotinha, uma completa desconhecida. E ela avisou-os que o rapaz de fato morreria.


Logo a percepção pareceu tomar conta da postura sisuda de Aaric Hunter. Ele levou menos de dois segundos para interligar os fatos.


– Uma bruxa?


– Uma profetisa, senhor. – Dahlia corrigiu-o educadamente. – Acredito ser uma dos cento e quarenta e quatro mil.


Hunter abanou a cabeça.


– Não acredito nesta teoria ridícula, sinto muito. No entanto... – tornou a fitá-la intensamente. – Se realmente trata-se de uma pequena profetisa, então me seria muito útil.


– Bartholomew ainda não tem ciência da existência desta menina. E não saberá, se depender de mim. Mas estou certa de que ela será útil ao senhor, se tenciona mesmo tomar posse dos sete anos de reinados.


– Anos estes que verdadeiramente pertencem a mim. – declarou Hunter, olhando Declan Donovan pelo canto dos olhos. – Trate de encontrá-la, Dahlia. Traga-a até mim. Daremos a esta criança um propósito maior.


A mulher assentiu, respondendo:


– Como queira, senhor.


E seus olhos cor-de-esmeralda foram automaticamente direcionados aos do rapaz à sua frente, pois ele não havia se manifestado até então. Aaric Hunter, por sua vez, não se importou em apresentá-los. Não se importava.


Mas Dahlia Mason parecia se importar. Sua expressão deixava claro que sentia-se subitamente desejosa de conhecer mais acerca daquele que ali se encontrava.


Declan Donovan, todavia, também demonstrava-se interessado, ainda que não tivesse proferido palavra alguma depois que ela adentrara o templo.


O interesse era mútuo, mesmo que súbito. E Aaric Hunter não pode deixar de notar isto.


–--


Christian Madden terminou de organizar os livros do escritório da catedral. Padre Abdon estivera fora por dias, em busca de provas concretas a respeito da profecia final. Um trabalho vago, complexo, mas Madden compreendia o motivo pelo qual o padre estava correndo atrás da verdade.


Tinha medo do que ocorreria consigo durante a imolação, o dia do juízo final.


Não o julgava por isto, certo de que todo o mundo sentir-se-ia da mesma maneira se estivessem cientes da situação. No final das contas, quando o dia chegasse, todos tentariam se agarrar a algo, a alguma salvação. E esta era, talvez, a maior hipocrisia de todas.


Quando terminou de colocar o último livro de volta na prateleira, sentiu a presença de mais alguém adentrando o pequeno escritório. Virou-se instintivamente para trás, se deparando com um rosto muito conhecido por si.


– Dahlia? – olhou-a com surpresa. – O que faz aqui?


A ruiva teve de manter-se convincente até para si própria. Estava ali a pedido de Aaric Hunter, estava ali para descobrir mais a respeito da pequena profetisa, para trazê-la aos Ceifeiros do Equilíbrio. Mas não podia simplesmente dizer a verdade ao exorcista. Logicamente ele não concordaria com aquilo.


Umedecendo os lábios e esforçando um pequeno sorriso, Dahlia Mason respondeu-o:


– Vim ver como está.


– Estou... Bem, eu suponho. – Christian aproximou-se dela e colocou as mãos nos bolsos. – Como tem passado?


– Confusa. – ela disse. – Mas bem.


– Fico feliz.


– Eu... Eu tenho pensado muito a respeito da morte de Adam.


– Bem, você não é a única.


– A verdade é que... Você já não parou para pensar no que houve antes do acontecimento?


– Do que está falando? – indagou.


– Disse-me que encontraram uma... Uma garotinha no meio da rua.


– A profetisa.


– Exato. – Dahlia respondeu. – Talvez ela tenha alguma explicação, alguma... Pista sobre o que houve com Adam, o motivo pelo qual ele pulou daquele prédio.


– Talvez. – analisou Madden. – De qualquer forma, seria impossível encontrá-la novamente.


– Não sabe nada a respeito dela? Nome, endereço...?


– Não. – o exorcista negou com a cabeça. – Absolutamente nada.


Dahlia praguejou mentalmente, mas permaneceu com sua expressão neutra.


– Tudo bem. – afirmou ela. – Eu acredito que...


Mas suas palavras morreram no ar uma vez que uma súbita onda de água fervente parecia subir por seu corpo, tomando conta de cada célula, cada movimento e pensamento. Fora rápido demais. Tão rápido que ela não pode sequer lutar para manter seu autocontrole.


Sua expressão alterou-se de imediato.


Quando se deu conta do que estava havendo, Christian recuou um passo. Viu-a com os olhos completamente negros como as trevas, os dentes escancarados e a fúria animalesca em seu rosto contorcido.


– Para trás, maligno. – ordenou ele, calmamente. Arrancou do bolso direito do sobretudo o crucifixo que sempre levava consigo, esticando-o na direção da entidade. – Afaste-se ou se arrependerá.


O demônio riu alto, uma gargalhada maquiavélica e ensurdecedora que fazia tremer toda a catedral.


– Como consegue manter toda esta hipocrisia sem se envergonhar? – inquiriu a voz grave e rouca.


Porém Madden não lhe dava ouvidos, sua mente estava blindada. Seus olhos caíram sobre a cicatriz no antebraço de Dahlia. As marcas haviam se tornado uma só. Um círculo com uma linha reta que saía deste, formando algo. Um símbolo.


– Cão do Inferno. – ele murmurou, tirando suas conclusões. Ergueu os olhos para a possuída. – O que quer?


– Já tenho o que quero, Christian. – riu-se a entidade. – Esta alma já está corrompida. Sempre esteve.


– Como pode manifestar-se na casa do Senhor desta maneira?


– Não está claro o bastante? – perguntou-lhe. – Este lugar também foi maculado. Tudo ao seu redor foi corrompido. Ninguém se salvará do fogo eterno.


– Está blasfemando, seu maldito. – Madden descobriu-se rangendo os dentes.


– Ninguém se salvará, Christian. Tampouco você.


– Não pode me intimidar, Eluton.


– Mesmo? – a entidade sombria inclinou o queixo para cima, um gesto de superioridade. Olhou-o nos olhos e esticou um dos braços.


O corpo do exorcista foi projetado para trás, colidindo contra a prateleira de onde livros saltaram para o chão. Seu crucifixo desapareceu em meio a toda a confusão. O ambiente tornou-se carregado demais até mesmo para se respirar. Christian debateu-se contra a parede, tentando se libertar da força que emanava do demônio, apertando-lhe a garganta.


– Se morrer, – disse a ele. – Irá direto para o Inferno. Como sua mãe. Lembra-se dela, Christian?


– Cale-se... Maldito... Filho da mãe... – com as próprias mãos, Madden tentava desvencilhar-se do que o aprisionava contra a parede, mas seu adversário era inumanamente mais forte.


– Não quer fazer companhia a ela, exorcista? Imagine só. Os dois queimando eternamente nas profundezas do Inferno. – o demônio cerrou os punhos no ar, resultando em uma pressão ainda maior ao redor da traqueia de Christian. – Vamos, lute comigo. Odeie-me com toda a sua alma.


As palavras custavam a sair, pois a pressão ao redor do pescoço do exorcista tornava-se ainda maior conforme os segundos se seguiam, tal como sua respiração diminuía seu ritmo. Sentiu a visão se embaçar e o coração começando a enfraquecer seus batimentos.


Subitamente, porém, uma terceira presença surgiu no local. O livro que levava nas mãos despencou ao deparar-se com a cena. Surpresa e assustada, com os olhos muito abertos, Alena Braxton não soube como reagir de imediato. Soltou um grito e cobriu a boca com as mãos, dando um passo para trás.


Dahlia virou-se para ela, o rosto irreconhecível e demoníaco. Abriu um sorriso e disse-lhe:


– Ora, vejam só o que temos aqui.


Mas sua completa atenção estava direcionada para Madden e seu corpo preso à parede. Alena viu-o indicar o livro que caíra de suas mãos com os olhos, um apelo mudo. Ela rapidamente apoderou-se do livro enquanto a entidade voltara-se para sua presa, apertando-lhe a garganta com mais força.


Rapidamente, a garota tomou o livro em mãos e abriu-o nas primeiras páginas. Contudo, era difícil manter o foco no que lia, o ambiente estava carregado demais e as forças malignas que exalavam do corpo da mulher à sua frente traziam consigo uma forte ventania, fazendo voar todos os objetos que encontravam-se ali, no pequeno escritório.


Alena Braxton passou os olhos pelos versos, mas as palavras não podiam ser articuladas. Estava muito nervosa. Ergueu os olhos para o corpo posto contra a parede, vendo seu instrutor perdendo os sentidos aos poucos.


Um sussurro escapou dos lábios dele, inaudível, desesperado:


– Do prim... Primeiro... Verso...


Os olhos dela tornaram a cair sobre as páginas abertas do livro.


– Exorcizamus te, omnis immundus spiritus, omnis satanica potestas, omnis incuriso infernalis adversarii, omnis legio, omnis congredatio et...


– Ora, cale-se! – o demônio virou-se para ela e, com apenas um olhar, lançou-a para longe, fazendo-a bater com as costas contra a parede, caindo ao chão em alta velocidade.


Tornou a olhar para Christian Madden, abrindo um sorriso.


– É o fim, exorcista.


Com a mão ainda esticada, apertou o punho com mais força, vendo a vida começar a se esvair do corpo de sua presa. Os olhos rolando para trás, a respiração entrecortada.


– Diga-me quais são suas últimas palavras.


– Copulati ventis! – uma voz interveio, alta e autoritária.


Dahlia caiu ao chão, de repente, seu braço esticado foi aprisionado para trás, como se algo a acorrentasse fortemente. Começou a se contorcer, gritando.


Christian Madden também caiu ao chão, liberto do que o aprisionava. Apenas quando tornou a ouvir a voz que surgira repentinamente descobriu de quem se tratava.


Marina Baresi correra até ele, tomando-lhe um dos pulsos.


– Christian. – chamou-o pelo nome e deu-lhe leves batidas nas faces geladas. – Fale comigo.


– Precisa... Exorcizá-la... – sussurrou, enfraquecido. Esticou o dedo indicador, mostrando-lhe o livro caído ao chão, perto do corpo de Dahlia que ainda grunhia como um animal, amarrada pelo feitiço da bruxa.


Marina colocou uma das mãos dentro do bolso das vestes dele, arrancando um pequeno frasco contendo água. Caminhou até o livro, tomando-o em mãos. Rapidamente começou a recitar os versos, seguindo o ritual inacabado.


– Exorcizamus te, omnis immundus spiritus, omnis satanica potestas, omnis incuriso infernalis adversarii, omnis legio, omnis congredatio et secta diabolica. – estendeu uma das mãos na direção da possuída, a voz era clara e objetiva, nada hesitante. – Perditionis venenum propinare. Vade, satana, inventor et magister omnis fallaciae.


– Maldita bruxa, quem pensa que é? – rosnou a entidade, olhando-a nos olhos.


– Calado! – Marina ordenou em voz alta. – Dominicos sanctae ecclesiae, terogamus audi nos. Terribilis deus do sanctuario suo deus israhel.


– É tão hipócrita quanto ele. Irão os dois para o Inferno.


– Não antes de você. – com os cabelos voando em meio ao vento, Marina fez o sinal da cruz sobre o corpo da ruiva. – Benedictus deus, gloria patri...


– Desgraçada! – praguejou o demônio.


– Et aspergatur locus aqua benedicta... – abriu o frasco e derramou o líquido sobre ela, vendo-a gritar em agonia. O líquido parecia queimá-la. – Amém.


Dahlia emitiu um grito ainda mais aterrador, fazendo estremecer as janelas de toda a catedral. Algo retirava-se dela. O grito ecoou, a ventania cessou, e todo o clima pesado do ambiente foi amenizado. O rosto de Dahlia parecia ter se normalizado, sua fisionomia se alterou em um milhão de expressões.


Ela soltou um suspiro e suas pernas e braços foram finalmente libertos do que a aprisionava.


Alena Braxton, encolhida no canto do escritório, assistia àquilo com surpresa nos olhos, apavorada.


Marina abandonou o livro, adiantando-se para Madden novamente. Estendeu-lhe uma das mãos e ajudou-o a se levantar. Cambaleando, Christian aproximou-se de Dahlia Mason.


– Está bem?


– S-sim. – ela respondeu, hesitante. Começou a se colocar em pé.


Ainda entorpecido e perplexo pelo terror que presenciara, Madden virou-se para a jovem bruxa parada ao seu lado:


– Como sabia executar o ritual?


Marina Baresi abafou um riso tímido, erguendo o rosto e olhando-o nos olhos.


– Há muito que ainda não sabe sobre mim, exorcista.


–--


Embora as ruas ainda estivessem molhadas pela tempestade recente, o desespero de estar em uma corrida contra o tempo debaixo d’água parecia ter diminuído.


Com a mente conturbada, James Braxton encontrava-se agora diante da porta de um apartamento do outro lado da cidade. Com a mão direita segurava a mãe da pequena Willow que ainda estremecia, fixa no que ocorrera minutos atrás.


A porta foi aberta por Amber Holden e um sorriso surgiu timidamente em seus lábios cheios, mas desapareceu assim que se deu conta do estado dos dois.


– Oh, Deus! – exclamou. – O que houve?


Desprendendo-se da mão que a aprisionava, Willow correu na direção da médica, abraçando-a em pleno desespero.


– Amber, é horrível! – choramingou a garota. – Noah e Seth... Oh, céus, é horrível...


– O quê...? O que aconteceu?


– Estão mortos. – Braxton anunciou friamente. – Não foi um acidente. Alguém está atrás de n... De Willow.


Amber arregalou os olhos, surpresa.


– Quem?


– O correto seria o que. – ele disse. – Agora mais do que nunca quero desaparecer daqui por um tempo. E, claro, levarei Willow comigo.


A menina virou-se para ele.


– Não. – ela objetou. – Não quero ir. Preciso ficar em casa, preciso e...


– Não pode voltar, Willow. – calmamente, ele a respondeu. Tornou a fitar a doutora. – Desculpe. Não sabia a quem recorrer.


– Tudo bem. – disse-lhe. – Não acredito que possa fazer muito, mas...


– Você pode. – James a interrompeu. – Pode nos tirar daqui. É assim que vai nos ajudar.


Amber Holden hesitou, franzindo o cenho. Abriu a boca para protestar, confusa.


– E-eu realmente não acred...


– Está decidido. – declarou Braxton. – Estaremos partindo esta noite. – em uma pausa quase aniquiladora, James pensou antes de emitir sua sentença final. – E você virá conosco.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 51



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  • shadowxcat Postado em 19/07/2016 - 16:24:44

    ESSA FANFIC ESTÁ SENDO REPOSTADA AQUI: http://fanfics.com.br/fanfic/54463/sete-demonios-romance-terror-horror-teen-amor -suspense-thriller-aventura-acao-vampiros-bruxas-demonios

  • raysantos Postado em 12/08/2015 - 20:10:35

    Sua fic e muito top e bem escrita tudo d bom tomara que logo logo a Ellie e James possam ficar juntos sem a essa fulana que eu nao aprendi a dizer muito menos escreve o nome no meio nada contra a crianca mais fazer oq ne continua

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 23:19:37

    Olá, to lendo pelo spirit anime =)

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 22:54:24

    Por favor!!! Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa mais!!! Okk, já sabes q amo de paixão esta web!!! To sentindo muita falta dela....please, preciso de mais caps!!!! Não me deixe na curiosidade por muito tempoooooo *_*

  • vverg Postado em 10/01/2015 - 01:47:30

    Desculpe meu sumisso!! Mas assim q der, comento qdo ler todos os caps =)

  • vverg Postado em 19/08/2014 - 23:57:43

    Poxa não judia tanto de sua leitora caramba!!! Minha fic perfeição, posta mais, preciso de mais.... Estou ficando agoniada sem suas atualizações Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa maissssssssssssssssssssssssssss nesta fic perfeitaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa amo sua fic, ok vc já sabe disso, mas não custa falar né hahahahahahahaha

  • vverg Postado em 12/08/2014 - 12:10:07

    Meu Deus! Que nojo deste Declan!!!! Cara##@%@#$#! Putz!!! Como ela se deixa dominar desta forma, caramba!!! Posta mais mais mais mais mais mais. Poxa vc me deixou curiosa agora, tadinha da Elie, ela é muito fraca e se deixa dominar por este imundo.... Estou pasma, posta mais na minha fic perfeição mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais =)

  • vverg Postado em 09/08/2014 - 17:08:49

    Quero maisssssssssssssss!!! Preciso mais desta fic perfeita!!! Posta sim??? Necessito ler.... =)

  • vverg Postado em 06/08/2014 - 10:33:43

    Dahlia tah ferradinha kkkkk. Posta mais! Necessito de mais rsrsrs *_*

  • vverg Postado em 02/08/2014 - 09:55:32

    Minha fic mais q perfeitaaaaa posta mais quero mais caps


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