Fanfics Brasil - Capitulo 39 Simplesmente

Fanfic: Simplesmente | Tema: Portiñon


Capítulo: Capitulo 39

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Pov Anahi


Mais dois meses tinham se passado. O final do ano se aproximava junto com as recomendações e entrevistas para as universidades. Nessa última semana não se falava de mais nada, em casa, na escola e até mesmo com Dulce que estava mais ocupada ainda fazendo provas para bolsistas. Ela estava mais centrada que nunca nos estudos, deixando até mesmo de trabalhar algumas noites. Meu aniversário de dezoito anos havia passado e pela primeira vez na vida não fiz uma mega festa. Ao invés disso pedi para meus pais uma viagem junto com meus amigos mais íntimos. Fomos novamente a um lugar paradisíaco aproveitar mais um longo final de semana sem preocupações.


Dulce havia me convencido a não nos assumirmos ainda, apesar de me incomodar um pouco com essa questão não devia mentir para mim mesma dizendo que não estava aliviada. Eu ainda tinha um medo insano da reação de meus pais e até mesmo do pessoal da escola. Havia sido criada por uma ditadura social e quebrá-la era como dizer o fim de tudo isso. Talvez estivesse exagerando, talvez não. Sabia que Dulce estava me protegendo disso tudo ao pedir que ficássemos do jeito que estava e sinceramente? Eram simplesmente os dias mais deliciosos e incríveis de minha vida. Tinham as brigas, os desentendimentos, o estranhamento com Danielle, não tinha uma semana sem que não discutisse com Dulce por algum motivo. Não éramos nem um pouco perfeitas, porém isso não importava, sempre voltávamos uma para a outra por saudades ou preocupações.


Era pleno domingo e Dulce havia acabado de terminar uma prova em uma faculdade importante, segundo ela havia ido realmente bem e estava tão confiante que parecia brilhar. Então decidimos sair para comemorar, todos nós e até mesmo Sean. Fomos para um parque de diversão. Exatamente isso, um parque de diversão havia chegado à cidade com todos os tipos de brinquedos, apesar de ser relativamente pequeno em comparação aos parques fixos nas grandes cidades.


–Não dá para acreditar que semana que nessa sexta-feira acaba as aulas – Lindsay comentou ao meu lado enquanto estacionava o seu carro em uma vaga.


–Ah, esqueci-me de te falar, não vou para o baile – lembrei de ultima hora, apesar de estar um pouco chateada por causa disso, estava sorrindo enquanto falava a minha amiga – Eu e Dulce vamos fugir. Não podemos chegar juntas, ela ficaria muito chateada se eu fosse só ou com algum garoto. E com razão. Então vamos ficar juntas.


–Mas Anahi! Você ama bailes! – Lindsay protestou.


–Amo mais minha namorada – respondi convicta e suspirei – Até porque não sei ainda como vai ser nossa vida depois. Ela pode ir pra muito longe, tenho de aproveitar cada minuto com ela Lindsay. Baile nenhum vale a pena em comparação a isso.


–Nossa – Lindsay parou e fitou-me séria – Se fosse no inicio do ano você estaria surtando e fugindo de casa para ir ao baile. Sério mesmo, imagino até seu discurso de como sua vida estaria arruinada se não aparecesse deslumbrante no baile.


–E provavelmente teria o Luke como par só porque ele é o garoto mais popular e idiota – completei por ela e ri alto – Ainda bem que evoluí. Agora vamos, eles devem estar esperando por nós.


Saímos do carro ainda rindo e imaginando como seria se eu fosse como antes... Deus, era tão estranho notar como havia mudado, de como esse processo aconteceu porque conheci a uma pessoa em especial. Ainda me sentia como eu mesma, porém mais... Madura. Não tardamos a encontrar o resto do pessoal. Sean usando uma camisa com o símbolo do Lanterna Verde, Alejandro e Brandon elegantes e despojados ao mesmo tempo, até mesmo Danielle de vestido branco ao lado de Dulce. Não consegui evitar um pequeno resmungo ao vê-la tão perto de minha namorada, o ciúme era algo que ainda não conseguia controlar. Mas quando Dulce me viu o sorriso que ela me deu pareceu parar tudo ao redor e concentrar apenas nela. Estava linda usando uma calça bem justa preta, allstar e uma blusa vermelha soltinha. O cabelo estava recém cortado, ela passara o ultimo mês em descuido total e concentrada apenas nas provas.


–Alguém pega um babador? – Alejandro provocou quando eu me aproximei.


–Difícil é saber pra qual delas – Lindsay completou rindo baixo.


–Tem nada não, a gente divide – Dulce respondeu dando de ombros sem tirar os olhos de mim – Você está linda meu amor.


Eu usava um short branco e uma blusa caída de um lado de cor azul clara com uma borboleta desenhada na lateral. Meu cabelo como sempre estava solto e descendo em cascata por minhas costas. Daniella pigarreou alto quebrando o nosso contato visual e mais uma vez a matei mentalmente, um exercício praticado quase todos os dias. Decidimos começar a ir nos brinquedos mais suaves de inicio. Dulce não hesitou em segurar a minha mão e eu fiz questão de entrelaçar nossos dedos. Naquela noite não iria me preocupar com nada além de diversão.


Fomos para a barca e depois para a casa do terror. Alejandro havia ficado com tanto medo que quase saltou no colo de Brandon quando uma garota parecida com a do Exorcista apareceu. Seguimos os planos e fomos aumentando o risco, indo para a montanha russa e outro brinquedo que girava rapidamente. Dessa vez eu que havia ficado tonta e pedido para ficar parada um pouco mais. O que resultou em todo o resto indo para o próximo brinquedo e só Dulce ficando ao meu lado. Fomos para a praça de alimentação, ela queria aproveitar para comer um algodão-doce, algo que ela parecia adorar.


–Certeza que isso não foi uma desculpa para ficar sozinha comigo? – Dulce perguntou pegando um pedaço do algodão adocicado e pondo na boca.


–Io preciso de desculpas para isso? – inquiri e respirei fundo – Ainda estou tonta.


Dulce não falou mais nada, apenas levantou, puxou a cadeira para o meu lado, sentou e passou o braço por sobre o meu ombro para manter-me perto de seu corpo. E o engraçado? Isso funcionou. Deitei a cabeça em seu ombro respirando o seu cheiro e isso me acalmou como se fosse mágica.


Il mio amore – murmurei dengosa.


–Hum? – ela terminava de morder um pedaço do algodão.


Io ti amo – continuei a murmurar.


Apesar de ainda estar com a cabeça deitada no ombro dela eu sabia que Dulce estava sorrindo. Ali, por um momento, eu poderia dizer que estava perfeito. Estávamos no meio de um parque sem nos importar com os olhares estranhos lançados para nós. O que importava era que o corpo dela estava perto do meu, que o braço dela envolvia meu corpo protegendo de tudo... Mas nem tudo é pra ser perfeito, alguns minutos depois alguns garotos chegaram e aos nos ver apontaram e deram uma risada realmente incomoda. Dulce apertou o braço em meu corpo e ficou tensa.


–Isso é problema – ela parecia falar mais para si mesma – Vamos embora.


–Por quê? Estamos fazendo nada de errado – ajeitei-me finalmente, a olhando um pouco séria – Se vamos ficar juntas vamos ter de lidar com isso, não é?


–Isso é diferente Anahi, é problema mesmo! Eu conheço esse tipo, é o pior e...


–Hey garotas! – o mais alto deles gritou e riu – Venham para cá, o papai aqui vai lembrar como é bom brincar na posição papai e mamãe!


Lancei um olhar para o grupo como se assim pudesse esfolá-los. Eram ao todo quatro, o mais alto era loiro e forte, dois eram morenos, porém um era mais baixo. O terceiro era um tanto quanto estranho, cabelo raspado e com um aspecto de ser o mais velho. Eles tinham jeito de bêbados ou drogados, apenas tinha algo de errado com eles. Senti um arrepio incomodo transpassar meu corpo, como se fosse um aviso de que algo ruim iria acontecer.


–Vamos – Dulce levantou ainda tensa.


Dessa vez não a questionei, levantei e peguei na mão dela. Dois deles logo levantaram e correm para perto de nós.


–Mas já vai? – perguntou o mais baixinho fazendo biquinho – Vamos, deixe-me participar da noite de vocês, vão precisar de algo de verdade por entre as pernas!


–Saia da frente – Dulce falou em um tom realmente ameaçador, o olhar dela era como a de uma fera prestes a atacar – Não queremos confusão, estamos em um local público e vocês podem se dar mal.


–Mas só estamos falando a verdade! Enquanto vocês brincam a gente pode fazer coisa séria e bem gostosa – falou o outro moreno.


Dulce virou o corpo e já íamos sair pelo outro lado quando os outros dois bloquearam nosso caminho. Ela novamente tentou virar, porém dessa vez estávamos cercada em um quase círculo fechado. Meu coração disparou de medo, Dulce apertou minha mão e eu pude sentir que ela tremia, mas era de raiva. Fiquei o mais próximo dela por puro instinto.


–Nós queremos brincar com vocês – o mais velho disse com uma voz rouca, lambendo os beiços de um jeito nojento.


–Vamos devolver vocês pros papai do jeito certo, concertar e mostrar como se faz – o mais alto falava rindo divertido.


–Saiam – foi a ordem seca de Dulce, ela estava estranhamente tensa e calma ao mesmo tempo.


–Ah mais porque? Vocês que estavam quase se comendo ali, também queremos comer. Se irritar demais quando acabarmos o seu pai nem vai te reconhecer.


Foi então que a tragédia começou. Dulce saltou para cima do que estava a sua frente, ou seja, o mais velho. Ela chutou diretamente no joelho e deu um gancho de direita. As vezes esquecia de como ela era boa em luta, isso foi o suficiente para abrir uma brecha e ela começou a correr me puxando junto. Porém alguém segurou minha mão e puxou com tanta força que soltei a mão dela. Foi como se tivesse soltado todas as minhas esperanças, gritei tão alto que todos começaram a olhar para cá, logo alguns homens levantavam para apartar a briga. Mas não chegaram a tempo antes que Dulce surtasse. Eu mal podia ver o que acontecia realmente, apenas a via batendo e apanhando, dando socos e chutes enquanto era pega e golpeada por mais de um ao mesmo tempo.


Não sei quanto tempo levou para a ajuda chegar, mas foi tempo suficiente para que um grande estrago tivesse sido feito. E o que eu fiz? O mais alto me segurava e prendia, ao mesmo tempo em que me tocava de maneira aterrorizante, mal se importando com o que acontecia com os outros três. Assim que os homens que vieram ajudar seguraram os outros três que estavam sobre Dulce ela veio correndo, empurrou e deu uma seqüência digna de uma profissional no homem mais alto. Dessa vez eu que tive de segurá-la e puxá-la antes que algo de muito ruim realmente acontecesse.


–Nunca mais toque em minha namorada! – ela gritava em um leve tom de histeria – Seus filhos da puta, imundos! Nunca mais toquem nela!


Foi o tempo dos policiais do parque chegar. Eu tentava a todo custo me acalmar e ao mesmo tempo falar com Dulce. Estava assustada. Tremendamente aterrorizada. Meu corpo mal se mantinha de pé, minha única força era garantir que Dulce estivesse bem, mal me importava de antes ter sido tocada na barriga, pernas e até mesmo um de meus seios por um homem tão asqueroso. Os policiais levaram a todos nós, as testemunhas, os quatro homens. Não passava nem em minha mente ligar para o resto do pessoal, eu apenas queria ficar perto de Dulce e evitar que ela se machucasse novamente. Ela tinha o lábio cortado, abaixo do olho esquerdo estava bastante vermelho, sem contar nos ataques que haviam sido pelo corpo.


Felizmente a delegacia ficava bem próximo dali e com quase uma escolta fomos levados até lá. Os homens ficavam nos chamando de putas lésbicas e outros nomes nada agradáveis. Nessas horas tinha de segurar Dulce novamente. Ela rebatia, gritava até mesmo com os policias, estava possessa de uma forma que eu nunca tinha visto antes. Quando chegamos na delegacia foi outro processo confuso. Todos falavam de uma vez, outros gritavam e até mesmo o homem mais velho tentou escapar. Eu estava completamente perdida no tempo, imersa em um mundo tão escuro que eu não conseguia reconhecer. O medo me impedia de me tornar aquela mulher brava que todos tantos comentavam. Estava tão arredia que mal vi que meu corpo inteiro tremia, que estava mais pálida e assustada do que qualquer outro momento de minha vida.


Porém tudo tinha como piorar.


–O que está acontecendo?!


Aquela voz imponente me fez gelar no lugar ao mesmo tempo em que meu coração disparava. Da porta surgia uma figura alta e usando uma camisa polo azul e uma bermuda simples. Meu pai parecia ter sido tirado de um descanso, mas seu rosto estava tão frio e severo que fez com que todos se calassem. Todos conheciam o promotor Portilla.


–Pai! – exclamei em desespero.


 


Dias ruins prestes a chegar. Preparem!!!



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Autor(a): angelr

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 111



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  • tryciarg89 Postado em 03/04/2024 - 16:55:29

    Apaixonante e encantadora essa fic!!!

  • aleatoria345 Postado em 30/11/2022 - 12:59:10

    nossa simplesmente pefeita

  • flowersportinon Postado em 30/06/2021 - 16:38:22

    Oi ^•^ adorei sua história, me permitiria adapta-la para o mundo sariette??

  • flavianaperroni Postado em 06/09/2015 - 20:22:59

    Mais uma incrivel web,parabéns angel,você escreve maravilhosamente bem s2

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:17:58

    Fanfic errada foi malz

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:15:56

    Posta maais :-) :-) :-) :-)

  • vverg Postado em 19/07/2014 - 14:06:41

    Sem problemas senhorita! Vc faz boas escolhas para adaptar. Eu não tenho paciencia para adaptar, prefiro escrever as minhas hahahaha. Estou toda enrolada com as q escrevo, mas tah indo hahahahaha. Gosto de suas escolhas!!! =)

  • angelr Postado em 19/07/2014 - 13:55:08

    vverg - hahaha tbm curto mas dificil escrever cara a unica que é minha mesmo pretendo continuar ja ate escrevi um capitulo, mas as vezes me falta serenidade e inspiração to tentando vamos ver se rola e ai resolvo adaptar pq leio coisas acho bem bacana e gosto de compartilhar com vcs

  • vverg Postado em 19/07/2014 - 13:06:23

    Enfim! Familia feliz!!! Gostei desta adaptação, apesar de preferir estorias autorais rsrsrs. Mas uma linda fic, adorei toda a estoria *_*

  • dyas Postado em 18/07/2014 - 09:53:37

    Linda web. Parabéns Flor. :)


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