Fanfics Brasil - Capitulo 55 Simplesmente

Fanfic: Simplesmente | Tema: Portiñon


Capítulo: Capitulo 55

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PoV Dulce


Meu corpo estava largado na cama. Usava um pijama de flanela que estava todo abarrotado e um pouco sujo já que era a roupa que eu usei basicamente o final de semana inteiro. Abandonada. Foi exatamente assim que me senti e me deixei ficar na ausência de Anahi. Era como se não tivesse muita coisa para fazer além de acordar, comer qualquer bobeira da geladeira assistindo a um filme qualquer. Sabia que ela iria chegar ao final da tarde e havia programado o celular para despertar duas horas antes para que eu pudesse arrumar a nossa casa antes que ela chegasse e surtasse com a minha bagunça.


Sim, nossa casa! No final do meu primeiro semestre ali em Oxford aproveitamos a folga entre um período e outro para ajeitarmos um cantinho só nosso. Vivemos juntas desde então... E agora não faltava mais de dois meses para que conseguíssemos nossa graduação. O estágio de Anahi a fazia viajar quase sempre, algumas vezes alguns dias, outras uma semana inteira. Era o tempo em que eu mais descuidava de mim mesmo para deixar-me morrer de saudades de minha italiana. Dessa vez ela tinha ido para Amsterdã assistir uma conferência política importante, se me lembro bem de suas horas e mais horas falando disso haveria figuras internacionais importantes. Para ela era como uma bolsa de ouro para a área que ela queria seguir. Meu trabalho era mais simples, podia ficar horas em meu escritório sem sentir o tempo passar, apenas eu e meu material. Geralmente saia apenas quando sentia fome ou carência.


Escutei um som diferente quase me despertar do sono profundo em que estava, mas não me incomodei, virei o corpo e abracei o travesseiro de Anahi... Para depois ser acordada em um susto com a porta do quarto se abrindo com força, produzindo um estrondo quando bateu contra a parede.


–Dulce Maria! Que bagunça infernal é essa?!


Meu corpo saltou da cama cambaleante por causa do sono interrompido, meus pés se enroscaram no lençol que estava jogado de qualquer jeito resultando em uma bela queda de bun..da no chão. Gemi alto em dor, mas nem isso deixou minha noiva mais complacente. Ela estava realmente furiosa! Seus olhos me encaravam com raiva, seus lábios apertados quase formando uma linha como sempre fazia quando se controlava para não me xingar toda.


–Você voltou mais cedo! – exclamei em uma momentânea e ingênua felicidade, até lembrar que a cozinha tinha acumulado dois dias sem a louça lavada e que não tinha tirado a sujeira de nossa sala – Espera, você voltou mais cedo! Eu ia arrumar eu juro!


–Você não tem de arrumar as coisas para me agradar! – ela gritou como sempre fazia quando estava brigando comigo, seu sangue italiano a deixava bastante expressiva e sempre gesticulando dramaticamente – Quantas vezes eu tenho de dizer para deixar a casa arrumada?! Olhe pra isso! A toalha encharcada encima da cama!


Ela pegou a peça felpuda e realmente molhada e a jogou com força encima de mim. Desviar foi impossível pois ainda me encontrava enroscada no lençol. Aquelas brigas eram até comuns, nossas personalidades eram diferentes assim como nosso comportamento cotidiano. Se enquanto namorávamos o problema era superar a sociedade, depois que noivamos o nosso desafio era sobreviver uma a outra! Anahi era organizada, elegante, uma dona de casa dominadora e que protegia seu território com unhas e dentes, por assim dizer. Eu? Desleixada, bagunceira e que só fazia as coisas em último caso, porém era extremamente rígida com minhas coisas. E como elas sempre estavam em uma bagunça “organizada”, onde sempre achava as minhas coisas, Anahi se intrometia e tentava arrumar. Ai que eu não achava mais nada.


–Dulce quantas vezes tenho de dizer que nossa casa pode receber visitas a qualquer momento?! – Anahi continuou a brigar, começando a andar de um lado para o outro, as vezes passando a mão na cabeça como se assim pudesse manter o controle – Eu tenho até medo de trazer meus amigos do estágio para cá e quando passar pela porta eles verem a casa nesse estado deplorável! Será que é tão difícil assim manter as coisas organizadas? É pedir demais por acaso?!


–Ah sim, trazer o Trevor para cá? – a provoquei sentindo uma ferida antiga que ainda me incomodava.


–O assunto não é esse! – ela gritou brava pelo desvio de tema – Eu já disse que tenho a situação sobre controle quanto a ele e o que aconteceu não vai se repetir.


O garoto era um novato no mesmo estágio que Anahi e ela ficou de orientá-lo. Acontece que ele caiu de amores pela minha italianinha, o que não era difícil de acontecer já que ela era apaixonante. Ele fazia tudo por ela, babava o chão que ela passava até que um dia ele a ajudou a trazer documentos para casa e se declarou para ela. Eu estava descendo as escadas na hora e quase o chutei para fora de casa. Apesar de nunca negarmos nosso compromisso não saiamos espalhando a nossa intimidade ao vento. Depois disso a levei para comprarmos alianças de noivado e a fiz nunca mais tirar, apesar de que o fiz da forma mais romântica possível ela notou que um dos motivos era para que todos vissem que ela era muito bem comprometida.


Ragazza stupida! Olhe só, estou estressada novamente e a culpa é sua! Eu vou ter um ataque de nervos qualquer dia desses! – Anahi exclamava pondo a mão no peito em drama.


Porém eu sabia que era verdade. O final do curso, os relatórios e publicações estavam nos deixando a flor da pele. Ainda mais ela que lidava com relações humanas e tinha de ter uma delicadeza peculiar por se tratar geralmente de pessoas importantes. Ia falar algo, mas me senti culpada pelo meu desleixo. Provavelmente ela quis fazer uma surpresa voltando mais cedo e se deparou com uma das cenas que mais odiava: uma casa deixada ao leu. Entretanto ao observá-la melhor meu coração ficava cada vez mais disparado. Ela estava linda em uma roupa social com direito a um blazer feito sob medida, salto alto preto e o cabelo trançado, mas com algumas mechas rebeldes caindo na lateral de seu rosto. Seus olhos azuis que tanto me encantavam estavam vívidos, apesar de ser raiva de mim, se tornavam afiados e ameaçadores.


Ela continuou resmungando, ignorei e me desenrolei. Quando livre corri para seus braços e a agarrei com força, a surpreendendo quando a levantei do chão e a rodei no ar. Anahi me bateu e até mordeu para que eu a colocasse no chão, ri e gemi ao mesmo tempo a pousando e recebendo novos tapas enquanto minha boca ia de encontro dela em um verdadeiro beijo roubado.


–Eu senti tanta a sua falta! – falei realmente feliz, com um sorriso enorme que não seria retirado tão fácil – Desculpe pela bagunça, não vai acontecer novamente. Mas eu me sinto muito sozinha sem você, já disse isso, sem vontade de fazer quase nada. Você é minha vida esqueceu?


–Terá de ser menos depende Dulce, sabe que eu vou viajar muito no futuro – Anahi avisou ainda fazendo bico zangado – Não justifica nada essa bagunça toda!


–Eu sei que não, por isso estou pedindo desculpas. Porque se a casa estivesse arrumada sei que você teria se jogado em minha cama gritando surpresa! – disse com certo pesar – Olha, tome um banho, um daqueles bem demorados. Eu vou tomar um no banheiro de baixo e arrumar tudo está bem?


–Eu não sei o que fazer com você! Lo giuro su Dio!


Sorri de lado e a beijei, dessa vez de um jeito mais calmo e profundo. Apesar dela demorar a corresponder ao que parece a saudade falou mais alto e ela se rendeu. Quase esqueci de meu propósito de ir arrumar a casa, mas Anahi logo me afastou e apontou o dedo para a porta como se ordenasse seu cachorrinho a sair do quarto. Suspirei exasperada e dei um último selinho antes de finalmente sair.


Foi só quando eu comecei a arrumar eu tive noção da bagunça que eu fiz. Não costumava exagerar tanto, mas ao que parecia aqueles dias havia ficado carente e sozinha o suficiente para me superar nisso. Tentei ser rápida apesar de saber que Anahi costumava demorar cerca de uma hora no banho era muita coisa para ser ajeitada! Assim que terminei a cozinha, ajeitei a sala e corri para o quintal para tirar uma das rosas do nosso jardim. Era uma ótima terapia parar de fazer as coisas que nos estressava em Oxford e nos dedicar àquele jardim. Voltei para o quarto, o ajeitei da melhor forma possível e coloquei as rosas sobre o travesseiro dela com um bilhete com um simples “Mi dispiace, ti amo.” escrito rapidamente. Peguei uma muda de roupa e fui tomar um banho rápido no banheiro do andar de baixo.


Nossa casa possuía apenas um andar superior, onde ficava nosso quarto e duas salas que transformamos em nossos escritórios. Espaços sagrados que uma mal ousava entrar no outro, apenas quando o meu estava bagunçado demais e Anahi insistia em se intrometer. Embaixo ficava a cozinha espaçosa, praticamente o reino de Anahi era ali já que a maioria das coisas foi ela quem comprou para fazer suas especialidades e até fazer algo novo por capricho. Nossa sala era menor, com apenas um sofá que ela trouxe do antigo apartamento dela por ser super confortável, uma TV de tela plana e um console de game que fiz questão de comprar. A sala de jantar era em conjunto com a cozinha, a mesa tinha espaço para cinco pessoas apenas. O nosso quintal era o nosso orgulho, o espaço verde ficou bastante bonito por causa do jardim e os bancos eram entalhados em uma bela madeira avermelhada. Apesar de ser relativamente simples para o dinheiro que ganhávamos nos estágios e trabalhos extras, estávamos economizando para o futuro.


Anahi havia mudado nisso. Apesar de ainda ser vaidosa e mimada com seus artigos, ela tinha uma noção financeira já que agora tudo saia de nossos bolsos. Eu tinha de mandar dinheiro para Sean, meu irmão não quis vir para Londres por estar finalmente se dando muito bem na escola, com uma namoradinha e tudo o mais. O deixei sobre cuidados de Alejandro e Brandon que o tratavam como um filho, então mensalmente tirava uma boa quantia de meu dinheiro para que Sean tivesse tudo o que queria. Eu a Anahi fomos aprendendo aos poucos o convívio de casal, sinceramente não é nada fácil. Como eu disse havia brigas e mais brigas, tinha vezes que ela me expulsava do quarto quando eu a irritava demais e orgulhosa ela não me deixava voltar até que sentisse saudades. Ai então eu fazia birra e drama o que fazia uma briga simples durar quase uma semana ou até nenhuma das duas agüentarem mais e a reconciliação era extremamente deliciosa. Tivemos de aprender a amar os defeitos uma da outra para sobreviver.


Quando terminei meu banho e me achei cheirosa o suficiente, voltei para o quarto. Anahi estava deitada na cama segurando as rosas que deixei com ela, acariciando a pétala da rosa vermelha distraidamente. Aproximei silenciosa, deitei ao seu lado e roubei a rosa branca de sua mão. Os olhos azuis me fitaram acusadores enquanto um sorriso teimoso brincava nos lábios dela.


–Você joga sujo, sabe que gosto dessas pequenas surpresas – ela acusou em um tom dengoso.


–Claro que sei, como acha que estou viva até hoje? Você já teria me matado há muito tempo atrás se não tivesse aprendido a te convencer que me ama mais do que quer me esfolar.


Ela riu gostosamente e me abraçou apertado. Deixamos as rosas de lado e ficamos ali, abraçadas na cama enquanto Anahi me contava como foi na Holanda, os lugares que conheceu com estagiários de outros lugares. Obviamente me certifiquei se houve flertes e ela até me provocou dizendo que uma espanhola não parava de olhar para seus seios que ainda eram tão perfeitos e avantajados quanto antes. Isso resultou em um ataque de beijos e cócegas até ela repetir três vezes que aqueles seios italianos eram apenas meus. Uma coisa foi levando a outra, aos poucos os beijos iam ficando mais intensos, cheio de saudades e com toques cada vez mais insinuantes. Mas quando comecei a levantar a blusa dela, Anahi me parou e afastou o corpo.


–Espera, aconteceu algo que eu preciso te contar – a italiana falou e sentou na cama.



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Autor(a): angelr

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A seriedade deixava seus ombros tensos. Imitei o seu ato de sentar e a olhei desconfiada. Anahi me olhava sem jeito, parecendo procurar as palavras enquanto me fitava de um jeito incerto. Isso tudo me deixava ainda mais apreensiva. –Fale logo – pedi sentindo ansiedade. –Conheci Antony Franzoi. Ele é uma figura importante da política italiana ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 111



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  • tryciarg89 Postado em 03/04/2024 - 16:55:29

    Apaixonante e encantadora essa fic!!!

  • aleatoria345 Postado em 30/11/2022 - 12:59:10

    nossa simplesmente pefeita

  • flowersportinon Postado em 30/06/2021 - 16:38:22

    Oi ^•^ adorei sua história, me permitiria adapta-la para o mundo sariette??

  • flavianaperroni Postado em 06/09/2015 - 20:22:59

    Mais uma incrivel web,parabéns angel,você escreve maravilhosamente bem s2

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:17:58

    Fanfic errada foi malz

  • anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:15:56

    Posta maais :-) :-) :-) :-)

  • vverg Postado em 19/07/2014 - 14:06:41

    Sem problemas senhorita! Vc faz boas escolhas para adaptar. Eu não tenho paciencia para adaptar, prefiro escrever as minhas hahahaha. Estou toda enrolada com as q escrevo, mas tah indo hahahahaha. Gosto de suas escolhas!!! =)

  • angelr Postado em 19/07/2014 - 13:55:08

    vverg - hahaha tbm curto mas dificil escrever cara a unica que é minha mesmo pretendo continuar ja ate escrevi um capitulo, mas as vezes me falta serenidade e inspiração to tentando vamos ver se rola e ai resolvo adaptar pq leio coisas acho bem bacana e gosto de compartilhar com vcs

  • vverg Postado em 19/07/2014 - 13:06:23

    Enfim! Familia feliz!!! Gostei desta adaptação, apesar de preferir estorias autorais rsrsrs. Mas uma linda fic, adorei toda a estoria *_*

  • dyas Postado em 18/07/2014 - 09:53:37

    Linda web. Parabéns Flor. :)


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