Fanfics Brasil - Terceiro Ciclo - Capítulo XVII - Selando Acordos Sete Demônios

Fanfic: Sete Demônios | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Terceiro Ciclo - Capítulo XVII - Selando Acordos

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No momento em que chegara à residência de Aaric Hunter como esposa dele, Dahlia não soube o que exatamente deixar transparecer. Já estivera ali antes, para um jantar. Ocasião esta na qual Hunter a pedira em casamento.


Mas aquela não fora a primeira vez em que estivera no local.


Ainda lembrava-se com amargura e aversão do que fizera para entrar por aquela casa pela porta da frente algum dia. Da noite na qual assassinara a esposa e a filha do homem que agora ela recebera como marido.


Contudo, também via seu feito como uma luta pela sobrevivência, pelo poder. Era o que acreditava cegamente que teria a partir dali. Poder. Era uma governante, não uma serva.


Adentrando a sala principal da casa, Dahlia fora recebida pelos empregados que encarregaram-se de ajuda-la a livrar-se das malas que trazia consigo. Ao seu lado, Aaric Hunter parecia satisfeito, até mesmo alegre.


Virou-se para a nova esposa, esclarecendo:


– Há alguém que preciso lhe apresentar antes que possamos dar início a esta nova fase de nossa vida.


Curiosa e – simultaneamente – indiferente, Dahlia assentiu.


O homem chamou uma empregada e fê-la aproximar-se dele. Disse-lhe algo ao ouvido e a jovem uniformizada afastou-se dali, subindo as escadas. Surgiu instantes depois, trazendo pela mão uma pequena figura.


Dahlia reconheceu-o imediatamente. O olhar frio e inexpressivo da criança era o mesmo que estampava o pequeno rosto na noite em que ela assassinara Sharon e Nia Hunter.


A empregada conduziu o menino até seu pai e a – agora – madrasta.


– Jonah, esta é Dahlia, minha nova esposa. – anunciou Aaric. O menino nada disse, mudando os olhos de direção, fitando a mulher com uma frieza fatal. – Vamos, diga olá.


Novamente ele não se manifestou em resposta. Lançou para Dahlia outro olhar que – por alguma razão – pareceu demasiadamente intimidador e então virou-se, correndo para as escadas, subindo para longe.


– Jonah! Volte imediatamente! – ordenou o pai.


Dahlia tomou-lhe o braço conciliadoramente.


– Querido, está tudo bem. – ela disse.


Mas não estava. E Dahlia sabia disto.


A presença da criança naquela casa lhe trazia as terríveis recordações do que ela fizera para conseguir alcançar o posto onde fora colocada agora, como esposa do líder dos Ceifeiros do Equilíbrio.


Mais tarde, quando já encontrava-se em seu aposento ao lado de Aaric, na cama, Dahlia tentou bloquear os pensamentos perturbadores que transitavam por sua mente.


Ao lado direito da cama, Aaric Hunter lia alguns papéis. Colocou-os de lado, deitando-se ao lado da esposa.


Tocou-lhe no ombro, fazendo com que ela se virasse para ele.


– Não me parece tão feliz quanto antes.


A ruiva suspirou pesadamente, fingindo um sorriso.


– Estou bem. Apenas... Cansada depois de tantos acontecimentos.


– Se isto tem a ver com a grosseria de meu filho, eu...


– Não. – afirmou ela. – O menino decerto levará tempo para superar a morte da irmã e da mãe. É algo que posso compreender.


Hunter esboçou uma expressão de incerteza.


– Não acredito que seja bem isto. Jonah e a mãe jamais tiveram uma boa comunicação.


O assunto a deixara totalmente atenta.


– Por que isso?


Aaric deu de ombros.


– Talvez seja pelo fato de Jonah ser adotado. – revelou. – Sharon perdeu nosso primeiro filho durante o parto. – ele confessou. – Ela nunca soube.


Dahlia arregalou os olhos, ouvindo-o atentamente.


– Consegui uma criança cuja mãe morrera no parto, no mesmo dia. Era saudável. Um menino. – Aaric explicou. – Decidi entregá-lo à minha esposa como nosso filho. Contudo, outro milagre surgiu em nossas vidas. Dois anos depois, Nia veio ao mundo.


Dahlia compreendera, então, que a atitude suspeita e perturbadora do menino era seu estado normal. O que fazia dele uma criança anormal. Então não estava tomado pelo choque de ter assistido a morte da mãe e da irmã. Estava agindo como sempre agira. Calado. Frio.


Havia algo naquela criança. Algo que Dahlia ainda não conseguia distinguir e que – de alguma forma – tinha medo de descobrir por conta própria.


Desistiu de pensar quando Aaric abraçou-a, despindo-a lentamente enquanto depositava beijos por seus ombros descobertos.


Há muitos anos Dahlia esquecera-se de como era ser tocada por alguém tão intimamente. E, definitivamente, quando pensava em sentir-se assim novamente não imaginava Aaric Hunter ou qualquer um com quem fosse necessário viver para chegar ao topo. Havia outro rosto em seus pensamentos, outro nome.


Tinha Christian Madden em mente quando Hunter colocou-se sobre ela, não perdendo tempo com preliminares, abrindo-lhe as pernas e penetrando-lhe com um sorriso arrogante nos lábios.


Cerrando os olhos, Dahlia esforçou-se para fugir da realidade. Para acreditar com veemência que não era Hunter quem estava com ela naquele instante, mas sim Madden.


Imaginou como seria seu toque suave e cauteloso, a voz branda contra seu ouvido. Deixou-se entregar aos seus pensamentos, disposta a não abrir os olhos por um segundo sequer.


Era como antes, quando tinha de deitar-se com inúmeros homens para conseguir manter-se viva.


Era como nos velhos tempos.


Mas os tempos eram outros agora.


Não era mais apenas outra face numa multidão de pessoas que precisavam sacrificar-se pra sobreviver. Era uma mulher de poder. Uma futura governante.


–--


O lugar arranjado por Desmond Walker era de extrema simplicidade. Localizada em uma pequena vila duas horas e meia além da fronteira, a minúscula casa de apenas dois cômodos possuía a pintura descascada e amarelada. No telhado faltavam algumas telhas. As janelas quase que inteiramente quebradas tornavam toda a sua fachada ainda mais humilde.


As casas ao redor eram habitadas por famílias muito pobres, muitas delas com mais filhos do que poderia criar.


Assim que avistara seu novo lar, James Braxton perguntou-se se teria mesmo de submeter-se a viver debaixo daquele teto, ainda que fosse melhor que as ruas.


Era uma pergunta retórica.


Ele não tinha outra opção. Queria estar longe, e aquilo era longe o bastante. Havia cogitado a possibilidade de regressar à Abingdon, mas o lugar deixava-o intensamente perturbado. Trazia-lhe à mente as piores recordações possíveis.


Adentrou o local acompanhado de Willow e Delilah. A mais nova pareceu aprovar a nova casa, exibindo um sorriso radiante ao dizer:


– Podemos arrumá-la. Será a mais bela casa de toda a vila.


Demonstrou-se positiva em relação à mudança, em estar longe de casa. Parecia depositar completa confiança em James. E ele próprio nunca pôde entendercomo ou por que.


Talvez ela apenas o tivesse – definitivamente – adotado como família, como um irmão mais velho ou até mesmo como um pai. Ou talvez, em uma de suas visões, ela tivesse previsto que ele seria útil no que se aproximava. Que ele teria grande papel no dia final.


Nunca quis perguntá-la. Também não se incomodava muito com isto. Era satisfatório saber que Willow confiava nele, que alguém confiava nele. A afeição pura e fraternal era mútua.


Quando o assunto era Delilah, porém, James não sabia ao certo o que pensar. Pouco conhecia sobre ela. Para ele, a jovem sérvia era um enigma. Ela não falava muito, não expressava-se verbalmente com frequência. Suas intenções, entretanto, pareciam boas. Ela estava sempre muito disposta a ajudar, demonstrando-se preocupada e atenciosa.


Desmond explicara à Braxton que poderiam fica ali, na velha e pequena construção que pertencera aos seus avós quando eles ainda encontravam-se em vida. Muito grato, James prometeu-lhe que ajudaria seu grupo no que fosse necessário, conforme dissera antes, ao encontrar-se com ele novamente na fronteira.


Uma vez que a tarde caíra sobre o simples vilarejo, Desmond surgira novamente à casa, trazendo consigo uma cesta repleta de mantimentos, além de baldes – sendo dois deles já cheios – que trouxera em sua motocicleta, anunciando que poderiam utilizar a água do rio que corria por detrás da vila.


No momento em que terminara de explicar-se, dissera a James para que não se esquecesse de sua parte no trato e que o encontrasse na entrada do pequeno vilarejo pela manhã.


Mesmo incerto sobre isto, Braxton concordara. Acompanhou o homem para fora e pegou algumas velas que encontrou na cesta trazida por ele, acendendo-as aos cantos da casa para que não permanecessem na escuridão.


Willow manifestou-se rapidamente, perguntando se poderia banhar-se agora que tinham água. Informando-a de que a água estaria terrivelmente gelada, James disse que ela poderia utilizar o banheiro sem problemas. Willow Hope não se importou. Há dias não experimentava a boa sensação da água lavando-lhe o corpo e a alma.


A menina retirara-se dali, carregando os dois baldes cheios trazidos por Desmond, deixando James sozinho com Delilah, que encontrava-se assentada à mesa de madeira empoeirada, admirando a vela posta no centro dela. Seu arco e a única flecha que trazia consigo foram colocados aos pés da mesa, apoiados à mesma.


Deixando escapar sua respiração de forma pesada e exagerada, James puxou uma das cadeiras e sentou-se ao lado dela. O silêncio era intenso. Delilah sequer movera-se, mantendo o olhar fixo nas chamas da vela que derretia sobre a mesa.


– Se vamos passar a dividir o mesmo teto, acredito que seja mais do que justo que saibamos mais acerca um do outro, não?


A voz dele fez com que ela finalmente virasse para olhá-lo, concordando com a cabeça.


– Bem, – ele prosseguiu. – Suponho que saiba mais a meu respeito do que sei sobre você.


Ela permaneceu calada, apenas emitindo um gesto positivo mais uma vez.


– Gostaria de me contar? – James indagou, pacientemente.


– O que quer saber? – Delilah devolveu-lhe a pergunta.


– Para começar, por que está tão longe de casa? O que houve com sua família?


A questão pareceu incomodar a garota, pois seus olhos entristeceram-se de um súbito. Ela abaixou o olhar, deixando transparecer seu profundo desgosto.


– Meu pai. – ela disse com o sotaque áspero e doce ao mesmo tempo. – Enviou-me para cá. Para longe.


James descobriu-se terrivelmente intrigado. Inclinou-se sobre a mesa, colocando os cotovelos ali, sem deixar de fitar a jovem.


– E por que ele faria isto? – inquiriu, sem economizar curiosidade em suas palavras.


– Porque... Porque sou a vergonha de minha família. Porque ele acreditava que existisse alg... Algo dentro de mim. – a garota esforçava-se em explicar claramente. – Havia este vizinho. Um homem de crenças duvidosas. Ao saber da situação, sugeriu que ele me enviasse a seus amigos, os homens a quem você...


– Que morreram na noite em que nos conhecemos. – Braxton completou, poupando-a de encontrar as palavras certas.


– Queriam matar-me para purificar... Não sei... – Delilah esboçava confusão em seu rosto jovial. – Meu pai enviou-me para a morte porque acreditava que eu fosse uma vergonha.


James Braxton aceitou aquela explicação, pois era notável a tensão da garota. Não queria forçá-la a entrar em mais detalhes. Ela já lhe contara o necessário.


O pai acreditava que ela estivesse possuída por alguma entidade. Claramente o homem era inflexível, pois aceitara mandar a filha para longe, para ser purificada – e morta – em um ritual.


Por alguma razão, a história narrada pela jovem fez com que James se lembrasse do próprio pai.


Angus Braxton também fora um homem severo ao extremo, frio, nada misericordioso.


James deixou de fixar-se em suas más recordações quando Delilah colocou-se em pé, afastando a cadeira.


– Também preciso de banho. – anunciou.


– Posso lhe encher dois baldes. – James disse-lhe.


– Não. – ela meneou a cabeça negativamente. – Irei até o rio. Voltarei em breve.


Começou a se afastar dali, passando por Braxton quando ele a deteve ao dizer:


– Está escuro. Não é prudente que saia desta forma.


Sem dizer nada, Delilah aproximou-se da mesa novamente. Tomou nas mãos a vela acesa e agachou-se, se apoderando do arco e flecha, colocando-os nas costas. Lançou para James um meio sorriso, tornando a se afastar dali, saindo da pequena casa.


Minutos mais tarde, James colocou-se a organizar os mantimentos que Desmond trouxera na cesta. Preparou alguns sanduíches e depositou-os sobre a pia. Ao fazer isto, olhou através da janela que havia próxima de onde encontrava-se de pé.


A janela dava-lhe uma simples visão do rio que passava exatamente por detrás da casa. Mas estava escuro demais. Por este exato motivo, uma pequena luz destacava-se em meio à escuridão.


Reconheceu ser Delilah, pois esta trazia consigo uma vela. Viu-a colocá-la sobre o chão, com o cuidado de não derrubá-la, depois sua arma, e, em seguida, colocando-se em pé novamente, começou a despir-se.


Através da janela, Braxton assistiu-a se livrar da saia de algodão, seguida da blusa simples, ambas sujas de terra, depois a roupa íntima. Admirou-lhe o corpo esbelto, os seios altos e firmes, a cintura fina, a suavidade dos quadris que desciam para as pernas longas e graciosas. Rindo francamente consigo mesmo, James teve de admitir que a garota era uma bela e espetacular visão.


Willow surgiu ali novamente, tirando-o de seus devaneios.


– O que está fazendo? – ela perguntou-lhe. Tinha os cabelos molhados, mas trajava as mesmas roupas de antes.


James virou-se para ela, tentando disfarçar o desconforto.


– Estava preparando algo para comer. – respondeu, simplesmente, indicando os pães que colocara sobre a pia. – Arranjaremos algo limpo que possa vestir e talvez amanhã mesmo possamos dar início ao seu projeto.


Os olhos de Willow brilharam imediatamente e ela exibiu um sorriso alegre.


– Quer dizer que arrumaremos a casa?


Braxton aproximou-se e bagunçou-lhe os cabelos escuros.


– Exatamente.


Sentia-se bem em vê-la animada e – aparentemente – conformada com os eventos que seguiram-se desde que a conhecera. A menina não se manifestava em relação às mortes que presenciara. Provavelmente ela própria desejara seguir em frente, deixando o passado para trás. Ou, talvez, estivesse acumulando mágoas dentro de si.


De qualquer maneira, James prometera a si mesmo que proporcionaria a ela o mais próximo que conseguisse de uma vida normal. Sem morte ou ameaças.


Mesmo que aquilo lhe custasse alguns sacrifícios.


Este pensamento fizera com que ele pensasse no acordo que selara com Desmond Walker. Ainda não sabia o que faria para auxiliar o grupo do sujeito. Tampouco tinha ciência do que faziam.


Mas saberia. Logo pela manhã, ele saberia.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 51



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  • shadowxcat Postado em 19/07/2016 - 16:24:44

    ESSA FANFIC ESTÁ SENDO REPOSTADA AQUI: http://fanfics.com.br/fanfic/54463/sete-demonios-romance-terror-horror-teen-amor -suspense-thriller-aventura-acao-vampiros-bruxas-demonios

  • raysantos Postado em 12/08/2015 - 20:10:35

    Sua fic e muito top e bem escrita tudo d bom tomara que logo logo a Ellie e James possam ficar juntos sem a essa fulana que eu nao aprendi a dizer muito menos escreve o nome no meio nada contra a crianca mais fazer oq ne continua

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 23:19:37

    Olá, to lendo pelo spirit anime =)

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 22:54:24

    Por favor!!! Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa mais!!! Okk, já sabes q amo de paixão esta web!!! To sentindo muita falta dela....please, preciso de mais caps!!!! Não me deixe na curiosidade por muito tempoooooo *_*

  • vverg Postado em 10/01/2015 - 01:47:30

    Desculpe meu sumisso!! Mas assim q der, comento qdo ler todos os caps =)

  • vverg Postado em 19/08/2014 - 23:57:43

    Poxa não judia tanto de sua leitora caramba!!! Minha fic perfeição, posta mais, preciso de mais.... Estou ficando agoniada sem suas atualizações Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa maissssssssssssssssssssssssssss nesta fic perfeitaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa amo sua fic, ok vc já sabe disso, mas não custa falar né hahahahahahahaha

  • vverg Postado em 12/08/2014 - 12:10:07

    Meu Deus! Que nojo deste Declan!!!! Cara##@%@#$#! Putz!!! Como ela se deixa dominar desta forma, caramba!!! Posta mais mais mais mais mais mais. Poxa vc me deixou curiosa agora, tadinha da Elie, ela é muito fraca e se deixa dominar por este imundo.... Estou pasma, posta mais na minha fic perfeição mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais =)

  • vverg Postado em 09/08/2014 - 17:08:49

    Quero maisssssssssssssss!!! Preciso mais desta fic perfeita!!! Posta sim??? Necessito ler.... =)

  • vverg Postado em 06/08/2014 - 10:33:43

    Dahlia tah ferradinha kkkkk. Posta mais! Necessito de mais rsrsrs *_*

  • vverg Postado em 02/08/2014 - 09:55:32

    Minha fic mais q perfeitaaaaa posta mais quero mais caps


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