Fanfic: Prazer Total - Adaptada Anahí y Alfonso TERMINADA | Tema: AyA

Se houver qualquer mancha no passado de Anahí Portilla, eu a demitirei imediatamente.

Aquelas palavras ecoaram nos ouvidos de Anahí du­rante toda amanhã. A vida seguia em frente em torno dela, mas ela estava com a cabeça longe.

Ela não tinha ideia do que havia feito com que Alfonso esboçasse tal comentário, mas aquilo não lhe deixava alternativa senão contar toda a verdade, antes que ele a descobrisse por conta própria.

Aquela opção, porém, tinha um senão, que fez todo o seu corpo doer. Ela o perderia definitivamente. Não que ela o possuísse agora. Mas ao fazer sexo com ele, havia experimentado algo de muito poderoso e real. Será que não passava de um sexo incrível? Ela ainda não sabia, mas queria ter a chance de descobrir.

Se ela contasse a Alfonso que o seu antigo namora­do havia usado a sua senha e acessado o computador do seu chefe para espionar arquivos secretos, e que ela havia assumido o cargo na Herrera sem mencionar o fato, ela nunca mais teria chance de fazer amor com ele novamente. Ela sabia muito bem que Alfonso colocava os negócios à frente dos sentimentos. Sempre.

Se ela não contasse, porém, todo o seu relaciona­mento seria construído com base numa mentira, e isso era tão ruim quanto perdê-lo.

Ou não?

O telefone tocou às llh30 e o som da voz de Me­gan pareceu música em seus ouvidos. Quando a ami­ga disse que teria mais uma entrevista em Miami para decidir sobre aquela oportunidade, Anahí não perdeu tempo.

— Por favor, almoce comigo — implorou ela. — Eu preciso conversar com você.

— Você está bem? — perguntou Megan preocu­pada.

Anahí fechou os olhos. Isso era muito relativo.

— Preciso conversar com alguém que possa me dar bons conselhos.

Você pode me encontrar no News Café daqui a uns 15 minutos? — perguntou Megan. Anahí já estava abrindo a gaveta para pegar a bolsa.

— Só vou pedir à recepcionista para atender as cha­madas e chego lá o mais rápido possível.

O restaurante estava lotado de turistas e nativos, mas Megan havia conseguido uma mesa bem na calcada da Ocean Drive. Ela estava tomando um chá gelado quan­do Anahí chegou.

Anahí contou toda a sua história, ou quase toda, antes mesmo de o garçom trazer a sua água.

— O que você acha que devo fazer? — perguntou ela a Megan, sem fôlego. — Acha que devo me anteci­par ao inevitável ou me arriscar?

— Você dormiu com ele, não foi?

Não adiantava mesmo tentar esconder alguma coisa de Megan.

— Eu não tinha a intenção de lhe contar essa parte.

— Por que não? Está estampado na sua cara. Você está simplesmente radiante — disse Megan. — É esse o seu dilema, não é? Agora você quer assegurar bem mais do apenas o seu emprego. Agora você quer asse­gurar o sexo também.

— Não é só sexo.

— Nunca é só sexo para as mulheres.

Megan disse aquilo como se fosse a voz da expe­riência e, como sempre acontecia, Anahí teve de conter a vontade de perguntar de que experiência, afinal se tra­tava. Aquilo certamente havia resultado no nascimento de Jade, mas o almoço improvisado certamente não era o momento ideal para trazer o assunto à tona.

— A questão é: devo contar a ele o que aconteceu comigo em Indiana? Isso também poderia lhe causar problemas, já que foi você quem me indicou.

— Eu não tenho medo dos Herrera — disse ela.

— E você também não deveria ter.

— Eu não tenho medo dele — disse Anahí. — Eu sou é louca por ele.

— Oh, Anahí — disse Megan, balançando a cabeça.

— Eu não preciso lhe explicar que tipo de homem ele é. Michael Montgomery era igualzinho. Controlador. Arrogante. Exigente.

— Alfonso não é nada disso. Michael Montgomery era um canalha, uma víbora.

— Ele é um Herrera, querida, o que significa que é todas essas coisas juntas.

— Megan, ele foi muito gentil e delicado comigo quando fizemos amor. Deixou que eu comandasse a si­tuação ou pelo menos me deixou à vontade para dizer não e ter certeza do que eu estava fazendo.

Megan apoiou os cotovelos na mesa.

— Tudo o que tenho a lhe dizer é: caia fora en­quanto é tempo! — Ao ver a expressão contrariada de Anahí, ela ainda acrescentou. — Você pediu a minha opinião.

— Tenho outra ideia. O que você acha de eu tentar descobrir quem é o verdadeiro criminoso e só então contar toda a verdade a Alfonso?

Megan recostou-se na cadeira enquanto o garçom servia os sanduíches. Depois que ele se afastou, ela disse:

— Está bem. Vamos supor que sim. Isso resolveria os seus problemas e alguns dos de Alfonso também, mas como você faria isso?

— Eu precisaria investigar um pouco, mas já tenho uma certa experiência por conta dos meus quatro anos no Departamento de Recursos Humanos.

— Você poderia pesquisar as ligações feitas para o escritório dos Jefferies, ou talvez descobrir quem, lá da empresa, já trabalhou para eles.

— Alfonso já deve ter feito tudo isso — disse Anahí mordendo o sanduíche. — Mas talvez eu consiga en­xergar alguma coisa que lhe escapou.

— Anahí, você não acha que ele deveria simplesmen­te acreditar em você? Quero dizer, se vocês realmente têm essa conexão de que você me falou.

— Num mundo perfeito, sim — concordou Anahí —, mas você há de convir que seria muito difícil para ele acreditar em mim se vier a saber do meu passado.

Megan ainda lhe contou um pouco mais sobre os seus planos de voltar a morar em Miami, mas a conver­sa acabou recaindo novamente sobre Alfonso.