Fanfic: Desejo Incontrolável - Adaptada AyA TERMINADA | Tema: Anahí y Alfonso

—E este aqui — ela anunciou para os que a ouviam, — nem tem tempo, na sua vida ocupada, para responder aos recados da mãe! Tenho de falar com a sua governante.

Anahí estava se aproximando dele pela direita. Ela estava pálida e demonstrava ansiedade. Ela não imaginava o que estava para acontecer.

—Deixei recados na secretária eletrônica — sua mãe continuava a explicar. — Tive de telefonar aos amigos dele, para descobrir onde ele iria estar esta noite!

Alfonso sorriu e desejou saber quem fora o amigo que o metera naquela enrascada.

Anahí estava agora a poucos passos deles. Ao seu lado, Stefan Kranst sorria, mostrando o lábio ferido. Era hora de decisão, Alfonso ponderou. Ou a apresentava à mãe e se arriscava a ofendê-la por falta de decoro social, ou ignorava Anahí, fazendo com que ela se ofendesse. Uma escolha difícil.

Alguém se aproximou pelo lado esquerdo, desviando a atenção de sua mãe. Isabella sorriu satisfeita.

—Ah, Louisa! — ela exclamou. — Hei-la! Bonita como sempre. Estava justamente dizendo a todos como tive de lhe telefonar para descobrir onde o meu próprio filho poderia ser encontrado nesta noite.

Tinha sido Louisa, Alfonso pensou, com raiva. Saber disso fez com que ele se decidisse. Ninguém tinha o direito de manipulá-lo, nem à sua vida. E talvez fosse tempo de ambas ficarem sabendo disso!

Louisa estava sendo recebida com os beijos usuais, quando Alfonso deslocou-se um pouco para poder ser visto por Anahí. Notou incerteza em seus olhos, já que ela devia ter percebido quem era o centro das atenções. Alfonso sentiu um calor no coração. Ela era tão bonita, tão sua mulher, não importava quais segredos ela escondesse. Estendeu o braço em um convite silencioso para que ela se juntasse a ele.

Com um ar de alívio no rosto, ela deu os poucos passos para se colocar sob os braços protetores de Alfonso e integrar o circulo sorridente de pessoas.

Esguia, finamente vestida em crepe preto fusco, os cabelos escuros sedosos emoldurando a bela face, Isabella Herrera estava acabando de se soltar do abraço de Louisa, quando percebeu a chegada de Anahí. Sua expressão tornou-se fria.

—Mãe — Alfonso disse, com uma postura formal. — Gostaria de lhe apresentar...

Como se ele não lhe houvesse dito nada, e nem Anahí estivesse lá, Isabella Herrera simplesmente lhe voltou as costas. Pairou um silêncio profundo entre todos.

Fora um ato tão claramente deliberado que Anahí só pôde ficar ali plantada, os olhos baixos procurando dissimular a profunda humilhação, enquanto Alfonso mantinha-se como um pilar de granito.

Quantas pessoas haviam testemunhado o que havia acontecido, Anahí não sabia. Mas não era necessária uma audiência daquela para ela saber que o momento chegara.

Depois que o momento de tensão se desfez, ela sentiu o toque gentil de Stefan.

—O que aconteceu foi imperdoável — ele disse perplexo.

Ela começou a tremer, e o pintor olhou sombriamente para Alfonso que não movia nem um músculo sequer. Stefan murmurou para ela:

—Vamos para o escritório de Rosetta...

—Não! — Alfonso exclamou, saindo do seu estado de perplexidade. — Nós vamos embora — ele anunciou.

Anahí sentiu sua mão pressionar-lhe o ombro.

—Vou com vocês — Stefan declarou, ainda segurando o braço de Anahí. — Não pretendo...

Novamente Alfonso o interrompeu.

—Apreciamos o seu interesse, mas isso não lhe diz respeito.

—Tudo me diz respeito quando insultam Anahí — Stefan respondeu, com raiva.

—Foi a minha mãe quem a insultou — Alfonso declarou friamente.

—Desculpem-me — Anahí sussurrou, livrando-se de ambos. Ela precisava sair dali imediatamente. Lutando com as lágrimas, com o sentimento de humilhação e procurando manter a cabeça erguida, ela se dirigiu rapidamente para a escada. Se houvesse olhado para trás, perceberia que a mãe de Alfonso já estava sentindo o desconforto do arrependimento.

Isabella estava tocando o braço do filho, para lhe chamar a atenção. Mas Alfonso, sem ao menos olhá-la, correu atrás de Anahí. Prendeu-a pela cintura e a atraiu para si. Juntos começaram a descer os degraus. Na pressa, Anahí perdeu o equilíbrio sobre os saltos altos, e Alfonso a segurou.

Chegaram à porta de vidro no mesmo instante em que o porteiro a abriu. Não perceberam que a porta estava sendo aberta para alguém que acabara de chegar. Houve um encontro de corpos.

—Scuze signor... signorina — disse uma voz profunda e modulada. Automaticamente, ambos olharam para quem se desculpara. Anahí se deparou com um estranho que a olhava e qualquer tentativa de falar foi totalmente sufocada naquele momento de espanto.

Um homem de cabelos grisalhos, olhos cinzentos com reflexos esverdeados, tão alto quanto Alfonso, porém mais magro, era um homem no outono da vida.

Anahí sabia exatamente quem ele era, e o pior, ele sabia que ela o conhecia.

— Madona mia — ele sussurrou em visível consternação. —Anastasia.

Anastasia... Era muito para uma só noite! Ela se encolheu para encontrar abrigo nos braços de Alfonso.