Fanfic: Prazer Total - Adaptada Anahí y Alfonso TERMINADA | Tema: AyA

— O senhor gostaria do seu aperitivo habitual? — perguntou a aeromoça do avião que a família Herrera costumava alugar para as viagens de negócios.

— Sim, obrigado, Christine. E você, Anahí?

Do outro lado do pequeno braço que separava os deis assentos reclináveis, Anahí já havia estendido uma mesa e despejado sobre ela um mar de pastas e papéis e um laptop, e estava totalmente concentrada no trabalho.

— Depende — disse ela. — Qual é o seu aperitivo habitual?

— Suco de tomate com Tabasco.

Ela fez uma careta.

— Um café, por favor.

— Vamos lá, Anahí. Arrisque.

Ele esperou por uma resposta irónica, ou um sorriso, mas tudo o que obteve em resposta foi um breve me neio de cabeça.

— Só um café, obrigada.

Assim que Christine se afastou, Anahí lhe entregou uma folha de papel.

— Eu preparei uma lista dos assuntos pendentes.

Pelo jeito ela havia decidido retomar o trabalho com força total. Era como se ela tivesse acendido uma gran­de placa luminosa em sua testa dizendo: "Isso aqui é trabalho, e não diversão", desde que o havia encontra­do no aeroporto, vestindo uma de suas roupas ultraconservadoras.

Onde estava aquela garota que se sentia linda usando lingerie cor-de-rosa?

Alfonso tomou a lista das mãos de Anahí e lembrou que fora ele mesmo quem havia deixado bem claro que aquela seria apenas uma viagem de negócios, ainda que soubesse muito bem por que havia sugerido que ela o acompanhasse a Londres.

Mas será que ela sabia? Anahí certamente era uma assistente incrível e indispensável. Ela era atraente, in­teligente, tinha classe suficiente para conversar com os figurões que estariam presentes no evento de gala, e sobretudo, ele confiava nela.

Nenhuma dessas qualidades, porém, havia sido o real motivo de ele ter lhe feito um convite tão pouco ortodoxo. A verdadeira razão era muito mais simples: ele tinha gostado muito daquilo que havia visto no ba­nheiro. E queria ver mais, sabendo, já de antemão, que ver apenas não seria suficiente.

Em outras circunstâncias, ele teria tomado a inicia­tiva, ensejando um clima romântico, dando início ao fim de semana com muito champanhe, sexo e beijos ar­dentes a mais de 30 pés de altura. Seduzir uma mulher era uma arte e um prazer que ele levava muito a sério e exercia com bastante frequência.

Algo, porém, que ele não sabia definir, o detivera, fazendo-o esperar por um sinal verde da parte dela.

Talvez ela tirasse o seu blazer, degustasse o seu suco de tomate e soltasse os cabelos, deixando as madeixas lhe caírem sobre os ombros de maneira sensual. Era isso o que a maioria das mulheres faria. Elas da­riam uma risadinha, balançariam a cabeça, roçariam o pé descalço em sua perna e dariam início ao jogo da sedução.

Mas não Anahí.

Ela tirou um par de óculos horrendo de dentro da bolsa, colocou-os sobre a ponta do nariz e prendeu os cabelos com ainda mais força para mantê-los afastados do rosto. Usava apenas um brilho labial e um pouco de rímel. Pegou então a sua cópia da lista e apontou para o primeiro item.

— O senhor mencionou as propriedades em Nassau. Aqui estão os arquivos.

Ela não só se recusava a lhe dar qualquer pista de que estava interessada nele, como também terminou por apagar o fogo que se insinuava dentro dele ao men­cionar o pior de seus inimigos.

Alfonso abriu o arquivo.

— Está à procura de algo em especial?

Com certeza. Sujeira. Problemas. Questões. Qual­quer coisa que pudesse livrá-lo daquela meia-irmã que acabara de receber a mesma parcela de ações da Rede Herrera que ele.

— Eu só quero saber como vão as coisas por lá.

— Este é o relatório do último trimestre. Os índices financeiros estão à esquerda — disse-lhe Anahí. — À direita, estão todas as informações a respeito dos novos programas de resort e dos principais funcionários. Cassie Sinclair, a gerente do resort, parece estar fazendo um bom trabalho.

A menção daquele nome fez Alfonso suspirar desgostosamente. Ele passou os olhos pelas páginas imacu­ladas e ordenadas, fazendo uma careta ao constatar os lucros e os prognósticos promissores para a próxima temporada com base nas reservas antecipadas.

— Algo errado?

Tudo! Ele queria que a administração de Cassie Sin­clair fosse um desastre. Queria obter provas de que ela não podia ser uma Herrera.

— Eu achei que havia cometido algum engano.

— E você, por acaso, já cometeu algum, Anahí? — perguntou ele com um sorriso provocante.

Um rubor lhe cobriu as faces.

— Se está me perguntando se eu já cometi erros, creio que o senhor, mais do que qualquer outra pessoa, sabe muito bem que sim.

Alfonso sustentou o olhar dela, ainda à espera de al­gum sinal, mas ela desviou o olhar quando Christie vol­tou com as bebidas, algumas frutas e biscoitos.

— O lugar parece estar indo muito bem — disse Alfonso, avaliando novamente o arquivo.

— Do jeito como fala, parece ser um problema.

Será que ele deveria confiar na sua assistente? Com­partilhar alguns segredos talvez propiciasse uma certa in­timidade. Ao menos ela tiraria aquele blazer! Ele estava mesmo precisava conversar com alguém de confiança.

Alfonso tomou um bom gole do seu suco de tomate antes de prosseguir.

— Cassie Sinclair, ao que parece, é bem mais do que apenas a gerente do Herrera Grand Bahamas.

— É mesmo?

— Ela é minha meia-irmã.

Anahí ficou boquiaberta.

— Não pode ser.

— Não — assegurou-lhe Alfonso.

— Meu pai teve um caso com a mãe dela durante muito tempo, o que acabou resultando no nascimento de uma menina que agora, de acordo com o testamento do meu pai, é dona da mesma quantidade de ações da Rede Herrera que eu — disse ele, erguendo o arquivo — além de ser a proprietária desse hotel.

— Eu não acredito! — disse Anahí, recostando-se em seu assento.

— Eu também não consigo acreditar. Mas foi para isso que Deus inventou os advogados — disse ele, dando de ombros. — E é por isso também que eu tenho de fazer a minha aparição em Londres nesse fim de semana.

— Ela vai estar lá?