Fanfic: Prazer Total - Adaptada Anahí y Alfonso TERMINADA | Tema: AyA

Impulsionado pela necessidade de tomar uma atitu­de e também pela vontade de vê-la novamente, inde­pendentemente do que encontraria pela frente, Alfonso chegou logo ao seu carro. Seguiu até o escritório, esta­cionou no subsolo e pegou o elevador em dois tempos, com o sangue já fervendo.

O que ele ia fazer? Despedi-la? E se ela já tivesse ido embora? O elevador parecia se arrastar ao longo dos 22 andares, enquanto ele se consumia de ansiedade.

O suave som do elevador ecoou no corredor vazio. A sua esquerda, as portas de vidro da Rede Herrera esta­vam fechadas e trancadas. A área da recepção, banhada nas sombras formadas pela luz do letreiro com a marca Herrera lá fora.

Ele tinha uma chave, é claro, e a girou silenciosa­mente para então trancar a porta novamente após entrar. Esperou por um momento ao lado da mesa de Sheila. Ele não ouviu nada.

Será que ela já tinha ido embora? Uma decepção to­mou conta de seu ânimo enquanto caminhava em dire­ção a sua sala.

A mesa de Anahí estava vazia, o seu computador des­ligado. Mas o arquivo com as informações para as pla­nilhas estava bem em cima de sua mesa. Curioso, ele o abriu. Estava intocado. Ela ainda não havia feito nada? Em duas horas? Será que ela havia passado o tempo todo fuçando o seu computador? A porta de sua sala es­tava fechada. Ele se deteve, sem saber se deveria usar a chave ou girar a maçaneta. A última opção poderia cha­mar a atenção e ela poderia fechar a tela rapidamente. Mas os seus movimentos poderiam ser seguidos pelo novo programa.

Alfonso girou a maçaneta, mas a porta estava tranca­da. Ele, então, sacou de sua chave e, num gesto teatral, destrancou a porta e a empurrou.

A sala estava vazia. Um logo da Herrera dançava na tela de descanso do seu computador. Isso significa­va que o computador estava hibernando há pelo menos meia hora.

Ele caminhou em direção à sua mesa e então ouviu.

Uma cantoria alta, aguda e desafinada.

Audrey Hepburn devia estar se revirando no túmulo com a interpretação de Anahí, mas Alfonso Herrera sim­plesmente congelou e imaginou a mulher que ele dese­java... Molhada, nua e cantando debaixo do chuveiro.

Se ela fosse uma espiã, ele a demitiria, mas se não fosse...

Ele se juntaria a ela.

Com dois passos, ele alcançou o seu teclado e digi­tou a senha do maldito programa.

Ela entoou uma nota muito aguda. Chegava a doer nos ouvidos.

Ele acessou mais algumas opções e lá estava o re­sultado.

Ele piscou diversas vezes e se aproximou um pou­co mais do computador para ter certeza de que estava enxergando bem. Anahí Portilla ainda não havia sequer tocado no seu computador apesar de ter tido mais de duas horas para acessar importantes informações sobre mais de uma dezena de propriedades.

Ela não era a espiã.

Um sorriso satisfeito foi se desenhando lentamente no rosto de Alfonso. Estava tão feliz que poderia beijá-la.

Ele foi até a porta do banheiro, colocou a sua mão na maçaneta e decidiu que era exatamente isso o que ia fazer. E tudo o mais que ela permitisse.

Anahí esticou os braços até seus dedos alcançarem cada lado das paredes deslizantes de mármore. As das duchas enviavam jatos de água quente nas suas costas e no seu peito dando-lhe a deliciosa sensação de estar suspensa entre as quedas-d`água. Ela jogou a cabeça para trás deixando o cabelo cair sobre as costas e ata­cou a nota final com um floreio que ela nunca havia alcançado antes.

O lento e ritmado aplauso do outro lado da porta de vidro temperado atingiu-a com a mesma força da água.

Arfando, ela girou o registro que comandava as duas duchas.

— Por favor, não pare por minha causa.

Oh, meu Deus! Era Alfonso! A adrenalina fez todo o seu corpo tremer. Ele não podia vê-la através do vidro embaçado, mas mesmo assim ela cobriu os seios au­tomaticamente. Respirando profundamente, ela fez o melhor que pôde para falar num tom de voz normal.

— Você disse que eu poderia usar a ducha sempre que quisesse.

— Disse e mantenho a minha palavra. Pelo que vejo, você foi correr.

Ela se lembrou do short e da camiseta jogados no chão do banheiro.

— S-sim — Foi tudo o que ela conseguiu dizer.

De repente uma toalha felpuda caiu sobre a porta do chuveiro.

-— Tome.

Anahí olhou para o seu corpo, a pele rosada por causa do calor da água ainda pingando de seus seios até entre suas pernas.

Ela tremia, apesar do vapor.

Ele estava lá. Alfonso. Do outro lado daquele vidro. Tudo o que ela tinha que fazer era... Convidá-lo a entrar e tomar tudo o que ele quisesse e que ela estava deses­perada para compartilhar com ele.

— Está tudo bem, Anahí?

Ela estendeu a mão até a porta de vidro e a tocou com a ponta do dedo. Aquilo era tudo o que separava o seu corpo nu e desejante do dele. Uma fina camada de vidro embaçado.

— Por que foi que você voltou? — perguntou ela, finalmente.

Ela traçou um pequeno quadrado no vidro para po­der vê-lo.

— Eu queria... Ver como você estava.

Sua voz estava baixa e sedutora e tão perto. Ele de­via estar a poucos centímetros da porta.