Fanfic: Prazer Total - Adaptada Anahí y Alfonso TERMINADA | Tema: AyA

Na tarde seguinte, Anahí rompeu com a regra. De­safinada como sempre, entoou uma versão sofrível de "Cant help loving that man" enquanto deixava a água quente escorrer pelo corpo. Ela não podia se conter. Os banhos eram feitos para se cantar. De qualquer manei­ra, Alfonso não havia saído da biblioteca, nem mesmo para desfrutar da ridícula opulência da suíte que tinha pelo menos três vezes o tamanho da sua casa, que dirá para ouvi-la cantar debaixo do chuveiro.

Da última vez que o vira, ele estava usando calça comprida caqui, camiseta simples e nada nos pés!

Foi isso, na verdade, o que a acabou impulsionando a ganhar as ruas de Londres, e não a sugestão de Alfonso de usar o seu carro e o seu motorista. Ela não havia ido atrás de atrações turísticas ou de grandes lojas. Tudo o que queria era fugir daqueles pés.

Anahí fechou os olhos e se deteve no meio da música, com a água escorrendo sobre a sua pele desnuda, quen­te como a excitação que tomava conta dela. Ela achava que já tinha visto tudo o que aquele homem tinha de atraente, mas nunca o havia visto de pés descalços. Longos e estreitos, de ossos fortes, com alguns leves fios de pêlo negro em seus dedos e um peito do pé.

Oh, Anahí Portilla. A coisa vai mesmo de mal a pior. Você agora está suspirando pelos pés dele!

Ela quase deixou a xícara de porcelana chinesa cair quando o viu sair do quarto pela manhã, de cabelo mo­lhado e ainda cheirando a xampu. Desviou o olhar para disfarçar e não o viu mais depois disso.

Quando ela voltou para a suíte, uma hora mais tar­de, ele já havia fechado a porta da maldita biblioteca. Ela decidiu então começar a se arrumar. Ela sabia que aquele evento era muito importante para ele, e aparecer mal acompanhado seria um verdadeiro desastre.

Abriu ainda mais o jato d`água, desejando que ele levasse consigo os pensamentos sombrios que começa­ram a se infiltrar em sua mente.

Desde que havia assumido a sua nova função junto a Alfonso, as lembranças de Michael Montgomery, outro homem poderoso e influente em sua vida, insistiam em vir à tona. O fato de ela já ter cedido uma vez aos en­cantos de um sedutor bem-humorado e cheio de estilo não era nada de que ela devesse se envergonhar, dizia Anahí a si mesma, enquanto se maquiava.

Sua fraqueza, porém, a havia deixado no meio de um fogo cruzado, tendo sido forçada a fugir e deixar a sua casa. Tudo porque cedera à atração que sentia por um homem que, ironicamente, se assemelhava muito a Alfonso Herrera. Seu pai, homem muito sábio, certa vez lhe dissera que o verdadeiro idiota era aquele que não aprendia com seus próprios erros, e ela não era ne­nhuma idiota. Era?

Anahí tinha apenas 24 anos quando se envolveu com aquele homem. Era ainda muito jovem e ingénua. Hoje, com quase 29, já havia se desembaraçado do seu pas­sado. Nutria uma louca paixão por Alfonso Herrera, é verdade, do tamanho do seu próprio império, mas ela era humana, e acima de tudo, mulher!

Agora, porém, estava com ele em Londres, dividin­do uma suíte e prestes a entrar num vestido sensual do tipo que ela já não usava há quatro anos. Eles com cer­teza dançariam juntos no baile.

Oh, meu Deus, quanto uma garota podia aguentar antes de fazer alguma coisa realmente idiota?

Maquiagem e cabelos prontos, ela passou um hidratante de perfume agradável sobre a pele, vestiu uma calcinha minúscula e abriu a porta do armário para em­purrar o terninho azul-marinho para o lado.

Ele não havia lhe dado tempo para comprar algo novo, pensou ela, enquanto tocava no seu vestido ver­melho de seda. Ela só o havia usado uma única vez, portanto, não fazia sentido gastar dinheiro comprando outra coisa. Além do mais... Ah, chega de tanta raciona­lização! Ela adorava aquela roupa e pronto!

Esta noite, ela ia se deleitar naquele vestido de deco­te pronunciado que deixava suas costas à mostra, pra­ticamente até abaixo da cintura, e saia esvoaçante, que brilhava como fogo líquido quando ela caminhava.

Anahí estendeu a mão na direção do cabide, um pouco triste por ter de cobrir o lindo vestido com uma simples pashmina preta e caminhar com passos curtos para não mostrar muito as suas pernas. Afinal, ela não podia chamar muita atenção sobre si. Tinha que se lembra que homens poderosos, controladores e sexies, con sorrisos de derreter qualquer mulher e corpos de dar inveja.

Ele deu um passo para trás e não fez nenhum esforço para disfarçar a olhada que lhe deu de cima a baixo.

— Oh, não — disse ele com a voz engasgada, como naquela manhã, no banheiro, e com os mesmos olhos escurecidos e famintos. — Não me incomodo de jeito nenhum.

Alfonso se inclinou na sua direção, chegando perigo­samente perto dela e sussurrou:

— Você definitivamente sabe se esconder.

Ela conseguiu sorrir de leve.

— Não exatamente.

Oh, céus! Pelo jeito, seus problemas estavam apenas começando.