Fanfic: Prazer Total - Adaptada Anahí y Alfonso TERMINADA | Tema: AyA

Alfonso ignorou o sorriso provocante de Sheila, a re­cepcionista do andar, e seguiu direto até o seu escritó­rio, resistindo à urgência de arrancar a gravata e uivar de fúria. A temperatura de seu sangue se elevava à me­dida que ele se aproximava do lugar em que poderia ficar sozinho.

Estava esperando ver a sua assistente ao dobrar o corredor, guardando o seu mundo com a costumeira eficiência que já vinha demonstrando há alguns meses, desde que ele a havia promovido do Departamento de Recursos Humanos, mas a mesa de Anahí estava vazia, embora o relógio já marcasse nove horas.

Será que tudo estava de cabeça para baixo esta manhã?

Inspirando profundamente, ele abriu a porta de sua sala e a fechou sem ceder à tentação de batê-la com força, xingando baixinho ao expirar.

Foi quando ele ouviu uma espécie de zumbido. Não era o som da impressora ou do motor do frigobar, mas algo que se parecia mais com um murmúrio estridente, um canto desafinado.

Ele se deteve por um instante e então se voltou para o lugar de onde partia aquele som, atrás da porta par­cialmente aberta do banheiro discretamente localizado num dos cantos de sua espaçosa sala.

Canto? Aquilo mais parecia uma soprano gritando aos quatro cantos que se sentia maravilhosa, algo que lembrava a letra de uma das músicas de Amor, sublime amor. Alfonso mal conseguia compreender as palavras com o som ensurdecedor do secador de cabelos em po­tência máxima.

Impulsionado pela curiosidade, e sem ter ainda re­cuperado o seu costumeiro autocontrole, ele continuou seguindo em direção ao som e ao vapor quente do banho que escapava pela porta aberta, espalhando um perfume de flores pelo espaço.

Ele se deteve no vão de 20 centímetros da porta do banheiro entreaberta, inclinou-se para olhar lá dentro e se certificar de que não estava imaginando coisas quan­do viu...

Um par de pernas.

Não. Essa mera definição anatómica não lhes fazia justiça. Eram uma verdadeira obra de arte. Um par de pernas moldadas pelos deuses. Infinitas, desnudas, fir­mes, lisas, dignas de um show de strip tease, separadas por cerca de 30 centímetros, apoiadas em saltos de seis centímetros e coroadas por um traseiro feminino mal coberto por uma minúscula peça de seda.

Alfonso ficou boquiaberto, completamente maravi­lhado e levemente ensurdecido pelo barulho do jato do secador voltado para uma cascata de cabelo preto que pendia sobre o chão de mármore de seu banheiro par­ticular.

De repente, ela levantou a cabeça, deixando cair o cabelo ainda molhado sobre os ombros, para olhar-se no espelho, e dando-lhe a chance de entrever um sutiã de renda cor-de-rosa que mal cobria as doces curvas do seu colo.

— Oh, meu Deus! — exclamou ela, virando-se e tentando se cobrir com as mãos, sem, no entanto, con­seguir esconder muita coisa.

Alfonso baixou o olhar lentamente, admirando a sua cintura estreita, seus quadris arredondados e a delicada calcinha cor-de-rosa que recobria o vértice sedutor en­tre as adoráveis coxas.

Como é que a sua assistente havia conseguido es­conder aquilo tudo durante todo esse tempo debaixo daqueles terninhos azul-marinho e camisas imaculada­mente brancas?

— Anahí? — disse ele com a voz embargada, sentin­do um nó na garganta.

— O que é que o senhor está fazendo aqui?

A pergunta voltou-se imediatamente para ela, dei­xando seu rosto quase da mesma cor de sua roupa de baixo e seus olhos verdes arregalados de embaraço.

— O que eu estou fazendo aqui? — Ele não teve a intenção de sorrir, nem de continuar olhando fixamente para ela, mas não pôde evitar, afinal era de carne e osso. E ela era... Bem, ela era inacreditável. — Se eu não me engano, este ainda é o meu escritório.

Ela respirou fundo, indignada, o que não se mostrou muito útil para uma mulher vestida apenas de calcinha, sutiã e saltos altos.

— Eu quis dizer o que o senhor está fazendo aqui tão cedo. Não estava numa reunião com a sua família para a leitura do testamento de seu pai?

O testamento. Aquelas palavras caíram sobre a sua cabeça como se ele efetivamente tivesse entrado debai­xo da água que ainda caía do chuveiro atrás dela.

— Eu saí mais cedo.

Anahí lançou-lhe um olhar, implorando pela toalha que pendia perto dele. Ela queria se cobrir, mas ele que­ria respostas. E alguns poucos segundos a mais para decorar cada pequenino e adorável centímetro do seu corpo.

— Eu não estava esperando pelo senhor — justifi­cou-se, esforçando-se para recuperar o seu tom de voz profissional.

— Não me diga! — disse ele, sem conseguir conter a provocação. Aquele, sem dúvida, estava sendo um pequeno ponto de luz em meio a uma manhã completamente nebulosa.

— Eu fui correr — disse ela, olhando mais uma vez desesperadamente para a toalha. — Eu precisava de um banho rápido. Achei que o senhor ia ficar fora por mais algum tempo.

O olhar de Alfonso estava deslizando novamente pelo corpo de Anahí, junto com a sua capacidade de pensar em outra coisa que não fosse compreender como é que aquela assistente administrativa muitíssimo profissio­nal e reservada havia conseguido esconder-lhe um cor­po magnífico durante todo esse tempo.

E por quê? A maioria das mulheres com um corpo escultural daqueles com certeza usaria o mínimo de roupas possível.

— A reunião acabou mais cedo — disse ele calma­mente, demorando-se apenas um minuto a mais nos seus saltos altos. Ela os usava todos os dias?