Fanfic: Sociedade Secreta lesbos - Adaptada | Tema: Portiñon

Capítulo 17

O dia seguinte para Anahi quase não chegou, ela estava ansiosa, precisava encontrar alguém que lhe servisse como novo affair, mesmo que só sentisse desejo por estar com uma pessoa: Dulce.

A universidade estava aquele rebuliço, cada fraternidade se desdobrando para planejar e executar suas respectivas missões. A Beta-Lou, como sempre, despontava na frente. Organizadas, já divulgavam a data da feira que promoveriam no campus. Sem dúvida, a rivalidade com a Gama-Tau era um tempero a mais para atiçar as patricinhas.

As meninas quentes de Prescott já se revezavam nas tarefas para a organização do baile de máscaras. Durante os preparativos, Dulce e Anahi acirravam olhares. Anahi sempre fingia atender um telefonema misterioso, ria como se estivesse falando com alguém muito íntimo, o que deixava Dulce completamente mal humorada, Rachel era a primeira a perceber.

A loirinha se angustiava porque se aproximava o dia do baile e, até então, seu misterioso affair só existia nos pensamentos enciumados de Dulce. Precisava de alguém que lhe servisse como fachada, mas ainda não elegera tal pessoa.

Como falam, há vezes que o universo conspira...

Um dia antes do baile de máscaras da Gama-Tau, um velho amigo de Anahi, Poncho, que morava em Los Angeles num estilo de vida completamente “alternativo”, telefonou-lhe, informando que estava de passagem pela cidade e queria encontrá-la. Anahi julgou então que seu amigo fosse o misterioso par perfeito para seus planos. Poncho era sem dúvida um homem lindo, chamava atenção. Era moreno, alto, músculos muito bem definidos, olhos castanhos claros, e uma simpatia que encantava a todos.

Poncho fora o primeiro namorado de Anahi, até descobrir sua sexualidade, depois disso, tornou-se um grande amigo. Anahi foi uma das poucas que lhe apoiara quando muitos lhe dedicaram apenas discriminação. A chegada dele não poderia ser mais providencial.

Marcaram um encontro em uma lanchonete do campus, Anahi não lhe adiantara muita coisa, exceto que precisava de um grande favor. Poncho nem pensou duas vezes, só afirmou sua disposição em ajudá-la no que fosse necessário.

No meio da tarde, ele apareceu no local marcado, lanchonete lotada, as meninas da Gama-Tau reunidas numa mesa acertando os últimos detalhes da festa. Uma nova cara em Prescott, especialmente de um homem como aqueles, não passara despercebida. Anahi ao vê-lo, notado o burburinho e os olhares, viu a excelente oportunidade de começar a colocar em prática sua farsa. Não hesitou, saltou no pescoço de Poncho, e sem que ele tivesse qualquer chance de se esquivar, roubou-lhe um beijo urgente.

O beijo deve ter demorado segundos, até Poncho abrir os olhos e afastar lentamente os lábios da amiga dos seus, fazendo cara de interrogação. Notando que seu plano poderia começar mal, Anahi aproximou os lábios do ouvido do amigo e cochichou:

-- Depois te explico, pega minha mão e me leva pra uma mesa vazia.

O rapaz, visivelmente sem graça com os olhares sobre ele, seguiu as orientações de Anahi. Sentaram-se em uma mesa no canto da lanchonete, a loirinha nem percebeu que na mesa ao lado estava Dulce, olhando fixamente e sem pudor para os movimentos dela. O olhar era tão penetrante, que até Poncho percebeu quando puxou a cadeira como perfeito cavalheiro para Anahi sentar-se, de frente para Dulce.

-- Certo, vamos do começo, Anahi Puente... Oi, amiga, como vai? Saudades! Segundo: surtou? Como assim? O que foi aquilo? Alzheimer precoce? Esqueceu quem sou eu? Terceiro: minha calça tá com o zíper aberto? Ou é a sua que está? Porque de repente sinto todo mundo olhando pra mim, e essa ruiva então... Nossa... Não tira os olhos daqui...

-- Eita, calma, Poncho! Vou responder tudo, mas não aqui, precisamos de um local longe de ouvidos e olhos alheios...

-- Por que será que acho que me meti numa fria vindo te ver, hein?

Tomaram um sorvete diante dos mesmos olhares atentos, Anahi sempre buscando um carinho do amigo, que retribuía sem entender muito, mas desconfiava que parte do tal grande favor.

Em seguida saíram da lanchonete e caminharam até as arquibancadas vazias de um dos campos da universidade. Diante da perplexidade evidente do amigo, Anahi foi contando toda sua história com Dulce, sobre a fraternidade, e finalmente sobre seu plano...

-- Any, isso é loucura! Não pode dar certo... Primeiro, essa fraternidade é uma loucura... Se sua mãe sonhar que você não está seguindo os passos da perua, você está perdida! E isso de ser escolhida... Que armadilha... Não seria uma cilada se vocês se entendessem de vez, porque está mais do que claro que vocês se querem, e isso pode estragar tudo, viu...

-- Poncho, você disse que me ajudaria! Preciso dar uma lição na Dulce, mostrar que também sei jogar...

-- Ai, amiga, você está é se apaixonando... Isso não vai acabar bem...

Poncho não estava mesmo disposto a contribuir pra farsa de Anahi, queria mesmo era colocar juízo na cabeça confusa da amiga. Toda convicção do rapaz caiu por terra quando viu entrar no campo  Jonh, que parou diante de Anahi, que nem se sensibilizava mais com sua presença.

-- Oi, Anahi, você ainda tem convites para o baile?

-- Oi, Jonh, já vendi todos, mas algumas meninas ainda têm, vou pedir que lhe procurem.

Jonh afastou-se da arquibancada exibindo o charme típico de quem sabe que está sendo observado, deixando Poncho completamente boquiaberto.

-- Any... PELOS CACHOS DA CHER! Que homem é esse?

-- Aí pronto... Poncho sossega... Não joga no seu time...

-- Garanto que ele é titular no meu time, amiga...

-- Jonh? Não... Esse foi meu alvo na missão de iniciação na Gama-Tau, mais hetero impossível.

-- Quer apostar?

-- Vamos fazer o seguinte, venha ao baile comigo, Jonh estará lá, você me ajuda com a farsa, e eu te ajudo a testar essa sua teoria...

-- Fechou!