Fanfic: Simplesmente | Tema: Portiñon
Pov Dulce
2 Anos depois...
O sol sempre foi a minha iluminação predileta para poder desenhar os rascunhos de trabalho para o estágio. Também era uma das minhas formas prediletas de ocupar a mente e não ficar pensando em todos os meus problemas. Dois anos haviam se passado e ainda era acometida por situações de extremo estresse. Não fazia uma semana que fui chamada para minha antiga cidade para resolver um problema de Sean na escola. Ele estava em plena puberdade e em um momento em que todo adolescente parece planejar entrar em combustão de confusões. Porém em nada poderia dizer, eu fui pior do que ele nessa idade.
Muita coisa havia mudado nesse tempo. Havia me mudado para poder cursar uma universidade que ofertou bolsa integral e desde o primeiro semestre havia conseguido estágio, no quarto já estava em uma firma de escritórios trabalhando e estagiando. Sean preferiu ficar na nossa cidade, morava agora com Alejandro e Brandon que o tratavam como um membro da família. Acho que foi por causa disso que eles estavam entrando em ações na justiça para poder adotar uma criança. Henry no ano passado conseguiu um intercambio com todos os privilégios possíveis para a França, já Lindsey havia sumido sem dar notícia alguma. Danielle continuava prestando faculdade na mesma cidade que eu, o que resultava em morarmos juntas dividindo as nossas despesas.
Naquela manhã de sábado recebi um dos raros presentes da minha nova realidade: um tempo livre. Resolvi aproveitá-lo no lago do campus principal, um dos meus locais prediletos da universidade. Era uma praça com uma linda área verde, arborizada e no centro havia um lindo lago e perto dele um jardim bonito de se admirar. Estava sentada na grama com minha mesa portátil sobre minhas pernas, uma página em branco era rabiscada por um lápis profissional. Em meus ouvidos repousava fones que tocavam músicas calmas, meu mundo havia se fechado para tudo ao meu redor. Era em momentos assim que o passado não invadia a minha mente e me atormentava. De tudo o que já havia acontecido em minha vida, a falta de família, o jeito que tive de me virar para sobreviver só... Nada se comparava a dor que ainda sentia de vê-la partir sendo levada pelo pai.
De inicio eu tinha entrado em colapso. Havia passado um mês inteiro chorando e sem querer sair de casa. Recusei-me a trabalhar ou fazer qualquer outra coisa. Não conseguia pensar ou querer um modo de sobreviver. A depressão não tardou a se manifestar como um dos diagnósticos. Apenas quando recebi a carta de admissão na universidade foi que uma dose de esperança veio a fazer meu coração quebrado tornar a bater. Tinha passado noites e noites pensando em como iria conseguir Anahi novamente. Mas não tinha dinheiro. Não tinha prestígio social. Não tinha visto ou passaporte. Porém com a universidade eu poderia juntar dinheiro e crescer profissionalmente, ao menos a tal ponto de conseguir alguns dias em Londres. Era tudo o que eu precisava, era tudo o que eu necessitava para continuar vivendo. Foi assim que desde o primeiro momento em que eu pisei nesse campus havia me dedicado de corpo e alma, apenas com esse objetivo em mente. No entanto o tempo foi passado e meu vigor foi diminuindo, mas não o propósito. Estava conseguindo manter Sean mesmo que longe, juntando o dinheiro que tanto precisava e ao mesmo tempo fazendo aquilo que mais queria: arquitetura. Os pensamentos sobre a italiana foram diminuindo, não se tornando um mantra em minha mente como foi no inicio, o que para mim foi uma salvação ou simplesmente não conseguiria mais viver.
Os traços que fazia no papel iam tomando vida. Estava fazendo um esboço de um parque para crianças. Era fácil de imaginar as crianças de órfãs brincando ali, esquecendo como eu de momentos ruins de sua vida. Porém quando finalizava o acabamento do balanço uma sombra cobriu meu corpo e o desenho, por instinto ergui meu rosto descobrindo que um senhor de idade encarava-me com um sorriso enorme. Franzi o cenho por achá-lo estranhamente familiar.
–Posso ajudá-lo, senhor? – perguntei educada, retirando os fones de ouvido e deixando-os pendurados em meus ombros.
–Você é a Dulce Maria Savinon, certo? – ele questionou indo mais para o meu lado e sem se importar com o terno caro que usava ele sentou na grama – Está fazendo um belo desenho! Acho que não se lembra de mim, não é?
–Peço desculpas, mas não lembro – admiti um pouco curiosa.
–Estava na festa do Robert, na praia. Você estava trabalhando e fazendo um bom negócio. Cheguei a dançar com sua menina – ele esclareceu com um sorriso de lado – Meu nome é Leonard Thompson, mas pode me chamar apenas de Leonard.
–Ah... Lembro-me vagamente. Sinto-me honrada de ter sido lembrada – respondi tentando segurar o sorriso triste quando ele mencionou “sua menina”. A lembrança de Anahi na festa, de tudo o que aconteceu naquele tempo, invadiu a minha mente como um bombardeio – Mas estou curiosa, o que faz aqui na universidade?
–Estava prestes a fazer a mesma pergunta. Se também me lembro bem sei que você estava batalhando para conseguir bolsa integral na universidade. Se está aqui devo presumir que conquistou o que almejava?
–Com certeza. Estou fazendo arquitetura e realizando um dos meus sonhos.
–E a outra garota? A Srta. Portilla? Ela conseguiu passar em direito?
Encolhi meus ombros e desviei o olhar dos dele. Ao que parecia meu momento de paz estava acabando.
–Sim – respondi com um fio de voz.
–Hum... Mas pelo seu semblante parece que algo aconteceu. Por que você não me conta?
–É uma longa história Sr. Thompson e...
–Por favor, apenas Leonard – ele interrompeu-me e me deu um olhar fraternal e acolhedor – Eu lembro-me de que até mesmo a minha mulher, que é contra homossexualismo, dizer que podia ver o amor entre vocês duas. O que aconteceu?
–O pai dela não viu esse amor – expliquei ainda sem encará-lo – Em resumo, ela está em Oxford, perdemos completamente o contato. Houve ameaças por parte dele e... É isso.
–Apenas isso? Simplesmente desistiu? – Leonard inquiriu parecendo desconfiado.
Foi então quando eu lhe dei o meu melhor sorriso, o mais sincero desde que ele havia começado com esse assunto.
–Estou trabalhando e estudando para conseguir prestígio e meios de ir vê-la, Leonard. Nem que seja de longe, para ver que está bem, por uma semana, um dia, uma hora. É como uma necessidade que não me deixará em paz até cumprir. Eu prometi a ela que iria encontrá-la, não importando quanto tempo passasse. Dois anos e ainda penso nela.
–Então a ama? – a surpresa era evidente no tom dele.
–Sim. Não sei se ela também, ela é linda, comunicativa, perfeita. Mas eu... Eu nunca consigo esquecer ou avançar. Não enquanto não reencontrá-la – expliquei retirando a mesa de desenho de minhas pernas e pondo ao meu lado para poder virar para o senhor ao meu lado – É muita loucura, não é?
–Tudo quando se trata de amor é loucura – Leonard sorriu travesso e depois ficou pensativo – Você disse que está trabalhando. Continua como DJ?
–Às vezes quando surge algo muito bom. Mas por enquanto trabalho mesmo no escritório Jackman, ministrado pelo Kevin Jackman.
–Uma figura importante na área da arquitetura, eu vejo que começou bem. Mas o que conhece sobre a rede Dodger?
–Impossível não ter nem ao menos ouvido falar da Dodger. É como vários grupos de escritórios de arquitetura famosos pelo mundo todo. A sede principal fica em Londres ministrado pela Sra. Smith e... – meus olhos se abriram totalmente com a absoluta surpresa que eu tive ao ligar os fatos – E a Leonard Thompson!
O sorriso dele apenas confirmou as minhas suspeitas. A minha frente, sentado com um belo terno feito sob medida e com um jeito simples estava um dos nomes mais famosos na arquitetura! Eu quase saltei no lugar, limpei minha mão e dei uma checada em meu visual. Um short surrado, blusa regata vermelha e cabelo levemente bagunçado. Ele pareceu perceber o meu nervosismo e riu.
–Acalme-se Dulce– ele pediu divertido – Agora conversaremos mais um pouco sobre uma bolsa de estudos que ofereço a determinados estudantes para estudarem em uma instituição em Londres com orientadores da Dodger. Claro que tudo sendo renumerado e custeado pela rede.
Meu coração disparou naquele mesmo momento, lágrimas vieram aos meus olhos sem que eu nem mesmo percebesse. Minhas mãos tremiam enquanto meu cérebro processava as informações. Bolsa de estudos em Londres? Que por acaso era exatamente onde Anahi deveria estar?
–Você não está brincando, está? – perguntei sem conseguir acreditar.
–Não, Srta. Williams estou disposto a dar-lhe um teste especial para que possa entrar no programa de bolsistas da Dodger. Então por favor, não surte agora e mantenha-se concentrada, temos exatamente meia hora para resolvermos tudo pois tenho de viajar e só retorno daqui uma semana.
–O que precisa saber?!
Era como um sonho. Dois anos batalhando para crescer e ser forte o suficiente para ir atrás do amor de minha vida e aquele senhor aparece com todas as respostas que eu estava sangrando para encontrar. Era como uma fada madrinha do sexo masculino usando terno! Eu planejei tudo com ele, guardando todo a minha histeria e surto para depois, sendo prática e organizada o que pareceu encantá-lo. Leonard ainda me deu carona para casa para podermos continuar conversando durante o caminho.
Apenas acreditei naquilo tudo quando o carro preto dele estava virando a esquina. Pálida e de olhos arregalados, entrei em minha residência e escorreguei até o chão por não conseguir mais manter-me em pé. Eu iria ver a Anahi, eu iria ver a Anahi! Isso se repetia em minha mente tantas vezes e mesmo assim parecia apenas um sonho.
–Já chegou Dulce? – Dani apareceu da cozinha – Pensei que... Ai meu Deus, o que aconteceu? Você está pálida e tremendo!
–Eu vou para Londres – eu murmurei.
–O que disse? – Danielle aproximou-se e tentou me levantar – Você não está bem!
–Eu vou para Londres – repeti como se dissesse a mim mesma, finalmente focalizando nos olhos dela – EU VOU PARA LONDRES!
Fiquei em pé em um salto e comecei a correr pela sala. A felicidade não se cabia dentro de mim, eu estava extravasando tudo em lágrimas e alguns gritos de vitória e alegria. Danielle encarava-me como se visse a uma louca. E talvez fosse apenas uma louca vivendo a melhor das alucinações. Iria reencontrar o amor de minha vida!
–Dulce! Dulce! – Danielle segurou-me pelos ombros e me sacudiu até ter minha total atenção – O que aconteceu?
–Eu conheci Leonard Thompson! Um dos diretores da Dodger! – exclamei e depois ri – Eu já o conhecia de uma festa que trabalhei!
–Dodger? Não é um carro ou o time de baseball? – Danielle encarou-me mais confusa ainda.
–Também, eu acho. Mas essa Dodger que eu falo é uma rede de escritórios super poderosos de arquitetura! Ele vai me levar para Londres! Dani! Ele vai me levar até a Anahi!
Levou quase meia hora para que eu me acalmasse e contasse tudo para minha amiga. Leonard precisava que eu fizesse um teste, o que era nada fácil, para que burocraticamente eu pudesse entrar no seu programa. Iria ser direcionada para Londres por intervenção dele e iria conseguir, se quisesse, até dois anos de estágio e cobertura de moradia e gastos extras. Iria estudar e terminar minha universidade com o auxilio da rede. Por isso esse programa de bolsa de estudos era bastante concorrido e difícil. Mas eu não me importava. Eu tinha o peso de uma dedicação sem fim para um momento como este. Iria agarrá-lo com todas as minhas forças e empregar tudo o que tinha de conhecimento para a prova.
E então, daqui uma semana e meia, talvez estivesse nesse momento indo para Londres. Nem mesmo o pai de Anahi poderia ir contra a uma rede internacional como esta. Nada, absolutamente nada, iria me impedir de reencontrá-la.
Autor(a): angelr
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 111
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tryciarg89 Postado em 03/04/2024 - 16:55:29
Apaixonante e encantadora essa fic!!!
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aleatoria345 Postado em 30/11/2022 - 12:59:10
nossa simplesmente pefeita
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flowersportinon Postado em 30/06/2021 - 16:38:22
Oi ^•^ adorei sua história, me permitiria adapta-la para o mundo sariette??
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flavianaperroni Postado em 06/09/2015 - 20:22:59
Mais uma incrivel web,parabéns angel,você escreve maravilhosamente bem s2
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anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:17:58
Fanfic errada foi malz
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anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:15:56
Posta maais :-) :-) :-) :-)
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vverg Postado em 19/07/2014 - 14:06:41
Sem problemas senhorita! Vc faz boas escolhas para adaptar. Eu não tenho paciencia para adaptar, prefiro escrever as minhas hahahaha. Estou toda enrolada com as q escrevo, mas tah indo hahahahaha. Gosto de suas escolhas!!! =)
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angelr Postado em 19/07/2014 - 13:55:08
vverg - hahaha tbm curto mas dificil escrever cara a unica que é minha mesmo pretendo continuar ja ate escrevi um capitulo, mas as vezes me falta serenidade e inspiração to tentando vamos ver se rola e ai resolvo adaptar pq leio coisas acho bem bacana e gosto de compartilhar com vcs
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vverg Postado em 19/07/2014 - 13:06:23
Enfim! Familia feliz!!! Gostei desta adaptação, apesar de preferir estorias autorais rsrsrs. Mas uma linda fic, adorei toda a estoria *_*
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dyas Postado em 18/07/2014 - 09:53:37
Linda web. Parabéns Flor. :)