Fanfic: Um amor desastrado - AyA - Adaptada - Finalizada | Tema: AyA
Animado, ofereceu um sorriso por cima do ombro e disse:
— É melhor segurar-se.
Em seguida, debruçou sobre o guidão e acionou o acelerador, lançando-os para a frente numa velocidade espantosa. Anahi riu com um misto de surpresa e prazer, agarrando-o com força, o que o levou a pensar em gritar, também. Ele imitava as manobras que ela realizara anteriormente, enfrentando ondas enormes e aterrissando com força capaz de fazê-los bater os dentes um contra os outros. A adrenalina combinada às sensações físicas provocadas pela presença de Anahi causavam uma euforia como jamais havia experimentado.
Alfonso jogou a cabeça para trás e gritou, sentindo a pressão das coxas femininas contra as dele. Por mais alguns minutos enfrentaram a violência da correnteza, até que, percebendo que o tempo restante era de apenas dez minutos, ele reduziu a velocidade e voltou à praia.
Emoções variadas afetavam seu corpo, todas provocadas por Anahi e pelas mãos dela em torno de sua cintura. As ondas batiam mansas contra as laterais do jet-ski, e a música que ecoava na praia foi se tornado gradativamente mais alta. Apesar de ainda terem algumas horas antes do pôr-do-sol, várias famílias abandonavam a areia e partiam.
— Divertiu-se? — ela perguntou, pousando o queixo em seu ombro esquerdo.
Por um segundo Alfonso pensou em mentir. Tinha o pressentimento de que admitir mesmo o mais inocente prazer na presença de Anahi era pôr em risco os próprios interesses. Mas rira mais na última hora do que imaginara ser possível, e por isso sentia-se no dever de dizer a verdade.
— Sim, me diverti muito. Obrigado por ter me ajudado a esquecer... você sabe.
— Para que servem os amigos? — Anahi perguntou com falsa indiferença, fechando os olhos enquanto engolia a culpa. Prometera a Lucy que faria Alfonso divertir-se, mas esquecera o compromisso porque, à certa altura, passara a divertir-se mais que ele. E agora, de volta à praia, sentia-se frustrada e furiosa por pensar que não encontraria outra desculpa tão boa para abraçá-lo daquela maneira ao longo da semana.
— Talvez possamos repetir a experiência amanhã — Alfonso sugeriu.
— É claro. Isto é, se não preferir levar Robin...
— Quem?
— Meu Deus, que memória curta! Robin, a mulher esperta com o chapéu elegante.
— Por que acha que ela é esperta?
— Ela trabalha com computadores, não?
— A indústria da informática também tem sua cota de incompetentes.
— Quer dizer que ela não é esperta?
— Oh, ela é. Mas não deve tirar conclusões só porque alguém fala em código.
— Está ficando queimado de sol — ela comentou irritada. Alfonso riu e levou o equipamento de volta ao rapaz que os alugava.
— Tem certeza de que não é o reflexo da sua roupa?
Anahi não respondeu. Em pé na areia molhada, tentava livrar-se da incômoda roupa de borracha que, molhada, parecia ainda mais justa. Quando conseguiu despir um ombro, estava tão exausta que caiu. Sabia que a areia tornaria a tarefa de despir-se ainda mais difícil, mas não se importava.
Deitada de costas, viu Alfonso tirar o macacão e exibir o corpo poderosos. Os seios responderam de imediato à visão, uma sensação que se tornou ainda mais intensa em função do espaço reduzido, e o desejo cresceu como um cogumelo a
partir de seu ventre, espalhando-se por todo o corpo. Banhado pelo sol vespertino, com os cabelos dourados molhados e brilhantes, parecia saudável e sexy, e pela primeira vez teve de admitir que se sentia muito atraída por Alfonso Herrera. Não só no sentido físico, embora olhar para ele houvesse se tornado seu passatempo favorito.
Naquele dia, enquanto Alfonso pilotara o jet-ski, pudera ver uma faceta dele que jamais imaginara existir, um lado descuidado e espontâneo que a encantara. Divertira-se com um homem que até pouco antes considerava aborrecido.
— Precisa de ajuda com a roupa? — ele perguntou rindo.
Anahi respondeu com um movimento afirmativo de cabeça e estendeu a mão, deixando que ele a ajudasse a se levantar. Puxando o outro ombro do macacão de borracha, conseguiu fazê-lo deslizar um ou dois centímetros enquanto Alfonso atacava a gola.
— É mais difícil agora que sua pele está molhada. A borracha se torna mais pesada.
Os dedos eram como brasas sobre sua pele fria. Agarrando o material espesso, puxou-o para baixo e conseguiu libertar um braço, virando a manga do avesso. Com os dois braços livres, Anahi foi capaz de empurrar a roupa para baixo dos quadris com movimentos insinuantes, mas teve de admitir o fracasso ao chegar nas coxas. Desequilibrada, sentou-se novamente na areia. Alfonso ria como uma criança, mas antes que pudesse censurá-lo, ele agarrou seus tornozelos e puxou-os, fazendo com que ela se deitasse para concluir o trabalho com o macacão. Deitada como um bebê gigantesco esperando a troca de fraldas, quase morreu de vergonha ao ouvir os comentários e as gargalhadas da pequena platéia reunida sob os guarda-sóis que os cercavam.
Alfonso também parecia estar se divertindo com seu desconforto. Finalmente ergueu o traje de borracha como se fosse um troféu e disse:
— Este macacão nunca mais será o mesmo!
Referia-se à deformação causada pelos seios fartos na parte superior da roupa, e o comentário provocou aplausos e assobios por parte da porção masculina da audiência.
Anahi levantou-se, tentando decidir se adorava ou odiava essa nova e debochada faceta de Alfonso.
— Bem, enquanto banca o palhaço para essa gente tola, vou ver se encontro uma cerveja.
— É melhor ir atrás dela — um sujeito gritou quando ela se virou para partir.
— Não! Eu vou! — outro respondeu, provocando novas gargalhadas. Anahi continuava caminhando, como se não ouvisse o que as pessoas diziam. Alfonso a alcançou.
— Ei, espere! Também estou com sede.
— Precisa de protetor solar — ela indicou, surpresa com o tom avermelhado da pele dele.
— Por quê? Não sinto nenhum desconforto.
— Espere até o sol desaparecer.
— O que vai acontecer quando o sol desaparecer?
Anahi sentiu o coração bater mais depressa e, nervosa, percebeu que Alfonso também havia se dado conta da tensão sexual que crescia entre eles. Ele estava parado, os olhos fixos em seu rosto, e sabia que, como o cavalheiro que era, só esperava por um sinal. Atingiram um ponto no qual tudo que diziam e falavam assumia duplo sentido, provocando respostas insinuantes que poderiam levá-los à ruína, a menos que alguém assumisse o controle.
Como Alfonso ainda sofria os efeitos da recente rejeição, estava vulnerável à idéia de vingança sexual, mesmo que não tivesse consciência de suas motivações naquele momento. Era seu dever certificar-se de que não faria parte da festa na qual ele se vingaria por ter sido deixado no altar.
Com voz suave, recusou o convite ao flerte.
— Queimaduras de sol sempre pioram depois do anoitecer — disse, feliz por estarem perto das cadeiras. — Depois de jogar o frasco de protetor solar na direção dele, vestiu a saída de praia e apontou para o quiosque além da inclinação de areia. — Vou buscar uma cerveja.
— Grande idéia — ele aprovou, ameaçando vestir a camiseta.
— Fique aqui e eu trarei as bebidas — ela sugeriu, desesperada para afastar-se dele e dos efeitos provocados pela proximidade. Enquanto caminhava na direção do quiosque, dizia a si mesma que tinha de encontrar uma forma de resistir ao magnetismo que surgira entre eles. Afinal, estariam juntos por mais quatro dias!
As mesas do quiosque estavam lotadas, e ela se dirigiu ao balcão para fazer o pedido.
— Ah, Anahi, nos encontramos outra vez — disse uma voz profunda atrás dela. Assustada, virou-se e viu o belo Enrico segurando um drinque exótico na mão enfeitada pelo anel.
— É... — respondeu com um sorriso pálido. Por mais perigoso que parecesse, no momento ele era a opção mais segura.
— Aproveitou a tarde? — Enrico perguntou, sentando-se no banco alto ao lado de onde ela havia parado. Possuía um tórax bem desenvolvido e coberto por cabelos escuros e espessos. Anahi fez uma rápida comparação com o físico de Alfonso e, furiosa, mordeu o lábio ao reconhecer sua preferência.
— Sim, bastante — disse, virando-se para pegar as duas cervejas que o garçom deixou sobre o balcão.
— Vejo que está com sede!
— A outra é para um amigo.
— Entendo. E ele é ciumento?
— Não sei.
— Sujeito tolo — Enrico comentou com um sorriso ousado, inclinando-se para tocar seus cabelos. — Eu não a deixaria afastar-se de mim nem por um ins... aiiiiii! — Assustado, retrocedeu ao ver o braço musculoso descer sobre o balcão entre ele e Anahi.
Anahi arregalou os olhos ao ver Alfonso bater a mão espalmada sobre a superfície de madeira e sorrir.
— Estava ficando com sede — ele disse.
Era muita ousadia! Como ele se atrevia a aparecer enquanto tentava esquecê-lo?
— Alfonso! — protestou. — O que pensa estar fazendo? Ele encarou o desconhecido por alguns instantes.
— Esse sujeito estava incomodando você?
— Não!
— Com licença — Enrico levantou-se do banco. — Até outra hora, Anahi — despediu-se, acenando com a mão bronzeada antes de afastar-se levando o drinque colorido.
Alfonso o observou por alguns segundos antes de resmungar:
— Alguém devia avisá-lo que suas costas precisam de um corte de cabelos.
— O que significa tudo isso?
— Estava defendendo sua honra... mais uma vez. E veja só a gratidão que recebo!
— Sabe de uma coisa? Acho que estou começando a conhecê-lo de verdade, Alfonso P. Herrera. Aposto que o P é de pré-histórico.
Ele a encarou em silêncio.
— Paternal?
Mais silêncio.
— Seria de... "putz"?
Alfonso pegou um dos copos de cerveja.
— Sei interpretar uma indireta. Se prefere aquele... gorila disfarçado de árvore de Natal, quem sou eu para ficar no caminho? Mas se por acaso engasgar-se com um fio de cabelo mais longo, não venha me pedir ajuda.
A campainha do celular de Anahi interrompeu a conversa. Ela abriu a bolsa e encontrou o pequeno aparelho no meio de todos os objetos que levara à praia.
— Alô?
— Anahi?
— Oh... olá, Lucy.
Alfonso bebeu metade do copo de cerveja.
— Estava pensando se poderia falar com Alfonso. Gostaria de explicar o que aconteceu.
— Quer falar com Alfonso?
Ele negou com as mãos e a cabeça.
— É uma pena mais ele acabou de sair de perto de mim. Foi buscar uma cerveja.
— Estão se divertindo?
— Sim, aqui é tudo muito divertido — e forçou uma risada exagerada.
— Que bom. Pode dizer a Alfonso que telefonei, e que espero conversar com ele assim que retornarem? E que... lamento muito tudo o que aconteceu?
— É claro que sim. Darei seu recado.
— E Anahi, obrigada mais uma vez por ser tão boa amiga. Não tem idéia do que está fazendo por mim e por Alfonso.
— Esqueça. Até a volta, Lucy. — Anahi guardou o telefone e olhou para Alfonso. — Ela disse que espera poder conversar com você quando voltarmos, e que lamenta muito tudo o que houve.
Alfonso esvaziou o copo e pediu mais uma cerveja.
— Pensando bem, acho que vou ficar aqui e me embriagar — disse, acomodando-se no banco que Enrivo estivera sentado.
Anahi sentou-se no banco vizinho.
— Não sei se é uma boa idéia — respondeu sorrindo. — Na última vez em que ficou bêbado, me convidou para acompanhá-lo em sua lua-de-mel.
— Tem razão. — Alfonso relaxou e riu. — Devíamos tentar incluir essa história no livro dos recordes. Acha que sou o único homem da história que não terá sexo em sua lua-de-mel?
— Não precisa ser assim. — Ao vê-lo arregalar os olhos, tentou corrigir-se. — Quero dizer, existem muitas mulheres na praia. Sua amiga do chapéu, por exemplo...
— Robin — ele completou, bebendo a cerveja com gosto.
— Robin! Belos dentes!
— É bonitinha.
— Para quem gosta do gênero intelectual...
— Ela tem belas pernas.
— Os tornozelos são grossos demais.
— Os cabelos são bem cuidados.
— Ressecados...
— Estamos fAlfonsodo sobre a mesma pessoa? Conversei com ela vinte minutos, e você conseguiu fazer um exame completo em menos de trinta segundos? Como notou todas essas coisas?
— Uma mulher sempre sabe.
— Ela é gentil.
— Sim, é... Se está disposto a se contentar com gentileza...
— O que há de errado numa pessoa gentil?
— Normalmente é aborrecida.
— O tédio de alguns pode ser a segurança de outros.
— Alfonso, estamos fAlfonsodo sobre um romance de férias. Segurança não faz parte da lista — e olhou em volta, disposta a ajudá-lo e garantir a própria sanidade mental. — Veja, mulheres em todas as partes. Por que não escolhe uma?
— Você faz tudo parecer tão...
— Espontâneo?
— Ia dizer barato.
— Que tal a ruiva naquela mesa? — perguntou, apontando com discrição.
— É bonitinha — Alfonso encolheu os ombros.
— Não precisa ficar tão excitado — ela debochou. — Talvez prefira as morenas.
— Não — respondeu, esvaziando o copo e sorrindo. — Há tanto tempo não procuro por companhia feminina, que acho que perdi a capacidade de discriminar.
Anahi terminou de beber e aceitou uma segunda dose. Comera pouco ao longo do dia, e por isso já começava a experimentar uma leve tontura, mas a bebida fresca e espumante era deliciosa depois das horas de exposição ao sol.
— Que tal aquela no biquíni verde?
— É muito magra — Alfonso reprovou.
— Pensei que os homens gostassem das magras.
Esbeltas, sim. Com algumas curvas nos lugares certos e sem excessos ou flacidez. Mas sopa de ossos nunca foi meu estilo.
— E aquela de short amarelo e cabelo preso?
— É uma possibilidade.
— Não. Ela ri como uma hiena. Posso ouvir os uivos daqui — e bebeu mais um pouco.
— Uau! Veja aquela no maiô vermelho!
Anahi examinou com atenção e bAlfonsoçou a cabeça.
— São falsos — disse.
— Como pode saber?
— Então não vê? Eles não se movem!
— E daí? Ela não está num trampolim. Além do mais, nem todos os homens se importam como esse tipo de detalhe.
— Não precisa me ensinar nada sobre os homens.
— Tem razão. Esqueci que estava fAlfonsodo com uma especialista. Sabe, sempre tive uma curiosidade. Existe algum homem em Savannah que não esteja atrás de você?
Ela riu.
— Dois reverendos da igreja Batista. E você.
— Sim, e eu — e esvaziou o terceiro copo, chamando o garçom e pedindo mais um. — Nunca se casou?
— Não.
— Como conseguiu?
Anahi deslizou o dedo pela borda do copo plástico enquanto refletia.
— Acho que nunca me apaixonei de verdade.
— Essa história de apaixonar-se é só uma invenção, um boato que começou há milhares de anos com o primeiro casamenteiro da história.
Anahi riu, invadida por uma enxurrada de recordações.
— Certa vez estive muito perto de me casar. Tinha dezessete anos e procurava uma maneira de sair daquele lugar horrível onde eu morava. Ele tinha dezenove e segurava o mundo na palma da mão.
— O que aconteceu? Por que não se casou?
— Porque ele também tinha outras três garotas na palma da mão, todas mais ricas e educadas que eu.
— Oh.
— Foi então que decidi variar, em vez de arriscar todas as fichas em um só cavalo. É mais seguro. De lá para cá, tenho escapado com alguns poucos ferimentos leves.
— Qual é seu segredo para permanecer solteira? — ele perguntou, esvaziando mais um copo de um só gole.
— Oh, é fácil. Basta não fechar os olhos.
— O que disse?
— Quando beijar alguém, não feche os olhos.
— Essa é sua arma secreta? — ele insistiu com aparente incredulidade.
Anahi afirmou com um movimento de cabeça e estranhou o fato do mundo continuar se movendo, mesmo depois de ter parado de mover-se.
— Quando fecha os olhos durante um beijo, a mente começa a fazer jogos perigosos. Você começa a imaginar um mundo de faz-de-conta onde o amor conquista tudo, e esquece que a maioria dos casamentos termina em divórcio... ou coisa pior.
— Meus pais são muito felizes.
— Sorte deles. Os meus separaram-se quando eu ainda era um bebê. Para ser franca, nem me lembro de tê-los visto juntos.
— Sinto muito.
— Eu também. Por isso prefiro ficar sozinha. Odiaria arrastar uma criança para o meio do campo de batalhas em que se transforma um casamento falido.
— Concordo com essa sua idéia de não ter filhos. Um brinde — sugeriu com voz pastosa. — Aos olhos abertos!
— Tim, tim! — Anahi cantarolou alegre, batendo o copo contra o dele e rindo ao ver a cerveja cair pelas bordas. Uma rajada de ar frio a fez estremecer. A noite chegava depressa, e a temperatura caía rapidamente. — Acho melhor ir trocar de roupa.
Alfonso desceu do banco devagar.
— Preciso ir verificar se minha secretária encontrou outras acomodações. Não quero passar mais uma noite na Hospedaria do Inferno.
— Não é tão ruim.
Caminhavam devagar e com cuidado pelo caminho escuro. A noite clara e a lua brilhante tornavam a caminhada mais fácil, e a praia deserta estendia-se diante deles como uma fita de cetim branco.
— Veja quantas estrelas! — ela exclamou apontando para o céu. — Vamos dar um passeio.
— Qualquer coisa é melhor do que voltar ao quarto.
— A areia parece neve. — A maré subia depressa, forçando-os a caminhar por cima das nuvens, na parte mais fofa do terreno. O ar era frio e revigorante, e Anahi tentou concentrar-se em alguma coisa que não fosse a atmosfera romântica que os cercava. — Acha que existe vida em outros planetas?
— É claro que sim — Alfonso respondeu sem hesitar. — Seria muita arrogância presumir que todo o universo foi criado só para nós.
— Tem razão. Mas é um pouco assustador imaginar outras formas de vida?
— Por quê? Se quisessem nos atacar, à esta hora não estaríamos mais aqui. Além do mais, com todos os problemas sociais e ambientais que enfrentamos, a Terra deve ser motivo de riso em outros planetas.
— Está tentando me convencer de que vivemos no subúrbio da galáxia? Na periferia do sistema solar?
— De certa forma, sim — ele riu.
— Tudo bem, o P é de pessimista, certo?
Ele riu mais uma vez, um som que Anahi começava a apreciar.
— Reconheço que não tenho sido um modelo de entusiasmo, especialmente nos últimos dias.
— O que não nos mata nos fortalece — ela citou um velho ditado. Caminhavam pelas dunas mais afastadas do hotel e do quiosque, cercados pela mais completa escuridão. Quem estava tentando convencer? Alfonso, ou ela mesma? Distraída, tropeçou num graveto e caiu. Tentou segurar-se no braço de Alfonso, mas ele estava tão tonto que acabou caindo, também. A princípio sentiu-se constrangida, mas em seguida percebeu que era delicioso estar na posição horizontal. Alfonso também permanecia deitado a seu lado, o rosto coberto de areia. Ela explodiu num acesso de riso.
— Você está perdida! — ele ameaçou.
Gritando, Anahi tentou levantar-se e fugir, mas ele agarrou seu tornozelo e puxou-a. Fraca em função das gargalhadas descontroladas, tentou rastejar para longe dele, mas Alfonso a puxou de volta, virou-a e a imobilizou com a força dos braços.
O riso silenciou e os dois trocaram um olhar prolongado, intenso e cheio de promessas. A camiseta de Alfonso subira um pouco com os movimentos bruscos do corpo, e Anahi podia sentir a pele em contato com o estômago através do tecido fino da saída de praia. Todos os músculos do corpo estavam tensos e o sangue latejava em seus ouvidos.
— Alfonso... — chamou com voz rouca.
— Por favor, não me peça para parar.
— Não. Ia dizer... para me beijar.
Por um instante ele ficou tão quieto, que teve medo de vê-lo levantar-se e fugir. Mas depois inclinou a cabeça lentamente até que os lábios se encontraram, deflagrando um fogo devastador que os tomou de assalto. Foi um beijo ardente, apaixonado e erótico, e as mãos exploravam com ansiedade contida buscando a satisfação que há dias tentavam ignorar. Alfonso a surpreendeu. Esperava hesitação, frieza, falta de experiência, mas ele a segurava com mãos firmes e a beijava com o conhecimento de quem já tivera muitas mulheres, provocando-a e despertando seu desejo. Os dedos acariciavam um de seus seios e ela inclinava as costas numa oferta silenciosa, deslizando as mãos por baixo da camiseta para poder tocá-lo, também. Alfonso estava deitado entre suas pernas, e movia-se numa imitação perfeita e alucinante do ato sexual.
Incapaz de conter-se, Anahi começou a despir o calção discreto que ele vestia.
— Aqui não — Alfonso protestou com voz fraca. — Alguém pode...
— Estamos numa praia deserta. Ninguém vai nos ver. Além do mais — murmurou, terminando de despi-lo e arrancando a camiseta com habilidade espantosa —, acho tudo isso muito excitante.
Alfonso estava nu e excitado, beijando-a como se quisesse devorá-la. As mãos acariciavam cada parte do corpo tentador com luxúria, tentando registrar na memória todos os detalhes e curvas.
De repente uma luz intensa brilhou além dos ombros dele, ameaçando cegá-la.
— Quieto! — ordenou uma voz masculina.
Alfonso ficou gelado. Devagar, virou a cabeça para ver quem os surpreendera, mas a luz intensa o ofuscava.
— O que é isso...?
— Polícia — o homem identificou-se. — Levante-se devagar e ponha as mãos na cabeça.
— Não pode estar falando sério!
— Já disse para se levantar!
Anahi fechou os olhos com força. Não queria ver. Quando finalmente arriscou uma olhada rápida, Alfonso estava em pé com as mãos na cabeça, exibindo uma ereção que em outras circunstâncias teria sido motivo de orgulho e alegria.
— Deus... — o policial resmungou contrariado.
— Espero que me deixe ao menos vestir o calção.
— Seja rápido — o oficial instruiu. — Odeio prender homens nus.
— Prender? — Anahi gritou assustada.
O polic ial sorriu e exibiu um par de algemas.
— Esta é uma praia pública freqüentada por famílias decentes, seu pervertido. Está preso por atentado ao pudor.
Autor(a): ayaremember
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—Nunca fui tão humilhado em toda minha vida! — Alfonso declarou ao sair da delegacia em companhia de Anahi. Ela usava um short vermelho e blusa branca, uma combinação perfeita para a manhã ensolarada e clara, mas ele ainda mantinha o calção de banho e a camiseta do dia anterior. O colchão duro onde havia se deitado ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 74
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maralima Postado em 02/05/2015 - 00:46:02
- web , muito legal . Amei.
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ponnynobre Postado em 10/07/2014 - 21:13:59
Uma pena que tenha acabado essa web é muito engraçada morri de rir com eles dois até no parto. E claro que vou acompanhar a nova
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daninha_ponny Postado em 10/07/2014 - 14:24:45
ahhhhhhhhhhhhhhh amei a web kkkk ri muito me enantou do começo ao fim bjos.... :)
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vanessap. Postado em 10/07/2014 - 02:34:13
Nem acredito que passou assim tao rapido!! :O amei cada capitulo da web!! Foi extremamente linda!! Parabeeeens *----*
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Angel_rebelde Postado em 10/07/2014 - 02:08:58
Adooorei sua fic ! Poncho com ciúmes do Manny kkkkkkkkkk e só relaxou quando a Anny falou q o amigo é gay. Mas a parte mas hilária foi quando ele disse amar ela e do nada ela soltar q tá grávida fazendo ele desmaiar kkkkkkkkkkkkkkkk. Esse *P* foi o mais hilário kkkkkkkkkkkk. Tanto mistério pra acabar virando nome do filho deles kkkkkkkkkkkkkkkkkk. 2 figuras. Deu dó do Poncho que tomou bolo no jantar. Eu bem sabia q a Lucy nem ia ligar pelo fato dele amar a Annie e ainda ia dar força pros 2. Sua fic foi hilária. Dei muita risada aqui. Já favoritei a outra e vou acompanhar. Eu tbm tenho uma, se quiser ler o link é esse ~> http://fanfics.com.br/fanfic/35111/saudade-de-um-amor-que-nao-acabou-anahi-e-alf onso-aya-ponny
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vondy4everponny Postado em 10/07/2014 - 01:44:04
Nossa, como eu vou sentir falta dessa web. Com certeza eu vou ler ela de novo mais pra frente, porque eu amei deeeemaaaais! Ta de parabéns pela adaptação, sério. Eu ri muito com ela no parto kkkkkkkkk e o casamento tb kkkkkkkk Annie doida!Agora é rumo a nova web u.u <3
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edlacamila Postado em 09/07/2014 - 23:23:45
KKKKKKKKKKKKKKK Ai amei o fim *-* presley KKKKKKKKKKK
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dessita Postado em 09/07/2014 - 22:58:05
Eu amei o fim... kkkkk coitado do Poncho sempre apanhando! Amei mesmo
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camile_ponny Postado em 09/07/2014 - 22:16:12
Amei cara simplesmente Perfeito! ^_^ Amei a parte do parto ri muitooo com a Anahi brigando com ele e ele concordando... kkkk tenho nem palavras. Bom demais sério mesmo. Agora partiu pra sua proxima fic ;)
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daninha_ponny Postado em 09/07/2014 - 00:51:56
kkkkkkkkkkkk morrri quase de tanto rir....kkk nossa ele fez a tatuagem na bunda com o nome dela jajjaja aiii ele tem que ir atras dela pow amando a fic posta maisssss bjos