Fanfic: Simplesmente | Tema: Portiñon
Dulce ficou quieta, apenas me fitando por longos segundos. Tive medo dela fugir ou ficar zangada com a pergunta. Mas ela desviou o olhar para as mãos e pareceu pensar um pouco. Meu coração estava disparado em expectativa.
–A pergunta certa é quando o Sean chegou. Comecei a morar sozinha e a trabalhar aos 16. Alejandro é como um anjo para mim, me arranjou emprego no bar dele e fez minha vida profissional crescer. Consegui uma bolsa na melhor escola da região e estava finalmente crescendo sozinha, de verdade. Mas uma semana depois de que eu completei 18 anos meu pai apareceu na porta de casa. Eu havia ficado maior de idade e finalmente iria poder tomar conta de outro problema dele.
–Era o Sean? – deduzi novamente.
–Eu nunca vou esquecer. Ele tem os olhos dourados, iguais aos meus e ao de Sean. Mas estavam vermelhos por causa da... Da droga que ele havia tragado antes. As roupas imundas, a barba grande. Mas mais que isso, havia um garoto assustado ao lado dele, encolhido e com algumas marcas roxas no rosto. Meu pai, meu pai biológico, olhou para mim, invadiu minha casa junto com Sean e começou a falar coisas que eu não entendia. Quando comecei a brigar ele começou a gritar dizendo que não era culpa dele, que ele não tinha como cuidar do garoto e que a mãe dele o havia abandonado. Eu tentei recusar, mas ele... Bem... Ele não é muito gentil.
–Ele te bateu – não era uma pergunta, mas uma afirmação.
–A ultima surra que ele me deu. Ele deixou Sean com uma pequena mochila. Estavam com algumas poucas roupas velhas, os documentos necessários e vinte dólares. Como se vinte dólares desse para criar uma criança.
–Mas você conseguiu – eu murmurei incrédula.
–Eu trabalhava, passei a trabalhar dobrado. Todas as noites, todos os finais de semana, até poder me sentir um pouco melhor e poder liberar um pouco. Sean era um garoto tão assustado! Se alguém começasse a erguer a voz, ele começava a tremer. Alejandro, que na época já estava com o Brandon, mais uma vez me salvaram. Eles me ajudaram com Sean, na educação, por vezes a cuidar... Deus, teve uma vez que Sean quebrou o braço ao cair da bicicleta. Sabe quanto custou tudo? Cerca de cinco mil, por causa de um braço quebrado. Eu tinha entrado em desespero, gastei boa parte de minha economia e Alejandro e Brandon ainda me ajudaram pagando a metade.
Eu mal conseguia respirar. Aquela garota que até semana passada eu desprezava por ser desleixada, era na verdade completamente o contrário. Escutar aquilo foi como um balde de água fria em minha cabeça, em minha vida perfeitinha.
–Ah não me olhe assim, por favor, nada de pena. Por isso não falo nada pra ninguém. Eu estou bem, supero tudo que vier a minha frente, ninguém vai me tirar o direito de ser feliz – Dulce falou ao ver meu estado.
Ela levou as mãos para meu rosto, acariciando de forma suave. Fui envolvida completamente por ela, pelo calor, pelos olhos dourados. A angústia ia sumindo e o encanto por aquela garota parecia triplicar. Foi como se existisse uma lei natural para esse tipo de coisa, fomos atraídas como imas opostos, inclinando nossos rostos até que nossas bocas estivessem perto. Fechei os olhos e suspirei, em minha mente não vinha à informação de que iria beijar uma garota, existia apenas o desejo de ter a boca de Dulce contra a minha, e quando isso aconteceu borboletas voaram por dentro de meu corpo arrepiando-me por inteira. Foi apenas um roçar de lábios, um selinho longo e de lábios pressionado com força. Não existia frio, não existia mundo além de nós. E era um simples beijo! Quando finalmente cai em mim, me afastei assustada com o que tinha feito, levando a mão aos lábios confusa, trêmula por ter gostado tanto. E como havia! Dulce aproximou um pouco e eu inclinei para trás por instinto, ela sorriu sem desgrudar os olhos de mim, tirou minha mão da boca e continuou aproximando ao mesmo tempo em que eu ia inclinando. Até perceber que havia deitado na espreguiçadeira.
–Está com medo? – ela sussurrou com os lábios tão próximos dos meus que seu hálito doce fazia cócegas em mim.
–Io... io não sei – respondi em um fio de voz.
–Anahi...
Acho que foi meu nome murmurado por aquela voz rouca que me fez entregar-me. Um arrepio passou por todo o meu corpo quando a boca de Dulce colou a minha. O beijo foi carinhoso, os lábios dela moviam sobre os meus pacientes... Mais que isso, parecia experimentar, acariciar a cada novo toque. Eu fui ao delírio ao senti-la capturando meu lábio inferior e o sugar de leve. Suspirei e foi o suficiente para que Dulce aproveitasse a deixa para invadir minha boca com a língua e me beijar de uma forma diferente. Inspirei fundo pelo nariz, levando meus braços para envolvê-la e puxar mais para mim, a fazendo deitar sobre meu corpo na espreguiçadeira. Ela era tão quente e macia! Eu não conseguia assimilar a tudo, o corpo, o beijo, os movimentos da língua que me enlouqueciam.
O beijo foi longo, o mais longo que eu já havia dado em minha vida. Talvez porque eu não queria que terminasse, toda vez que Dulce fazia menção de se afastar, segurava a sua nuca e a pressionava mais contra mim. Então ela me beijava mais forte, com mais intensidade e roubava-me todo o ar. As mãos dela passeavam pela lateral de meu corpo sem pressa, era tão diferente de uma carícia masculina! Ela não parecia querer me devorar, ao contrário, parecia querer me dar um carinho e conhecer a tudo que tocava e podia tocar. Eu estava completamente em êxtase, meu corpo inteiro reagia a um único beijo.
Quando terminou, ou eu deixei terminar, estávamos ofegantes. Os lábios dela úmidos e vermelhos por causa da pressão do beijo. Eu lutava por ar ao mesmo tempo em que a fitava e me perdia no mar dourado dos olhos dela.
–O que dizem é verdade – murmurei corando um pouco ao lembrar do comentário que Lindsay falou no carro, que o beijo da Dulce era viciante.
–O que dizem? – ela também falava murmurando.
–Nada, deixe para lá.
–Anahi...
–Temos de ir dormir – a interrompi tentando me levantar.
Balancei a cabeça, finalmente conseguia assimilar o que estava acontecendo e o que havia feito. O calor que senti nos braços dela ia sendo substituídos pelo medo do desconhecido. Estava tão confusa! Como podia gostar de um beijo dela se era hétero até algumas horas atrás? Não, isso não podia estar acontecendo, não havia explicação! A empurrei de leve e levantei quase em um pulo, evitava olhar para ela a todo custo e foi difícil achar voz para chamá-la novamente. Dulce não reclamou e me seguiu em silêncio, eu podia sentir os olhos dela cravados em mim apesar de não olhá-la.
O que eu havia feito?
E agora oque sera que vai rolar? hahahaha e ai gente estao gostando?
Autor(a): angelr
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 111
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tryciarg89 Postado em 03/04/2024 - 16:55:29
Apaixonante e encantadora essa fic!!!
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aleatoria345 Postado em 30/11/2022 - 12:59:10
nossa simplesmente pefeita
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flowersportinon Postado em 30/06/2021 - 16:38:22
Oi ^•^ adorei sua história, me permitiria adapta-la para o mundo sariette??
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flavianaperroni Postado em 06/09/2015 - 20:22:59
Mais uma incrivel web,parabéns angel,você escreve maravilhosamente bem s2
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anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:17:58
Fanfic errada foi malz
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anymaniecahastalamuerte Postado em 06/12/2014 - 22:15:56
Posta maais :-) :-) :-) :-)
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vverg Postado em 19/07/2014 - 14:06:41
Sem problemas senhorita! Vc faz boas escolhas para adaptar. Eu não tenho paciencia para adaptar, prefiro escrever as minhas hahahaha. Estou toda enrolada com as q escrevo, mas tah indo hahahahaha. Gosto de suas escolhas!!! =)
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angelr Postado em 19/07/2014 - 13:55:08
vverg - hahaha tbm curto mas dificil escrever cara a unica que é minha mesmo pretendo continuar ja ate escrevi um capitulo, mas as vezes me falta serenidade e inspiração to tentando vamos ver se rola e ai resolvo adaptar pq leio coisas acho bem bacana e gosto de compartilhar com vcs
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vverg Postado em 19/07/2014 - 13:06:23
Enfim! Familia feliz!!! Gostei desta adaptação, apesar de preferir estorias autorais rsrsrs. Mas uma linda fic, adorei toda a estoria *_*
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dyas Postado em 18/07/2014 - 09:53:37
Linda web. Parabéns Flor. :)