Fanfic: Prazer Total - Adaptada Anahí y Alfonso TERMINADA | Tema: AyA

A limusine desacelerou ao se aproximar do hotel e ele lhe deu um momento para ajeitar o cabelo. John abriu a porta para ela e Alfonso a observou sair gracio­samente do carro com aquele vestido vermelho sexy aderindo a cada uma daquelas curvas que ele estava louco para explorar com as mãos e a boca.

Ele pigarreou e tentou se controlar enquanto se en­caminhava com ela até o elevador. Quando as portas se abriram, ele se voltou para ela.

— Anahí — disse ele, segurando sua mão. — Você sabe que eu a quero, mas é você que decide. — Ele resistiu à urgência de beijá-la e prosseguiu. — Se isso significar que nós vamos acabar a noite juntos na cama, bem... — Ele sorriu e tocou o seu maxilar com a outra mão — Ótimo. Mas...

Se aquilo significava dar-lhe um beijo casto de boa-noite e preservar a melhor assistente que ele já teve, estava tudo bem também. Não tão bem, mas enfim... Ele sabia manter um compromisso.

As portas se abriram. Eles seguiram pelo corredor até a suíte, em silêncio. Chegando lá, Alfonso tirou o cartão magnético e abriu a porta. O quatro estava às es­curas. O único som que se ouvia era o da batida ansiosa de seu coração, esperando pela resposta de Anahí.

Eles permaneceram de pé em meio às sombras, a pou­cos centímetros de distância. Ela não havia dito nada desde que tinham saído da limusine, e ele sabia muito bem que a próxima palavra selaria o seu destino.

Anahí se virou para ele, passou os braços pelos seus ombros e os fechou em torno do seu pescoço. Ele con­teve um sorriso de vitória, mas baixou a cabeça, pronto para o beijo que tanto estava esperando.

— Obrigada por me levar à festa mais encantadora da minha vida. — Ela ficou na ponta dos pés, beijou o seu rosto e então se afastou. — Boa noite.

Alfonso mal a viu desaparecer para dentro do seu quar­to, mas ouviu, no silêncio, a sua porta se fechar. Ele per­maneceu ali, no escuro, durante algum tempo, batendo com o cartão contra a mão. O cartão que ela certamente não havia se dado conta de que abria todas as portas da suíte, inclusive a dela. Com um leve suspiro, ele balan­çou a cabeça enquanto a decepção finalmente enviava as más notícias para a parte de baixo de seu corpo.

Ela havia dito não.

Ele tirou a casaca, jogou-a sobre uma cadeira e foi até o bar. Tomou um bom gole de conhaque enquanto afrouxava a gravata e abria os primeiros botões de sua camisa. Deixou-se cair então sobre uma cadeira con­fortável, inalando os sons e cheiros da avenida, dois andares abaixo. Que ironia! Ele estava em Londres, na sua suíte favorita, com uma mulher deslumbrante se despindo no quarto ao lado e ia dormir sozinho.

Por que ele não tinha pensado melhor antes de fa­zer aquele convite impulsivo? Ora, porque ele não via outra coisa na sua frente a não ser um par de pernas deslumbrantes sobre saltos altos, ao som de uma voz desafinada, desde aquele dia fatídico!

Ele tomou mais um gole e sentiu sua garganta arder. Droga! Tudo nele ardia. Ele a queria de verdade.

Mas ela...

Uma pergunta, porém, não havia sido respondida. O que Anahí realmente queria? Uma promoção? Um na­morado? Um marido? Diversão apenas?

Ela não falava muito sobre si mesma. Perguntava muito sobre os negócios, fazia-se indispensável, depois o exci­tava e distraía... Mas qual era a sua intenção nisso tudo?

Foi então que ele apertou os olhos e deixou que um terrível pensamento turvasse a sua mente.

E se Anahí estivesse justamente atrás de informações?

O vazamento de informações havia começado há cerca de três ou quatro meses, exatamente na época de sua promoção.

Um frio gelado percorreu as suas veias há pouco inflamadas de desejo.

Será que Anahí era a espiã?

As evidências, ainda que circunstanciais, começa­ram a passar como flashes por sua cabeça. Ela sabia de todos os contratos fechados nos últimos meses. Tinha livre acesso ao escritório, e havia permanecido muito tempo lá sozinha!

As únicas pessoas que sabiam que eles estavam indo a Londres eram as da companhia aérea, talvez alguém do Departamento de Viagens da Herrera... e Anahí. Ela havia agido como se nunca tivesse ouvi­do falar em Jordan e Emilio, no elevador, o que era praticamente impossível para alguém que trabalhava naquele ramo.

O impacto daquela conclusão o tomou de assalto.

Ela sabia os nomes de todos os seus concorrentes. Frequentemente conduzia a conversa para assuntos de trabalho. Parecia sempre muito interessada nos negó­cios e um pouco nervosa quando estava com ele.

Ontem mesmo, no avião, ela o havia feito abrir os arquivos, forçando-o a tratar dos mínimos detalhes. E o que foi que ela fez quando eles chegaram a Londres? Enviou tudo por e-mail! Ela disse que estava enviando os e-mails para ele, mas quem podia garantir que ela não estava mandando uma cópia para Jefferies?

Meu Deus! Ele quase quebrou o copo de cristal em suas mãos ao reviver a última hora que eles haviam passado juntos. O que é que ela havia feito assim que ele começou a falar da sua suspeita de que havia um espião na companhia?

A boa e velha arma da sedução! Ela o havia deixado de queixo caído, com a respiração ofegante, babando por ela, completamente esquecido dos espiões e dos negócios.

O que é que ela estava pensando? Num movimento rápido e ágil, ele pousou o copo sobre a mesa e pegou o cartão que havia deixado lá.

"O que é que você acha que eu estou fazendo, sr. Herrera?".

Ele ainda podia ouvir a sua voz sedutora, sentir a pres­são do seu beijo e a respiração suave de... uma traidora.

Ao passar o cartão na fenda da porta de Anahí, seu coração quase saiu pela boca. Alfonso se deteve. E se estivesse enganado?

Sem fazer barulho, ele girou a maçaneta, abriu a por­ta e divisou as formas sensuais de Anahí sobre a cama, em meio às sombras, mal cobertas pelos lençóis, e a ouviu sussurrar.