Fanfic: Sociedade Secreta lesbos - Adaptada | Tema: Portiñon

Capítulo 18

Tudo pronto para finalmente o baile de máscaras da Gama-Tau. Frisson no campus, na fraternidade então, as meninas estavam inquietas, estressadas e ansiosas.

Desde o episódio da lanchonete, Dulce e Anahi não se viram. A loirinha ouviu comentários de que a presidente da Gama-Tau não dormira em casa, o que, obviamente, despertou seu ciúme e a deixou mais sedenta em executar seu plano de provocação com Poncho.

Faltando duas horas para o baile, a maioria das meninas já estava quase pronta. Várias limusines foram alugadas pela fraternidade para conduzir as meninas quentes de Prescott até o salão Windson, local eleito para a realização do baile de máscaras, bastante tradicional na região.

O Windson era uma construção pomposa com ares de nobreza, por isso, comparado a um castelo. Na verdade, pertencera a uma família de nobres ingleses, fora destruída em grande parte na Guerra da Secessão, recuperada acerca de 20 anos pela Roberts CIA, empresa do marido de Michele Roberts.

Da janela do quarto, Anahi viu Dulce chegar apressada, segurando nas mãos o que parecia ser um vestido envolto em uma capa de plástico, Como a maioria das meninas já estavam no primeiro piso da casa, esquentando-se para o baile a custa de uma bebida especial preparada por Ellen e outras irmãs, nos andares superiores o silêncio predominava. O que contribuiu para Anahi escutar pela fresta da porta o diálogo entre Rachel e Dulce.

-- Em cima da hora, Dulce! Todas as outras estão prontas, e justo a presidente vai se atrasar?

-- Rachel, você sabe perfeitamente que não tive escolha, você sabe onde eu estava e o que estava fazendo...

-- Mas até ela vai a esse baile, tinha que te chamar justo hoje?

-- Você sabe com Michelle é, amiga... Agora vem e me ajuda a me arrumar, por favor...

As suspeitas de Anahi só se confirmaram. Estava claro que Dulce tinha algo com Michelle Roberts, o que ela ainda não entendia, era que tipo de relação seria essa que fazia da ruiva sempre tão soberana, agir como total submissa àquela mulher que já lhe parecia ardilosa. Mas era hora de se concentrar no plano da noite. Ligou para Poncho, que já estava pronto e ansioso para rever John. Combinaram de se encontrar em um dos jardins do castelo, como todos estariam mascarados, Poncho descreveu qual seria sua máscara afim de Anahi o identificar.

Às 22h as limusines já estavam estacionadas à frente da Gama-Tau, em cada uma delas, quatro irmãs da fraternidade embarcaram. Ellen fez questão de que Anahi fosse do seu lado, aproveitando o atraso de Dulce, que iria à última limusine junto com Rachel.

A chegada das limusines em comboio estacionando em frente ao Windson, com todo glamour das luzes da passarela vermelha, cercada de candelabros, deu o ar quase hollywoodiano na recepção das Gama-Tau. Todas, devidamente mascaradas, desembarcam sob olhares atentos, curiosos e desejosos, não só dos estudantes, mas também de toda tradicional sociedade da região que chegavam ao baile.

No interior de Windson, a orquestra já tocava clássicos. O luxo era de deslumbrar qualquer membro da realeza, sem dúvida, as meninas da Gama-Tau capricharam nos detalhes de sofisticação, sob o jugo da Sra. Roberts, que fez questão de opinar em tudo.

Anahi se apressou em procurar Poncho, no jardim lateral, conforme combinaram. O rapaz exibia seu bom gosto no fraque impecável, a face estava coberta por uma máscara branca com apenas um detalhe prateado para destacar das demais, e assim Anahi o encontrar.

-- Amiga, até toparia em voltar a ser hetero por uma noite, só pra ficar com você, porque você está um arraso!

-- Poncho, por favor, não deixa a purpurina tomar de conta de você hoje... Não esqueça que hoje você é meu bofe!

-- Então reza pra sua fada madrinha não me transformar numa abóbora pink quando eu vir aquele deus grego aqui!

-- Poncho!

-- Estou brincando pra descontrair você, amiga. Que tensão, hein! Mas lembre-se, você tem algo a fazer por mim também...

-- Não me esqueci, não...

-- A senhorita então aceitaria essa contradança?

Anahi entrou no espírito do tom jocoso de Poncho e seguiu para o salão principal conduzida pela mão do amigo. Dançaram como um casal apaixonado, apesar da impaciência evidente de Anahi que buscava algum sinal que identificasse Dulce em meio a tantas máscaras ao seu redor, mas a loirinha sequer sabia se sua paixão já estava ali.

Dançaram uma, duas músicas, até o alvo de Poncho dar as caras perto do bar. O amigo de Anahi identificou fácil a boca marcante do rapaz, que em um momento de descuido permitiu que a máscara escorregasse pelo rosto quando o elástico se soltou. Sem muito alarde, Poncho levou Anahi até o bar, e como se fosse um velho conhecido de John, deu um nó seguro no elástico da máscara anunciando seu gesto:

-- É tudo uma questão de saber prender, meu caro, uma vez preso, a gente só esconde no momento que convém...

John virou-se surpreso com o gesto e confuso com as palavras de Poncho, que logicamente destilou um sentido ambíguo naquela frase. Como quem dominava completamente essa arte do flerte discreto, Poncho se adiantou:

-- Prender bem o elástico da máscara, assim sua identidade ficará em segredo até o momento que você quiser, e a festa está só começando, né? Ainda não é hora das máscaras caírem.

Um sorriso se desenhou nos lábios de John que agradeceu educadamente:

-- Você tem razão, obrigado, parceiro. Aceita beber algo como agradecimento ao seu gesto?

Anahi ainda sem acreditar no que estava testemunhando: o homem mais popular e desejado da universidade, caindo no flerte de Poncho facilmente... Tratou de interromper antes que o seu plano fosse arruinado, antes mesmo de Dulce chegar.

-- ANHRAM... -- simulou um pigarro a fim de chamar atenção do amigo.

A troca de olhares dos rapazes então foi cessada, e Poncho pediu a bebida preferida da amiga, Blood Mary, e uma dose de whisky para ele, nesse momento, John se afastou do bar, visivelmente sem graça.

-- Eu te disse, amiga... Te avisei...

-- Ok, ok, mestre da sedução gay! Mas dá pra se controlar um pouquinho?

Poncho sorriu, e saiu do bar de braços dados com Anahi. Pela escadaria viram descer uma mulher simplesmente deslumbrante, vestido armado. Ao seu lado um homem alto, careca, mas de porte elegante. Não demorou muito para o público especular que se tratava do casal Roberts. Alguns cochichos, olhares, mas o casal aparentava estar acostumado a essas entradas triunfais, pareciam abstrair os holofotes invisíveis.

-- Deixe-me adivinhar... Só eu não sei de quem se trata esse casal mascarado? -- Poncho comentou bem-humorado.

-- Aaroon e Michelle Roberts. Essa mulher tem algo com Dulce, tenho certeza... Uma relação que ainda não sei o teor, mas vou descobrir -- Anahi respondeu.

-- Opa... Espera um pouco... Com Dulce?

-- É... Ouvi uma conversa estranha entre as duas...

-- Você anda muito esquisita, amiga... Investigações, espionagem, planos mirabolantes...

Anahi não teve como conter o riso, continuou caminhando pelo salão com o amigo, divertindo-se, tentando descobrir quem era quem por baixo daquelas máscaras. Entretanto, sua ansiedade em encontrar Dulce por vezes ficava evidente no seu olhar em direção a entrada principal. E como se houvesse um ranking de pontuação para entradas triunfais, eis que pelo portão dourado, despontava uma bela jovem: vestido vermelho com um decote generoso na altura do busto, cintura marcada, definindo as curvas impecavelmente desenhadas, cabelos presos, deixando alguns cachos caírem sobre o ombro nu, a máscara com pedras brilhantes iluminavam o olhar latino marcante da presidente da Gama-Tau. A perfeição de seu corpo não deixava dúvidas sobre a sua identidade, mesmo escondida pela fantasia do baile. Dulce caminhou lentamente pelo salão, sob olhares atentos, inclusive o de Michelle Roberts. Entretanto, o olhar de Dulce só buscava uma pessoa, a mesma que lhe fitava quase sem ar diante da beleza que enchia o Windson. Poncho segurou firme na mão da amiga, notando a brusca mudança de temperatura que tomou de conta das mãos de Anahi.

-- Any... Você está bem?

Como quem fosse despertada de um transe, a loirinha olhou para Poncho e somente teve forças para balançar positivamente a cabeça. Andou em direção a uma das varandas laterais do salão numa tentativa de recuperar seu fôlego e sua calma.

-- É amiga... Você está apaixonada: FATO.

Anahi não tinha disposição para começar uma discussão com o amigo, especialmente porque seria completamente inútil esconder o óbvio. De longe observou os movimentos de Dulce pelo salão. A ruiva parecia impaciente, procurando alguém. Tal atitude serviu como deixa para a loirinha se encher de coragem e executar seu plano. Respirou fundo, deu uma piscadela para Poncho e anunciou:

-- Hora do show, amigo!