Fanfic: Simplesmente | Tema: Portiñon
Pov Anahi
Eu simplesmente não suportei vê-la sendo humilhada daquela forma por seres tão inferiores a maturidade dela. Eles não sabiam nada sobre aquela garota e a perturbavam como se fossem superiores e donos do lugar. E de pensar que por um bom tempo eu fazia parte daquela turma! Eu a havia evitado, eu não queria aceitar os fatos que vinham em minha mente. Eu havia ficado com a garota mais cobiçada por outras garotas. E tinha gostado mais do que a qualquer outro romance meu com um homem.
Mas agora não havia mais volta. Eu não podia deixá-la, não quando ela cuidava tanto de seu futuro e do irmão e esquecia-se de si mesma. Era como uma necessidade que sobrepunha qualquer outra. Não sabia explicar, mas também não sabia mais como evitar. Então decidi apenas deixar as coisas seguirem o seu curso. Mais que isso, naquela noite eu queria impressioná-la. Tinha ficado com mais garotas do que os rapazes do time de basquete? Veria como ela reagiria a encontrar uma garota como eu!
–Lindsay, vamos para o shopping! – falei na hora da saída – Quero me arrumar para o Fuego.
–Mas a Dulce disse que era algo mais simples – estranhou minha amiga dando partida no carro.
–Não estou me arrumando para o lugar – respondi distraída.
–O que? Anahi, você está toda estranha, o que aconteceu? Ela te mordeu como eu brinquei?
Mordeu, meus lábios de uma forma tão gostosa que eu poderia deixá-la me morder toda se fosse sentir aquelas sensações por todo o meu corpo. Mas não podia responder isso, só de imaginar sabia que meu rosto havia esquentado.
–Ela mordeu?! – Lindsay quase gritou ao me ver corar.
–Fique quieta! – reclamei olhando pra os lados. Esperei o carro sair da área da escola para finalmente respirar fundo – Na quarta, depois que vocês saíram, ficamos conversando e... Io beijei a ragazza, quer dizer, ela me beijou e eu retribuí.
–O QUE? Meu deus!
Primeiro Lindsay riu. Provavelmente por eu, uma hetero roxa, ter ficado com uma garota, que por acaso era uma lésbica roxa. Ela começou a me perguntar as coisas, pediu por detalhes e eu dei, percebendo que ela já tomava o rumo para o shopping no centro da cidade. Eu sentia arrepios só de tentar explicar como era o beijo da Dulce. Era verdade o que diziam, o beijo dela era tão bom que podia viciar.
–Então... Agora você a quer? – Lindsay deduziu.
–Eu não sei, sinceramente, io não sei de nada – respondi hesitante – Mas quero deixar acontecer. Se não for, não é, entende?
–Claro que sim, tem que aproveitar e não se arrepender do que não fez amiga!
No shopping liguei para minha mãe avisando que dormiria com Lindsay. Não iria explicar que iríamos a um bar com ela, certas coisas pais não deviam saber não é? As compras começaram por roupas. Passamos por cerca de cinco lojas, experimentando, brincando e por vezes dançando apenas para nos divertir um pouco mais. Escolhida as roupas, o próximo passo era sapatos e depois salão de beleza. Não mudei meu cabelo, mas realcei o corte e aparei a franja de lado. Fiz manicure e uma hidratação facial, depois um cineminha básico com a Lindsay antes de ir para a casa dela me preparar.
Havia comprado uma roupa para a noite, como planejado. Era um vestido preto, não muito curto, mas com um decote que realçava meus seios um pouco fartos, mas bem formados. Todos chegavam a pensar que eram artificiais, mas isso não me incomodava mais. Para completar, um bolero de lã clara para o frio da noite. A maquiagem foi perfeita, sombras escura, mas discretas, lápis, batom rubro e acessórios dourados. Usava uma bota de cano bem baixo, mas com o salto mais alto e fino.
–Ela vai ficar babando em você – Lindsay comentou olhando para mim enquanto colocava os brincos.
–Você também está muito linda! E depois fala de mim – a olhei sorrindo.
–Eu não vou ficar para trás quando tenho uma musa do meu lado. Assim você vai me ofuscar e ninguém vai me olhar – ela se explicou dando de ombros – E eu estava doida para estrear essa saia nova.
Era uma saia rodada xadrez, ela usava meia calça escura e rendada, completadas por salto alto também fino e uma blusa bem justa e branca, com detalhes de flores bem feitos e bonitos. Lindsay era uma das garotas mais lindas que havia conhecido, quando estávamos juntas parávamos o mundo ao nosso redor. Literalmente. Chegávamos a brincar com isso às vezes.
–Aquele bar nunca mais será o mesmo – Lindsay comemorou quando terminou – Já são nove horas! Vamos?
Só havia percebido que estava ansiosa quando estava dentro do Mercedes. Meu coração não se acomodava no ritmo correto, minha mente me atacava com perguntas incertas. E se Dulce achar que eu havia exagerado? E se eu tiver mesmo exagerado? Porque não chegávamos nunca? Ou seria bom aquela demora? Minha mente estava em uma batalha tão intensa que Lindsay teve de gritar meu nome para que eu prestasse atenção na conversa dela. Suspirei tentando relaxar, se ela tivesse de gostar que o fizesse, não podia mudar o fato de que era uma burguesinha.
O bar e boate ficava em uma rua festiva, onde havia outros bares e boates. Porém, eu o achei mais convidativo. Não por ser o mais extravagante ou mais luxuoso, longe disso. Mas ao que parecia era o mais organizado e com maior classe. Sua entrada estava superlotada, havia carros de todos os tipos parados no estacionamento e Lindsay encontrou dificuldade em achar uma vaga livre. Já estávamos indo para a filha quando Henry surgiu como nosso herói.
–Hey, venham por aqui, entrada livre para os amigos da Dulce. Talvez por isso ela não tenha muitos amigos – ele comentou rindo.
Não pude evitar acompanhá-lo no riso. Passamos por todos na fila e praticamente todos nos olhavam passar. Henry era um dos garotos mais bonitos que conhecia, não de face, mas tinha um charme impecável. Alto, magro, mas de corpo definido. Cabelos loiros e olhos verdes. Era o verdadeiro príncipe encantado a espera de sua donzela. Nessa época eu não sabia que ele era gay, mas não deixava de imaginá-lo com uma garota parecida a uma dama. Passamos pelos seguranças e já podíamos ouvir a música vinda de lá de dentro. As vozes dos cantores eram perfeitas uma para outra, uma fina e melodiosa, outra mais grave e forte. Juntas cantavam Luck. Henry nos guiou boa parte do tempo, o lugar era muito melhor do que eu havia imaginado. A decoração meio rústica de um bar antigo entrava em contraste com o palco moderno e uma área para pista que agora estava cheia de mesas redondas e outras retangulares para mais pessoas. A iluminação era propositalmente fraca nos cantos para que os casais ficassem mais escondidos.
–E ali fica a Dulce fazendo drinks, olha ela lá, Dulce! – Henry se agitou animado, chamando Dulce mais alto.
Ela nos olhou, sorriu e paralisou ao olhar-me. Seus olhos literalmente me comiam, passeando por cada parte de meu corpo. Naquele momento eu me senti nua pra ela. Dulce foi cutucada por um moreno e tomou um susto, parecendo sair de um transe. O moreno riu alto e ela ficou corada, lançando para mim um sorriso sem jeito.
–Eu disse que ela ia gostar – Lindsay cochichou em meu ouvido.
–Vamos, tem uma mesa para gente perto do bar e da para ver o palco direitinho – Henry falou e nos puxou novamente.
Era perto o suficiente para poder conversar com a Dulce enquanto ela trabalhava, não era um dos melhores lugares já que ficava mais ao canto, mas eu não me importava nem um pouco. Assim que sentamos, o moreno que estava com Dulce aproximou com um sorriso enorme e muito perfeito.
–Olá, eu sou Alejandro, vocês deve ser a Lindsay e você a italianinha da Dulce– ele se apresentou descontraído.
–ALEJANDRO – exclamou Dulce do lado do balcão – Você prometeu não aprontar nada!
–Qual a graça de ter amigos então? – Alejandro se defendeu e ergueu as mãos em sinal de paz – Sejam bem vindos a minha casa, são clientes especiais agora. Qualquer coisa grite e a primeira rodada é por conta da casa.
–Alejandro, eles são menor de idade ainda – reclamou Dulce pondo as mãos na cintura.
–Io tenho uma segunda madre? – provoquei dando de ombros – Henry falou sobre o seu Dry Martini, quero experimentar. Faz um especial para mim?
Joguei um pouco de charme e tudo o que ela fez foi revirar os olhos e ir mais ao balcão fazendo a bebida. Era divertido ver o efeito que eu tinha sobre ela. A dupla que tocava era realmente boa e o drink melhor ainda. Henry estava certo sobre tudo. De inicio apenas conversamos, mas logo um amigo de Henry se aproximou e sentou-se à mesa com outros amigos e ai sim a conversa foi se prolongando. Dulce era um pouco ausente por causa do trabalho, mas não deixava de participar e por vezes olhar para mim de um jeito que me fazia sorri sem perceber. Mas não demorou muito para algo começar a me incomodar. Primeiro foi um garoto que se debruçou sobre o balcão e tentou flertar com ela, mas ela apenas riu e disse que gostava de coisas mais delicadas e sinuosas. Aquilo havia sido engraçado. Mas logo a amiga do rapaz havia se aproximado e começado algo. Eu queria matá-la ali mesmo. Já podia imaginar as manchetes dos dias seguintes de assassinato em bar popular.
–É assim a maioria das noites – Henry comentou rindo – Às vezes uma ou outra consegue chamar a atenção da Dulce e... Bem, não preciso dizer que nessa história não tem moral nenhuma.
–Hum... Percebo – disse seca, fechando minhas mãos em punhos.
–Mas acho que ela está com aquele sorriso de: sinto muito, mas não é dessa vez – Henry comentou e não muito depois a garota fazia uma cara triste e se afastava – Haha! Eu não disse!
Desviei os olhos, mas estava mais aliviada. Voltei a conversar e a observar melhor a Dulce. Ela não parecia ter apenas 19, mas sim uns vinte e cinco ou mais. Era uma mulher já, seus movimentos eram precisos enquanto brincava com as garrafas de bebidas e dançava por vezes sozinha para se distrair. O jeito que ela sorria era encantador... Até demais. Aquela garota não foi a primeira, e isso estava me matando por dentro. Não era mentira quando falavam que ela era popular no seu time. Quando me irritei o suficiente levantei e me aproximei do balcão como se fosse as outras garotas que queriam a atenção dela. Era minha vez de jogar.
–Hey italianinha – ela me cumprimentou com um sorriso enorme.
–Eu estava vendo, você parece gostar disso – comentei puxando conversa.
Autor(a): angelr
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–Do trabalho? Amo. Conheço pessoas, trabalho, ganho meu dinheiro e me divirto – ela deu de ombros enquanto limpava o seu balcão. –Mas vai fazer isso depois? Digo, da escola. –Não, pretendo ter uma bolsa para uma faculdade de arquitetura. Ao menos que pague parte da faculdade. Vou continuar trabalhando e estudando já que t ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 111
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tryciarg89 Postado em 03/04/2024 - 16:55:29
Apaixonante e encantadora essa fic!!!
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aleatoria345 Postado em 30/11/2022 - 12:59:10
nossa simplesmente pefeita
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flowersportinon Postado em 30/06/2021 - 16:38:22
Oi ^•^ adorei sua história, me permitiria adapta-la para o mundo sariette??
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flavianaperroni Postado em 06/09/2015 - 20:22:59
Mais uma incrivel web,parabéns angel,você escreve maravilhosamente bem s2
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anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:17:58
Fanfic errada foi malz
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anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:15:56
Posta maais :-) :-) :-) :-)
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vverg Postado em 19/07/2014 - 14:06:41
Sem problemas senhorita! Vc faz boas escolhas para adaptar. Eu não tenho paciencia para adaptar, prefiro escrever as minhas hahahaha. Estou toda enrolada com as q escrevo, mas tah indo hahahahaha. Gosto de suas escolhas!!! =)
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angelr Postado em 19/07/2014 - 13:55:08
vverg - hahaha tbm curto mas dificil escrever cara a unica que é minha mesmo pretendo continuar ja ate escrevi um capitulo, mas as vezes me falta serenidade e inspiração to tentando vamos ver se rola e ai resolvo adaptar pq leio coisas acho bem bacana e gosto de compartilhar com vcs
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vverg Postado em 19/07/2014 - 13:06:23
Enfim! Familia feliz!!! Gostei desta adaptação, apesar de preferir estorias autorais rsrsrs. Mas uma linda fic, adorei toda a estoria *_*
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dyas Postado em 18/07/2014 - 09:53:37
Linda web. Parabéns Flor. :)