Fanfic: Sociedade Secreta lesbos - Adaptada | Tema: Portiñon

Capítulo 22

Anahi se apressou em abrir a porta e ver a ruiva estonteante parada diante dela, com um sorriso absolutamente fascinante, em suas mãos, dois capacetes:

-- Vamos?

Anahi apenas balançou a cabeça positivamente retribuindo o sorriso com o mesmo brilho no olhar. Não resistiu à expressão de felicidade da ruiva, beijou-lhe suavemente os lábios, fazendo Dulce ficar corada com o gesto de delicadeza extremamente carinhoso.

Desceram as escadas trocando olhares de encantamento, no térreo da mansão, as demais irmãs da fraternidade pareciam calar qualquer assunto ao avistarem a presidente da Gama-Tau com sua escolhida descerem juntas os degraus numa atmosfera de casal apaixonado.

Ver Dulce com aquele aspecto era inédito. Para as veteranas, Dulce sempre se apresentou como uma mulher enigmática, autoritária. Todas conheciam seu hábito de seduzir meninas vulneráveis no campus, assim como deixar muitas apaixonadas, até mesmo dentro da fraternidade, mas nunca souberam de algum tipo de relacionamento mais sério da ruiva.

Rachel foi mais uma das que se surpreenderam com a disposição da amiga em se mostrar tão transparente diante das irmãs acerca dos sentimentos dela por Anahi. Não escondeu sua satisfação com isso, torcendo interiormente para que Dulce esquecesse enfim o tal plano ardiloso de vingança e se entregasse nesse relacionamento.

Angelique, por outro lado, demonstrava preocupação, temia que a presidente da fraternidade magoasse mais uma vez a loirinha pela qual a loira nutria tanto carinho e amizade.

Mas, quem mais ficou visivelmente perturbada com a aparição do casal, sem dúvida, foi Ellen. Parecia soltar faíscas de raiva pelo olhar, apertou com força o taco de sinuca que segurava, olhava fixamente para Anahi e Dulce como se desejasse só pela força da mente derrubá-las dos degraus.

Ao contrário da platéia da mansão Gama-Tau, o casal ignorou todos os olhares, saíram pela entrada principal, montaram na motocicleta da ruiva. Anahi, com a postura de namorada de Dulce, abraçou-a pela cintura forte, mas carinhosamente. A ruiva deslizou as mãos pelos braços de Anahi envoltos nela como se aprovasse o gesto da loirinha.

Chegaram à marina da cidade, Anahi logo avistou o barco de Dulce, cenário da noite de amor que resultou na manhã de decepção, quando a abandonou lá. Sentiu um frio na espinha ao lembrar-se do episódio, Dulce parecia entender a expressão de receio de Anahi, segurou sua mão e disse mansamente:

-- Não se preocupe, vamos pra um lugar especial hoje e lá não tem táxi... Logo, não posso te deixar...

A ruiva disse isso num tom jocoso, despertando um sorriso tímido da novata. Embarcaram e alguns minutos depois, Dulce recebeu a entrega de um restaurante, guardou tudo na cabine e em pouco tempo estavam em alto mar. Dulce mantinha o tom de mistério acerca do destino final delas, mas Anahi não estava preocupada, via nos olhos da ruiva uma paixão sincera. Abraçou-a por trás enquanto Dulce conduzia a embarcação. Deliciando-se no cheiro da nuca ruiva desnuda por um rabo de cavalo, a loirinha roçava o nariz e a boca ali provocando arrepios na pele macia de Dulce.

Navegaram por cerca de meia hora, chegando numa ilha completamente deserta. Um cenário deslumbrante que deixou Anahi sem voz. Dulce sorriu e dessa vez foi ela a abraçar a loirinha, recostando seu queixo nos ombros de Anahi cochichando no seu ouvido:

-- Hoje, essa ilha é nossa...

Anahi suspirou, girou seu pescoço a fim de alcançar os lábios de Dulce, trocando um beijo apaixonado, cheio de desejo. No convés do barco, Dulce serviu o almoço encomendado, dedicando uma atenção absoluta a Anahi, que a essa altura estava inevitavelmente rendida ao clima romântico que Dulce preparou.

Depois do almoço, Dulce conduziu Anahi até a praia, caminharam de mãos dadas. Naquele momento, só existiam as duas no mundo, Dulce não cansava de se desdobrar em cuidados com a loirinha, que olhava para ela como se estivesse diante de uma nova mulher, mas com o mesmo encanto misterioso.

Conversaram amenidades, Dulce tinha mil histórias engraçadas a contar das meninas da fraternidade. Anahi se divertia com a descontração da ruiva, os risos só paravam para dar espaço à troca de carinhos, testemunhada apenas pelo cenário paradisíaco.

Sentadas na praia, viram o sol se escondendo, se amaram ali mesmo sem pressa, sem medos. Andaram juntas até o mar, e se deixaram ser banhadas naquela água que parecia acompanhar os movimentos de ambas se tocando com volúpia.

Finalmente voltaram ao barco quando a noite se aproximava, antes de zarpar, Dulce pediu que Anahi sentasse ali mesmo no convés, e em segundos surgiu com um violão. Sentou-se em frente à loirinha, que nesse momento já escancarava um sorriso iluminado pela lua na pele ruborizada pelo sol de dia. Dulce apenas sorriu, e anunciou:

-- Escutei essa música e achei que expressa o que quero dizer... Como sou desajeitada com diálogos... Acho que isso você percebeu... Então... Presta atenção, tá?

*Fallin’ for You ( Me apaixonando por você) – Colbie Caillat

I don`t know but

I think I may be

Fallin` for you

Dropping so quickly

Maybe I should

Keep this to myself

Waiting `til I

Know you better

Eu não sei, mas

Talvez eu esteja

Me apaixonando por você

Tão rapidamente

Que talvez eu deva

Guardar isso para mim

Esperar até conhecê-la melhor

I am trying not to tell you

But I want to

I`m scared of what you`ll say

So I`m hiding what I`m feeling

But I`m tired of

Holding this inside my head

Estou tentando

Não contar pra você

Mas eu quero

Estou com medo do que irá dizer

Então escondo

O que estou sentindo

Mas estou cansada de

Segurar isso dentro da minha cabeça

I`ve been spending all my time

Just thinking `bout you

I don`t know what to do

I think I`m fallin` for you

I`ve been waiting all my life

And now I found you

I don`t know what to do

I think I`m fallin` for you

I`m fallin` for you

Tenho passado todo o meu tempo

Somente pensando em você

Eu não sei o que fazer

Acho que estou me apaixonando por você

A minha vida inteira eu esperei

E agora que te encontrei

Não sei o que fazer

Acho que estou me apaixonando por você

Estou me apaixonando por você

As I`m standing here

And you hold my hand

Pull me towards you

And we start to dance

All around us

I see nobody

Here in silence

It`s just you and me

Enquanto estou aqui

E você segura a minha mão

Me puxa para perto de você

E começamos a dançar

Tudo à nossa volta

Eu não vejo ninguém

Aqui neste silêncio

Somos só você e eu

Anahi, completamente emocionada com o gesto de Dulce, permitiu que de seus olhos marejados escorressem uma lágrima de puro encantamento. Não teve outra forma de agradecer senão com um beijo apaixonado e inteiro.

Zarparam da ilha com a noite enfim exposta, Anahi protegia sua amada do frio com um casaco e a abraçando forte. Quando finalmente atracaram no cais, a atmosfera de magia deu sinais de estar chegando ao fim, tão logo o sinal do celular foi captado e o aparelho da ruiva começou a tocar insistentemente. Dulce se afastou de Anahi para atender, com uma expressão tensa:

-- Oi, o celular estava descarregado... Não, nem vi que estava sem bateria... Agora? Não... Não precisa vir me buscar! Eu vou, chego aí em meia hora. É, preciso tomar banho, me vestir... Ora, por favor! Chego o mais rápido que puder.

Desligou o telefone, irritada, e aqueles olhos antes tão radiantes de felicidade, agora evidenciavam uma tristeza dilacerante. Anahi conteve sua vontade de perguntar quem esteve ao telefone para deixá-la naquele estado, mas lembrou-se do conselho de Poncho sobre respeitar o tempo de Dulce em se abrir com ela, assim confiaria mais nela. Entretanto, o olhar de Anahi era de interrogação, o que motivou Dulce a se pronunciar:

-- Precisamos ir, Any. Tenho que resolver algumas coisas urgentes, desculpe-me... Vamos? Vou te deixar na fraternidade.

-- Aconteceu alguma coisa, Dul? Você parece nervosa...

-- Nada não... Vamos? Estou com um pouco de pressa.

Dulce já possuía no tom de voz aquela aspereza que tanto machucava Anahi, isso apressou a loirinha, que foi recolhendo seus pertences pelo barco enquanto Dulce caminhava pelo píer até a motocicleta estacionada.

Fizeram todo o percurso num silêncio absoluto até de gestos, o contrário do trajeto de ida. Anahi desceu da moto na frente da mansão Gama-Tau, olhou para Dulce que fugia do olhar da loirinha. Nem retirou o capacete, levantou um pouco apenas para falar:

-- Guarde esse outro capacete, depois pego com você...

-- Dul... Vou te esperar voltar para...

-- Não, não me espere, por favor. Não sei que horas volto, ok? Até mais.

Ajeitou o capacete, deu partida na moto deixando Anahi atônita, mais que isso, temerosa de que mais uma vez fora usada pela presidente da Gama-Tau. Ao mesmo tempo, os momentos que passara com Dulce naquela tarde revelaram um lado sensível incapaz de repetir o que fizera outras vezes.

Subiu as escadas da mansão numa confusão de pensamentos, ignorou a presença e os olhares das irmãs da fraternidade, que especulavam o motivo de Anahi voltar sozinha para casa.