Fanfics Brasil - Terceiro Ciclo - Capítulo XXV - Regresso do Passado Sete Demônios

Fanfic: Sete Demônios | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Terceiro Ciclo - Capítulo XXV - Regresso do Passado

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Ainda muito jovem, porém já farta de tudo ao seu redor, Dahlia Mason descobrira que era hora de abandonar a vida que passara a levar desde sua adolescência.


Já havia dormido com muitos homens. Tantos passaram por sua cama, tantos rostos, cheiros e toques diferentes. Dahlia não conhecia recordar-se de quantos a haviam tocado desde que iniciara-se naquela vida.


Na vida fácil.


Era irônico chamar a situação assim.


Nada ali era fácil.


Não era fácil ceder os caprichos de estranhos na cama em troca de algumas notas. Não era fácil submeter-se a tais humilhações por dinheiro. Nada daquilo era fácil.


Conseguia boa parte de seus clientes no bairro já frequentado por outras mulheres no ramo. Contudo, Dahlia era claramente a que mais chamava a atenção de todos os olhares que ali passavam.


Possuía um charme único. Seus cabelos vermelhos e fartos enfatizavam ainda mais sua beleza, complementada por um belo par de olhos cor-de-esmeralda.


Não gostava do que fazia. Era óbvio que não. Mas era o que pagava suas contas, o que ela precisava para sobreviver. Não havia beleza alguma na miséria. Ao menos não no local onde ela nascera. Um lugar completamente abandonado e esquecido por Deus.


Ela estava pronta, no entanto, para deixar para trás a promiscuidade que manchara para sempre sua honra e dignidade.


Contudo, ocorrera um erro fatal em sua vida. Algo que a mudara de maneira radical, tornando-a uma pessoa ainda mais fria e desesperadoramente ferida por um passado que jamais seria capaz de apagar.


Havia acabado de completar vinte e três anos. Era uma jovem bela e ambiciosa, ainda que sua vida não fosse como nos livros.


E estava grávida.


Ao descobrir-se em tal situação, Dahlia perdera o controle sobre sua mente e ações. O pai jamais a auxiliaria. Era demasiado desorientado, dependente do álcool e violento – motivo maior pelo qual Dahlia saíra de casa –. Claramente ela não fazia ideia de quem era o pai da criança que crescia em seu ventre indesejavelmente.


Não havia ninguém ali para ajudá-la. Ninguém o faria.


Derrotada, acabara optando pela primeira – e arriscada – opção.


Contara ao pai sua situação, chorara para ele, implorando para que ele lhe estendesse uma mão e a puxasse de volta para a superfície, deixando para trás todos os problemas que pareciam estar afogando-a em ondas.


E, para sua surpresa, Solomon Mason fizera isto. Estendeu-lhe uma das mãos e colocou-a em pé novamente, dizendo-a para secar suas lágrimas e erguer seu rosto.


Dahlia obedecera.


O homem olhara a filha com firmeza, prometendo que arranjaria uma solução para o problema.


Pedira, no entanto, para que a garota abandonasse a absurda ideia de um aborto. Incerta, porém sem alternativas, Dahlia concordara com o que seu pai lhe dissera.


Nove meses mais tarde, ela dera à luz a um saudável menino cujo choro penetrara os ouvidos da mãe no instante em que viera ao mundo.


Dahlia recusara-se a ver o filho. O pai prometera que ela não teria de criar laços com a criança. E assim fora feito.


Desde aquele dia, ela jamais ouvira algo a respeito do bebê.


Recordava-se de uma parteira entregando a criança para Solomon, e do mesmo retirando-se do imundo quarto onde Dahlia dera à luz. Lembrava-se com clareza da forma rápida com a qual seu pai retirara-se dali com o bebê nos braços.


Quando ele regressara, naquele mesmo dia, a criança não encontrava-se mais com ele.


Dahlia nunca quis saber o fim que seu filho tivera. Não se importava. Não havia laços entre ela e seu bebê.


E ela estava certa de que seria melhor assim.


Agora, no entanto, encontrava-se frente a frente com seu velho pai novamente, no escritório de Aaric Hunter.


Solomon Mason havia lhe narrado uma série de acontecimentos dos quais ela não sabia. Calada, ela ouvira tudo com muita atenção, sentada atrás da mesa do escritório.


Quando os lábios secos de Solomon pararam de se mover e suas palavras cessara, Dahlia permaneceu fitando-o, incrédula.


– Entregou a criança para a adoção? Um orfanato? – indagou após ouvir a explicação de seu pai.


– Sim. – ele assentiu. – O menino foi entregue em um orfanato.


– E por que raios trouxe de volta este assunto? – ela começou a alterar seu tom de voz, impaciente.


– Porque encontrei seu filho, Dahlia. – Mason disse. E os olhos da mulher arregalaram-se em perplexidade. – Está vivo. E... Mais próximo do que imagina.


O coração dela começara a palpitar. Lutando para não deixar transparecer sua tensão, Dahlia conteve-se, sem deixar de fitar o pai.


Solomon Mason acrescentou lentamente:


– Aaric Hunter adotou um garotinho no mesmo orfanato no qual entreguei seu filho. Sete anos atrás.


De repente, Dahlia sentiu o lábio inferior tremer. Suas pernas tornaram-se vacilantes, também muito trêmulas. As mãos suavam, completamente frias.


– Q-que disse...? – balbuciou ela. Involuntariamente, havia lágrimas em seus olhos.


– Que Aaric Hunter adotou seu filho assim que a esposa perdera o filho biológico deles.


– J-Jonah é... É meu... – Dahlia sentiu-se incapaz. As palavras custavam a atravessar sua garganta, presas por sua própria angústia e emoção.


– Sim, Dahlia. É seu filho. Mora consigo agora. Sob o mesmo teto.


Para ela, tudo passara a fazer sentido. O garoto sempre estivera ciente do laço que havia entre eles, ainda que não soubesse quem ela era. Ou sabia?


Dahlia assustava-se com os olhares apáticos do menino, mas assustava-se ainda mais com a estranha ligação que havia entre eles, ainda que jamais tivessem trocado palavras.


Estava muito claro agora.


Uma sensação nunca explorada por ela antes florescera em seu interior. Sentiu vontade de correr para o garoto e pegá-lo nos braços. Era seu filho. Seu bebê.


Ela havia permitido que o levassem para longe dela em épocas desesperadoras. Os tempos eram outros agora.


Não era mais uma meretriz. Era a esposa de um futuro governante. Já não havia miséria ou imundície. Ela poderia criar o filho. Claro que sim.


Emocionada com o que ouvira, ligando os fatos, Dahlia decidiu que não desperdiçaria aquela chance.


Já não se tratava apenas de viver para assistir a chegada de uma nova era. Agora era sobre ela e seu filho. Dahlia prometera para si mesma, naquele mesmo instante, que seu filho teria do mundo tudo aquilo que ela sempre desejara. Tudo o que ela jamais conseguira alcançar.


E Dahlia Mason morreria lutando para cumprir com aquela promessa.


–--


Delilah aprendera nas últimas longas semanas a conviver com seus novos vizinhos no pequeno vilarejo. O local passara a ser agradável. Ela acostumara-se com cada detalhe, cada canto, cada morador.


Era ainda muito cedo quando decidira sair para um passeio naquela manhã. Com seu arco e um conjunto de flechas pendurados no ombro, ela seguira para fora da vila, caminhando até um campo do qual tinha uma bela visão da paisagem que cercava seu novo lar.


Ajeitou-se no meio do campo, olhando ao redor. Muito atenta, notara o canto de um pássaro que aproximava-se dali.


Rapidamente empunhou seu arco e tomou posse de uma flecha, puxando-a do saco improvisado que levava consigo no ombro. Colocou-se em posição de ataque, até avistar o animal sobrevoar logo acima.


Colocou-o em sua mira, sem ousar emitir qualquer movimento brusco que pudesse prejudicar seu ataque.


Estava definitivamente pronta para lançar sua flecha quando – subitamente – sentiu que alguém tocava-lhe um dos ombros, fazendo-a saltar, assustada.


Diante da expressão surpresa que ela exibia agora, James Braxton emitiu um riso leve.


– Desculpe. – afastou a mão do ombro dela. – Não era minha intenção assustá-la.


Ela imediatamente relaxou, exalando um suspiro.


– Está bem. – disse, simplesmente. E tornou a procurar o pássaro com os olhos. Mas ele já não sobrevoava acima dela. Havia desaparecido.


Delilah revirou os olhos, deixando clara a sua frustração.


– O que estava fazendo tão longe? – Braxton perguntou-lhe.


Virando-se para ele novamente, ela disse:


– Caçando.


– Por quê? Já não lhes trouxe comida o suficiente?


– Você não entende. – disse com desdém. – Meu treino. Eu tenho de mantê-lo.


– Com arco e flecha? – parecia estar zombando dela. – Você sabe que já inventaram algo muito eficiente e prático chamado arma de fogo, não?


A jovem sérvia lançou para ele um olhar de descontentamento, estreitando seus olhos acinzentados. James lutou contra a vontade de rir perante a graciosidade da garota.


– Falo sério. Por que tanto interesse nisso?


– Porque é como me defendo. – respondeu de maneira ríspida. Mas sua voz entregara os pontos. Havia mais algo. Algo do qual ela não queria falar.


– Bem, se é isto o que quer fazer... – Braxton deu de ombros. Virou-se para trás e se deparou com um animal que vinha correndo em sua direção, muito agitado. Agachou-se para receber o canídeo, que ao encontrar-se com ele, começou a analisá-lo com o olfato.


Delilah tornou a se virar para ver do que se tratava toda aquela comoção alheia. Assustou-se ao se deparar com o chacal que agora era afagado por Braxton.


– O que ele faz aqui? – indignou-se.


– Alpha e eu agora somos amigos. – Braxton não olhou-a nos olhos ao explicar. Continuou afagando sua mascote.


– Alpha?


– É como ele se chama agora. – ainda agachado em frente ao animal, ele levantou o rosto e olhou para ela. – Vai acompanhar-me a partir de hoje. E ficará em nossa casa.


A decisão que parecia já ter sido tomada fez Delilah indignar-se ainda mais.


– Não pode fazer isso! – ela exclamou. – É um animal muito perigoso.


– Diz isso pelo fato de ele ter se livrado dos homens que estavam prestes a matar você? – enfatizou ele. Delilah não respondeu. – Acredite. Ele não fará mal a ninguém desde que não seja preciso. Além do mais, – colocou-se em pé, diante dela. Quando o fez, o chacal afastou-se dali, correndo pelo campo. – Cuidarei para que ele seja treinado.


– Willow é uma criança. O animal não irá...


– Willow é ainda pequena, mas não é ingênua. Não fará nada que possa enfurecê-lo.


Fechando os olhos, ela suspirou, dando-se por vencida.


– Como quiser.


– Não. – James objetou, não encerrando o assunto ainda. – Não será como euquiser. Aquele é também seu lar agora. Algo só será aceito naquela casa se nós doisconcordarmos. – esclareceu ele. Olhou para ela com imensa seriedade. – Você concorda comigo, Delilah? Vai deixá-lo ficar?


Atônita pela convicção que ele demonstrara em suas palavras, Delilah fitou-o com surpresa, franzindo o cenho.


Acabou decidindo-se, porém:


– Sim. O animal ficará. – declarou com a voz doce e – ao mesmo tempo – firme.


Braxton sorriu pelo canto dos lábios.


– Agradeço.


Ela retribui-lhe com um sorriso muito tímido, abaixando o olhar.


Aproximando-se deles em extrema velocidade outra vez, o canídeo começou a correr ao redor. A certa altura, quando o animal colidiu com as pernas de Delilah, ela fora empurrada para James.


Tudo ocorrera rápido.


Ele caíra ao chão quando todo o peso dela fora jogado para cima dele. E quando se dera conta, Delilah se encontrava no chão, com o corpo sobre o dele. Seus olhos se encontraram. O corpo dela petrificou-se quando sentiu que ele segurava-a com ambas as mãos ao redor de sua cintura.


Permaneceram em silêncio como se o tempo estivesse suspenso no ar.


Todavia, Delilah soube que tudo estava bem quando James soltou uma gargalhada alta demais. Involuntariamente, ela acompanhou-o no riso.


– Isso está extremamente errado. – ele disse, contendo o riso. Ela fechou o semblante, confusa.


Em um movimento muito rápido, Braxton colocou-se por cima dela, sem deixar de fitá-la diretamente nos olhos. Ele segurou-lhe ambos os pulsos contra a grama. Delilah sentiu as pernas dormentes em pleno nervosismo.


– Eu não gosto de ficar por baixo. – ainda olhando-a nos olhos, Braxton disse-lhe com a voz rouca. – Nunca.


Assistiu-a encarar-lhe como se estivesse profundamente intimidada. Mas ela não fazia esforço algum para libertar-se, despertando nele uma inesperada curiosidade.


Ele então soltou-lhe os pulsos e tornou a rir. Um riso tão alto que Delilah sentiu-se incomodada. Contudo, percebera que ele não a estava tentando intimidar.


– Ora, vamos! – ele disse. – Não quero assustá-la.


As palavras causaram nela grande alívio. Fazendo certo esforço, ela utilizou toda a sua força para colocar-se sobre ele, colocando uma perna de cada lado, também sem deixar de fitá-lo nos olhos.


– Também não me agrada ficar por baixo.


Surpreso, ele nada disse. Encarou-a, se deparando com o olhar desafiador que estampava o belo rosto da jovem.


A brisa tocava-lhe os cabelos desgrenhados, deixando-a tão encantadora quanto o nascer do sol que avançava pelo céu acima deles.


James tornou a rir, achando graça em toda a situação. Delilah fez o mesmo.


Foi quando – repentinamente – algo aproximou-se zunindo, atravessando o ar, passando muito perto do rosto da garota.


Tomada pelo instinto, ela abaixara-se a tempo. Olhou para trás, encontrando uma flecha que fincara-se na grama.


Assustada, olhando para frente, ainda sobre o corpo do companheiro, Delilah deparou-se com uma silhueta parada diante deles. James também virara o rosto para ver quem os havia atacado.


A figura empunhava um arco como o seu, o olhar que estampava seu rosto firme, no entanto, desaprovava totalmente o que via.


Reconhecendo-a de imediato, Delilah estremeceu. A voz escapou insegura de seus lábios, enquanto ela fitava a conhecida nos olhos.


– Danika?



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 51



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  • shadowxcat Postado em 19/07/2016 - 16:24:44

    ESSA FANFIC ESTÁ SENDO REPOSTADA AQUI: http://fanfics.com.br/fanfic/54463/sete-demonios-romance-terror-horror-teen-amor -suspense-thriller-aventura-acao-vampiros-bruxas-demonios

  • raysantos Postado em 12/08/2015 - 20:10:35

    Sua fic e muito top e bem escrita tudo d bom tomara que logo logo a Ellie e James possam ficar juntos sem a essa fulana que eu nao aprendi a dizer muito menos escreve o nome no meio nada contra a crianca mais fazer oq ne continua

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 23:19:37

    Olá, to lendo pelo spirit anime =)

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 22:54:24

    Por favor!!! Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa mais!!! Okk, já sabes q amo de paixão esta web!!! To sentindo muita falta dela....please, preciso de mais caps!!!! Não me deixe na curiosidade por muito tempoooooo *_*

  • vverg Postado em 10/01/2015 - 01:47:30

    Desculpe meu sumisso!! Mas assim q der, comento qdo ler todos os caps =)

  • vverg Postado em 19/08/2014 - 23:57:43

    Poxa não judia tanto de sua leitora caramba!!! Minha fic perfeição, posta mais, preciso de mais.... Estou ficando agoniada sem suas atualizações Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa maissssssssssssssssssssssssssss nesta fic perfeitaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa amo sua fic, ok vc já sabe disso, mas não custa falar né hahahahahahahaha

  • vverg Postado em 12/08/2014 - 12:10:07

    Meu Deus! Que nojo deste Declan!!!! Cara##@%@#$#! Putz!!! Como ela se deixa dominar desta forma, caramba!!! Posta mais mais mais mais mais mais. Poxa vc me deixou curiosa agora, tadinha da Elie, ela é muito fraca e se deixa dominar por este imundo.... Estou pasma, posta mais na minha fic perfeição mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais =)

  • vverg Postado em 09/08/2014 - 17:08:49

    Quero maisssssssssssssss!!! Preciso mais desta fic perfeita!!! Posta sim??? Necessito ler.... =)

  • vverg Postado em 06/08/2014 - 10:33:43

    Dahlia tah ferradinha kkkkk. Posta mais! Necessito de mais rsrsrs *_*

  • vverg Postado em 02/08/2014 - 09:55:32

    Minha fic mais q perfeitaaaaa posta mais quero mais caps


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