Fanfic: Prazer Total - Adaptada Anahí y Alfonso TERMINADA | Tema: AyA

— Você pode aceitar todas as reservas. Nós não va­mos mais fazer a festa aqui. Vai ser no Adam`s Estate.

Brittany cruzou os braços, boquiaberta.

— Adam me convenceu.

— É mesmo? Ou será que essa foi mais uma daque­las suas decisões sem consultar ninguém?

Ele deu de ombros.

— Esta festa vai ser um momento crítico para to­dos nós, um verdadeiro exercício de Relações Públicas. — Ele se deteve e olhou para Anahí, como se não esti­vesse muito certo de que queria que ela ouvisse aquilo.

— Portanto nós vamos fazer lá.

Brittany apertou os olhos e Anahí foi naturalmente esquecida, mas Alfonso não notou nada, porque nunca ouvia uma segunda opinião depois que tomava uma decisão.

Assim como Michael Montgomery, pensou ela, o que a fez lembrar do motivo pelo qual ela havia ido até o restaurante, afinal.

— Vamos tratar disso em particular, Britt. Você pode­ria fazer o nosso pedido para que possamos conversar?

— É claro. Bom apetite — disse ela friamente. — E bom namoro.

Anahí se empertigou.

— Isso não é um encontro, mas eu tenho certeza de que nós vamos desfrutar muito do seu adorável restau­rante.

Brittany ergueu as sobrancelhas ao olhar para Alfonso

— Com certeza — disse ela, deixando a mesa sem mais uma palavra.

Num movimento rápido, Alfonso puxou a cortina promovendo uma inquietante intimidade.

— Como assim, não é um encontro? — perguntou ele.

Por um momento ela achou que ele ia pontuar a per­gunta com um beijo, para provar o contrário.

— Nós precisamos conversar — disse ela, ajeitando seus ombros ainda mais. — E, por favor, não me inter­rompa.

Ele só ergueu uma sobrancelha em silêncio.

— Eu pensei muito antes de resolver falar com você — começou ela. Desde... Sábado. Desde Londres. Des­de que nós só beijamos, mas ela não precisava dizer isso. Aquele pensamento já estava reverberando o tem­po todo naquele pequeno espaço. — Acho que aquilo que aconteceu foi... — Incrível, provocador, tentador.

— Não foi uma boa ideia.

Ele estava tão intensamente focado nela que Anahí pôde sentir o olhar dele tocar a sua pele.

— Eu gosto do meu trabalho. Eu na verdade adoro o meu trabalho. E eu gostaria de mantê-lo. Por isso... Eu queria esquecer o que aconteceu. Eu gostaria de continuar sendo sua amiga, é claro. Mas você é o meu chefe e eu trabalho para você, e qualquer coisa além disso está fora de questão.

Ela fez uma pausa suficientemente longa para que ele pudesse responder. Mas ele continuou apenas olhando diretamente para ela. Até seu olhar baixar para a sua boca quase tirando o seu fôlego.

— Você não concorda comigo? — perguntou ela finalmente.

— Não. — Ele baixou a cabeça deixando que a pa­lavra quase se perdesse em meio ao seu movimento e a beijou, inclinando-se sobre ela, que quase caiu para trás. Sua língua forçou seus lábios a se abrirem enquan­to ele a enlaçava e a puxava para perto do seu peito, com o coração batendo enquanto se apossava completamente de sua boca.

Finalmente ele a soltou.

— Eu não concordo — disse ele com um sorriso provocador pouco antes de beijá-a novamente mais gentilmente de boca fechada e olhos abertos. — Não concordo de maneira alguma.

— Não torne as coisas mais difíceis para mim — sussurrou ela. — Você sabe muito bem que eu gosto de beijá-lo. Você sabe que eu me sinto atraída por você, mas eu não quero perder o meu emprego.

Ele se afastou um pouco, com o olhar já sem aquele ar de diversão de antes.

— E por que este emprego é tão importante para você?

— Porque é o meu sustento.

— Essa é a única razão?

Ela franziu as sobrancelhas, confusa.

— Sim.

— Você não está envolvida com outro homem?

Ela balançou a cabeça, olhando-o com estranheza.

— Eu jamais o teria beijado em Londres se esse fos­se o caso.

— Quer dizer então que não há outro homem na sua vida?

Alfonso era um homem possessivo. Será que essa era a razão de ele estar insistindo naquela questão?

— Não — assegurou-lhe Anahí. — Não há ninguém há muito tempo.

— E você não tem nenhuma outra fonte de renda?

— É claro que não. Eu ganho a vida trabalhando para você.

— Eu entendo. — Ele pegou mais um sushi e sorriu para ela. — Mas não tenho de gostar dessa sua condi­ção, não é?

Ela suspirou aliviada.

— Fico feliz de você respeitar a minha preocupação. Eu sei muito bem que você é um homem que consegue tudo o que deseja.

Seus olhos faiscaram ao ouvir isso.

— Se fosse assim, eu teria conseguido o que que­ria de você aquela noite. Eu queria... — Ele fechou os olhos para se corrigir. — Eu quero você.

— Eu também o quis — admitiu ela, suavemente, resistindo à tentação de também colocar o verbo no presente —, mas quero mais o meu emprego.

Alfonso mordeu o sushi, estudando-a intensamente.

— Eu poderia ajudá-la a encontrar outro trabalho tão bom quanto esse.

Aquele comentário a deixou dividida. Por um lado, ela se sentiu lisonjeada por ver que ele realmente a de­sejava a ponto de tentar ajudá-la a transpor o obstáculo que os impedia de ficarem juntos, mas por outro, ela não queria correr o risco de vê-lo remexer no seu passado.

Ela havia conseguido entrar na Herrera através da ajuda de uma amiga de confiança, mas só Deus sabe o que poderia vir à tona se ela tivesse que enfrentar o mercado de trabalho.

— Você faria isso só para que nós pudéssemos dor­mir juntos?

— Eu lhe garanto que a última coisa que nos faríamos seria dormir — respondeu ele com um sorriso arrasador.

— Não — disse ela, balançando a cabeça com de­terminação. — Eu quero trabalhar para você. Eu quero ficar onde estou. Eu estou aprendendo muito.

— Aprendendo muito — repetiu ele lentamente, com uma clara expressão de decepção. — Bem, se você mudar de ideia.

— Você vai ser o primeiro a saber — assegurou-lhe ela. — Nesse meio tempo, é melhor mantermos a nossa atenção voltada para os negócios. — O sorriso de agora era forçado como se ele não estivesse gostando nada daquilo que estava ouvindo.

— Sim — disse ele secamente. — Para que você possa aprender mais.

A garçonete chegou com o jantar.

— Sabe — disse Anahí, iniciando uma conversa, de­pois que ela se foi —, eu estava tão ocupada hoje que me esqueci de checar a sua agenda antes de sair. O que você tem marcado para amanhã?

— Uma reunião logo cedo com a equipe que está tratando da compra daquela propriedade do norte de Miami.

— Eu não me lembro de ter agendado isso.

— E não agendou mesmo — disse ele. — Eu mesmo marquei a reunião.

— Então você só vai chegar lá pelas dez, é isso?

Ele olhou rapidamente para ela.

— Sim. Tempo suficiente para você tomar seu banho em paz.

Ela riu levemente, grata pelo seu humor. Ele podia gostar de estar no comando, mas também tinha outro lado. Um lado que era muito mais humano e terno do que Michael Montgomery. Um lado muito atraente.

Ele estendeu seu garfo com um pedaço de pato assado.

— Quer provar?

Aquilo não era inteiramente profissional, nem era um gesto meramente amigável, mas ela não pôde re­sistir. Aquela intimidade trouxe a sua essência femini­na novamente à tona, excitando-a da mesma maneira como seu beijo havia feito há pouco e ela sabia que ele tinha exata noção do que estava provocando em seu íntimo. E saber era poder, quando se tratava de Alfonso Herrera. Um poder que ele, sem dúvida, saberia usar criativamente.

Ela sabia que havia tomado a decisão certa, mas simplesmente não conseguia escapar da sensação de que acabara de deixar a sua vida ainda mais complicada.