Fanfic: Prazer Total - Adaptada Anahí y Alfonso TERMINADA | Tema: AyA

Por mais quente que a água estivesse, ainda assim, ela não conseguia enxaguar aquela sensação de déjà vu.

Anahí jogou a cabeça para trás, voltando o rosto diretamente para o jato d`água e apoiando-se na parede do boxe.

Ela já tinha passado por essa mesma angústia. Só que, desta vez, ela não havia vertido nenhuma lágrima.

Estava furiosa. Tudo o que via na sua frente era a expressão magoada e transtornada de Alfonso. Ela abriu ainda mais a água, para aumentar a pressão. Aquele se­ria o momento da última nota da canção, mas ela não tinha nenhuma música em seu coração no momento. Lá havia apenas mágoa e arrependimento.

— E agora? — perguntou Anahí a si mesma, saindo do chuveiro e se enfiando num robe. — Da última vez você saiu correndo apavorada. E dessa vez, para onde você vai?

Ela desembaçou o espelho do banheiro e viu sua ex­pressão de vítima no espelho.

— Não. Essa é uma palavra muito ruim, Anahí Portilla. Muito, muito ruim. Não é hora de fazer comparações, nem de saber se Alfonso é ou não igual a Michael. Você é Anahí Portilla e é isso que importa. Por você vale a pena lutar.

Aquela conclusão lhe deu um novo ânimo. Por que ela tinha que deixar tudo tão barato assim? Ele estava completamente errado e ia descobrir assim que a próxi­ma informação vazasse.

Ela bem que poderia fazer uma aparição no night club onde ele ia tomar uns drinques com o irmão, para brindar o sucesso de ter pegado a espiã...

Sim, ela poderia ir direto até o grande e poderoso Alfonso Herrera e dar-lhe uma lição, ali, na frente de todos. A ideia era tão absurda que a fez rir pela primeira vez no dia.

Anahí foi até o seu armário, deixando a pequena fan­tasia criar asas. Se ela fosse mesmo fazer uma coisa dessas — se! — que roupa ela usaria?

Empurrou aquelas roupas sem corte que usava no trabalho para um canto. Não havia mais por que se esconder.

Foi então que ela encontrou o vestido vermelho que havia usado em Londres, e logo atrás dele... Oh!

Seus dedos se fecharam em torno das alças de um vestido de seda branco que lhe caía maravilhosamente bem e parecia fazer parte do seu corpo.

Nenhuma mulher podia se esconder naquele vestido. Ela, na verdade, ia saltar aos olhos de todos e chamar a atenção para si.

Uma mulher podia colocar um homem de joelhos com aquele vestido e depois fazê-lo sofrer ao ir embora e deixá-lo entregue à própria sorte.

Ela pousou o vestido sobre a cama e, como num pas­se de mágica, começou a entoar uma música.

Sentou-se então em sua penteadeira e pegou alguns estojos de maquiagem e cremes.

Ela estava farta de se esconder e de fugir. De rezar para que ninguém descobrisse o que havia acontecido em seu passado. Ela estava farta de se alimentar de fan­tasias. Ela estava farta de deixar que homens poderosos tirassem conclusões precipitadas a respeito dela, acabar com a sua vida e partir o seu coração.

Ao fechar a porta da frente e caminhar para o seu carro, seus saltos altos marcavam exatamente o com­passo da sua música predileta de Amor, sublime amor.

Sim, ela se sentia muito bonita. Bonita, forte e cora­josa. E inteligente. Inteligente demais para cometer o mesmo erro duas vezes.

O público estava ficando impacientes no Estate e ainda era meia-noite. O DJ havia incendiado os jovens. Pessoas bonitas estavam espalhadas pelos sofás estrate­gicamente localizados. Os balcões curvos em cada um dos cantos estavam entupidos de gente que bebia. As luzes do ambiente mudavam quase imperceptivelmente do rosa para o azul e para o branco e vermelho.

Alfonso se inclinou sobre a mesa que estava dividindo com Stephen. Havia apenas duas cervejas sobre ela e um PDA.

O celular não havia tocado, mas Alfonso se sentia ten­tado a fazer uma ligação.

De onde estava, Alfonso tinha uma visão privilegiada do ambiente, bem como da escada que levava ao andar mais baixo e privado em que ele estava.

— Você não disse nem cinco palavras desde que che­gamos — disse Stephen, cutucando o irmão. — Você precisa superar isso, cara.

Alfonso tomou um gole de cerveja e olhou para aquele misto de cores e cheiros, tentando parecer tranquilo.