Fanfics Brasil - Terceiro Ciclo - Capítulo XXVIII - Compromisso Sete Demônios

Fanfic: Sete Demônios | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Terceiro Ciclo - Capítulo XXVIII - Compromisso

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– Você o aceita como marido? – a voz de um velho morador do pequeno vilarejo acendera uma luz na cabeça de Delilah.


O ancião – um cristão muito bem visto aos olhos de todos na vila, sábio em suas palavras – tomara a frente quando James Braxton anunciara na manhã daquele dia que se casaria com a jovem sérvia.


Pelo fato de estarem morando naquele lugar por um bom tempo, eram conhecidos por todos os vizinhos, proprietários de casas quase tão minúsculas e simples quanto à deles. Todos animaram-se com a notícia, prometendo ajudar nos preparativos para a cerimônia.


Esta fora marcada para a noite, quando o sol já não estivesse mais presente.


Como qualquer garota, Delilah supostamente deveria ter imaginado o dia em que se casaria. Mas o assunto jamais cruzara seus pensamentos.


Ao menos ela não se recordava disso.


Talvez fosse pelo fato de que sabia que jamais se casaria, de que jamais dividiria sua vida com mais ninguém.


A verdade era que Delilah não queria dividir sua vida com ninguém.


Exceto uma pessoa.


Danika. Sua irmã.


Em mil novecentos e noventa e dois, quando Delilah Mislav – na época com apenas três anos de idade – assistira o conflito da Iugoslávia, presenciando a morte de vários conhecidos da família – incluindo sua própria mãe –.


O pai, um homem extremamente rígido e fiel às leis dos homens e às de Deus, recusara-se – apesar de tudo – a participar daquela matança, mantendo-se em casa com as filhas, sempre empunhando consigo um fuzil carregado.


Danika – três anos mais velha que Delilah – levava consigo a semelhança com o pai em sua personalidade severa. Sempre muito calada e atenta, a garota fizera sua primeira própria arma nos mesmos dias em que a Sérvia entrara em guerra com suas terras vizinhas. Munida de pedaços de madeira, alguns pregos e outras ferramentas que surrupiara da oficina do pai, Danika fizera para si um arco. Em seguida, tomara para si todas as finas barras de ferro que sua família costumava utilizar para atiçar o fogo na fogueira da sala, determinada a usá-las como flechas, colocando-as em uma sacola e depois esta sobre as costas.


Durante um confronto no qual soldados bósnios invadiam as terras da família Mislav, o pai das garotas ordenara-as que se escondessem no porão. Assim elas o fizeram. Danika tivera dificuldade em convencer a irmã menor de que seria melhor obedecer ao pai.


Debaixo do solo da casa, no porão, podia-se ouvir o som de homens invadindo a humilde casa da família. O pai havia gritado algo, protestando. Claramente não tivera tempo suficiente para atirar na direção de seus inimigos. Ouviu-se um grito de ordem, seguido de um disparo.


Delilah abriu os lábios para um grito de desespero e medo, mas Danika cobrira-lhe a boca com a mão, aninhando-a contra si.


– Sve će biti u redu, sestro... – sussurrara brandamente com o rosto afundado nos cabelos fartos da mais nova. – Ja sam sa vama. Ja ću uvek biti sa tobom.


Dos olhos acinzentados de Delilah, lágrimas silenciosas deslizavam. Danika manteve-a assim, contra si, até que os sons cessaram.


Emitiu um sinal para que a irmã permanecesse quieta e subiu as escadas, seguindo para a sala. Encontrou o pai sobre o chão, ferido. Ele ainda movia-se. Estava vivo.


Rapidamente a garota abandonou a sacola de barras de ferro no chão, tal como seu arco, avançando para o pai.


– Prelivi... U kuhinji... – o homem ferido apontara para o outro cômodo da casa. Com uma das mãos ele tentava conter o sangue que esvaía do ferimento causado pela bala em seu ombro.


Danika agira com extrema rapidez. Trouxera a irmã para fora do porão, pedindo para que ela apenas auxiliasse na hora de buscar curativos e remédios no armário da cozinha.


A mais velha limpara cuidadosamente a ferida do pai. A bala havia passado logo acima de seu ombro. Não era tão grave quanto parecia.


Delilah assistia com apreensão o que a irmã fazia.


Minutos mais tarde, o pai estava deitado sobre a cama, sentindo-se um tanto mais aliviado. Agradecera a velha primogênita e ela então o deixara descansar.


Desde aquele dia, Delilah soube: Danika sempre protegeria sua família. Semprea protegeria.


Os laços entre as duas irmãs tornaram-se mais fortes desde o ocorrido. Mesmo depois do fim do conflito em seu país e em seus arredores, Delilah negava-se a sair do lado da irmã.


Quando tornara-se clara a força dos laços criados entre elas, Delilah temeu por si mesma. Por Danika. Por seu pai.


Era tudo muito óbvio. Amava sua irmã. E isso soaria completamente normal se a jovem sérvia não estivesse ciente do verdadeiro significado daquela sentença. Amava Danika como qualquer outra garota de sua idade diria amar sua alma gêmea. E era assim que a via.


Contudo, tomada pela incerteza e pelo medo, guardara para si a revelação feita por seu próprio coração.


A situação tornara-se impossível de ser controlada, no entanto, quando, no dia em que completara dezoito anos, Danika a levara para o campo de flores quilômetros à frente da casa onde viviam com o pai.


Estavam correndo, rindo, agindo como costumavam agir em sua infância, onde lutavam para se esquecer dos horrores que a guerra deixara para trás.


Em um momento, Danika saltara para cima dela, jogando seu corpo contra o chão. Fitaram-se nos olhos, compartilhando de algo que Delilah naquele instante soube que era mútuo. Havia uma tensão gigantesca ao redor delas. A mais nova observou os lábios da irmã moverem-se em palavras que ela mesma teria dito se a tensão permanecesse ali por mais tempo.


– Volim te. – Danika confessou-lhe sem deixar de olhá-la nos olhos.


Delilah sentiu o coração disparar, de repente. Tudo ocorrera muito rápido, muito intenso. Não soube dizer quem agira primeiro. Queria dizer à ela que também a amava, mas antes que pudesse manifestar-se em resposta, Danika levantava-lhe a saia e tocava-lhe em cheio a intimidade úmida da irmã mais nova, com a mão em concha.


Agindo em um impulso incontrolável, Delilah jogara os braços ao redor da mais velha, esmagando seus lábios contra os dela. Podia sentir os batimentos cardíacos dela batendo contra os seus enquanto Danika depositava beijos sobre seu rosto, afagando-lhe os cabelos.


Amaram-se em meio ao campo com fervor, como se portas há muito fechadas para ambas, impedindo-as de ver o que estava diante delas, finalmente estivessem se abrindo, todas de uma vez, deixando a luz penetrar suas vidas.


E Delilah nunca esteve tão feliz em poder ver a luz.


Ela temia que o acontecimento fosse lhes trazer consequências terríveis. Mas toda vez que ouvia a irmã sussurrar contra seu ouvido que a amava e que jamais a deixaria sozinha, enquanto suas mãos deslizavam pelo corpo da menor, ela sabia que não era impossível. Que era real. Não havia enlouquecido.


Mais tarde, encontravam-se deitadas lado a lado. Ambos os corpos entrelaçados, a que aderiam grama, terra e pétalas das flores do campo.


O ocorrido jamais tornara-se algo passageiro. Aquilo passara a ocorrer com frequência.


Sem que o pai sequer desconfiasse do que estava havendo, vez ou outra as duas fugiam para o celeiro, rolando no feno ou encontravam-se no rio que corria do outro lado da pequena cidade.


Danika estava em seus vinte e seis anos e Delilah possuía três a menos quando o segredo viera à tona de forma imensamente dolorosa e trágica.


Um amigo próximo do pai das garotas as avistara no rio, beijando-se, trocando carícias. Não demorou muito para que o homem deixasse seu velho amigo a par da situação de suas filhas.


Quando ambas regressaram a casa, o pai as recebera de maneira violenta. Delilah recebera uma forte bofetada ao colocar os pés em sua casa.


Assim que viu a irmã mais nova indo ao chão devido à pancada, Danika viera em seu socorro, amparando-a. Perguntara ao pai o que estava havendo.


O homem começara a distribuir ofensas, gritando histericamente. Deixando claro que as via como a vergonha da família, o velho Sr. Mislav colocaram suas decisões na mesa: enviaria a filha mais nova para longe. Para um lugar indicado por seu amigo. Lá, eles a “purificariam” de seu pecado.


Delilah começara a chorar e Danika sentira-se desesperadamente incapaz. Discutira com o pai, mas este não cedera.


Fora preciso chamar seus vizinhos para que pudessem conter a filha mais velha, trancando-a no quarto. Delilah, por sua vez, fora levada por alguns conhecidos do amigo do pai.


Pudera ouvir Danika esmurrando a porta, gritando como uma louca, mas nenhum de seus protestos fora capaz de deter o que viera a seguir.


A última lembrança que levara de sua casa fora o rosto enfurecido do pai, os olhos repletos de ódio fitando-a enquanto ela era empurrada para dentro de um caminhão.


As imagens de todos aqueles anos, muitas delas dolorosas, repletas de arrependimento, agora transitavam pela mente de Delilah.


As mulheres da vila arranjaram-lhe um belo – porém simples – vestido de algodão cor-de-creme. Ela fora forçada a deixar para trás todas as suas lembranças quando a voz do ancião à sua frente tornara a soar:


– Você aceita este homem como seu marido? – perguntou-lhe.


Delilah piscou demoradamente, olhando para seu companheiro. James Braxton presenteou-a com um sorriso que tranquilizara seu coração.


Estava fazendo a coisa certa. Não havia dúvidas.


Até então sua irmã não havia surgido na cerimônia, pois quando olhara ao redor deparara-se apenas com os rostos de seus novos vizinhos, com o de Desmond Walker e seus homens. E com o rosto de Willow Hope.


Quando seu olhar encontrara-se com o rosto feliz e corado da criança, Delilah soube definitivamente que não havia decisão melhor a se tomar. Virou-se para o velho religioso, respondendo-lhe em tom baixo:


– Sim. Eu aceito.


Braxton tomara-lhe uma das mãos, olhando-a com admiração e ternura. Com muito cuidado amarrou no dedo anelar da jovem uma fita de seda vermelha, simbolizando sua união.


Ela fizeram o mesmo, tomando posse da outra fita que encontrava-se na mesa improvisada entre eles e o ancião.


O homem então fizera suas preces, anunciando-os como marido e mulher.


James aproximara-se da esposa, depositando sobre sua testa um beijo terno.


Ocorreu uma breve chuva de aplausos da parte dos que encontravam-se presentes. Sorrindo, Delilah virou-se para eles de mãos dadas com o marido.


Seus olhos cruzaram-se subitamente com os da irmã.


Muito distante, porém atenta ao evento, Danika Mislav demonstrava-se extremamente séria.


O largo sorriso nos lábios de Delilah desmanchou-se por completo. Ela viu a irmã afastar-se, desaparecendo na escuridão da noite por detrás de seus convidados.


Dessa vez ela sabia que seus atos trariam consequências.


Talvez ainda piores que aquelas que ela tivera de enfrentar antes de chegar ali.


–--


Em uma das muitas vezes nas quais saíra para jantar ao lado de Oliver Blake, Ellie sentira uma tensão nunca presente antes entre ela e o novo amigo.


Estavam em um restaurante de extrema elegância. Fora colocada sobre a mesa deles uma garrafa de champagne com os cumprimentos da gerência. Ela estava finalmente começando a se sentir menos angustiada. Mas não sabia dizer o que estava havendo ou por que havia aquela tensão no ambiente.


Tentando acalmar-se, ela lançou para Oliver uma pergunta um tanto aleatória, mas de seu grande interesse:


– Acredita no fim dos tempos?


Blake, com muita calma, recostou-se à sua cadeira, pensativo.


– O fim dos tempos?


– Exato. – ela disse. – Acredita nisso?


– Sim, claro. Acredito.


A resposta surpreendera Ellie. Oliver jamais demonstrara-se crente de qualquer religião, culto ou crença.


– Mesmo? – indagou em tom irônico.


– Obviamente. – ele começou a encher as duas taças, sempre falando em tom agradável. – Acredito que algum dia todo esse mundo em que vivemos terá um fim. E não muito bonito, posso afirmar.


Ele falara com convicção. Eleonora sorriu.


Depois do jantar, Oliver levara-a para casa, fazendo questão de acompanhar-lhe até a entrada da mansão.


Ao abrir a ponta principal, pronta para adentrar sua casa, Ellie suspirou. Levantou a cabeça para ele e perguntou:


– Não quer entrar?


Ele fitou-a em silêncio por um longo tempo.


– Quero. – disse, sorrindo.


Entraram na casa silenciosamente. As luzes estavam apagadas. Todos dormiam.


Em um gesto discreto, Ellie pediu que ele a seguisse para o andar de cima.


Subiram as escadas em silencia, rumando à suíte principal da mansão. O quarto de Eleonora.


– É um belo quarto. – Oliver comentou, olhando ao redor. – Tem mesmo muito bom gosto, Condessa.


– Agradeço. – ela se aproximou, colocando-se diante dele. Analisou-o. Seu rosto era uma bela visão, muito bem delineado, os lábios cheios sempre ostentando um sorriso cordial. Os olhos azuis irradiavam sinceridade. Eleonora teria se sentido atraída por ele se não estivesse nas circunstâncias em que se encontrava agora.


– Será que agora eu posso lhe fazer uma pergunta? – Blake indagou. – E peço-lhe para que não me veja como um louco.


Aquilo a deixara ligeiramente desconfiada e curiosa.


– Sim, por favor.


– Ellie, sei que é uma mulher maravilhosa, cheia de vida. E me sinto imensamente honrado em poder acompanhá-la tão frequentemente durante todas essas noites desde que nos conhecemos. – ele começara a discursar, deixando a garota nervosa. – Mas sei também que é uma alma solitária. Tem se isolado do mundo desde a morte dos pais, do irmão, de seu marido... – suas palavras tocaram-lhe uma ferida ainda aberta. – Sou bom em ler as pessoas, Ellie.


Ela esboçou um sorriso desajeitado, abaixando os olhos, muito desconsertada.


– E-eu realmente gostaria de...


– Quero que saiba que também sou uma alma solitária. – Oliver prosseguiu. Ela levantou o rosto para ele novamente. – E, sinceramente, eu estou cansado dessa solidão. Preciso de alguém com quem eu possa compartilhar momentos, sorrisos, lágrimas... Preciso de uma amiga. De uma companheira.


Atordoada, a jovem tentou colocar ordem nos incontáveis pensamentos que corriam por sua mente naquele momento. Ele havia retirado algo do bolso de seublazer.


Ela olhou-o, incapaz de falar. Ele então abrira a caixinha aveludada que arrancara do bolso, colocando diante dos olhos da garota um belo anel de diamantes, finalizando sua explanação com apenas uma pergunta:


– Ellie, você quer ser minha esposa?


–--


Sve će biti u redu, sestro. - Vai ficar tudo bem, irmãzinha.


* Ja sam sa vama. Ja ću uvek biti sa tobom. - Eu estou com você. Eu sempre estarei.


* Prelivi... U kuhinji... - Curativos... Na cozinha...


* Volim te. - Eu amo você.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 51



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  • shadowxcat Postado em 19/07/2016 - 16:24:44

    ESSA FANFIC ESTÁ SENDO REPOSTADA AQUI: http://fanfics.com.br/fanfic/54463/sete-demonios-romance-terror-horror-teen-amor -suspense-thriller-aventura-acao-vampiros-bruxas-demonios

  • raysantos Postado em 12/08/2015 - 20:10:35

    Sua fic e muito top e bem escrita tudo d bom tomara que logo logo a Ellie e James possam ficar juntos sem a essa fulana que eu nao aprendi a dizer muito menos escreve o nome no meio nada contra a crianca mais fazer oq ne continua

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 23:19:37

    Olá, to lendo pelo spirit anime =)

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 22:54:24

    Por favor!!! Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa mais!!! Okk, já sabes q amo de paixão esta web!!! To sentindo muita falta dela....please, preciso de mais caps!!!! Não me deixe na curiosidade por muito tempoooooo *_*

  • vverg Postado em 10/01/2015 - 01:47:30

    Desculpe meu sumisso!! Mas assim q der, comento qdo ler todos os caps =)

  • vverg Postado em 19/08/2014 - 23:57:43

    Poxa não judia tanto de sua leitora caramba!!! Minha fic perfeição, posta mais, preciso de mais.... Estou ficando agoniada sem suas atualizações Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa maissssssssssssssssssssssssssss nesta fic perfeitaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa amo sua fic, ok vc já sabe disso, mas não custa falar né hahahahahahahaha

  • vverg Postado em 12/08/2014 - 12:10:07

    Meu Deus! Que nojo deste Declan!!!! Cara##@%@#$#! Putz!!! Como ela se deixa dominar desta forma, caramba!!! Posta mais mais mais mais mais mais. Poxa vc me deixou curiosa agora, tadinha da Elie, ela é muito fraca e se deixa dominar por este imundo.... Estou pasma, posta mais na minha fic perfeição mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais =)

  • vverg Postado em 09/08/2014 - 17:08:49

    Quero maisssssssssssssss!!! Preciso mais desta fic perfeita!!! Posta sim??? Necessito ler.... =)

  • vverg Postado em 06/08/2014 - 10:33:43

    Dahlia tah ferradinha kkkkk. Posta mais! Necessito de mais rsrsrs *_*

  • vverg Postado em 02/08/2014 - 09:55:32

    Minha fic mais q perfeitaaaaa posta mais quero mais caps


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