Fanfic: Prazer Total - Adaptada Anahí y Alfonso TERMINADA | Tema: AyA

— A próxima seção diz respeito à partilha das ações da empresa, a Rede Herrera de Hotéis. O sr. Herrera decidiu dividi-la entre os seus seis filhos.

Alfonso se contraiu. Brittany piscou várias vezes. Ste­phen se inclinou para frente. Ele havia dito seis?

O advogado devia estar trabalhando muito ultima­mente.

— Nós somos apenas cinco, Brandon — corrigiu Alfonso, com um pequeno sorriso nos lábios. — Está vendo? — disse ele, com um meneio de cabeça na direção de seus irmãos. — Cinco.

Brandon olhou para Alfonso por um longo momento, sem dizer uma palavra.

— Cinco nesta sala — disse Brandon calculadamente —, mas seis ao todo.

O choque foi tamanho que ninguém conseguiu dizer mais uma única palavra. Alfonso franziu as sobrance­lhas, tentando processar o que ele havia dito.

O caos irrompeu quando Stephen bradou:

— Isso é ridículo!

Brittany deixou escapar um grito de surpresa e Brooke se ergueu para exigir uma explicação. De to­dos, porém, a mãe parecia a mais perturbada. Ela respi­rava com tanta dificuldade que parecia prestes a rosnar. Só Adam permanecia quieto, embora até ele tivesse es­tampada no rosto uma expressão de total descrença.

Brandon ergueu a mão, mas os presentes o ignoraram. O alarido aumentou. Uma onda de fúria e incredulidade se elevava a cada nova pergunta e reivindicação.

— Basta! — Alfonso ordenou, batendo fortemente na mesa com sua mão pesada. — Deixem-no terminar a leitura.

Brandon leu diretamente do documento.

— As ações da Rede Herrera de Hotéis serão divi­didas entre os meus seis — ele fez uma pausa e ergueu uma sobrancelha para enfatizar o que dizia — filhos. Stephen, Adam, Brooke, e Brittany receberão cada qual 15 porcento.

Alfonso sentiu um aperto no peito ao esperar que Brandon continuasse.

— Os 40 por cento restantes serão divididos igual­mente entre meu filho Alfonso e minha filha Cassie Sinclair, a quem também caberá o Herrera Grand Bahamas.

A cabeça de Alfonso latejava enquanto o tumulto to­mava novamente conta da sala.

— Cassie Sinclair é filha dele?

— A gerente do Bahamas vai virar a proprietária do hotel?

— E de 20 por cento da empresa?

— Ela não é filha...

Bonita Herrera ergueu-se lentamente, com o rosto pálido e as mãos trémulas. Seus filhos se calaram ime­diatamente e se voltaram na sua direção.

— Desgraçado! — disse ela, sem se dirigir a nin­guém em particular. — Traidor maldito. Estou feliz que ele tenha morrido.

Virou-se, então, e saiu da sala, fazendo um enorme esforço para não desmoronar ali mesmo. Uma enxur­rada de perguntas, acusações e exclamações raivosas tomou conta do ambiente.

Aquela sim, pensou Alfonso, com ironia, era uma típi­ca reunião dos Herrera.

Não era de estranhar que Brandon tivesse lhe lança­do aquele aviso silencioso. Assim como não era de se estranhar que seu pai tivesse se envolvido tão proxima­mente nas transações relativas à propriedade da família nas Bahamas.

— Quem poderia imaginar uma coisa dessas? — dis­se-lhe Stephen, num tom de voz baixo o suficiente para que só Alfonso pudesse ouvi-lo. — O velho tinha uma amante!

Alfonso fechou os olhos, desgostoso. Não porque seu pai havia tido um caso, tampouco pelo fato de seu pe­cado ter gerado um sexto filho, mas porque, por alguma razão que ele jamais saberia ou compreenderia, John Herrera havia decidido dividir o mundo de Alfonso em dois e dar a outra metade para uma gerente de hotel que morava em Nassau.

Ele puxou a cadeira e se ergueu, determinado a não permitir que aquela raiva contida o dominasse. Olhou diretamente para Brandon, ignorando o caos em torno deles.

— Nós vamos conversar, Brandon — disse Alfonso. — Mas não agora. Eu tenho uma empresa para dirigir.

— Você tem parte de uma empresa para dirigir — resmungou Brittany.

Ele se recusou a responder ao comentário. Pegou o seu PDA, fez um meneio de cabeça para Stephen e en­tão para o restante dos presentes.

— Divirtam-se, crianças.

Depois saiu, sem esperar por uma resposta, grato pelo fato de que, ao contrário dos outros, que teriam de viajar para os mais diversos lugares onde se encontra­vam as propriedades dos Herrera, ele só teria de seguir até o seu escritório, bem no final do corredor do 22° andar do arranha-céu da Brickell Avenue que abrigava os escritórios da Rede Herrera.

Aquele era o seu santuário particular, o lugar onde ele encontraria a necessária privacidade para esmurrar uma parede sem ter ninguém como testemunha.

Diria a Anahí para suspender todos os telefonemas e reuniões e se dedicaria a avaliar a situação e encon­trar uma solução. Aquela, afinal, era a sua função. Frio, calmo e calculista, Alfonso Herrera controlava todos os movimentos do império multimilionário de sua família, de modo que, com certeza, seria capaz de controlar o seu mau humor e talvez superar a insanidade cometida pelo seu pai.