Fanfic: Simplesmente | Tema: Portiñon
Pov Anahi
Agora eu entendia quando diziam sobre a dor de um coração partido. Dulce havia sido cruel em cada palavra que havia dito para mim. Mesmo que visse o medo nela, ela atacava com um veneno feroz e mortal. Passei três dias realmente mal, chorava, escutava músicas deprimentes e românticas, Adele foi uma das que mais escutei. O pior disso tudo era me descobrir apaixonada. Completamente apaixonada por uma garota que havia me dado um fora atroz.
Lindsay tentava me consolar e animar ao mesmo tempo. Levou-me a uma festa onde eu apenas enchi a cara e reclamei da vida. Os dias foram passando lentos, arrastados e abafados. O verão se aproximava e o fim do segundo semestre. Era época de prova e eu tentei me concentrar nisso. Estudei feito uma louca com um objetivo em mente. Superar a Dulce ao menos nas notas. Eu tornei isso uma questão de honra e uma maneira de sobreviver sem enlouquecer. Meus pais ficaram preocupados, principalmente minha mãe. Por vezes ficava querendo falar algo para ela, mas não podia, tinha medo e as palavras de Dulce vinham em minha mente. Eu agüentaria uma rachadura em meu mundo perfeito? Eu tinha tudo, dinheiro, popularidade e influência. Poderia viver minha vida sem ter um arranhão ou constrangimento social, casar com um homem lindo e rico, ter filhos. Mas ao pensar em Dulce, tudo isso perdia a razão e o sentido, para que isso tudo se não tinha emoção? E se aceitasse que estava apaixonada por uma garota, perderia isso tudo. Meu conforto, meus amigos, a confiança de meus pais. Essa era a pior parte. O que faria sozinha?
Na escola, não nos falávamos mais. Não havia mais nenhuma sms dela em meu celular ou ligação. Luke havia aquietado depois que meu pai foi conversar com o dele já que fora eu a sofrer o primeiro ataque. Ao menos uma coisa boa havia acontecido. Precisei de muito tempo para poder ganhar um pouco de confiança em mim mesma. Era o último dia de prova e era de matemática. Ao entrar na sala, inevitavelmente busquei por Dulce... E ela não estava. Revirei os olhos e fui sentar em meu lugar. Mas quando o professor chegou e nada da garota também chegar, comecei a ficar preocupada. Olhei para Lindsay e ela apenas deu de ombros, mas o cenho franzido também demonstrava preocupação. Aquela foi a pior prova que já tinha feito. Eu não conseguia concentrar nas equações e formulas. Onde estava Dulce? Por que ela não veio? Deus, tinha algo muito errado. Ela prezava demais a bolsa de estudos para faltar alguma prova, mesmo doente ela vinha e mesmo assim conseguia tirar notas altas. Algo havia acontecido, eu sabia disso, meu coração sabia! Acabei que fiz a prova às pressas, apesar de ter certeza que iria passar, não tiraria nota alta, mas naquele momento nada importava.
Assim que sai da sala peguei meu celular e travei no lugar quando cheguei ao nome da Dulce. Deveria ligar ? Ela responderia o que? Resmunguei alto deixando qualquer baboseira de lado, precisava saber se ela estava bem ou não! Então apertei para que fizesse a chamada... E nada. Tentei mais uma vez, e outra e uma quarta vez. Mas ninguém atendia! Já estava correndo de volta para sala pra tentar apressar Lindsay quando encontrei com Henry. Fui até ele apressada, o puxando pelo braço com mais força que o necessário, o tirando do circulo de amigos.
–Sabe o que aconteceu com a Dulce? – perguntei logo que consegui um pouco de privacidade com ele, mesmo em um corredor.
–Ah... Eu tinha acabado de falar com a diretora – ele falou sem jeito, todo preocupado, meu coração estava parando! – Ontem a noite depois dela fechar o Fuego com o Alejandro, um carro... Bem... A atropelou mesmo na calçada. O motorista estava completamente chapado e depois que viu o que fez fugiu, Alejandro não conseguiu ir atrás porque tinha de prestar socorro a Dulce.
O meu sangue fugiu completamente de meu corpo. A falta de ar me fez cambalear para trás. Atropelada? Não, não podia ser! Henry teve de me segurar ou eu cairia ali no chão, sem forças por causa do choque da notícia.
–Calma! Ela está no hospital! – ele tentou me tranqüilizar – Mas ao que parece ela não tem plano de saúde para os exames mais caros e vai ficar internada um bom tempo por causa disso, esperar na fila e tudo o mais.
–Onde? Onde ela está? Qual o hospital? – perguntei com urgência.
–Eu te levo lá. Tenho medo de que você também sofra um acidente.
Henry praticamente me carregou. Eu mal tinha noção dos passos que dava. Minha mente havia sido consumida por uma preocupação que me fazia pensar apenas em Dulce. Que ela tinha quase morrido. Que ela estava mal. Não lembrava de sofrimento nenhum meu, que ela havia me dado um fora ou coisa parecida. Estava cega de preocupação.
No carro, nada falamos. Henry dirigiu o mais rápido que a lei poderia permitir. Eu olhava para lugar nenhum, minhas mãos trêmulas por causa do nervoso, mal percebia que havia chorado em silêncio. Só acordei realmente quando ele parou no hospital. Precisava manter minha sanidade para resolver aquele problema. Consegui seguir a passos firmes até a recepcionista.
–Quero saber sobre Dulce Savinon – ordenei impaciente.
–Um minuto senhorita – a atendente pediu com toda a calma do mundo.
Ela digitava algumas coisas no computador. Eu batia os dedos no balcão, minhas unhas produzindo um som irritante. Por que ela demorava? Era tão ruim assim? Ou o sistema público era tão lento que a pessoa poderia morrer na espera? Senti um calafrio ao pensar desse jeito. Dulce poderia morrer.
–Anahi? – a voz de Sean ecoou atrás de mim.
–Mio Dio! – virei para Sean e o abracei com força – Como está sua irmã?! Onde ela está? Qual a situação? O que o médico disse?
–Calma, ele não vai conseguir assimilar nem a sua primeira pergunta – Alejandro apareceu da sala de espera – Ela está viva e consciente. Reclama de muitas dores... Mas não se sabe exatamente o quão grave é por falta dos exames. São caros e...
–Quero saber tudo o que ela precisa – o cortei – Todos os exames, quero que ela faça hoje.
–Não é bem assim, como eu disse são caros.
–Eu vou pagar. Senhora, chame o médico para que eu possa acerta tudo – virei para a atendente sem prestar atenção ao Alejandro. Ninguém iria me impedir – E quero tudo o mais rápido possível.
–Ahn... Senhorita, é um processo e... Como irá pagar também faz parte disso... – a recepcionista falava tentando contornar a situação.
–Vou pagar pelo cartão, debito na hora, a vista, sem parcelas. Mas ela precisa ser atendida o mais rápido possível e ficar boa na mesma velocidade – disse com um pouco de raiva – Aqui tem atendimento particular? Transfira ela se houver.
A atendente começou a se mover, pegando um telefone e chamando o médico. Alejandro e Henry pareciam confusos e apreensivos, mas Sean me abraçou tão forte que o senti tremer para conter o choro.
–A Dulce não vai gostar de saber que fez isso. Ela é orgulhosa – Alejandro alertou.
–Io não pedi a permissão dela e nem vou pedir – disse com uma magoa escondida, sabia que era verdade – Que ela venha brigar depois, mas estará boa pelo menos. Espero que nenhum de vocês seja contra e que me ajude a agilizar isso ou eu passo por cima de vocês dois também!
Eu não saberia explicar como eu estava. Com raiva, zangada, medo, angustiada... Uma verdadeira fera cuidando do que era seu. Eu seria capaz de bater em qualquer um que me impedisse de cuidar de Dulce. Mesmo sabendo que no fim seria ela a me dar a magoa mais profunda. Naquele momento, eu não me importava. Choraria, mas iria sorrir por vê-la bem. Assim que o médico chegou conversei com ele. Eram necessários raios-x, ressonâncias e outras coisas que eu não entendia, mas apenas concordei e esperei pela papelada para poder pagar com o meu cartão. Graças a Deus meu pai havia feito uma conta particular para mim e desde os meus quinze anos ele havia parado de conferir. Não me importei com o valor, apenas passei o cartão e assinei tudo.
–Deve está com fome – Henry pousou a mão em meu ombro.
–Não quero sair – neguei a ele e suspirei – Não até saber que ela está bem.
–Vai demorar um pouco, os exames e tudo o mais. Dá tempo irmos até a lanchonete ali na frente – Henry insistiu – Vamos, você precisa respirar um pouco.
Suspirei e novamente eu deixei Henry me deixar levar. A lanchonete era bem simples, pedi um pedaço de bolo e refresco. As mesas e cadeiras eram de plásticos, além da maioria das pessoas ali serem do hospital. Eu sentia um peso tão grande em meus ombros, em todo o meu corpo que o cansaço me fazia querer dormir e acordar do pesadelo. Sai de meus devaneios quando Henry segurou minha mão sobre a mesa.
–Quero conversar com você Anahi – Henry começou em tom calmo – Já cogitou que a ama?
Amar? Eu sabia que estava apaixonada. Mas amar? Então o que eu estava fazendo ali, esquecendo de tudo o que ela me fez, desesperada para que estivesse bem e não me importando com o depois?
–Acho que... Io estou muito encrencada – falei com um sorriso fraco – Provavelmente ela vai me odiar por pagar tudo para ela.
–Talvez. Só esperando para descobrir. Mas quero falar sobre outra coisa... Você sabe sobre a vida da Dulce não é?
–Ela me contou e depois me recusou – revelei desviando os olhos, tentando não chorar – Disse que não me queria.
–Imaginei. Dulce é muito orgulhosa do que pode fazer. Mas tem muito medo das coisas que não sabe fazer. E manter uma relação é uma delas. Você a assusta Anahi.
–Ela te disse isso?
–Sou amigo dela desde que entrou no Lyon, frequento o Fuego e sei interpretar algumas coisas. Eu acho que ela também ama você Anahi, acho mesmo. Só não quer admitir para não ter que enfrentar algo que ela não tem controle nenhum. Você tem de ser paciente e brigar mesmo com ela, mas o principal é não desistir.
–Mas ela disse que não me quer! – balancei a cabeça confusa – Dio, isso está acontecendo tão rápido, tão intenso...
–Se você está assim, imagine a Dulce?
Suspirei alto. Continuei a comer agora em silêncio. Quando voltei ao hospital, Sean voltou a ficar ao meu lado. O garoto era tão incrível quanto a irmã. Fazia-se de forte, mas por vezes o via olhando para cada médico que aparecia, esperando alguma resposta. Na maior parte do tempo o mantive perto de mim, com a cabeça deitada em meu ombro enquanto acariciava aqueles cachos macios. No final da tarde, o médico finalmente surgiu com uma expressão meio confusa.
–Senhorita Anahi? – ele chamou – A paciente quer vê-la, se recusou a fazer qualquer outro exame se não fosse vê-la.
Meu coração disparou. Era agora que as facadas começariam? Suspirei pela milésima vez e levantei. Os corredores estavam cheios, enfermeiros se confundiam com os médicos para poder atender a todos, já que era também um hospital público. Porém, a ala particular estava bem mais tranqüila e neutra. O mundo era realmente injusto, mas naquele momento eu estava agradecendo por isso, teria um momento com a Dulce em um local mais aceitável. O médico bateu na porta antes de entrar e logo o seguir.
Ela estava horrível. O cabelo bagunçado, o braço esquerdo completamente enfaixado assim como a coxa esquerda. O rosto havia alguns pequenos cortes, mas havia um realmente feio perto da têmpora dela. Meu coração mais uma vez havia disparado. Eu queria abraçá-la e proteger de todo o mundo.
–Pode nos deixar sozinhas? – Dulce pediu com a voz rouca, mas não de propósito.
–Volto em quinze minutos – o médico aceitou.
Mal observei quando ele saiu. Os olhos dourados me olhavam frios, sem expressão. Não sabia o que ela estava sentido e também já não conseguia desviar o olhar. Eu estava com medo, mais do que estive a minha vida toda. Ela poderia me magoar, mas mesmo assim eu estava ali. Eu devia ser tão idiota!
–Você não devia ter feito isso! – ela reclamou em um tom baixo por não conseguir mais do que aquilo.
–Mas o fiz. Me processe – respondi tentando parecer neutra.
–Você não tinha o direito. É o seu dinheiro. É minha vida. Achei que tinha pedido para não interferir.
–E eu com isso? O faria de novo e de novo! Mesmo que vá me atacar toda vez que o fizer, vou continuar e continuar. Olhe bem para mim ragazza stupida. Eu. Não. Vou. Deixar. Você. Já está tudo pago, não tem como devolver, não desperdice o dinheiro e minha boa vontade, ou ai sim você estará sendo uma orgulhosa idiota, va benne?
Quando senti as lágrimas em meus olhos, desviei o olhar e finalmente me permitir fugir. Não escutei nada do que ela falou, apenas abrir a porta e vi o corredor vazio. Pelo menos eu poderia chorar sem que ninguém visse.
–EU MANDEI VOCÊ ESPERAR!
Eu virei com o susto. Dulce estava parada em pé, se segurando ao máximo na porta. As pernas trêmulas pelo esforço, mais pálida do que nunca. Por puro impulso corri de volta a ela para ajudá-la a voltar para a cama, meu coração parecia bater em minha garganta ao mesmo tempo em que paradoxalmente eu não sentia o sangue circulando em meu corpo. Ela poderia ter caído e se machucado mais ainda!
–Você é louca? Mio Dio! – quase gritei quando a apoiei.
–Eu... Eu não poderia deixar você... Ir embora... De novo – ela murmurava com esforço.
Parei e a olhei confusa. Dulce tentava sorrir, mas parecia mais uma careta do que qualquer outra coisa. Mas depois, ela em um movimento me abraçou com uma força que me surpreendeu por ela estar tão machucada. Finalmente, finalmente o meu coração parecia bater por algo bom. Tive de controlar as lágrimas, não era hora de chorar mais. A abracei com todo o cuidado do mundo para não machucá-la ou fazê-la sentir dor.
–Io disse. Disse que ia cuidar de você – falei sem soltá-la.
–Eu acredito. Eu... Eu sei ser idiota às vezes, mas.. mas...
–Não fale agora, precisa voltar pra cama e fazer o resto dos exames, va benne? Seja uma boa menina.
–Fica comigo. Eu não gosto de hospital, por favor, fica comigo.
Fiz que sim com a cabeça e voltei a deitá-la na cama do hospital. Logo o médico apareceu e pode continuar com os exames. Fiz como prometido, não sai de perto dela, não conseguiria mesmo que quisesse. Sempre que possível, estava segurando a mão dela e às vezes era até sem perceber.
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Pov Dulce Demorei mais três dias no hospital, em observação para que os médicos tivessem certeza de que estava tudo ok. Provavelmente isso só estava acontecendo pelas ameaças que Anahi fazia. Alejandro brincava que ela era como uma felina, pronta para morder qualquer um que não fizesse as coisas direito comigo. Eu aind ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 111
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tryciarg89 Postado em 03/04/2024 - 16:55:29
Apaixonante e encantadora essa fic!!!
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aleatoria345 Postado em 30/11/2022 - 12:59:10
nossa simplesmente pefeita
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flowersportinon Postado em 30/06/2021 - 16:38:22
Oi ^•^ adorei sua história, me permitiria adapta-la para o mundo sariette??
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flavianaperroni Postado em 06/09/2015 - 20:22:59
Mais uma incrivel web,parabéns angel,você escreve maravilhosamente bem s2
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anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:17:58
Fanfic errada foi malz
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anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:15:56
Posta maais :-) :-) :-) :-)
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vverg Postado em 19/07/2014 - 14:06:41
Sem problemas senhorita! Vc faz boas escolhas para adaptar. Eu não tenho paciencia para adaptar, prefiro escrever as minhas hahahaha. Estou toda enrolada com as q escrevo, mas tah indo hahahahaha. Gosto de suas escolhas!!! =)
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angelr Postado em 19/07/2014 - 13:55:08
vverg - hahaha tbm curto mas dificil escrever cara a unica que é minha mesmo pretendo continuar ja ate escrevi um capitulo, mas as vezes me falta serenidade e inspiração to tentando vamos ver se rola e ai resolvo adaptar pq leio coisas acho bem bacana e gosto de compartilhar com vcs
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vverg Postado em 19/07/2014 - 13:06:23
Enfim! Familia feliz!!! Gostei desta adaptação, apesar de preferir estorias autorais rsrsrs. Mas uma linda fic, adorei toda a estoria *_*
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dyas Postado em 18/07/2014 - 09:53:37
Linda web. Parabéns Flor. :)