Fanfics Brasil - Primeiro Ciclo - Capítulo VIII - Mudanças Sete Demônios

Fanfic: Sete Demônios | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Primeiro Ciclo - Capítulo VIII - Mudanças

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– Este foi o primeiro passo a ser dado, Ellie. – Vincent Hurst sorria, deixando transparecer seu orgulho pelo fato de ter convencido a crédula jovem sentada à sua frente em seu vestido de luto. – Devo lhe afirmar que os passos seguintes serão um tanto... Difíceis para você.


– O que quer dizer? – Ellie mantinha ambas as mãos sobre as pernas, hesitantemente confusa. Sua postura era firme, mas seu nervosismo era perceptível até mesmo para um cego.


– Terá de treinar. – James Braxton interveio com sua voz autoritária e severa. – E, lamentavelmente, isto não será uma tarefa muito fácil.


– Treinar... – ela balbuciou. – Só quero descobrir quem assassinou meu pai, eu... – sentiu a emoção dominá-la mais uma vez ao lembrar-se de como o havia tratado dias antes devido à história inventada pelo mesmo. – Quero respostas.


– São muitas perguntas, Ellie. – Vincent asseverou. – Mas creio que esteja preparada para as respostas que procura. E terei enorme prazer em ajudá-la a encontrar todas elas o mais rápido possível. – ele colocou-se em pé de repente, deixando a garota surpresa. – Acompanhe-me.


Hurst começou a se retirar da sala em passos graciosamente firmes. Ellie também se levantou, seguida de James que a conduziu pelo caminho que Vincent estava percorrendo.


Passaram pelo mesmo grande corredor de entrada com suas paredes sujas e descascadas, seguindo para outro cômodo. Este era maior. Havia muito espaço e também muita sujeira. O cenário perfeito para um filme de terror.


Adentrando este outro cômodo, Ellie notara que havia mais alguém ali. Vincent Hurst aproximou-se de uma silhueta que, virada de costas, parecia lidar impacientemente com objetos sobre uma velha mesa de madeira.


– Joshua. – Hurst chamou. – Temos visita.


O sujeito virou-se de prontidão. Possuía cabelos castanhos e olhos a condizer. Vestia-se com uma camiseta branca manchada e jeans. Ellie ergueu as sobrancelhas quando percebeu que ele segurava dois revólveres. Um em cada mão. Sua expressão era tranquila, mas séria. Devia ter dois ou três anos a mais que James, mas em nada se parecia com ele. Tinha uma fisionomia amigável, apesar das circunstâncias em que se encontrava.


– Olá. – ele acenou com a cabeça e depois se virou para Vincent Hurst. – É ela?


– Exatamente. – respondeu o homem. – Joshua sabe mais do que qualquer um sobre armas. – Vincent olhou diretamente para Ellie. – E vai te ensinar a usar uma.


Ellie não soube qual impulso seguir. Seu primeiro impulso, entretanto, foi o de esticar sua mão em um gesto de educação, esperando que o indivíduo a cumprimentasse. Todavia, Joshua franziu a testa, desconfiado ao perceber a atitude dela.


– Desculpe. – ele disse, tentando conter o próprio riso. – Mas limito-me a lhe dirigir apenas um “olá”.


– Por quê? – Ellie perguntou, admirada. Retirou sua mão de perto dele, esperando uma resposta.


– Não vou tocar na mulher de James Braxton. – respondeu seriamente.


– Decididamente, – James colocou-se próximo a ambos. – Você é um filho da puta.


Os dois se entreolharam com uma seriedade que causou em Ellie uma imensa e confusa onda de sufoco. Mas, então, de repente, ambos começaram a rir e trocaram um abraço fraternal que a deixou atônita. Ela concluiu que eles se conheciam. E muito bem, aparentemente.


– Eu estava só brincando. – Joshua afastou-se de James e depositou as armas sobre a mesa logo atrás dele, estendendo uma de suas mãos sujas para Ellie. Hesitante, ela retribuiu o cumprimento, sentindo que ele lhe apertava a mão em uma atitude educada. – Joshua Wilder.


– É um prazer conhecê-lo. – ela tentou sorrir, mas sentiu-se incapaz de concluir tal ato. Ainda estava dominada pela dúvida, incerteza e confusão.


– Digo o mesmo, considerando de quem você se trata.


Ellie aguardava mais formalidades como as que os empregados de sua nova casa costumavam utilizar para tratá-la e rolou os olhos, suspirando. Mas ficou surpresa quando ele prosseguiu:


– A garota da profecia. – ele dizia com admiração. – Dizem que você será a mulher que se sentará sobre muitas águas.


– Isso é bobagem. – Ellie soltou uma afirmação, evitando ouvir aquilo novamente. – Eu não sou a Mulher de Vermelho. Isso tudo é... Loucura.


– Muito bem, muito bem. – Vincent Hurst entrelaçou seus próprios dedos uns nos outros, colocando-se no meio deles e interrompendo a conversa. – Não entraremos em discussão, não é mesmo? Estamos todos do mesmo lado.


Ellie levantou os olhos para o sujeito que falava com a voz tão pacificadora e calma. Vincent Hurst tinha o verdadeiro dom da persuasão e Ellie perguntou-se se ele o usava em benefício próprio. Segundo o que ouvira da parte dele, não. Pelo que pudera entender, todos eles ali presentes lutavam pelo mesmo objetivo.


Um insanamente absurdo objetivo com o qual Ellie não conseguia concordar.


Ainda.


– Quantas pessoas trabalh... Participam disto? – ela inquiriu.


– Nesta organização temos aproximadamente vinte pessoas. – Hurst disse. – São poucas se compararmos nossa organização às outras seis. Mas não há problema. Superamos este detalhe com nosso bom desempenho. – ele explicou. – Desempenho que tencionamos manter. Com sua ajuda, claro.


Ellie abanou a cabeça, tentando processar toda aquela informação que estava sendo enviada de forma tão rápida para seu cérebro. Uma enxaqueca fez com que ela se sentisse subitamente desconfortável.


– Nos vemos em breve, Joshua. – Hurst cumprimentou o rapaz mais uma vez e afastou-se daquele cômodo. James Braxton seguiu logo atrás dele. Ellie lançou um último olhar para Joshua, mas ele já havia se virado para tornar a mexer com as armas sobre a mesa de madeira. Ela, então, também se retirou dali, seguindo Hurst e seu marido para o corredor principal do local.


Ellie cessou seus passos leves quando notou que uma figura aproximava-se deles, atravessando a porta pela qual ela passara antes de entrar naquele lugar.


Conforme a pessoa se aproximava, Ellie foi reconhecendo seus traços. O rosto era familiar, assim como a voz que soou quando o sujeito parou em frente a Vincent.


– Vim assim que pude. – Michael Graber tinha a respiração ofegante, deixando um pouco óbvio que ele havia se dirigido até ali com muita pressa. Ellie ficou próxima a ele, encarando-o, aturdida.


– Também está metido nisso? – perguntou em tom acusador.


Graber suspirou, lamentando ter de admitir que também fazia parte de toda aquela confusão.


– Eleonora...


– Por que não me disse antes?


– Seu pai não me permitiu. – respondeu rapidamente. – Eu tentei convencê-lo a deixá-la a par disto...


Ellie não disse mais nada. Virou o rosto, perdida no meio de tantos segredos e mentiras. James Braxton não estava brincando quando dissera a ela que a levaria para o Inferno. Aquilo, de fato, era o verdadeiro inferno. Ela olhou para Vincent Hurst e decidiu-se:


– Quando começarei a seguir os próximos passos?


– Lhe darei esta noite para colocar sua mente em ordem. Amanhã poderá começar com seu treinamento. Está bem?


Ellie encolheu os ombros como se quisesse dizer “tanto faz”.


– Acho que é o suficiente por hoje. – declarou Braxton, encerrando o assunto. Ellie sentiu que ele pousava uma de suas mãos nas costas dela, empurrando-a para frente, forçando-a a seguir pelo corredor pelo qual haviam passado quando entraram no antigo prédio.


Sem se despedir das pessoas que encontrara no local, Ellie afastou-se dali acompanhada de James. Ele a guiou para fora, conduzindo-a até seu carro. Abriu a porta e ela entrou. Ele deu a volta e abriu a outra porta, colocando-se atrás do volante.


– Sei que está confusa. – ele comentou, instalando-se no banco do motorista. Mantinha seu olhar fixo para frente, colocando a chave na ignição. – Já estive em seu lugar. Compreendo que sua mente está um caos.


As palavras dele condiziam perfeitamente com o que ela sentia no momento, ainda que Ellie não acreditasse completamente em sua súbita compreensão e gentileza.


A mente dela era agora como um engarrafamento onde os carros não paravam de buzinar e seus respectivos motoristas não hesitavam em pisar no acelerador.


– Ele devia ter me contado... Antes... – levando ambas suas mãos para cobrir seu próprio rosto, Ellie deixou que lágrimas escorressem por suas bochechas, lamentando o fato de que não tivera a oportunidade de dizer ao pai que o amava infinitamente e que o perdoara.


– Seu pai queria protegê-la. – James disse, indiferente. – Mas não deve pensar nele com tanta frequência agora.


– O que...? – ela olhou para ele, afastando as mãos do rosto banhado em lágrimas frias.


– Não seja sentimental demais. Isso pode prejudicá-la em seu treinamento. – James girou a chave e pisou no acelerador, fazendo com que o carro arrancasse lentamente.


Ellie colocou-se a observar o asfalto através do vidro da janela à sua frente, conforme o automóvel avançava pelas ruas. Seguindo seu instinto, sentindo-se desprotegida diante de tal situação, ela disse:


– Preciso falar com meu irmão.


– Seu irmão? – James Braxton riu. – Eu não colocaria minhas mãos no fogo por ele.


– O que está insinuando? – ela olhou para ele novamente enquanto ele mantinha-se firme ao volante.


– Esqueça. – respondeu. – Eu disse-lhe uma vez que tinha duas coisas para lhe dizer. Hoje eu tenho mais duas.


Ellie balançou a cabeça. Não se lembrava exatamente do que ele havia dito antes, mas também não fazia muita questão de se lembrar. Esperou que ele prosseguisse.


– Primeiramente, lamento pela sua primeira vez. – Ellie arregalou os olhos. O assunto era totalmente aleatório e irrelevante naquele momento. – Não sei, mas estou certo de que não sou exatamente o homem dos seus sonhos.


– Isso não importa mais. – ela disse em tom muito baixo.


– Evidentemente você estava esperando por alguém que fosse amá-la. – comentou com plena indiferença. – Admito que não me arrependo, mas lamento por você.


Ellie abaixou a cabeça, corando ao lembra-se de como aquela noite havia sido estranha e terrivelmente assustadora para ela.


– Não preciso que sinta pena de mim. – Ellie falou, cabisbaixa.


– Não sinto pena de ninguém, querida. – ele abriu um sorriso irônico com o qual Ellie estava começando a se habituar. – Isso não me levaria a lugar algum.


Ela manteve-se em silêncio.


– Em segundo lugar, gostaria que soubesse que não é a única insatisfeita com tudo isso. Eu não tencionava me casar. – ele virou-se para ela e seus irreverentes olhos azuis que agora pareciam mais escuros do que de costume caíram imediatamente sobre as pernas descobertas dela. Ellie sentiu-se desconfortável. – Também não estava em meus planos ter como esposa uma garotinha mimada.


Ela respirou fundo, contendo sua raiva. Ainda que quisesse resistir às provocações dele, Ellie não deixou escapar uma resposta.


– Não sou uma garotinha.


Os lábios delineavam um belo conjunto de dentes que iluminaram seu rosto em mais um riso.


– É claro que é. – respondeu voltando a prestar atenção na direção para qual guiava com o veículo. – Eu pagaria para vê-la tornar-se tão poderosa quanto dizem.


Oh, aqui vamos nós de novo... Ela pensou num suspiro. Ergueu a cabeça novamente.


– Acredita mesmo nisso?


– Você acredita em Deus? – James indagou, inesperadamente.


Sem entender, Ellie respondeu:


– Obviamente.


– Então também acredita no diabo. – ele completou. – E, consequentemente, nas profecias e eventos que ocorrerão com elas.


– Isso tudo soa ridículo. Desculpe-me, mas é verdade.


– Eu realmente estou curioso. – mantinha um sorriso perverso nos lábios. – Confesso que adoraria assistir a esta transformação. Todo o progresso. Uma coelhinha indefesa na floresta tornando-se violenta e cruel.


Ellie concluiu, então, que ele estava tentando se divertir à custa dela. Ela tentou continuar calada, ignorando o que ele dizia, mas as respostas escapavam, atravessando sua garganta seca incontrolavelmente. Como se seu cérebro estivesse funcionando em modo automático.


– Eu não sou uma assassina. – ela repetiu o que dissera antes.


– Ainda não.


– Só quero descobrir a verdade.


– Todos nós queremos. – ele disse. – Mas vou lhe dar um conselho: se tenciona preservar sua vida, deverá matar para sobreviver.


Ellie fez menção de responder, mas ele continuou:


– Um dia terá de defender a si mesma. Não estarei por perto para sempre.


– Não preciso de proteção.


James Braxton soltou mais um riso breve.


– Mas como é orgulhosa! – exclamou, debochando dela. – Caso não saiba, esse é um dos principais sinais de que você nasceu para isso.


– Como assim?


– O orgulho é um dos sete pecados. – ele explicou virando-se para ela. Seus olhares se encontraram e Ellie sentiu o sangue fugir de seu rosto. – Logo, um dos sete demônios faz parte de sua vida.


Ela virou sua face, desviando seu olhar do dele. James balançou a cabeça, rindo.


– Mas você tem todas as razões para se orgulhar de si mesma.


– Por quê? – ela perguntou. Estava fitando o movimento lá fora através do vidro ao seu lado, mantendo-se indiferente.


– Bem, você é Eleonora Braxton. A Condessa de Abingdon. – era ele quem soava orgulhoso. Ellie, por sua vez, arriscou fitá-lo novamente. – E, além disto, as pessoas que a perseguem têm medo de você.


– Por que diabos alguém teria medo de mim? – a voz dela era fraca e ela ainda podia sentir lágrimas escorrerem lentamente por seu rosto.


– Porque, segundo eles, você é a mulher vestida de escarlata.


– E o que tem isso?


– Você não entende? – ele parecia indignado. – Se o que eles dizem for verdade, você dominará muito mais do que almeja em seus sonhos. – Ellie não sentiu qualquer ponta de ambição. Estava em estado neutro enquanto o ouvia falar. – E até mesmo o inferno temerá o seu domínio.


Ellie tinha os olhos fixos nele. As palavras eram hipnotizantes, tentadoras. Mas ela não se deixara levar por nada do que ouvira. Aquilo se assemelhava ao que Ellie lera na Bíblia algumas vezes, em diferentes circunstâncias.


Ela lembrou-se de um ou dois breves versículos, porém, surpreendentemente, seus pensamentos foram interrompidos pela voz de James Braxton.


– “Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo”. – ele citou exatamente o que ela tinha em mente, deixando-a incrédula. – “E lhe disse: tudo isto lhe darei, se você se prostrar e me adorar”.


Ellie abriu seus olhos por completo, imóvel. James emitiu apenas mais um sorriso insolente e continuou guiando seu carro.


– Como sabia?


– Eu sei de muitas coisas, pequena. – afirmou. – Coisas que você não seria capaz de acreditar se ouvisse.


Ignorou o que ele havia acabado de dizer. Sentia-se fatigada e com a mente carregada depois daquele dia. Havia sido talvez o dia mais estranho de toda a sua vida.


O funeral do pai, as coisas que ouvira desde que Braxton a levara para aquele prédio desconhecido do outro lado da cidade... Tudo o que ela mais desejava agora era deleitar-se debaixo de um chuveiro por duas horas, sem interrupções. Aquilo, possivelmente, lavaria sua alma.


Era engraçado pensar assim, considerando que às vezes sentia-se como se sua alma estivesse apodrecendo a cada dia que se passava. Algo a estava corrompendo e, mesmo que tentasse, Ellie não era capaz de parar este algo. Vinha de dentro para fora. Algo que havia surgido em seu interior desde o dia em que o pai a forçara a se casar. Era inevitável.


Ela ainda não sabia distinguir do que se tratava, mas temia aquilo demasiadamente.


– Merda... – ela ouviu James Braxton praguejar em uma murmuração quase silenciosa. Ele olhava através do espelho retrovisor pelo canto dos olhos.


– O que houve? – Ellie decidiu perguntar.


– Estão atrás de você.


– O quê?! – indignou-se ela.


– Não olhe agora. – ele respondeu. – Mas eles literalmente estão atrás de você.


Sem seguir o conselho que soara um pouco irônico da parte dele, Ellie virou-se no banco do passageiro.


Um carro branco os seguia, mas nada podia se ver através de seus vidros. Eles refletiam muita luz, tornando-se impossível identificar as pessoas que se encontravam dentro do automóvel.


Ellie tornou a se ajeitar no banco com o coração palpitando.


– Estão nos seguindo desde que deixamos o prédio da organização.


– O que querem? – perguntou ela começando a sentir as primeiras ondas de pânico percorrer seu corpo.


– Querem matá-la. – James respondeu com muita calma. – É uma pena que querer não signifique poder. – dizendo isto, ele afundou seu pé no pedal do acelerador, fazendo seu veículo avançar em alta velocidade.


Ellie olhou pelo espelho de um dos lados do carro, percebendo que o automóvel branco também aumentara sua velocidade, vindo logo atrás deles com seu motor roncando alto.


– Abra. – indicando o porta-luvas à frente dela, James disse como uma ordem. Hesitante, Ellie passou a mão pela pequena maçaneta que fez com que o porta-luvas se abrisse por completo.


Ele inclinou-se para o lado, passando seu corpo sobre o dela até alcançar o porta-luvas aberto. Deste ele tirou algo que causou grande espanto em Ellie. Tomando posse de uma 500 Magnum S&W, James – calmamente – abriu o vidro da janela ao seu lado com um click em um dos botões no painel de seu carro.


Colocou metade do corpo para fora, com uma mão ainda sobre o volante. Olhando para trás, ele apontou a arma na direção do carro que vinha atrás deles, disparando em um dos pneus.


Apenas um disparo. Único e certeiro.


O som não havia soado tão estrondoso quanto Ellie pressentia. Mas o som que soou depois que o carro branco perdeu o controle e chocou-se contra outro carro estacionado próximo a uma calçada fora extremamente alto e aterrador.


Ellie olhou para trás.


Uma explosão fez tremer todo o asfalto, deixando-a completamente aturdida e aterrorizada. A fumaça surgia por detrás do carro deles como uma avalanche correndo montanha abaixo. Rindo como se tivesse acabado de ouvir uma boa piada, James sentou-se normalmente no banco mais uma vez, colocando a arma debaixo de seu banco.


Segurou o volante com ambas as mãos e continuou sorrindo. Os cabelos – antes penteados com muito cuidado – agora flutuavam devido ao vento que fustigava seu rosto, correndo pela janela ainda aberta ao seu lado.


– Eles realmente nunca aprendem.


– O que... O que você fez...? – Ellie perguntou com os olhos esbugalhados e a boca escancarada. Estava totalmente entregue ao desespero e pavor que agora a dominavam. – Precisamos voltar! Precisamos ver se estão bem!


– Estão mortos. – ele anunciou.


– Temos de prestar socorro.


– Ora, por favor! – James exclamou impacientemente. – Eles queriam matarvocê.


– Mas e se for um engano? Temos de...


– Basta. – ele a interrompeu. – Voltaremos para casa agora. Não quero que diga uma palavra sobre o que acabou de presenciar. – James deixou suas ordens claras como o dia. – De preferência, não diga nada até que estejamos a sós no quarto.


Ela o fitou, estupefata. Não conseguia acreditar nas coisas que ele dizia e na forma como dirigia suas palavras a ela.


– Não recebo ordens. – Ellie assegurou em voz baixa. Suas mãos suavam frio. Estava presa a um misto de nervosismo e raiva.


– Eu não sou seu pai. Não vou tolerar coisas como as que você disse sobre voltar e prestar socorro àqueles que tencionavam matá-la. Se quer continuar a ser imprudente, então eu terei de ensiná-la a agir conforme as circunstâncias pedem. – ele disse com a voz rude. – E, pelo seu próprio bem, não ouse desobedecer ao que eu digo.


Ellie engoliu a seco as palavras que sentiu tentada a dizer depois do que ele afirmara com tanta convicção. Seu corpo todo tremia. Ela julgou que jamais se esqueceria do carro que explodira minutos atrás. Da cena que presenciara. Das coisas que ouvira naquele dia.


Tudo aquilo parecia ter acontecido com o propósito de mudar sua vida. Deveras, sua vida já não era mais a mesma. Tampouco ela própria.


Tudo estava diferente. Uma grande mudança.


Mas não para a melhor.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 51



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  • shadowxcat Postado em 19/07/2016 - 16:24:44

    ESSA FANFIC ESTÁ SENDO REPOSTADA AQUI: http://fanfics.com.br/fanfic/54463/sete-demonios-romance-terror-horror-teen-amor -suspense-thriller-aventura-acao-vampiros-bruxas-demonios

  • raysantos Postado em 12/08/2015 - 20:10:35

    Sua fic e muito top e bem escrita tudo d bom tomara que logo logo a Ellie e James possam ficar juntos sem a essa fulana que eu nao aprendi a dizer muito menos escreve o nome no meio nada contra a crianca mais fazer oq ne continua

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 23:19:37

    Olá, to lendo pelo spirit anime =)

  • vverg Postado em 08/02/2015 - 22:54:24

    Por favor!!! Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa mais!!! Okk, já sabes q amo de paixão esta web!!! To sentindo muita falta dela....please, preciso de mais caps!!!! Não me deixe na curiosidade por muito tempoooooo *_*

  • vverg Postado em 10/01/2015 - 01:47:30

    Desculpe meu sumisso!! Mas assim q der, comento qdo ler todos os caps =)

  • vverg Postado em 19/08/2014 - 23:57:43

    Poxa não judia tanto de sua leitora caramba!!! Minha fic perfeição, posta mais, preciso de mais.... Estou ficando agoniada sem suas atualizações Postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa maissssssssssssssssssssssssssss nesta fic perfeitaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa amo sua fic, ok vc já sabe disso, mas não custa falar né hahahahahahahaha

  • vverg Postado em 12/08/2014 - 12:10:07

    Meu Deus! Que nojo deste Declan!!!! Cara##@%@#$#! Putz!!! Como ela se deixa dominar desta forma, caramba!!! Posta mais mais mais mais mais mais. Poxa vc me deixou curiosa agora, tadinha da Elie, ela é muito fraca e se deixa dominar por este imundo.... Estou pasma, posta mais na minha fic perfeição mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais =)

  • vverg Postado em 09/08/2014 - 17:08:49

    Quero maisssssssssssssss!!! Preciso mais desta fic perfeita!!! Posta sim??? Necessito ler.... =)

  • vverg Postado em 06/08/2014 - 10:33:43

    Dahlia tah ferradinha kkkkk. Posta mais! Necessito de mais rsrsrs *_*

  • vverg Postado em 02/08/2014 - 09:55:32

    Minha fic mais q perfeitaaaaa posta mais quero mais caps


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