Fanfics Brasil - Capitulo 19 Simplesmente

Fanfic: Simplesmente | Tema: Portiñon


Capítulo: Capitulo 19

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Pov Dulce


Acho que uma das vantagens de ser mimada, é saber como mimar. Anahi mal saia de minha casa, ficava comigo e com o Sean, o levando e trazendo da escola, fazendo nossas refeições, cuidando de mim como a melhor enfermeira que eu poderia sonhar. Em todos os sentidos. Às vezes me perguntava onde estava a burguesinha filhinha de papai, mas ela sempre aparecia incomodada por ficarmos apenas na casa e começava a fazer planos de me levar para os locais prediletos dela. Ou seja, todos luxuosos e caros.


Tentava desviar do assunto, sabia que não poderia me bancar, ou simplesmente a beijava, isso sempre funcionava para que o mundo e qualquer outra coisa além de nós desaparecessem como um passe de mágica. Era quinta-feira quando havia recebido uma ligação muito importante. Estava com uma culpa enorme no coração, como podia esquecer desse compromisso? Era um dos mais importantes quando entrava de férias! Por isso quando Anahi chegou em casa, já usando uma cópia de chave própria, eu estava arrumada para sair. Usava uma calça jeans com leves rasgos, uma regata lilás e um colete aberto de preto por cima.


–Aconteceu algo? – Anahi perguntou logo pondo as chaves sobre a mesa.


Ela estava deslumbrante. Eu havia simplesmente parado no meio de caminho, sem conseguir fazer qualquer outra coisa a não ser admirá-la. Anahi usava um vestido rosa claro, um palmo acima do joelho, havia flores desenhadas nas bordas e o estilo era tomara que caia. O cabelo castanho descia como uma cascata em seus ombros, cobrindo os seios com pontas onduladas. Ao erguer meu olhar, ela sorria divertida e mantinha os olhos azuis muito claros nos meus.


–Gostou do que viu? – ela provocou.


–Não me culpe se mia bambina é muito linda – sorri sem jeito, passando a mão no cabelo enquanto a olhava novamente – Mas respondendo a sua pergunta, aconteceu sim, eu lembrei de algo muito importante para mim e tenho de resolver ainda hoje. Gostaria muito que fosse comigo.


–Vamos sair?! Finalmente! – Anahi comemorava quase pulando no lugar – Para onde vamos?


–Bom... Não é para nenhum desses lugares que você está pensando. Mas agora gostaria de fazer uma surpresa. É... Como posso dizer... É realmente importante para mim. Então, não fique esperando muito, porque eu nunca tive muito, então não vai ser algo tão grande assim ok?


Ela sorriu. Aquele sorriso que parecia parar o tempo e espaço. Anahi caminhou até mim para envolver os braços em meu pescoço. Eu era um pouco mais alta que ela, mas graças a sapatilha com um salto mediano ela estava basicamente na mesma altura que eu. Aqueles olhos azuis, tão claros quanto o mar mais límpido, me fazia mergulhar e me afogar de uma forma que não tinha salvação.


–Sei que é estranho vindo de uma garota como eu... Mas não me importo mais com os lugares, desde que você esteja ao meu lado. A não ser é claro que vá me levar para algum canto realmente esquisito, sujo e maltrapilho – Anahi disse fazendo uma careta leve.


Mia donna é uma dama, vou tratá-la como tal, não se preocupe – respondi em um tom de quem fazia um juramento.


Anahi sorriu e sem hesitar me beijou com vontade. De inicio ela nunca tomava a iniciativa, mas nunca me negou, ao contrário, parecia esperar ansiosa. Foi em uma noite que resolvi provocá-la ao máximo, mas sem beijá-la, que ela me agarrou cheia de frustração e parecendo fazer questão de matar isso aos beijos. Desde então ao que parecia ela havia se acostumado. Como agora, a língua da italiana invadia a minha boca sem permissão, ávida em sentir cada espaço e dominar minha própria língua. Mas nunca era fácil, eu tinha um costume natural de querer dominar e aquela dança se tornava uma pequena e deliciosa guerra. Por instinto, mordi de forma suave a língua dela e a suguei antes de passar a beijar em uma intensidade forte, virando o rosto para ter um encaixe melhor das bocas. Minhas mãos deslizaram pelas costas dela diretamente para o bumbum e quando lá chegaram eu apertei com vontade, a fazendo colar ainda mais em meu corpo. Anahi gemeu em meus lábios, se rendendo completamente a mim. Sorri entre o beijo o deixando um pouco mais carinhoso enquanto tirava uma das mãos para acariciar os fios castanhos do cabelo dela.


–Nós temos de ir – falei ainda com a boca colada a dela.


–Temos? Eu estou onde eu quero – Anahi mordia o meu lábio inferior.


–Eu quero te mostrar esse lugar – finalmente me afastei – Veio de carro?


–Você sabe que io odeio dirigir. Vim de táxi.


–Então espero que esteja pronta para andar de ônibus.


–O QUE?


–Ônibus. Não tenho dinheiro para táxi e não, você não vai pagar o táxi.


Anahi bufou alto e eu sorri. Sabia que era pedir demais e podia apostar que ela nunca havia andado de ônibus. Não era horário de pico ainda, não seria tão traumatizante quanto poderia ser se fosse ao fim da tarde ou inicio da manhã. Tudo o que precisei fazer foi ir ao quarto pegar meu violão e deixar um bilhete para Sean mandando-o ficar com Brandon quando voltasse da escola. Anahi ainda estava emburrada quando saímos de casa, não falando nada e de braços cruzados, ainda mais com aquele beicinho involuntário que ela fazia.


–Não é tão ruim assim – argumentei começando a andar.


Io não gosto! É muito cheio, pessoas andando em pé em um veículo em movimento, apertando uma as outras! – ela reclamou – O que custa deixar-me pagar o táxi ao menos dessa vez?


–Porque sei que haverá outras vezes que não vou poder argumentar e você vai pagar – dei de ombros e ri – Não é horário de muito movimento.


–E o que disse sobre me tratar como uma dama? – Anahi atacou apontando o dedo para mim – Isso não é tratamento digno.


–Só dessa vez, se você odiar com todas as suas forças, eu me viro com o lance dos táxis ok? Mas não vai saber se não gosta tanto se não experimentar.


Ela bufou novamente e andou um pouco mais a frente. Mimada. Revirei os olhos e passei a mão sobre a coxa ferida. Ainda não conseguia andar tão bem, mas conseguia. Meu braço ainda estava parcialmente enfaixado, mas estava bem melhor do que antes. A falta de costume de me mover fazia que meu passo fosse lento e mesmo caminhando um pouco mais a frente, Anahi olhava por sobre o ombro para conferir se estava bem. E todas às vezes eu sorria ou lhe lançava um beijo. Quando chegamos ao ponto de ônibus, ela sentou no banco de espera e cruzou as pernas virando o rosto para não me encarar. O engraçado era que apesar de ter um lugar vago ao lado dela, ninguém que chegava ali sentava, primeiro a olhava de queixo caído e depois se acomodava em qualquer outro canto, menos ao lado dela. Tive de segurar o riso, Anahi estava brava e toda moderna, provavelmente estavam com medo dela ou de incomodá-la com a presença.


–Anahi, nosso ônibus está chegando – chamei a atenção dela e a vi tremer o lábio.


Não havia muita gente para aquele ônibus, apenas uma senhora e uma criança. Anahi foi na frente e subi logo depois, ela me encarou sem saber o que fazer lá dentro. Sorri achando aquilo tão engraçado que mal podia conter o riso. Peguei na mão dela e me aproximei do caixa para poder pagar nosso passe e sem soltá-la a levei até um dos últimos bancos. Apontei para o banco da janela e só então sentei ao lado dela.


–Viu, é só isso. Claro que ficar atenta aos pontos para não perder o seu – comentei com um sorriso vitorioso.


–Eu sei, só não gosto! – ela exclamou olhando para a janela.


–Você viu quanto custou a passagem? – arqueei a sobrancelha.


–Não, mas isso você me paga e não me deixa pagar pra você um táxi!


–Se fossemos de táxi custaria no mínimo 60. Sendo que de ônibus pagamos só 2.25 a viagem inteira – tentei explicar – Tirando o balanço e o incomodo de quando está muito cheio, é totalmente conveniente para mim.


–Só 2.25? Agora entendo porque lota – Anahi finalmente olhou para mim.


Não pude evitar rir. Mas assim que o ônibus entrou em movimento, Anahi segurou minha mão com força e eu pensei se havia mesmo feito o certo. Ela era uma riquinha que provavelmente nunca havia andado de metrô ou ônibus, mas mesmo assim, mesmo emburrada, havia me acompanhado sem brigar muito. Por sorte, o ônibus ficou mais vazio do que o normal. Passei o caminho mostrando alguns lugares pela janela para Anahi como o lugar onde eu comprava meus CDs e DVDs, ou o parquinho onde levava o Sean quando tinha acabado de chegar a minha vida. Aos poucos ela foi relaxando, apesar de ainda olhar atenta cada vez que o ônibus parava, parecendo temer que enchesse do nada o lugar. O caminho levou cerca de meia-hora para chegar até onde eu queria. Quando déssemos tive de segurar um pouco em IAnahi para conter uma dorzinha que havia sentido na coxa. Estávamos em uma rua de classe média baixa, havia algumas casas de comercio, uma escola pública bem simples e apenas para o primário. Porém o lugar que apontei para Anahi foi uma pequena mansão de cor branca, mas estava com o portão enferrujado e com alguns desenhos e palavras pinchados nas paredes. O lugar parecia velho e funcionando no limite, mas eu sabia que apesar de parecer pobre era a salvação para muita gente.


–A Casa de Santa Helena – murmurei depois de abaixar o braço, a olhei e sorri amarelo – Bem... Foi ali que fiquei uma parte da minha infância antes de ser adotada.


A compreensão de Anahi foi rápida, ela pós a mão sobre os lábios para conter a surpresa, mas era inevitável. Ajeitei o violão nas minhas e peguei a mão de Anahi para atravessarmos a rua. O senhor da barraca de doces ao me ver gritou meu nome e acenou animado, dizendo que estava demorando muito a visitá-los. E ao gritar meu nome outra senhora saiu da banca de jornal apenas para me abraçar e dizer que havia crescido. Quando entramos o primeiro cômodo foi um pequeno saguão que possuía apenas uma escada que levava ao piso superior, o lugar por dentro era melhor do que por fora, afinal Olivia, a diretora do lugar, sempre fizera questão de manter o melhor ambiente para as crianças.


Eu mal percebia que segurava a mão de Anahi ainda, era tão natural e parecia tão bom que mal me dava conta do que fazia. A levei por dois lances de corredores e parei em frente a uma porta de madeira clara. Bati duas vezes e sorri ao escutar uma voz calma e já bastante cansada. Abri a porta devagar e quando entrei Olivia quase saltou da cadeira, pondo as duas mãos na boca emocionada. Ela havia envelhecido tanto! Os cabelos antes grisalhos estavam totalmente brancos, seus vestidos comportados e sempre de cor branca escondiam a pele alva e enrugada. Olivia sempre parecera àquela avó boa e gentil, que abraçava e mimava seus netos da melhor maneira possível.


–Dulce! Minha menina! Olha como está linda! – Olivia exclamava.



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Autor(a): angelr

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Olhei para Anahi antes de soltar sua mão e fiz um aceno de cabeça para que ela entrasse mais na sala. Só então fui abraçar a minha terceira e principal mãe. Olivia havia cuidado de mim apesar de ter dado tanto problema. Sentia como se abraçasse mesmo a minha mãe, meus olhos lacrimejavam e eu mal podia soltá-la, n ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 111



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  • tryciarg89 Postado em 03/04/2024 - 16:55:29

    Apaixonante e encantadora essa fic!!!

  • aleatoria345 Postado em 30/11/2022 - 12:59:10

    nossa simplesmente pefeita

  • flowersportinon Postado em 30/06/2021 - 16:38:22

    Oi ^•^ adorei sua história, me permitiria adapta-la para o mundo sariette??

  • flavianaperroni Postado em 06/09/2015 - 20:22:59

    Mais uma incrivel web,parabéns angel,você escreve maravilhosamente bem s2

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:17:58

    Fanfic errada foi malz

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:15:56

    Posta maais :-) :-) :-) :-)

  • vverg Postado em 19/07/2014 - 14:06:41

    Sem problemas senhorita! Vc faz boas escolhas para adaptar. Eu não tenho paciencia para adaptar, prefiro escrever as minhas hahahaha. Estou toda enrolada com as q escrevo, mas tah indo hahahahaha. Gosto de suas escolhas!!! =)

  • angelr Postado em 19/07/2014 - 13:55:08

    vverg - hahaha tbm curto mas dificil escrever cara a unica que é minha mesmo pretendo continuar ja ate escrevi um capitulo, mas as vezes me falta serenidade e inspiração to tentando vamos ver se rola e ai resolvo adaptar pq leio coisas acho bem bacana e gosto de compartilhar com vcs

  • vverg Postado em 19/07/2014 - 13:06:23

    Enfim! Familia feliz!!! Gostei desta adaptação, apesar de preferir estorias autorais rsrsrs. Mas uma linda fic, adorei toda a estoria *_*

  • dyas Postado em 18/07/2014 - 09:53:37

    Linda web. Parabéns Flor. :)


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