Fanfic: Sociedade Secreta lesbos - Adaptada | Tema: Portiñon

 Capítulo 93

Sim, Dulce ficou melhor com o tempo como disse sua canção, mas rever Anahi e pior nos braços de outra abalou a ruiva que não conseguiu fugir do olhar de sua prima. Percebendo o clima instalado, Angelique segurou a mão de Anahi e a puxou em direção a Dulce, de mão dada com a loirinha se aproximou da ruiva dizendo-lhe:

-- Quanto tempo Dulce! Parabéns pelo sucesso, não esperava outra coisa de você. Alicia, não veio?

Dulce não escondeu sua tristeza ao observar as mãos das duas unidas, mas elegantemente, cumprimentou Angelique com dois beijinhos na face, olhou para Anahi e respondeu:

-- Obrigada, Angel. Não, Alicia está em Miami, infelizmente não pode mudar sua agenda. Como vai Any?

-- Bem Dul, obrigada. E você?

Anahi não escondia seu nervosismo, estava ruborizada, suas mãos suavam. Para alívio de Angelique, a ruiva foi arrancada daquele reencontro por Rachel, que insistiu para a amiga brindar com ela.

O resto da noite foi marcado por trocas de olhares intimidadores entre Anahi e Dulce. A loirinha tentava minimizar sua tensão e até mesmo conter seu desejo, bebendo tudo que conseguia mesmo com os protestos de Angelique, profundamente desconfortável com o comportamento da namorada diante da ex.

Constrangida com a situação e com a cara de poucos amigos de Angelique, Dulce discretamente se afastou da aglomeração, seguindo para o quintal, matando as saudades daquela casa que serviu de cenário de tantos momentos importantes de sua vida. No quarto dos fundos da casa, que servia para as Gama-Tau como um depósito de quinquilharias, Dulce se refugiou para se recompor de abalo que foi reencontrar Anahi com Angelique.

Vanessa, que desde a morte de Ellen, se esforçava para ser digna de confiança das irmãs de novo, aproveitou o momento que Angelique saiu de perto de Anahi e se aproximou da loirinha e cochichou:

-- Você não acha que tem algo a falar para Dulce? Ela está sozinha no quarto dos fundos, é sua chance.

Vanessa saiu enquanto Anahi caminhou em direção ao quintal meio tonta, surpreendendo Dulce no quarto dos fundos.

-- Any! O que você faz aqui?

-- Vim fazer isso...

Sem demora, Anahi envolveu o pescoço de Dulce com seus braços e tomou-lhe os lábios num beijo quente, apaixonado, único. Cheia de saudade e desejo, Dulce suspendeu o corpo de Anahi a conduzindo até a parede. Ali a loirinha envolveu uma das pernas em volta da cintura de Dulce que sugava os lábios de Anahi com sua língua quente.

Subitamente, Dulce parou aquele momento de excitação e entrega, e encarou Anahi, como se voltasse à razão, a ruiva afastou-se de sua prima e perguntou:

-- Mas o que estamos fazendo? Any... Sua namorada está lá fora!

-- Mas é você que eu amo! Você veio pra me dizer isso também, não é? Senti isso no seu beijo, você ainda me ama Dul!

A voz de Anahi denunciava seu estado alcóolico, o que deixou Dulce decepcionada.

-- Você só está me dizendo isso por que está bêbada, não é? Só me beijou por isso, não é?

-- Não meu amor, não... Quer dizer, estou bêbada sim, mas o que disse é verdade, me diz que estou certa, você voltou pra ficar comigo não foi?

-- Any, eu vim para a formatura de minha amiga Rachel...

-- Mentira! Assume Dul, me diz a verdade sem rodeios!

Anahi se aproximava de Dulce tropeçando nos próprios pés, quando a ruiva a segurou dizendo:

-- Vim por que fui intimada como testemunha de acusação contra Michelle no julgamento.

Anahi foi se afastando de sua prima frustrada:

-- Não veio pra ficar comigo?

-- Nem poderia, não é Any... Você tem namorada agora.

-- Você me deixou!

-- Eu não te deixei, você que não quis vir comigo Any, agora vejo o porquê... Escolheu a Angel, não foi?

Nesse momento, Angelique entrou no quarto, nada disse, olhou para as duas e saiu correndo entre as pessoas em direção ao seu quarto sendo seguida por Anahi. Dulce saiu em seguida da festa sem se despedir de ninguém, enxugando as lágrimas, entrou no carro e seguiu para o hotel.

Para seu consolo, logo na recepção do hotel, reencontrou Peter e Sandra, que também vieram para acompanhar e testemunhar no julgamento. No quarto de Angelique, a loira desabafava sua decepção com Anahi:

-- Chega, Any... Eu tentei. Amei você com todo meu coração, te dei o melhor de mim, fui amiga, compreensiva, carinhosa, acreditei que podia te fazer esquecer esse sentimento louco que você tem por sua prima, mas foi inútil. Depois de um ano que estamos juntas, bastou meia hora pra tudo fazer sentido enfim, você nunca vai ser minha de verdade.

-- Mas Angel... Eu...

-- Não minta mais para mim. Não minta para você também, saia desse quarto, e por enquanto... Saia da minha vida também.

-- Angel eu nunca quis te magoar, eu gosto de você...

-- Chega, Any! Não me vem com esse papo que sou especial, que quer minha amizade e blá blá blá, não amo você como amiga, o contrário de você, então me deixe em paz e corra atrás de Dulce, é isso que você sempre quis.

Angelique abriu a porta do quarto esperando que Anahi se retirasse, bateu a porta com força encerrando o equívoco de ter acreditado poder fazer Anahi esquecer Dulce.

O dia seguinte, de ressaca para a maioria das Gama-Tau, foi também o início do julgamento de Michelle e das demais integrantes da Lesbos. A imprensa nacional em peso estava à porta do tribunal, a cidade parou para acompanhar a cobertura do evento. Na plateia, familiares das vítimas da Lesbos expunham sua sede de justiça, motivados ainda mais com os manifestos de amigos e outras pessoas solidárias com as vítimas da sociedade secreta.

A entrada de Michelle no tribunal, cercada de policiais, foi tumultuada. Em meio a gritos de “assassina”, a líder da Lesbos entrou no prédio envolvendo seu rosto numa echarpe de seda com grandes óculos de sol. Com um atraso de uma hora, a sessão foi iniciada.

Os depoimentos foram conclusivos, a promotoria exibiu vídeos, fotos, exames, todos incriminavam as componentes da Lesbos, especialmente Michelle, que teve sua culpa maximizada com o rol de provas que Charles, seu antigo segurança entregou ao FBI. A estratégia de defesa foi declarar que Michelle era mentalmente incapaz de julgar o certo do errado, alegando-se então insanidade. A mesma defesa não pode ser usada para as demais componentes, os advogados alegaram lavagem cerebral induzida pelos rituais secretos da sociedade, portanto todas as rés sofreram uma perda temporária da sanidade, agravada pelo uso de drogas, e assim não poderiam ser culpadas dos atos praticados.

A promotoria combateu facilmente tais argumentos, trazendo a contestação dos diagnósticos psiquiátricos com a opinião de outros profissionais da área. Michelle, muito bem instruída pelos seus advogados, simulou sem dificuldades um comportamento insano, não dizendo coisa com coisa, deixando o promotor irritado e o júri confuso.

O depoimento e a acareação entre Dulce e Michelle foram fundamentais. A ardilosa líder da Lesbos perdeu o controle quando a ruiva deu detalhes da chantagem que sofrera. Já abalada pelas acusações que Dulce lhe impetrara, Michelle saiu do seu personagem quando Sandra no seu depoimento narrou como deixou sua marca no rosto, e o promotor lhe obrigara a tirar o lenço, expondo a cicatriz que mesmo a custa de avançadas cirurgias plásticas não escondera.