Fanfic: Prazer Total - Adaptada Anahí y Alfonso TERMINADA | Tema: AyA

Ele ergueu o olhar lentamente, passando pelas suas pernas delgadas até chegar àquele triângulo de seda, prometendo a si mesmo que passaria a comprar artigos da Victoria Secret com mais frequência para presentear suas namoradas. Fixou o olhar no minúsculo umbigo e então se deteve nas taças de renda, por um tempo suficientemente longo para vê-las subir e descer numa respiração exasperada.

— Poderia me passar a toalha, por favor? ela pediu, com uma firmeza alimentada pela raiva.

Anahí estava zangada. Ele deveria lhe dar uma lição de profissionalismo e lembrá-la de que ela não podia transformar o seu escritório numa extensão de sua pró­pria casa. Ele podia tratá-la como a mera funcionária que era e repreendê-la por não estar em sua mesa no horário de trabalho, ou até mesmo adverti-la para que não fizesse mais suposições a respeito de sua agenda.

Tudo o que ele fez, porém, foi sorrir para ela e lhe estender a toalha.

— É um chuveiro maravilhoso, não é?

Ela arregalou os olhos, surpresa, enquanto pegava a mais que bem-vinda toalha de suas mãos e se enrolava nela, escondendo todas as suas curvas.

— É sim.

— Você deve ter adorado a hidromassagem das duas duchas.

Um sorriso malicioso se formou em sua boca en­quanto ela amarrava as pontas da toalha.

— Sim, elas são maravilhosas. As duas.

Ela se empertigou e ergueu o queixo, fazendo o me­lhor que podia para parecer a assistente competente que o havia impressionado desde a primeira entrevista, e quase conseguiu, não fosse pelas mechas de cabelo es­curo, caídas sobre os ombros, que ela costumava usar num coque apertado, e o fato de que a toalha mal cobria o que devia.

Ele pigarreou e fez um grande esforço para desviar o olhar.

— Anahí — disse ele, com uma voz firme.

— Sim?

Sua cabeça ainda estava latejando por conta da leitu­ra do testamento, com o acréscimo do ataque-surpresa aos seus hormônios. Mas isso não era razão para ele despejar todo o seu destempera sobre aquela jovem cujo único e verdadeiro crime era ter calculado mal o tempo. Ou calculado bem, dependendo do ponto de vista.

— Nem pense em deixar o seu emprego para se tor­nar cantora.

Um sorriso iluminou todo o seu rosto, transforman­do aquilo que poderiam ser feições normais em algo profundamente belo e estonteante.

— Não se preocupe, sr. Herrera.

Mas ele estava preocupado. Ele não apenas tinha deixado de perceber aquele seu corpo incrível, como também nunca havia percebido a sua pele clara e avelu­dada, nem a maneira como a ponta de sua língua desli­zava sobre seus lábios quando ela sorria, ou como seus olhos eram lindamente amendoados. Ele nunca havia notado aquela mulher adorável que estava o tempo todo bem debaixo do seu nariz.

É claro que ele estava preocupado. Preocupado com a possibilidade de estar ficando cego. Talvez ele esti­vesse apenas embrenhado demais nos negócios da fa­mília, a ponto de não perceber que havia uma mulher linda em seu escritório todos os dias.

Ele saiu, fechando a porta, para proporcionar a ela a privacidade necessária, parabenizando a si mesmo por ter conseguido recuperar o seu autocontrole e o seu foco. E a sua visão, é claro.

Ela era realmente muito bonita. Tinha um corpo diante do qual ele não hesitaria em cair de joelhos, mas isso não era importante. Aquilo que havia acabado de ocorrer não passava de um acontecimento fortuito do qual ela ia se arrepender e que ele iria esquecer em bre­ve. Anahí era uma excelente assistente e ele tinha um império para administrar, um testamento para contes­tar, um nome a zelar. Precisava do seu famoso autocon­trole e foco agora e mais do que nunca.

Mas, Deus sabe como seria difícil esquecer aquelas pernas.

Anahí diminuiu ainda mais a temperatura do ar con­dicionado, sabendo, no entanto, que nada ia conseguir arrefecer o calor do embaraço que a tomava desde a raiz dos cabelos até a ponta dos dedos do pé. Se é que aquele calor se devesse realmente ao embaraço. Sua pele chegava a arder ao se lembrar de como Alfonso Herrera a havia devorado com os olhos.

Uma sensação inquietante e bastante familiar apo­derou-se da região logo abaixo de seu abdómen. Bem lá embaixo e bem inquietante também. Era realmente muita estupidez de sua parte pensar no chefe daquela maneira.

— Idiota! — repreendeu-se, ao voltar para o compu­tador e se preparar para ouvir as mensagens da secretá­ria eletrônica. Como ela pôde ser tão descuidada e qua­se ter posto tudo a perder por míseros cinco minutos a mais debaixo da super-hidromassagem?

Se Alfonso soubesse quantas vezes ela já havia desfru­tado daquele banho, teria de atualizar o seu currículo, e Anahí já havia trabalhado tempo suficiente no Depar­tamento de Recursos Humanos para saber como esta­va difícil conseguir um bom emprego. Ninguém mais contratava sem antes checar os dados na Internet, e ela sabia exatamente o que ia aparecer quando alguém di­gitasse o nome Anahí Portilla num site de busca.

Ela não podia fazer nada que colocasse o seu empre­go em perigo. Agora só lhe restava rezar para que seu chefe não considerasse o seu banho uma falha digna de demissão.