Fanfic: Prazer Total - Adaptada Anahí y Alfonso TERMINADA | Tema: AyA

— Eu não estou interessado no teste de DNA, Brandon — disse ele ao telefone, passando uma das mãos pelos cabelos curtos, negros e espessos. — Nós pode­mos ou não contestar esse testamento?

Teste de DNA? Contestar o testamento? Anahí fran­ziu a testa, mas Alfonso apenas lhe indicou uma das ca­deiras com um meneio de cabeça, num convite silen­cioso para que ela se sentasse. Ele parecia tranquilo, como sempre, com uma aura de autoridade brilhando ao seu redor, mas havia algo de diferente em seu tom de voz e na tensão de seus ombros largos. Seu controle parecia estar por um fio.

— Enquanto isso, vamos continuar tratando dos ne­gócios, como sempre. Dos meus negócios.

Ele olhou para Anahí que estava remexendo na sua agenda em busca de uma página em branco para não cruzar o seu olhar com o dele.

— Oh, mas que droga! Eu em esqueci completamente disso.

Seu tom mudou completamente. Anahí se levantou prontamente, disposta a ajudá-lo a cuidar de seus com­promissos, afinal, esse era o seu trabalho, e não ficar admirando o seu traseiro perfeito, os seus ombros de­liciosamente largos ou o seu peito atlético de Adónis. Aquele visual todo era só um bónus em sua vida.

— Eu não posso ir — disse ele a Brandon, procurando o seu pequeno aparelhinho preto para pressionar uma série de botões —, mas com a bomba que você jogou no nosso colo esta manhã, acho que a minha presença é mais necessária do que nunca, não é?

Ele fez uma pausa e Anahí tentou ler a sua mente para descobrir do que é que ele estava falando, afinal.         

— Eu estou atolado de trabalho para me deslocar para um lugar tão distante — acrescentou ele. — A me­nos que eu alugue um jatinho.

É claro! Londres.

— Eu tenho uma tonelada de trabalho para fazer esse fim de semana — prosseguiu ele —, e é humanamente impossível trabalhar direito num vôo comercial.

Anahí pegou um cartão cor de creme com dizeres em letras prateadas da seção de pendências em sua agenda. Era um convite para o baile anual da Associação dos Proprietários de Restaurantes e Hotéis Internacionais no Guildhall, em Londres. Ela estava à espera de uma posição de Alfonso para responder ao pedido de RSVP.

Ele riu baixinho, brincando com os botões do seu PDA, ao mudar o telefone para cima de seu outro om­bro impressionante.

— Sim, vou precisar de uma acompanhante — disse ele casualmente a Brandon, piscou para Anahí, o que fez seu coração saltar na mesma hora.

Qual seria a sortuda dessa vez? Maxine, cujo pai era proprietário de metade de Palm Beach? Ou a modelo glamurosa que já tinha sido capa da Vogue duas vezes? Talvez ele estivesse interessado naquela mulher de ca­belos vermelhos, dona da agência que havia realizado um trabalho para a empresa no mês anterior. As cen­telhas crepitavam em torno deles cada vez que eles se encontravam na sala de reuniões.

— Para dizer a verdade, acho que já tenho a pessoa perfeita.

Seu olhar pousou sobre ela, lento, intenso e fixo. Exatamente da maneira como havia sido quando ele a tinha devorado com os olhos no banheiro.

Um fogo brando e lento começou a crescer por den­tro dela, até ameaçar incendiá-la novamente. Mas ela havia aprendido a abrandá-lo. Bastava dizer uma frase muito simples que já salvara a vida de legiões de secre­tárias apaixonadas: "Ele é o seu chefe, sua idiota!"

Alfonso virou novamente para a janela e colocou em ação o tom de voz que costumava utilizar quando que­ria dar fim a uma conversa instantaneamente.

— Mantenha-me informado, Brandon. Eu vou lhe comunicar a minha decisão. — Ele se manteve imó­vel por um momento, continuando a apreciar o belo céu azul sem nuvens. Suas costas subiam e desciam com a sua respiração. Virou-se então para ela e disse: — Como você já deve ter reparado, as notícias dessa manhã não foram nada boas.

Ela colocou a folha de recados na mesa dele.

— Isso deve explicar os 17 recados na secretária eletrônica.

Ele avaliou a lista e xingou tão baixinho que ela mal pôde ouvi-lo.

— Brandon tem razão.

— Sobre o quê?

— Eu tenho que comparecer a esse baile em Lon­dres. É mais importante do que nunca que eu mante­nha... — Ele fez uma pausa e a avaliou como se estives­se pensando se podia confiar nela — a liderança.

— Sua liderança nunca esteve em dúvida.

Ele inclinou a cabeça, agradecendo o elogio, com as pálpebras cerradas, o que significava que pensava o oposto. Pelo menos nesse momento. Ele então pulou da cadeira e se inclinou na direção dela, como sem­pre fazia quando tomava uma decisão que não permitia discussões. Como se alguma de suas decisões o permi­tisse.

— Por favor, providencie um jatinho para partir mui­to cedo amanhã de Kendall. Assim, eu poderei chegar a Londres na sexta pela manhã, e terei tempo suficiente para comparecer ao baile no sábado e voltar no domin­go de manhã para poder estar de volta ao escritório na segunda. Quero ficar na suíte Berkeley do Ritz Carlton. E não deixem que eles lhe digam que não está dispo­nível.

— Eu vou usar o seu nome.

— Vou precisar também de uma limusine para me levar e trazer de volta do evento que fica em...

— Guildhall.

— Certo. E eu tenho um chofer preferido em Lon­dres que é o...

— Sr. Sanderson, da London Car Company. Ele riu suavemente.

— Sim.

Ela continuou anotando as suas instruções.

— Vai querer alguns arquivos para estudar no vôo, eu suponho — disse Anahí.

— É claro. Quero que você me consiga tudo o que tivermos sobre o Herrera Grand Bahamas.

Ela ergueu o olhar ao ouvir aquilo, completamente surpresa.

— O hotel em Nassau?

— Tudo — repetiu ele.

— É claro.

Ela anotou, contendo-se para não perguntar "por quê?". Uma boa assistente jamais perguntava.