Fanfic: Simplesmente | Tema: Portiñon
Não resisti ao impulso de correr para os braços dele e finalmente chorar. Eu queria proteção, eu queria estabilidade. Ter meu pai ali, naquele primeiro momento, pareceu significar tudo isso.
–Ah o papai chegou? – riu o garoto alto – Nós só estávamos tentando concertar sua filha! Ela e essa va..dia que ela chama de namorada.
Meu chão pela segunda vez naquela noite simplesmente desapareceu. Afastei de meu pai com mais medo do que antes. Ele estava sério, olhando-me sem expressão nenhuma.
–Quero saber exatamente o que aconteceu aqui. Qual a ocorrência? Por que o delegado ligou para mim dizendo que minha filha estava em problemas? – ele exigiu usando aquele tom ameaçador e ao mesmo tempo profissional.
–Você não escutou velho? – resmungou o moreno baixo – Sua filha estava com essa daí se pegando, pensamos que poderíamos participar da pu..taria também!
Meu pai olhou para Dulce. Ela estava de braços cruzados, sozinha em um canto, enfrentando todos os olhares que lhe eram direcionados de queixo erguido em uma teimosia. Mas o lábio inferior dela tremia. E eu não estava ao lado dela. Isso me atingiu com tanta força que meu impulso foi de ir para lá quase correndo. Porém novamente meu braço foi segurado e eu fui impedida de seguir com ela. Meu pai me segurava com mais força que necessário, lançando-me um olhar tão severo que meu corpo congelou automaticamente no lugar com o poder que ele exercia sobre mim.
O promotor entrou em ação. Ordenou as coisas, ouviu as testemunhas que claramente dizia que eu estava com Dulce, mas também falavam como ela me defendeu e lutou contra os outros. Eu tentava falar, mas sempre que tentava abrir a boca meu pai lançava aquele olhar controlador e que eu tanto tinha medo. Dulce nada falava, não olhava para mim, estava em uma bolha de proteção da qual eu não fazia parte. Ela estava se protegendo de meu pai e de todos ali.
Horas se passaram até aqueles quatro terem sido presos por desordem pública e discriminação. Eu, que estava sentada a um bom tempo em uma cadeira o mais longe possível de Dulce por ordem de meu pai, finalmente levantei quando os quatro homens foram levados algemados. Dessa vez nada me impediu de correr para Dulce e desabar ao seu lado, a abraçando com todas as forças que me restavam.
–Eu estou com tanto medo, mas tanto medo – eu murmurei sem impedir que as lágrimas caíssem.
–Calma – ela disse com a voz falha, aquilo quebrou meu coração, ela estava segurando o choro – E... Anahi... Eu também te amo.
–Delegado, prenda essa garota – a voz de meu pai soou como uma sombra – Por assédio a minha filha.
–Não! Não! – finalmente reagi, pulando e deixando Dulce sentada atrás de meu corpo – Isso não é verdade, você não tem o direito!
–Não discuta comigo mocinha! – ele quase gritou, finalmente dando vez ao lado de meu pai que eu tanto temia.
–Discuto! – briguei e Dulce ficou ao meu lado – Eu sou maior de idade, estou declarando que namoro essa garota, então não há fundamentos sua acusação.
Ele parecia que ia explodir, ou me matar com aquele olhar. Dulce não poderia ser presa, isso iria aparecer nos relatórios para as universidades, ela tinha Sean para cuidar. Naquela noite ela tinha me protegido de todos aqueles monstros, agora era minha vez de protegê-la de meu pai.
–Isso é uma coisa que se deve resolver em casa, pai – falei um pouco mais séria e menos assustada – Não há lei que me proíba de ver minha namorada, de ficar com ela.
–Então vamos. AGORA!
Olhei para Dulce e ela fez que sim com a cabeça. Ousei dar um selinho rápido nela, a sensação que eu tinha era de que esse seria o nosso último beijo. Depois fui com meu pai, ele não falava nada, mas segurava meu braço com uma força que chegava a machucar. Estava perdida, em todos os piores sentidos possíveis. Se havia uma pior forma de seus pais descobrirem que você namora uma garota, é vindo de uma ocorrência na delegacia.
No carro foi o silêncio absoluto. Eu estava morrendo por dentro, chorando em silêncio. O medo travava em minha garganta me impedindo de falar qualquer coisa. Ter um pai autoritário e que tinha poder na cidade era a pior classificação que se poderia ter no momento. Em casa ele simplesmente explodiu assim que chegamos a sala de estar logo a frente da porta principal:
–Como você ousa fazer isso?! Sua garota inconseqüente! – ele gritava irado – Não foi para isso que eu te eduquei, sua... sua...
–O que está acontecendo?! – Fred foi o primeiro a descer as escadas desesperado.
Meu pai nada disse, ficou andando de um lado para o outro passando a mão na cabeça. Minha mãe chegou logo depois, usando apenas um robe. Corri para o lugar mais seguro nesse momento, para meu irmão mais velho. Ele me envolveu com braços protetores, me levando para longe de meu pai enquanto minha mãe ia para mais perto.
–Querido, o que aconteceu? – ela perguntava preocupada.
–Ela! – meu pai apontou o dedo para mim, não mais gritando, porém falando tão duro que era como se me batesse – Ela é uma decepção! Uma desonra! Uma desgraça para nossa família!
–Anahi? Mas o que aconteceu? – minha mãe questionou completamente confusa.
–Eu namoro uma garota – respondi quase sem voz.
–O que?! – minha mãe perguntou como se não tivesse entendido.
–Eu namoro uma garota – repeti com mais firmeza – Há cinco meses, namoro Dulce Maria Savinon.
–Ai meu Deus! – foi à única coisa que minha mãe disse.
Ela desabou pálida no sofá atrás de si. Fred me apertou mais contra seu corpo e isso foi a única coisa que me fez ter um pouco de sanidade. Eu não estava só, tinha o meu irmão mais velho.
–Então eu recebo uma ligação do delegado dizendo que minha filha estava em uma confusão na delegacia. Quando chego lá, homens tentaram algo com ela e essa outra garota! – meu pai contava como se fosse a coisa mais absurda do mundo, sem parar de andar de um lado para outra.
–Minha filha, como pode? – minha mãe indagou como se eu tivesse matado alguém.
–Mãe... Eu a amo! – disse sem ter mais defesas além dessa, soltando-me finalmente de Fred – A amo com todas as minhas forças. Amor não escolhe gênero, cor, classe. Nada disso. Ele simplesmente existe! Por favor, eu lutei contra no inicio, mas eu nunca estive tão feliz na minha vida.
–Essa garota... Essa garota deve ter feito a sua cabeça – minha mãe buscava desesperadamente por saídas.
–Não! Ela é a pessoa mais sensata que eu conheço! – neguei fortemente.
–Escutem – Fred se pronunciou – Anahi pode ter errado em não ter contado antes, mas tentem entender. Dulce é mesmo uma boa pessoa, eu mesmo sabia disso.
–Você já sabia?! – meu pai o olhou como a um traidor – E não falou nada? Não fez nada?!
–Claro que eu fiz – Fred defendeu-se – Conheci a menina e descobri que elas se gostam mesmo. Eu nunca vi a Anahi mais feliz do que nesses últimos meses, até mais madura!
–Chega vocês dois! – meu pai gritou – Estão me forçando a tomar uma atitude drástica!
Meu corpo gelou naquele momento, mais ainda do que nas ultimas vezes.
–Não precisa fazer nada pai, não pode me mudar ou escolher quem eu amo! – eu disse tentando busca alternativas ao mesmo tempo em que o enfrentava.
–Mas posso fazer algo! – ele gritou e passou a mão no cabelo – Vamos nos mudar para Londres o mais rápido possível. Recebi uma oferta de emprego. VOCÊS DOIS irão à frente.
–Não! – gritei quase em desespero – Não pode fazer isso!
–Vamos fazer – minha mãe concordou – Assim você verá que é só uma paixonite, irá esquecer essa menina, se casar e me dar netos.
–Não! E a faculdade? Eu ia fazer aqui...
–Conseguiremos fácil uma vaga em Oxford, podemos pagar se for preciso. Não ficará mais aqui Anahi! E nem tente negar ou fugir. Perseguirei essa Dulce, farei da vida dela um inferno e conseguirei mandá-la para a prisão. Sabe que sou capaz disso! Então se gosta no mínimo dessa garota irá se afastar agora! Ou eu irei acabar com ela e com todos que vivem com ela!
–Isso é falta de ética, pai! – Fred exclamou incrédulo.
–Ninguém tem a ficha limpa, irei conseguir tudo o que eu quero ou a fazer ter o necessário para morrer em uma penitenciária!
O resto da noite se resumiu a gritos, choros de minha parte e puro desespero. O mais puro e completo desespero porque eu sabia que eles iriam realmente conseguir.
Vixe o bicho pegou!!!
Autor(a): angelr
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Pov Dulce Meu corpo estava largado nos degraus da entrada da delegacia. Estava fria, inerte em um momento que parecia não querer avançar. O filme que se passava em minha mente deixava-me em uma depressão aguda, a tal ponto de não notar em nada que acontecia na minha frente. Minha mente ainda resistia em processar tudo o que havia acontecido, meu ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 111
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tryciarg89 Postado em 03/04/2024 - 16:55:29
Apaixonante e encantadora essa fic!!!
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aleatoria345 Postado em 30/11/2022 - 12:59:10
nossa simplesmente pefeita
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flowersportinon Postado em 30/06/2021 - 16:38:22
Oi ^•^ adorei sua história, me permitiria adapta-la para o mundo sariette??
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flavianaperroni Postado em 06/09/2015 - 20:22:59
Mais uma incrivel web,parabéns angel,você escreve maravilhosamente bem s2
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anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:17:58
Fanfic errada foi malz
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anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:15:56
Posta maais :-) :-) :-) :-)
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vverg Postado em 19/07/2014 - 14:06:41
Sem problemas senhorita! Vc faz boas escolhas para adaptar. Eu não tenho paciencia para adaptar, prefiro escrever as minhas hahahaha. Estou toda enrolada com as q escrevo, mas tah indo hahahahaha. Gosto de suas escolhas!!! =)
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angelr Postado em 19/07/2014 - 13:55:08
vverg - hahaha tbm curto mas dificil escrever cara a unica que é minha mesmo pretendo continuar ja ate escrevi um capitulo, mas as vezes me falta serenidade e inspiração to tentando vamos ver se rola e ai resolvo adaptar pq leio coisas acho bem bacana e gosto de compartilhar com vcs
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vverg Postado em 19/07/2014 - 13:06:23
Enfim! Familia feliz!!! Gostei desta adaptação, apesar de preferir estorias autorais rsrsrs. Mas uma linda fic, adorei toda a estoria *_*
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dyas Postado em 18/07/2014 - 09:53:37
Linda web. Parabéns Flor. :)