Fanfic: Simplesmente | Tema: Portiñon
Luke teve de engolir aqui, o garoto saiu revoltado. Lindsay também foi dispensada e restava apenas eu e Anahi. A diretora olhava de uma para outra, ambas em silêncio. Porém, quando a diretora finalmente ia abrir a boca, Anahi explodiu.
–Sua stupida! – ela levantou da cadeira quase gritando, apontando o dedo para mim – Está louca? Pazza?! Você poderia ter se machucado seriamente! Pior, poderia ter sua ficha manchada! Io não acredito que fez uma idiotice dessas!
–O que? Eu estava tentando proteger você! Ele pegou seu celular, se visse o que estava ali dentro, o que acha que iria acontecer? Quer ter uma vida assim? – não consegui segurar a raiva mais, me levantando também – Eu não pensei está bem? Só quis proteger você, italianinha! Eu posso agüentar qualquer humilhação, cresci ouvindo essas coisas, aprendi a ser forte com elas. Mas você não!
–Chega vocês duas, sentem-se!
Agora eu entendia quando Anahi dizia que queria me bater e me beijar ao mesmo tempo. Sentia esse sentimento consumindo-me por dentro, meu rosto vermelho de raiva, mas ao mesmo tempo querendo proteger a italiana. Sentei quase me jogando, o que foi meu erro. Fiz uma careta de dor e desviei o olhar do de Anahi que estavam agora preocupados. A diretora respirou profundamente e juntou as mãos sobre a mesa.
–Dulce, nada constará em sua ficha. Foi em autodefesa podemos usar o preconceito de Luke contra ele – a diretora começou a falar e então sorriu – Como vai a redação de vocês?
Eu olhei para Anahi um pouco em choque.
–Eu esqueci que era para escrever!
–Io também! Quanto tempo falta diretora?!
–Nenhum – A diretora finalmente suspirou aliviada – Foi só um meio de fazerem as duas se entenderem. E pelo visto deu muito bem não é?
Ficamos em silêncio. Eu queria dizer bem demais, mas a Sra. Moore pareceu entender e logo fez um movimento de mão para que saíssemos, mas mandando que Anahi me levasse à enfermaria só para ter certeza de que estava tudo bem. Caminhamos em silêncio e em silêncio ficamos até a enfermeira começar a fazer perguntas de onde doía e tudo o mais.
–Tudo o que eu preciso é limpar a boca – falei com cara de nojo – Deus, porque não me permitiu arrancar fora a boca daquele garoto?
Só então Anahi riu um pouco. A olhei um pouco mais relaxada e ela respirou fundo, aproximando e pegando a minha mão. Que praticamente esmaguei quando a enfermeira teve de passar uma pomada para dores musculares em minha cintura. Porém foi assim que ela descobriu que eu tinha uma tatuagem na lateral de minha cintura. Uma rosa com um ramo artístico.
–É linda – Anahi murmurou quando a viu.
–Sim, é muito linda – a enfermeira comentou, mas olhando para mim.
–Io acho que já esta bom – Anahi a cortou seca.
–Sim, fique de descanso Dulce, estará livre daqui trinta minutos – a enfermeira riu baixo e se afastou.
Deitei na cama da enfermaria e olhei para Anahi com ciúme ainda. Deus, eu havia arriscado praticamente tudo por causa dela. Foi como um instinto tão poderoso! Segurei na mão dela e a puxei para perto. Ela logo se aproximou e sentou na cadeira ao lado da cama. Ficamos ali, de mãos dadas e em um silêncio agora reconfortante.
–Onde aprendeu a lutar? – Anahi finalmente perguntou.
–Bem... É meio complicado. Você não sabe da história completa – me encolhi só de lembrar tudo.
–Ainda há mais? – ela me olhou surpresa.
–Claro que há. Nada é fácil quando se trata de mim. Bem, vou tentar resumir. Quando era pequena fui deixada em um abrigo para crianças, meio que abandonada mesmo. Uma família me adotou, mas apenas para manter o dinheiro do governo. Porém às vezes passa uma assistente social e eles acharam que seria bonito no papel dizer que eu fazia algum esporte. De escolha logo de cara peguei um de luta. Precisava ser forte e estava cansada de apanhar. Mas isso também foi bom para aprender ter autocontrole e canalizar minha raiva.
–Mas... Onde eles estão?
–Não faço idéia e não quero saber. Quando disse que queria ficar só, me emanciparam aos 15 e aos 16 consegui minha casa própria. Foi só isso, a casa. Eu cuidaria das contas, comida, manutenção e eles continuam recebendo o dinheiro do governo.
–E ainda mais o Sean... Mio Dio!
–Hey... Eu agüento. Não se preocupe.
–Vai para o inferno! Claro que você não agüenta! – Anahi estava realmente zangada, mais do que antes – Será que só você não percebe? Você protege a todos. Menos a você mesma! Você sofre em silêncio, fica forte em silêncio. Mas você ainda é humana e por Dio, é a pessoa mais forte que conheço, isso quer dizer que também é a mais frágil!
Eu a olhei sem ar. Era como se ela tocasse em uma ferida tão antiga e profunda que ao mesmo tempo em que doía ela jogava um bálsamo. Como ela havia percebido tudo aquilo em tão pouco tempo? Anahi segurou meu rosto com ambas as mãos e me fitou séria. Eu deveria sentir um alívio por alguém me compreender e me decifrar. Mas o que tomou conta de meu ser com uma força violenta foi o medo. Medo de ficar frágil, de não saber o que viria depois, medo dessa sensação que estava sentindo e não sabia controlar. E perder o controle era a última coisa que eu poderia fazer. Não, não, não! E a culpa era daquela italiana, o que ela sabia da vida? Dizer apenas algumas palavras bonitas no momento certo sem saber que isso me amedrontava? Quem ela pensava que era para invadir minha vida dessa forma? Eu não estava preparada para ser desvendada desse jeito. Então a pior coisa aconteceu, eu me fechei completamente por dentro.
–Eu vou proteger você – ela falou em tom baixo, mas completamente determinado – E nem você vai me impedir isso. Vou cuidar, vou beijar, vou abraçar, vou deixar você chorar.
–Você não sabe o que está dizendo Anahi – neguei com a cabeça, sentindo lágrimas vindo aos meus olhos, era tão difícil lutar com elas naquele momento
– Não sabe de nada sobre mim.
–Não? Acabou de me contar tudo.
–E disse que sei agüentar as coisas! Eu não preciso de você!
–Cale a boca, stupida! – ela brigou zangada – Io não vou sair de seu lado até que perceba que precisa de mim.
–Não seja convencida. Você beija bem, é gentil e tudo o mais. Mas não passa disso. Não tem como passar. Você é só uma garota mimada que está vendo algo quebrado e resolveu concertar. Mas eu não sou um brinquedo que tem concerto. Sei lidar com minhas cicatrizes enquanto você não tem nenhuma. Saberia lidar com alguém assim?
Eu a estava magoando. Sentia isso a cada palavra que soltava com raiva. Eu tremia, mas tremia de medo. Tentava parar, mas não conseguia. Queria ela longe, bem longe, por ter me exposto daquela maneira. Não queria ser frágil, não podia! E Anahi estava me fazendo ser assim, me abrir tão fácil em tão pouco tempo.
–Io agora tenho uma ferida – ela falou com raiva contida, mas não conseguia conter as lágrimas – Você está sendo idiota! Vai se arrepender disso.
–Saia daqui – eu implorei lutando com meu próprio choro – Eu não quero você. Eu não quero isso. Eu. Não. Quero.
Ao que parecia, aquela havia sido a magoa final. Só quando vi Anahi indo embora que eu realmente chorei. Chorei pelo que havia feito, pelo que eu era. Por estar deixando ir a única pessoa que quis cuidar de mim de um jeito especial. Mas minha voz morria na garganta. Eu não tinha coragem para me enfrentar. Não quando o assunto era eu mesma.
Putz e Agora hein oque vai acontecer???
Autor(a): angelr
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 111
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tryciarg89 Postado em 03/04/2024 - 16:55:29
Apaixonante e encantadora essa fic!!!
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aleatoria345 Postado em 30/11/2022 - 12:59:10
nossa simplesmente pefeita
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flowersportinon Postado em 30/06/2021 - 16:38:22
Oi ^•^ adorei sua história, me permitiria adapta-la para o mundo sariette??
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flavianaperroni Postado em 06/09/2015 - 20:22:59
Mais uma incrivel web,parabéns angel,você escreve maravilhosamente bem s2
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anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:17:58
Fanfic errada foi malz
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anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:15:56
Posta maais :-) :-) :-) :-)
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vverg Postado em 19/07/2014 - 14:06:41
Sem problemas senhorita! Vc faz boas escolhas para adaptar. Eu não tenho paciencia para adaptar, prefiro escrever as minhas hahahaha. Estou toda enrolada com as q escrevo, mas tah indo hahahahaha. Gosto de suas escolhas!!! =)
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angelr Postado em 19/07/2014 - 13:55:08
vverg - hahaha tbm curto mas dificil escrever cara a unica que é minha mesmo pretendo continuar ja ate escrevi um capitulo, mas as vezes me falta serenidade e inspiração to tentando vamos ver se rola e ai resolvo adaptar pq leio coisas acho bem bacana e gosto de compartilhar com vcs
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vverg Postado em 19/07/2014 - 13:06:23
Enfim! Familia feliz!!! Gostei desta adaptação, apesar de preferir estorias autorais rsrsrs. Mas uma linda fic, adorei toda a estoria *_*
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dyas Postado em 18/07/2014 - 09:53:37
Linda web. Parabéns Flor. :)