Fanfics Brasil - Terceiro Ciclo - Capítulo VI - Plano do Inimigo Sete Demônios

Fanfic: Sete Demônios | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Terceiro Ciclo - Capítulo VI - Plano do Inimigo

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Após longas horas seguindo o trajeto que os levaria à fronteira, James Braxton e aqueles que o seguiam sem objetar fizeram um breve intervalo. Vez ou outra ele notara que seus sentidos ameaçavam falhar, as dores espalhadas pelo corpo ainda vinham em ondas. Pararam em um acostamento improvisado, deixando seus veículos de lado. A noite avizinhava-se lentamente, levando mais tempo do que o previsto para acobertá-los debaixo do céu.


Braxton desceu da motocicleta e deixou-se cair ao chão, resmungando devido às dores. A garota que lhe dissera chamar-se Delilah aproximou-se de Willow, que descia da outra motocicleta na qual o piloto era o mesmo que lhes oferecera ajuda horas antes.


– Caso tenha sede, podemos sair em busca de água. – sugeriu. Sua voz era suave, mas seu sotaque tornava todas as suas sentenças firmes e ásperas.


– Estou bem. – alegou a menina, sorrindo em resposta. Percorreu a figura dela com os olhos até encontrar o arco que ela trazia pendurado nas costas. – Acha que poderia me ensinar qualquer hora?


– Oh, isto? – Delilah empunhou a arma, tirando-a das costas. – Seria um prazer.


O sorriso alargou-se no rosto da pequena profetisa.


– Ei, você! – James chamou. A jovem virou-se em sua direção e viu-o emitir um gesto para que ela se aproximasse.


– Seu irmão é um tanto... Ranzinza, não? – ela disse à Willow, que conteve um riso baixo. Em seguida, a mais velha aproximou-se dele, indiferente, pendurando o arco nas costas mais uma vez.


– Agora que fala, – Braxton começou a argumentar. – Pode decidir por si mesma. Está indo conosco para além da fronteira ou ficará aqui?


Delilah olhou ao redor, calada. Tornou a abaixar os olhos para ele, vendo-o sentado ao chão tentando conter as próprias dores.


– Não tenho nada aqui. – disse. – E nem depois da fronteira.


James arqueou uma sobrancelha, confuso. Ela não hesitou em sentar-se ao seu lado, limpando as mãos em sua saia esverdeada. Todas as suas roupas estavam sujas e amarrotadas.


– Está muito longe de casa? – ele arriscou perguntar.


– Muito. – respondeu ela.


– Bem, seja bem-vinda ao clube. – James ironizou, observando o perímetro enquanto os outros conversavam entre si e dividiam dois cantis de água. – Como foi que entrou nessa? Quero dizer, todo aquele... Culto maligno, não sei... Afinal, o que raios era aquilo?


– Uma... Um ritual de purificação.


– Oh, alguém tem sido uma menina má aos olhos dos fanáticos.


Delilah ignorou o tom debochado que ele utilizava para lhe dirigir a palavra, preocupada demais para dar-lhe atenção.


– Pois bem. – James prosseguiu, percebendo que ela não esboçara um sorriso sequer. – Ainda não se decidiu. Virá conosco?


– Não posso... Atrasá-los...


– E não irá. A situação não tem como piorar, de qualquer forma.


Ela encolheu os ombros, olhando o horizonte. O pôr-do-sol era o único vestígio de beleza naquele ambiente deserto.


– Obrigada. – ela disse, subitamente.


– Por? – Braxton perguntou-lhe.


– Salvou-me deles. Duas vezes. Eu sou muito grata.


James virou-se para encará-la. Analisou-a cautelosamente, estudando sua expressão, a melancolia e coragem mistas por detrás de um belo par de olhos acinzentados, os cabelos escuros desalinhados.


Involuntariamente, sorrindo de canto, ele respondeu:


– Não há necessidade de me agradecer.


Ela desviou seu olhar rapidamente, incomodada pelo sorriso que estampava o rosto dele. Ouviu-o resmungar em tom baixo e, novamente, tornou a virar-se para ele. Depositou uma das mãos sobre o rosto ensanguentado e estudou seus ferimentos em silêncio.


– Qual é seu diagnóstico, doutora?


– Você quer parar com isso? – ela retrucou, impacientemente. – Eu disse. Pode piorar.


– A propósito, como pode ter tanta certeza?


Em silêncio, Delilah puxou com força a barra de sua saia, rasgando um pedaço do tecido. Em seguida, enfiou uma das mãos no bolso do casaco de lã de tom envelhecido, arrancando dali um pequeno cantil d’água. Arrancou a tampa com os dentes, jogando-a longe. Deitou o conteúdo sobre o tecido e, depois, aproximou-o de James, que recuou instintivamente.


– O que está fazendo?


– Precisa limpar-se. – disse. – Infecções podem... Surgir.


– Não respondeu minha pergunta. – observou Braxton, persistente.


– Experiências surgem conforme as circunstâncias. Especialmente se estas circunstâncias se resumem em guerra.


– Guerra? – ele indagou. Resmungou entre os dentes quando ela deitou-lhe o tecido molhado sobre um dos lados de sua face inchada.


– O conflito que estourou em mil novecentos e noventa e dois... Ahn... – tentava encontrar as palavras corretas.


– A Guerra da Bósnia. – James Braxton deixou seu conhecimento falar mais alto, admirado. – Você esteve lá?


– Com toda a minha família. – ela assentiu com a cabeça, continuando a limpar-lhe todo o sangue do rosto, com mil e um cuidados. – Bons sérvios, bons trabalhadores.


Braxton passou a fitá-la com maior curiosidade e admiração.


– Está mesmo longe de casa.


Delilah não respondeu. James tornou a falar-lhe:


– Se encontram em vida? Digo, sua família...


A expressão no rosto da jovem tornou-se rígida, entristecida. Ela não parou de fazer o que tinha de fazer, mantendo-se séria.


– Minha mãe. – ela disse. – Morta. Meu pai, eu não sei. Não o vejo há tempos.


– Bem, e o que me diz sobre seus irmãos ou irmãs?


Ela imediatamente engoliu a pergunta a seco, relutante e deixar suas emoções lhe aflorarem, mas sua persistência vencera. Conseguiu prosseguir muito séria ao afirmar:


– Minha irmã. Não a tenho visto. E acredito que nunca mais a verei.


– O que está fazendo no meio deste lugar esquecido por Deus, afinal? – ele quis saber.


– Longa história. – Delilah suspirou. Tornou a molhar o tecido, limpando-lhe agora o outro lado do rosto.


James tentou comprimir a ardência que o contato do tecido contra sua pele ferida lhe causava, guardando para si toda a impaciência. Exalou um riso leve, descontente.


– Devo ter atirado bombas aos pés da cruz enquanto Jesus estava pregado, não? – zombou de si mesmo, ainda desacreditando no que lhe havia acontecido nos últimos dias.


Delilah abanou a cabeça e deu um sorrisinho espontâneo.


– Pois não está muito diferente dele.


Braxton achou graça no que ela dissera. Em outras circunstancias, em outra vida, ele teria lhe punido por zombar dele. Costumava ser muito impaciente. Estava mesmo mudado. Agora ele próprio via isso.


– Bem, é um ponto positivo. Não será mais tão fácil me reconhecer. – passou as mãos pelos cabelos castanho-claros que haviam crescido até seus ombros e a oleosidade o incomodou.


– É um... Fugitivo. – aquilo não era uma pergunta. Braxton manteve o leve sorriso no rosto.


– Digamos que sim.


Delilah calou-se por instantes. Seu silêncio atiçou ainda mais a curiosidade de Braxton. Seria ela também uma fugitiva? Mas do que estaria fugindo? Em uma coisa era obrigado a concordar com o homem que assassinara horas atrás. Sua beleza era extremamente exótica, o que fazia com que ele não conseguisse desviar os olhos dela, de seus belos olhos e dos lábios cheios que vez ou outra delineavam um sorriso tímido e receoso.


Pensou em dizer-lhe algo, pois sentia-se subitamente desejoso de saber mais a respeito dela, mas fora interrompido quando um dos motoqueiros surgiu diante deles, em pé. Levantando seus olhos para o homem, Braxton reconheceu ser aquele que lhe falara antes sobre levá-los à fronteira. A verdade era que todos eles exibiam o mesmo aspecto, de grande porte, todo o corpo coberto por tatuagens, roupas rasgadas, óculos escuros e uma expressão intimidadora em seus rostos firmes.


– Podemos seguir com nosso trajeto? – perguntou-lhe o sujeito.


Delilah afastou-se de James, certificando-se de que havia lhe ajudado a limpar todo o rosto. Este fitou o homem parado à sua frente e – com muito esforço – colocou-se em pé.


– Devemos. – ele respondeu.


Seguiram o caminho que os levara direto à fronteira. A vista não era das melhores, mas para Braxton não poderia haver saída mais esperada. Todo o grupo estacionou suas motocicletas um pouco antes da fronteira. Braxton adiantou-se em falar com aquele com quem trocara poucas palavras até então.


– Tem minha gratidão. – disse-lhe, estendendo a mão. O sujeito fez um aceno com a cabeça e apertou-lhe a mão civilizadamente. – Espero que não haja desavenças entre nós pelo que houve.


Seu interlocutor esboçou um sorriso apático.


– Tucker já estava precisando se aposentar. – referia-se ao sujeito que James derrotara, tirando-lhe a vida. – Entretanto... Seria parte da tradição aceitá-lo no lugar dele.


– A mim? – James indagou. – Que tipo de tradição é essa?


– É apenas... Um acordo que se segue desde que o grupo se uniu.


James Braxton analisou cada um deles com muita atenção. União em grupo costumava ser parte de sua rotina. Já fora parte de um grupo antes, em outra passagem. Em outra vida. As circunstâncias eram diferentes agora.


– Agradeço, mas devo recusar. – virou-se para Delilah e Willow que esperavam por ele ali perto. – Tenho... Coisas a tratar do lado de lá.


– Compreendo. – o homem consentiu. – De qualquer maneira, caso precise passar para este lado novamente, esteja certo de que poderá nos procurar. Além disto – prosseguiu. – Sou Desmond.


– James. – Braxton apresentou-se, por fim.


– Como acabo de dizer, saiba que tem nosso respeito e que é bem-vindo caso queira juntar-se a nós.


Não tão seguro disto, James disse-lhe:


– Está certo. – presenteou-o com um sorriso amigável. – Vemo-nos se assim o destino permitir novamente.


Despedindo-se, Braxton caminhou até a pequena profetisa e a arqueira, liderando-as até a fronteira. Ao alcançarem o final dela, ele virou-se uma última vez, assistindo o grupo de motoqueiros afastar-se dali com certa pressa.


Aquela parte do problema havia sido deixada para trás. O nível seguinte certamente seria ainda mais repleto de dificuldades. James Braxton estava determinado a enfrentá-las a qualquer preço.


–--


Haviam saído no meio da noite. A escuridão prevalecia parcialmente pelas ruas. Marina Baresi conduziu o exorcista até a mansão na qual trabalhava. Em seus aposentos, Christian Madden sentiu-se um tanto desconfortável. Não a havia visto há algum tempo. Não ouvira nada a respeito dela por dias. A súbita aparição da jovem bruxa em seu quarto de hotel lhe trouxera muitas dúvidas, mas também um estranho alívio. Durante o trajeto até a mansão, ouvira-a falando absurdos a respeito de sua patroa, a mulher que protegia e admirava tanto.


Incrédulo, ele decidira deixar-se levar pelas teorias da bruxa.


Estavam agora no quarto dela. Christian se manteve calando, parado em pé em um canto qualquer enquanto Marina procurava por objetos em suas gavetas, jogando-os sobre a cama toda vez que encontrava algo do que precisava.


O local estava iluminado somente pelo conjunto de luminárias da qual uma luz fraca escapava, espalhando-se aos cantos do aposento. O ambiente era tranquilizador e – ao mesmo tempo – desconfortável. Pelo menos para Christian Madden. Talvez não fosse o ambiente, e sim a companhia.


– Está tudo aqui. – declarou ela, por fim. Indicou os objetos sobre sua cama. – Temos de agir rápido.


– Deixe-me ver se estou mesmo acompanhando seu raciocínio. – Madden emitiu um gesto com a mão, tentando processar toda aquela informação dada pela garota. – Disse-me que Eleonora carrega uma criança. Uma criança gerada por ela e o próprio irmão.


Marina Baresi estava séria demais, fitando-o com uma frieza que poderia apenas significar que ela estava completamente segura do que afirmara.


– Declan é um inimigo. Um dos muitos que atentaram e atentarão contra ela. – asseverou ela. – E é minha missão livrá-la de todo aquele que se levanta contra ela.


– Está ouvindo o que me diz? – Christian inquiriu, indignado. – Disse-me que ela tem de se livrar da criança porque...


– Não se trata de uma criança! – Baresi interrompeu-o bruscamente. Estava desesperada. – Toda a divisão à qual Declan se uniu quer vê-la destruída. – ela respirava pesadamente, muito tensa. – O que ela leva consigo não é humano.


– Como pode afirmar tal coisa com tanta certeza?


– Porque fui designada a eliminar esta pedra no caminho daquela a quem protejo. Fui informada. Você não entenderia...


Franzindo o cenho em um gesto confuso, Madden cruzou os braços em frente ao peito.


– O que tem em mente e por que me trouxe até aqui?


Ela deu dois passos adiante, colocando-se perante o exorcista.


– Porque temo não estar suficientemente preparada para lidar com isto.


– Quando diz “isto” você refere-se ao...


Marina instintivamente tocou-lhe nos braços cruzados, olhando-o com nítido desespero.


– O que Eleonora carrega consigo é outra maldição. Um plano do inimigo. O que ela carrega no ventre... – houve uma pausa. Marina abaixou o olhar, suspirando. Tornou a fitá-lo, impondo firmeza em suas palavras. – A matará.



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O quarto estava iluminado por velas brancas. A luz era fraca, mas suficiente para clarear os pontos escuros do aposento. O silêncio prevalecia. Christian Madden encontrava-se ali, ainda parado diante da figura frágil que ajoelhara-se diante da cama, emitindo orações que o próprio exorcista ali presente já ouvira antes, milhões ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 51



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  • shadowxcat Postado em 19/07/2016 - 16:24:44

    ESSA FANFIC ESTÁ SENDO REPOSTADA AQUI: http://fanfics.com.br/fanfic/54463/sete-demonios-romance-terror-horror-teen-amor -suspense-thriller-aventura-acao-vampiros-bruxas-demonios

  • raysantos Postado em 12/08/2015 - 20:10:35

    Sua fic e muito top e bem escrita tudo d bom tomara que logo logo a Ellie e James possam ficar juntos sem a essa fulana que eu nao aprendi a dizer muito menos escreve o nome no meio nada contra a crianca mais fazer oq ne continua

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 23:19:37

    Olá, to lendo pelo spirit anime =)

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 22:54:24

    Por favor!!! Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa mais!!! Okk, já sabes q amo de paixão esta web!!! To sentindo muita falta dela....please, preciso de mais caps!!!! Não me deixe na curiosidade por muito tempoooooo *_*

  • vverg Postado em 10/01/2015 - 01:47:30

    Desculpe meu sumisso!! Mas assim q der, comento qdo ler todos os caps =)

  • vverg Postado em 19/08/2014 - 23:57:43

    Poxa não judia tanto de sua leitora caramba!!! Minha fic perfeição, posta mais, preciso de mais.... Estou ficando agoniada sem suas atualizações Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa maissssssssssssssssssssssssssss nesta fic perfeitaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa amo sua fic, ok vc já sabe disso, mas não custa falar né hahahahahahahaha

  • vverg Postado em 12/08/2014 - 12:10:07

    Meu Deus! Que nojo deste Declan!!!! Cara##@%@#$#! Putz!!! Como ela se deixa dominar desta forma, caramba!!! Posta mais mais mais mais mais mais. Poxa vc me deixou curiosa agora, tadinha da Elie, ela é muito fraca e se deixa dominar por este imundo.... Estou pasma, posta mais na minha fic perfeição mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais =)

  • vverg Postado em 09/08/2014 - 17:08:49

    Quero maisssssssssssssss!!! Preciso mais desta fic perfeita!!! Posta sim??? Necessito ler.... =)

  • vverg Postado em 06/08/2014 - 10:33:43

    Dahlia tah ferradinha kkkkk. Posta mais! Necessito de mais rsrsrs *_*

  • vverg Postado em 02/08/2014 - 09:55:32

    Minha fic mais q perfeitaaaaa posta mais quero mais caps


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