Fanfics Brasil - Terceiro Ciclo - Capítulo VII - Ritual de Libertação Sete Demônios

Fanfic: Sete Demônios | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Terceiro Ciclo - Capítulo VII - Ritual de Libertação

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O quarto estava iluminado por velas brancas. A luz era fraca, mas suficiente para clarear os pontos escuros do aposento. O silêncio prevalecia. Christian Madden encontrava-se ali, ainda parado diante da figura frágil que ajoelhara-se diante da cama, emitindo orações que o próprio exorcista ali presente já ouvira antes, milhões de vezes. O que o deixara um tanto desconfortável não era o fato de ouvir as orações, mas sim de ouvi-las proferidas pelos lábios de uma praticante de magia, ainda que Marina Baresi afirmasse que lutava do mesmo lado que ele.


Quando a jovem bruxa encerrou suas preces, colocou-se em pé, ao lado de Madden. Fitou a cama na qual havia posto um círculo de velas acesas sobre um objeto plano de madeira.


– Acredito que possamos dar início.


– Ao que? – Christian indagou, finalmente. O silêncio havia sido quebrado após um longo tempo.


– Ao ritual. – a bruxa informou. Ao lado dele, em pé, Marina tomou a mão livre do exorcista entre a sua e segurou-a, cerrando os olhos. – Neste momento, – ela pôs-se a falar. – Eu selo com proteção estas duas almas aqui presentes. Nenhum mal alcançará durante o processo. Assim se faça. Assim seja.


Christian manteve-se calado, ouvindo-a falar. A mão da garota tremia na sua enquanto ela proferia suas invocações. Não ocorrera qualquer manifestação alheia no quarto, porém.


Não até Marina levantar seu tom de voz, demonstrando-se determinada em liderar todo o ritual.


– Terrível alma que tenciona apoderar-se daquela que regerá sobre todas as terras, povos e línguas, eu invoco a sua presença neste recinto e ordeno que atenda ao meu chamado. – disse com a voz severa.


Novamente, nada se manifestara no local.


Marina prosseguiu, desta vez com mais firmeza:


– Vamos! Apareça! – ordenou.


E as chamas de todas as velas apagaram-se de um súbito, quando o vento entrou pelas janelas abertas do quarto, soprando fortemente contra o rosto de ambos.


Christian Madden sentiu um arrepio lhe percorrer a espinha. Já conhecia aquela sensação. Já estava ciente da situação. Uma maligna entidade encontrava-se presente. Imediatamente ele colocou-se a orar:


– In nomine Patris, et Filii, et Spiritus Sancti…


O vento parou de soprar de repente. A tensão abaixara seu nível, como se a entidade já tivesse desaparecido dali.


A calmaria dominara o ambiente.


Por poucos míseros instantes.


De um súbito, uma claridade muito forte surgiu no meio do círculo formado por velas, cegando tanto a bruxa quanto o exorcista que foram obrigados a fechar os olhos diante da inesperada manifestação.


A tensão regressara ao local dez vezes mais forte e perturbadora. Um som ruidoso e rouco soou alto, como um animal feroz rugindo. A claridade diminuíra o bastante para que Christian pudesse encarar a entidade que se fizera presente no local.


Arregalando os olhos perante a criatura desfigurada cujo porte era o dobro do tamanho de uma pessoa comum, ele notara que este era coberto por pele escamosa e possuía um par de aterradores olhos escarlate que brilhavam de forma hipnotizadora. Sua presença deixava o ambiente tempestuoso, o vento tornara a soprar para dentro do quarto. Objetos despencavam ao chão. Toda a visão era inacreditável.


Madden seguiu com sua oração.


– Perditionis venenum propinare. Vade, satana, inventor et magister omnis fallaciae...


– Sabe como está a sua querida mãe, exorcista? – a voz dirigiu-se a ele, olhando-o com as duas luzes vermelhas e demoníacas que estampavam seu rosto desfigurado. – Ela foi morta por sua causa. Como sofre a pobrezinha, oh, sim.


Tomado pela surpresa e fúria, Madden recuou um passo.


Vendo a reação do companheiro, Marina tornara a tomar voz diante da entidade perversa.


– Em nome Dele, diga seu nome. – ela decretou. – Diga seu nome, maldito!


A criatura virou o rosto na direção da jovem, emitindo um riso rouco e maligno que ecoou pelo quarto.


– Eu ordeno que diga o seu nome! – com a mão livre, Baresi enfiou a mão no bolso do vestido, puxando para fora um crucifixo de madeira. Colocou-o diante da entidade, ouvindo-a gritar em reação.


– Diga seu nome agora!


– Cale-se, vagabunda! – gritou o demônio. E sua voz estrondosa fez com que a bruxa se desequilibrasse para trás, quase indo ao chão. Madden segurou-a pela mão que ainda a mantinha ao lado dele.


Engoliu a seco a provocação da entidade, tomando liderança:


– Diga seu nome, demônio! – ordenou o exorcista. – Pela autoridade de Deus eu ordeno que... – a criatura tomou-o pela garganta, apertando-lhe a traqueia com a mão escamosa, forçando Madden a olhá-lo nos olhos vermelhos. Christian fora obrigado a soltar a mão de Marina enquanto o demônio o erguia no ar.


– S-solte-me...


– Você se lembra, Christian? – perguntou-lhe a criatura. – Se lembra de sua mãe? De como ela foi levada por sua causa?


– Deixe-o ir! – Marina avançou para o demônio, mas este lançou-a para longe com apenas um olhar, jogando-a contra a parede.


A jovem bruxa despencou ao chão devido ao impacto de suas costas contra a parede do quarto.


Dirigindo-se para Christian Madden, o demônio provocou-o:


– É uma bela ironia que esteja tentando livrar o mundo do mal, sendo você quem é, exorcista.


– O qu... O que diabos está... Dizendo...? – encontrava dificuldades em falar, sentindo que a mão fechava-se cada vez mais ao redor de sua garganta.


A entidade riu-se escandalosamente, parecendo estar se divertindo com toda a situação.


– Aquelas a quem estão tentando salvar já está condenada. – disse-lhe a criatura monstruosa. – Condenada pela semente do irmão dela. Agora, você... Exorcista... Oh, você ainda terá muito a temer. – a entidade abriu um sorriso com suas presas escancaradas.


– Solte-me, eng... Enganador...


– Não o levarei hoje, mas esteja certo de que tornaremos a nos ver. Muito, muito em breve. – apertou-lhe a garganta com mais força, assistindo-o sufocar, os pulmões lutando por oxigênio. A vida esvaia-se dele lentamente, pois estava óbvio que Madden estava começando a perder os sentidos.


– Maxima radius! – Marina Baresi ergueu-se do chão e correu em direção à entidade, conjurando um de seus feitiços com a mão esticada em frente ao demônio.


Tomada por um choque elétrico súbito e rápido, a criatura urrou, deixando o exorcista cair ao chão.


A bruxa adiantou-se para ele, certificando-se de que ele estava bem.


– Consegue respirar? – ela perguntou, muito preocupada.


Christian Madden levantou os olhos para ela.


– S-sim, ajude-me. – pediu. Marina auxiliou-o a colocar-se em pé novamente. Sem hesitar, colocando-se novamente de pé ao lado da jovem bruxa, Christian tomou a mão da garota e, com a voz severa, declarou:


– Trema diante do Senhor, maldito! Pela autoridade Dele, ordeno que seja enviado ao Inferno de onde saiu! – de dentro de seu sobretudo negro, o exorcista arrancou uma cruz banhada em outro e esticou-a diante da entidade. – “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Senhor onipotente descansará. Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e Nele confiarei...”


– “Porque Ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa”. – Marina completou a oração, mantendo os olhos fechados, decidida a não olhar o adversário nos olhos, pois isto poderia lhe custar muito naquele momento.


O demônio urrou novamente, claramente enfraquecendo-se diante da manifestação oposta à sua. Vendo-o reagir, Madden apertou a mão da garota e impôs mais firmeza em suas orações. Marina ameaçou abrir os olhos, mas Christian a deteve, chacoalhando sua mão e dizendo:


– Não! Não olhe! – pediu. E depois dirigindo-se ao inimigo: – Eu o queimo e o rejeito, maligna criatura! Ordeno que retire-se daqui! Vamos! Saia!


A entidade gritou mais uma vez.


– Espírito das sombras e do terror, eu ordeno que saia! Agora!


A claridade outrora forte demais para ser encarada tornara a emanar da criatura enquanto ela ainda gritava como se estivesse sendo atacada.


Tanto Christian quanto Marina tiveram de cobrir o rosto com as mãos diante da forte claridade.


A luz ironicamente não representava o bem. Sua iluminada manifestação representava as chamas que agora envolviam a entidade, arrastando-a de volta ao Inferno. As chamas subiram mais altas, consumindo a entidade que cessara seus gritos de uma vez.


A claridade também desaparecera, levando consigo todo o tumulto que sobrecarregava o ambiente.


O vento parara de soprar.


Todo o local voltara ao normal.


Marina sentiu Christian afrouxar o aperto em sua mão, soltando-a e exalando um profundo suspiro.


Abrindo os olhos, por fim, a bruxa virou-se para ele. Contudo, Christian fora mais rápido, afirmando:


– Tratava-se de um ritual de invocação, não? – virou o rosto na direção dela. – Queria invocar a entidade para que eu a enviasse ao Inferno. É por isso que precisava de mim.


– De fato. – respondeu a garota, abaixando o olhar para fitar os próprios pés.


– Bem, meu trabalho está feito. A entidade foi enviada de volta para onde veio. – ele assegurou. – Mas... Isto funcionará?


Marina tornou a levantar os olhos para ele. O rosto irradiava insegurança.


– Peço a Deus para que sim. – respondeu.


Madden apenas consentiu em um breve aceno com a cabeça. Havia perguntas a serem feitas.


As afirmações feitas pela entidade o deixaram perturbado.


Além disto, queria muito saber como Baresi aprendera a reger um ritual tão forte quanto aquele, assim como estava desejoso de saber mais acerca de toda a forma como tentara exorcizar o demônio.


Claramente Marina Baresi era uma criatura intrigante. Christian passou a acreditar que tudo o que sabia a respeito de bruxas não comparava-se ao que a garota representava.


E, decididamente, Marina era diferente de sua prima Annora.


–--


Eleonora despertara pela manhã. Abrira os olhos quando se dera conta de que os raios solares já tomavam conta do aposento. Passara a noite na moradia de Dominic Ryder. Precisava acostumar-se ao local já que decidira esconder-se ali por tempo indeterminado. Virou-se na cama, olhando ao redor. Um estranho alívio vagava por seu corpo leve, fazendo com que ela sentisse-se liberta.


De quê? Perguntou-se.


Sentiu algo molhado sobre o cobertor que envolvia seu corpo, ao mesmo tempo em que algo fazia latejar seu ventre. Não sentia as pernas e as mãos estavam suadas.


Abaixou os olhos para seus membros inferiores, deparando-se então com um círculo de sangue que manchara todo o cobertor. Afastando-o, sentando-se na cama, Ellie descobrira que o sangue fluía dela, de seu interior.


Aterrorizada, não pôde esboçar qualquer tipo de reação.


– Oh, Deus! – exclamou alguém adentrando o quarto.


Ellie olhou em direção ao som.


Ryder, que trazia consigo uma bandeja, deixou-a cair ao se deparar com a cena. Precipitou-se para ela, em pânico, não dando atenção aos cacos de vidro espalhados pelo chão devido à bandeja que deixara cair.


– Por favor... Ambulância... – a garota suplicou. Sua voz era um sussurro enfraquecido pela dor e pelo choque.


Ele imediatamente apoderou-se do auscultador sobre a mesinha ao lado da cama e discou três algarismos, aguardando na linha.


Uma voz masculina atendeu-o:


– Nove-um-um, urgências.


– Preciso de uma ambulância. – informou Ryder, muito trêmulo.


– Por favor, mande as coordenadas.


Dominic informou-lhe o endereço e pousou o telefone. Tentando manter-se calmo, sentou-se na cama e tomou Ellie nos braços, aninhando-a contra si.


– Tudo ficará bem... Eu prometo.


A ambulância chegara logo em seguida, levando-a para o hospital mais próximo. Após duas angustiantes horas esperando por notícias do lado de fora da sala de emergências, Dominic Ryder avistou um dos médicos que atenderam Ellie. Adiantou-se para ele, sufocado pela angústia:


– Diga-me como ela está, doutor.


– Encontra-se fora de perigo. – disse-lhe o médico. Dominic sentiu seu corpo relaxar de imediato. O homem, porém, prosseguira: – No entanto, lamento pela criança.


Toda a tensão regressara à Ryder e ele franziu o cenho, confuso.


– O que está dizendo?


– Fizemos todo o possível. Uma pena, de fato. – lamentou-se o médico. – O corpo apresentava uma má formação, então... Se for uma pessoa cristã poderá encarar isto como a vontade de Deus.


Ryder não soube ao certo o que responder. Dominado pela agonia, sabia que Eleonora precisaria dele agora mais do que antes. Por outro lado, lhe doía saber que a garota estava passando por mais um terrível golpe da vida.


Do lado de dentro da sala de emergências, Eleonora mantinha-se calada, imóvel, fitando o teto de um branco-pálido tranquilizador. Tudo o que conseguia ouvir era o som da própria respiração.


Não estava ciente de quem ou do quê a livrara daquela maldição, do parasita que carregara consigo desde o dia em que o irmão a violara, mas sentia-se profundamente aliviada.


Mais uma vez estava na hora de levantar-se após mais uma bofetada dada pela vida contra seu rosto.


Ali, deitada sobre a cama de hospital, recordou-se do que disseram muitos dias antes, sobre a grande e histórica colina em Abingdon.


Com o tempo, com os eventos ocorridos, ela aprendera a lidar com todo tipo de tribulação.


Já não havia tempo para se perder derramando lágrimas ou lamentando-se. Tinha muito para fazer, precisava levantar-se em breve e agir.


E a primeira de suas ações, sem qualquer sombra de dúvidas, seria colocar em prática a vingança contra o mais recente inimigo que se revelara.


Seu próprio irmão.


 


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 51



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  • shadowxcat Postado em 19/07/2016 - 16:24:44

    ESSA FANFIC ESTÁ SENDO REPOSTADA AQUI: http://fanfics.com.br/fanfic/54463/sete-demonios-romance-terror-horror-teen-amor -suspense-thriller-aventura-acao-vampiros-bruxas-demonios

  • raysantos Postado em 12/08/2015 - 20:10:35

    Sua fic e muito top e bem escrita tudo d bom tomara que logo logo a Ellie e James possam ficar juntos sem a essa fulana que eu nao aprendi a dizer muito menos escreve o nome no meio nada contra a crianca mais fazer oq ne continua

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 23:19:37

    Olá, to lendo pelo spirit anime =)

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 22:54:24

    Por favor!!! Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa mais!!! Okk, já sabes q amo de paixão esta web!!! To sentindo muita falta dela....please, preciso de mais caps!!!! Não me deixe na curiosidade por muito tempoooooo *_*

  • vverg Postado em 10/01/2015 - 01:47:30

    Desculpe meu sumisso!! Mas assim q der, comento qdo ler todos os caps =)

  • vverg Postado em 19/08/2014 - 23:57:43

    Poxa não judia tanto de sua leitora caramba!!! Minha fic perfeição, posta mais, preciso de mais.... Estou ficando agoniada sem suas atualizações Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa maissssssssssssssssssssssssssss nesta fic perfeitaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa amo sua fic, ok vc já sabe disso, mas não custa falar né hahahahahahahaha

  • vverg Postado em 12/08/2014 - 12:10:07

    Meu Deus! Que nojo deste Declan!!!! Cara##@%@#$#! Putz!!! Como ela se deixa dominar desta forma, caramba!!! Posta mais mais mais mais mais mais. Poxa vc me deixou curiosa agora, tadinha da Elie, ela é muito fraca e se deixa dominar por este imundo.... Estou pasma, posta mais na minha fic perfeição mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais =)

  • vverg Postado em 09/08/2014 - 17:08:49

    Quero maisssssssssssssss!!! Preciso mais desta fic perfeita!!! Posta sim??? Necessito ler.... =)

  • vverg Postado em 06/08/2014 - 10:33:43

    Dahlia tah ferradinha kkkkk. Posta mais! Necessito de mais rsrsrs *_*

  • vverg Postado em 02/08/2014 - 09:55:32

    Minha fic mais q perfeitaaaaa posta mais quero mais caps


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