Fanfics Brasil - Terceiro Ciclo - Capítulo XIV - A Lei do Mais Forte Sete Demônios

Fanfic: Sete Demônios | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Terceiro Ciclo - Capítulo XIV - A Lei do Mais Forte

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Assentada ao canto do beco, Willow assistiu Delilah lidar com seu arco e a única flecha que trazia consigo. Admirada, a pequena profetisa levantou-se, caminhando até a mais velha.


– Sabe mesmo como usá-los? – perguntou, curiosa.


Delilah ergueu o rosto para a menina, abrindo um sorriso gentil.


– Mas é claro.


– E onde aprendeu?


A expressão alegre no rosto de Delilah alterou-se, dando lugar a uma visível perturbação. Algo que não passou em branco aos olhos atentos de Willow Hope.


– Minha... Minha irmã. – ela disse. – Ela ensinou-me.


– Deve ser incrível poder usar um desses. – Willow passou os dedos pelo arco da garota, analisando-o com admiração.


Delilah tornou a sorrir, vendo-a tão intrigada com a arma.


– Eu poderia ensiná-la. – sugeriu ela.


Os olhos da pequena brilharam em animação.


– Está falando sério?


– Claro!


Levantando-se, Delilah entregou sua arma para a garota que, muito mais surpresa, tomou-a nas mãos, hesitante. Em seguida, a mais velha colocou as mãos sobre as de Willow, posicionando-as corretamente, ajudando-a a manter a postura.


– Muito bem. Muito bem mesmo. – declarou Delilah. – Parece-me que naturalmente tem noção de como usar.


– Mesmo? – Willow Hope abriu um largo e iluminado sorriso.


– Mesmo.


Duas silhuetas adentraram o beco inesperadamente, em uma lentidão calma. Apesar de incerta, Willow logo reconheceu uma das figuras.


– Está de volta! – exclamou, alegremente.


James Braxton aproximou-se dela e afagou-lhe os cabelos.


– Sim, irmãzinha. E vejo que não sentiu tanto a minha falta. – indicou o arco nas mãos da garota.


Os olhos dela desviaram para os do acompanhante de James. Reconheceu-o. Vira-o antes, há muito tempo. E recordava-se também do que vira nele.


Assustada, Willow recuou um passo, os olhos arregalados encarando o sujeito, com medo.


Vendo-a reagir de tal forma, James tocou-lhe no ombro.


– Willow, o que há?


– Está tudo bem. – Christian Madden disse, ciente da reação da pequena profetisa. Aproximou-se dela, suspirando. – Está tudo bem, Willow. Não a machucarei.


Mas a garota nada disse, mantendo-se petrificada diante do exorcista.


– Madden é um... Velho conhecido. – James esclareceu. – Veio até aqui para ajudar.


Delilah esboçou um leve sorriso e adiantou-se para Willow, colocando-se ao lado dela. O olhar de Christian caiu sobre ela, analisando-a. Ao fazer um breve estudo de sua figura, notara que ela trazia consigo, ao redor de seu pescoço, um cordão dourado e, em seu pingente, uma imagem gravada sobre o material.


– São Miguel Arcanjo. – observou ele. – Excelente escolha.


A jovem agarrou o cordão e apertou-o em sua mão. Madden agachou-se diante de Willow, olhando-a nos olhos amedrontados.


– Não estou aqui para machucá-la, Willow. Mas precisava falar com você. – explicou com a voz branda. – Lembra-se do rapaz que estava comigo quando encontramo-nos naquela rua?


Fazendo um gesto lento e positivo com a cabeça, a menina consentiu.


– Está morto. – ele prosseguiu. – Está morto, tal como você disse. – viu a garotinha arregalar ainda mais os olhos, surpresa. – Acredito que tenha um dom, Willow. Um presente dos Céus. Algo que deve usar em favor de Deus. E acredito que seja isto o que tenha feito desde então.


Em silêncio, Willow se adiantou para ele, sorrindo para ele. A expressão de hesitação desapareceu e ela pareceu mais calma diante do caçador de demônios.


– Também recordo-me do que disse sobre mim. – Madden continuou falando. – Sobre luz e trevas.


– Há muita luz em você. – a menina finalmente manifestou-se em resposta, repetindo o que lhe dissera antes. – Assim como há muita escuridão. É preciso que lute para manter-se do lado certo.


Exalando um suspiro, Christian tomou-lhe as mãos gentilmente.


– Assim eu o farei. Esteja certa disso. – ele afirmou. – Mas por agora... Preciso que venha comigo.


Foi então que a expressão dela regressou à anterior. Ela instintivamente puxou suas mãos de volta e recuou. James Braxton interveio:


– Mas o que está dizendo?


O exorcista virou o rosto na direção dele, um olhar sério em seu rosto.


– Tenho uma missão a cumprir. Algo também enviado dos Céus. É preciso que Willow não se corrompa de forma alguma, que sua alma permaneça pura.


A menina lançou para James um pedido mudo de socorro. Este colocou-se do outro lado dela, puxando-a para perto.


– Seja mais específico.


– Eu a levarei comigo e a manterei salva até o dia do juízo final.


– Tolice. – Braxton concluiu. – Willow é responsabilidade minha. Não se afastará de mim em hipótese alguma.


– Willow precisa de um lugar onde possa viver. A Catedral possui...


– Basta, Madden. – o mais velho o interrompeu. – Agradeço o que disse que faria por mim hoje, mas acredito que nosso contato deva terminar aqui.


– Mas você não...


– É melhor que vá embora. – Braxton advertiu. – Posso ter mudado, mas ainda sou um assassino. E não hesitarei em matar toda ameaça que se levantar contra aqueles a quem protejo.


O exorcista deixou a respiração sair pesada de seus lábios e enfiou uma das mãos no bolso. Olhou para cima e depois para Braxton e aquelas que escondiam-se agora atrás dele. O olhar assustado de Willow respondia por ela.


– Tudo bem. – Christian decidiu-se, derrotado. Aproximou-se de James, cauteloso, prosseguindo em voz muito baixa: – Não deixe que nada a corrompa. Proteja-a.


Braxton nada disse em resposta, encarando-o com frieza e seriedade infinita. Afastando-se, o caçador de demônios virou-se e retirou-se dali, desaparecendo ao virar o final do beco.


Era inútil insistir.


–--


Todo o local estava recheado com a presença dos homens de Aaric Hunter. Todos trajando suas típicas roupas azuis-escuros, uma postura elegante diante da cerimônia. O altar onde Hunter costumava assentar-se para receber seus visitantes e parceiros de negócios estava agora decorado em especial para aquele acontecimento tão grandioso naquele meio. O próprio líder dos Ceifeiros do Equilíbrio encontrava-se ali, diante do altar, aguardando.


Quando a noiva surgiu na entrada principal, todos os olhos viraram-se para ela, muito sérios, porém incapazes de esconder a admiração que exalava deles ao admirarem a bela mulher de cabelos ruivos que caminhava com graça e elegância em direção ao altar.


O vestido inteiramente branco cobria totalmente seu corpo, estendendo pelas costas de suas mãos uma pálida linha rendada. Havia um véu quase transparente que cobria todo o seu rosto. Empunhava um buquê de flores também brancas, mantendo em seu rosto um leve sorriso, os olhos verdes brilhando em empolgação.


Assim que alcançou o altar, Dahlia foi recebida por Aaric, que tomou-lhe uma das mãos e posicionou-a ao seu lado.


Viraram-se ambos para o homem que realizaria a cerimônia e ele pôs-se a iniciar um longo discurso.


Suas palavras, no entanto, foram interrompidas pelo som estrondoso das portas principais sendo abertas bruscamente.


Todos os olhares seguiram a direção do som, inclusive o de Dahlia que, ao virar-se, se deparou com um rosto muito conhecido.


– Bartholomew... – murmurou ao vê-lo ali, parado ao início do corredor que ela percorrera para chegar ao altar.


– Como ousa interromper tamanha cerimônia, homem? – Aaric Hunter manifestou-se em profunda surpresa e desgosto.


Bartholomew começou a caminhar na direção deles, os olhos fixos nos de Dahlia.


– Minha filha... – disse, brandamente. – Não posso permitir que cometa esta imprudência. Não permitirei que a manipulem desta maneira.


– Vá embora, Barth. – Dahlia Mason inclinou o rosto, indiferente. A voz envolta em desprezo.


– Está cometendo uma loucura, Dahlia. Este homem será a sua destruição, seus seguidores são assassinos, pessoas que jamais encontrarão a paz ou verão a face de Deus.


– Basta! – Hunter vociferou. Virou-se para seus homens. – Levem-no daqui! Imediatamente!


Dois deles tomaram o idoso pelos braços, um de cada lado, guiando-o para um corredor dentro do local.


– Arrependa-se, Dahlia! Arrependa-se enquanto há tempo! – gritou, em vão. E dali foi retirado à força.


Ao respirar fundo, Dahlia sentiu que Aaric tocava-lhe as costas, fazendo-a tornar a se virar para o altar.


Tudo prosseguiu normalmente, ou quase isso.


Após um longo discurso feito pelo mesmo, Aaric virou-se para a esposa, levantando-lhe cuidadosamente o véu. Depositou em sua testa um beijo terno e significativo.


A cerimônia ocorrera de maneira séria, tensa. Dahlia, entretanto, nunca sentira-se tão satisfeita antes. Seu bilhete para o poder estava em suas mãos.


Literalmente, pois fora colocado em seu dedo um anel dourado no qual haviam sido cravados um conjunto de diamantes.


E aquele era apenas o começo.


–--


Quando jogaram-no para dentro de um cômodo sem janelas, com paredes acinzentadas e uma única porta de metal, a qual fora fechada assim que o acorrentaram à uma das paredes, Bartholomew colocou-se a orar, pedindo a Deus para que nenhum mal lhe acontecesse.


A porta fora aberta um bom tempo depois, e fora Dahlia quem surgira ali, diante dele, escoltada por dois homens, os mesmos que o colocaram ali, como prisioneiro.


Dahlia encontrou-o agachado ao chão, ambos os pulsos algemados à parede.


– Está louco, Barth. Completamente louco. – ela afirmou. – E temo não poder fazer nada para ajudá-lo.


O homem levantou o rosto para ela, seu semblante irradiando decepção e tristeza.


– Mais louca está você por aceitar fazer parte disto.


– Aaric é meu futuro. Me ofereceu o que verdadeiramente mereço.


– E o que seria isto, Dahlia? Dinheiro? Poder? Pois saiba que são essas as coisas que afastam o ser humano de Deus. – e desviou seu olhar do dela, incapaz de encará-la por mais tempo.


Dahlia abaixou-se diante dele, estavam agora face a face. Encarou o homem que em um passado não muito distante lhe estendera a mão, tirando-a da miséria e da vida mundana que levava.


– Não nasci para ser uma serva, Barth. Serei uma governante.


– Tal como disse há pouco. – ele voltou a falar, desta vez sem fitá-la. – Está louca.


Com ar sarcástico, a ruiva afagou a orla dos poucos cabelos brancos do homem, abafando um riso.


– Meu protetor, devo-lhe muito. Mas não posso deixar que coloque-se em meu caminho se for para impedir-me de tomar o que é meu.


Bartholomew esquivou-se dela, fungando.


– A sede de poder a está cegando. Um dirá perceberá isto. E peço a Deus para que não seja muito tarde. – disse. – Para que não morra durante a guerra antes de se dar conta do erro que está cometendo.


– Pois é esta mesma guerra que me fez tomar tal decisão, unir-me à Aaric. – declarou ela. Bartholomew olhou-a nos olhos. Dahlia esboçou uma expressão irônica, debochada. – No jogo da vida, apenas o mais forte sobrevive.


– Precisa abrir os olhos para a realidade. Onde está a garota que...


– Que você podia manipular com suas promessas? Dizendo que Deus me salvaria da imolação? Que os justos encontrarão o reino de Deus? Oh, mas claro, isto nunca aconteceu. E nunca aconteceria se eu continuasse na Ordem, servindo. – a ruiva alterou sua voz, elevando-a. – Eu sou muito melhor do que aquilo, Barth.


– Como ousa blasfemar a Deus? – indignou-se o homem.


Repentinamente, a mulher começou a cerrar os dentes, rangendo-os. Um som gutural escapava de sua garganta. Os olhos enfurecidos. A respiração forte saindo pesadamente de suas narinas.


Puxando uma das mangas do vestido, ela arranhou o braço com a outra mão, como se uma insuportável coceira se encontrasse ali, enlouquecendo-a.


Os olhos do homem caíram sobre o braço exposto e, quando ela afastou a mão dali, ele pôde ver uma cicatriz. As marcas de dentes caninos estampavam bem a pele pálida de Dahlia.


Bartholomew não precisou pensar muito para concluir o que estava havendo.


– Está possuída. – ele afirmou, fitando-a com os olhos arregalados.


Imediatamente ela parou de emitir os sons, regressando ao seu estado normal. Puxou a manga do vestido, tornando a cobrir o braço e se recompôs.


– Um dos guardiões de Lúcifer habita seu corpo. – Bartholomew prosseguiu, incrédulo. – Precisa de ajuda... Precisa procurar por...


– Cale-se! – esbofeteou-o com força, instintivamente.


O silêncio invadiu o ambiente de uma só vez. Trêmula, Dahlia abriu os lábios, mas nada pôde dizer. Manteve-se firme, ainda que estivesse tomada pela indignação. Bartholomew manteve o rosto virado para ela, evitando olhá-la.


Lentamente, Dahlia colocou-se em pé novamente. Recuperou-se rapidamente de seu choque, olhando-o com seriedade.


– Não deixarei que destrua meu futuro. Sinto muito. – ela falou em tom rude. – É um bom homem, Barth. Merece ver a tal face de Deus.


O silêncio seguiu-se. Dahlia continuou:


– Eu posso fazer com que isto aconteça. – abanou a cabeça positivamente enquanto falava. – Agora mesmo.


Bartholomew ergueu os olhos para ela, franzindo o cenho. Compreendeu de imediato ao que ela se referia quando ela começou a afastar-se dali, abrindo espaço para os dois homens que esperavam por ela à porta daquele quarto sem janelas, ambos empunhando facões.


– Não... – murmurou Bartholomew. – Dahlia, está cometendo uma loucura! Não faça isto! Dahlia!


Mas ela não lhe dava ouvidos, caminhando para trás, o olhar fixo no rosto desesperado do homem. Quando passou pela porta de metal, esta fora fechada, causado um som ensurdecedor.


Caminhando pelo corredor escuro que a levaria de volta ao salão principal do templo de Aaric Hunter, onde seu casamento fora realizado momentos antes, Dahlia pôde ouvir os gritos agonizantes de Bartholomew.


Os sons foram enfraquecendo-se, desvanecendo-se conforme ela afastava-se dali.


Até que nada mais pôde se ouvir.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 51



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  • shadowxcat Postado em 19/07/2016 - 16:24:44

    ESSA FANFIC ESTÁ SENDO REPOSTADA AQUI: http://fanfics.com.br/fanfic/54463/sete-demonios-romance-terror-horror-teen-amor -suspense-thriller-aventura-acao-vampiros-bruxas-demonios

  • raysantos Postado em 12/08/2015 - 20:10:35

    Sua fic e muito top e bem escrita tudo d bom tomara que logo logo a Ellie e James possam ficar juntos sem a essa fulana que eu nao aprendi a dizer muito menos escreve o nome no meio nada contra a crianca mais fazer oq ne continua

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 23:19:37

    Olá, to lendo pelo spirit anime =)

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 22:54:24

    Por favor!!! Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa mais!!! Okk, já sabes q amo de paixão esta web!!! To sentindo muita falta dela....please, preciso de mais caps!!!! Não me deixe na curiosidade por muito tempoooooo *_*

  • vverg Postado em 10/01/2015 - 01:47:30

    Desculpe meu sumisso!! Mas assim q der, comento qdo ler todos os caps =)

  • vverg Postado em 19/08/2014 - 23:57:43

    Poxa não judia tanto de sua leitora caramba!!! Minha fic perfeição, posta mais, preciso de mais.... Estou ficando agoniada sem suas atualizações Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa maissssssssssssssssssssssssssss nesta fic perfeitaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa amo sua fic, ok vc já sabe disso, mas não custa falar né hahahahahahahaha

  • vverg Postado em 12/08/2014 - 12:10:07

    Meu Deus! Que nojo deste Declan!!!! Cara##@%@#$#! Putz!!! Como ela se deixa dominar desta forma, caramba!!! Posta mais mais mais mais mais mais. Poxa vc me deixou curiosa agora, tadinha da Elie, ela é muito fraca e se deixa dominar por este imundo.... Estou pasma, posta mais na minha fic perfeição mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais =)

  • vverg Postado em 09/08/2014 - 17:08:49

    Quero maisssssssssssssss!!! Preciso mais desta fic perfeita!!! Posta sim??? Necessito ler.... =)

  • vverg Postado em 06/08/2014 - 10:33:43

    Dahlia tah ferradinha kkkkk. Posta mais! Necessito de mais rsrsrs *_*

  • vverg Postado em 02/08/2014 - 09:55:32

    Minha fic mais q perfeitaaaaa posta mais quero mais caps


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