Fanfic: Desejo Incontrolável - Adaptada AyA TERMINADA | Tema: Anahí y Alfonso

—Por favor, atenda o signor Gabrielli por mim — ela lhe pediu, dirigindo-se para o quarto principal.

No mesmo instante em que ela estava se confrontando com Anton, Alfonso estava se confrontando com o seu pai na biblioteca da casa da família. Havia ali coleções de livros valiosos. A casa, em si, era um tesouro nacional. E, lá fora, estendia-se um vale inteiro coberto de vinhas que produziam o famoso vinho Herrera, em uma liderança secular.

—Preciso da ajuda de vocês — Alfonso estava dizendo, com uma expressão fechada. — Não pretendo me indispor com os meus próprios pais, mas não espero que me pressionem a nada. — Era tanto um desafio como uma advertência.

—Está esperando que eu me indisponha com sua mãe nessa situação? — o senhor de meia-idade perguntou, dando uma risada irônica. — Sinto muito, Alfonso, mas estou muito doente e tenho juízo suficiente para não aceitar essa incumbência.

No entanto, ele não parecia tão doente quanto Alfonso imaginara encontrá-lo.

—O senhor está com melhor aparência — ele observou.

—Obrigado por notar — o homem respondeu.

Na altura, aparência, e em outros aspectos físicos, Alfonso se parecia muito com o pai. Entretanto, alguns meses atrás, um vírus havia enfraquecido a vitalidade de Federico Herrera. Quando os médicos conseguiram estabilizar sua situação, ele já havia perdido metade do peso, sofrera complicações sérias em um pulmão, com conseqüências no coração, fígado e rins.

—Novas drogas — o homem disse com um tom de desprezo sempre que mencionava os medicamentos que o mantinham vivo.

—Quem é essa mulher a quem sua mãe tem tanta aversão a ponto de destratá-la em público?

—O senhor sabe quem ela é — ele disse, com um suspiro impaciente. — Está vivendo comigo faz um ano.

—Está querendo dizer que ainda está com a mesma mulher?

Federico fingiu estar surpreso, mas não enganou Alfonso que, assim mesmo, sorriu. — Não é à toa que sua mãe está em pânico.

—Não é para tanto.

—Vou repetir a pergunta. Quem é ela? — o pai perguntou com audível ênfase no quem.

Enfiando a mão no bolso interno do paletó, Alfonso retirou uma fotografia, tirada no casamento do seu melhor amigo. Depositou-a sobre a escrivaninha na frente do pai. Federico pegou-a e a estudou.

—O seu bom gosto nunca foi posto em dúvida — ele disse, com ironia.

—Mas? — Alfonso o interrogou

—Posso não ter participado de muitos eventos sociais nesse último ano, mas vi a pintura — Federico disse. — Ela tem um corpo lindo e olhos tristes.

Alfonso nada disse, apesar de que poderia ter se aproveitado daquele momento para contar a verdade. Talvez não fizesse diferença...

Anahí estava certa, ele percebeu. Quem olhasse para a mãe nua estaria vendo a filha nua, por isso não importava o que se contasse para as pessoas.

Alfonso tinha o direito de escolher o próprio futuro, e Anahí tinha o direito de ser aceita como sua esposa. Se seus pais não quisessem aceitar, então...

Então o quê, ele se perguntou.

—Bom para se distrair, bom para se aproveitar... — seu pai murmurou. — Mas, só isso, Alfonso.

Alfonso pegou a foto e a colocou de volta no bolso.

—É a sua palavra final?

Seu pai lhe lançou um olhar severo, e se levantou para sair. Antes porém perguntou:

—Ela está grávida?

Algo interessante, Alfonso ponderou cinicamente e sorriu com tristeza. Uma criança Herrera concebida fora do casamento...

—Não — respondeu simplesmente e acrescentou: — Mas não é difícil que isso aconteça.