Helena se arrumava para ir ao trabalho e pela sua cabeça não passava nem a idéia de que sua filha estava tramando algo. Costumada a ver Maite sempre estudando ou cantando quando ia trabalhar, ela pensou que sua filha seguiria esse mesmo ritual hoje. Porém, sua mente de mãe estava enganada. Maite estava pronta para dar a sua escapada da noite.
Tocando violão no quarto, Maite olhava sempre para a porta de seu quarto, que estava aberta, vendo se a mãe sairia logo. Até que Helena apareceu na porta e disse:
— Tem comida pronta, então você não precisa fazer nada, viu?
— Uhum, mãe. Pode deixar! — assentiu.
— Você vai ficar bem caso eu me atrase?
— Mãe... — Maite riu. — Quando você chegar, eu estarei no décimo sono.
— É... — teve que concordar. — Você tem razão, bom eu vou lá, se não me atraso. Beijinhos e qualquer coisa, me ligue.
— Ok, mãe. Bom trabalho.
Maite esperou pacientemente até sua mãe pegar o carro e sair. Soltou o cabelo na frente do espelho e abriu o roupão, mostrando já estar pronta. Dali até o centro da cidade eram exatos 40 minutos. E ela tinha ao todo uma hora para chegar lá. Passou uma rápida maquiagem e foi para o ponto de ônibus.
Estava frio, porém ela não sentia. Estava muito ansiosa. Queria saber se tiraria uma foto com eles, se abraçaria William, principalmente. Aquele momento ficaria eternamente tatuado em sua memória.
O ônibus por fim chegava, e ela comemorou baixinho por aquela oportunidade. Entrou, pagou a passagem e se sentou.
Os 40 minutos da viagem passaram voando e logo ela estava em frente ao bar sofisticado "Hayle`s". Havia algumas pessoas entrando, e ela não demorou muito para entrar também. O lugar era bonito, ela admitiu.
Olhando redor notou que o mesmo tipo de pessoas eram as que habtavam frequentemente aquele lugar: Fanáticos por rock n roll.
Ela se sentou no bar e pediu uma vodka, para começar bem a noite. Enquanto bebia, olhava ao redor e percebia que alguns homens a olhavam, ela sem jeito, desviava o olhar, pois todos tinham idade para ser seu pai.
Nos bastidores, a Banda se preparava para mais um show. Todos se vestiram, e agora afinavam seus instrumentos.
— Se eu soubesse que o show seria aqui... — reclamou Will.
— Eu acho aqui bem legal. — Poncho disse sendo franco.
— Eu também, mas é sempre a mesma galera. Enjoado de ver o mesmo público sempre, sacou?
— Uhum, sei como é. As vezes tenho isso, mas veja pelo lado bom. Significa que curtem nosso trabalho. Ih cai entre nós, melhor ser o mesmo público do que nenhum né? — os dois riaram.
— Sim, sim. É verdade Poncho. Dessa vez sou obrigado a concordar.
— Hey vocês. Já terminaram de passar batom? — Ucker riu e se aproximou dos amigos.
— Hahaha, muito engraçado, você... — Poncho deu um leve empurrão nele.
— Eu só tô zuando. As cortinas já vão ser abertas, melhor irmos logo. — comunicou e se retirou.
Will e Poncho foram direto para lá e se aprontaram em seus lugares.
Umas faíscas de fogo apareceram sobre o palco, informando que a hora do show tinha chegado. Mas droga, já tinha um público imenso lá na frente. Ela teria que fazer muito esforço para andar no meio das pessoas pulando e berrando, mas não desistiria. Se pôs a andar entre as pessoas, esbarrando em umas e outras. Dessa vez William não tinha o que reclamar. Tinha muita gente. Uma voz se ouviu, não era de nenhum integrante ou algo assim. Era a voz do dono do bar que dizia:
— Eles são lindos, talentosos, tem um dom incrível para a música. A cada dia mais ocupam um espaço no cenário musical. Pela terceira vez aqui no Hayle`s, BANDA DOPE!
— Urfa, cheguei a tempo. — Maite disse aliviada ao se ver na grade do palco.
As luzes se apagaram e mais faíscas iluminaram aquele local, junto com a fumaça de um gerador. Logo se ouviu o som da música e as cortinas cairam. Todos os fãs gritaram incluindo Maite, que parecia gritar mais alto do que todos.
William cantava e tocava guitarra, Poncho estava no baixo, Chris no teclado e Ucker na bateria.
"Teu jeito até disfarça, mas o que te denuncia são seus olhos
Que já preferem não se envolver,
e se entregam ao me ver partir
Te busco em outros corpos
só pra afastar essa solidão
Sem me convencer que a historia tem início e meio,
mas nunca teve um fim
Então fique onde está,
já tracei nosso plano
Se a noite você vier,
te carrego pra bem longe daqui
[refrão]
E quanto mais eu tento me desprender,
o pensamento é fixo em você
Fugir é se entregar
Vou relutar até o fim
Se aproximar,
melhor se render,
é certo que meu vício é te envolver
Pra que correr o risco de se ver infeliz
Pois quando me quiser
eu não estarei aqui."
Maite cantava junto com a maior felicidade do mundo. William andava pelo palco de olho na platéia.
Minutos depois, ele já estava cantando a segunda música. Algo mais calmo e descontraído. Estava parado no palco de frente para Maite. Ela o olhava com seus olhos brilhando, sua inspiração estava ali, em carne e osso na sua frente. Os olhos de William se guiaram para o rosto de Maite. Ele a olhou, continuou cantando e sorriu para ela na pausa da canção. O coração dela bateu tão forte em sincronia com a bateria de Ucker. Sorriu de volta e ganhou uma piscadinha de Will que, agora não tirava os olhos daquele novo rostinho que apareceu no público.
A noite de Maite não podia ser mais perfeita. Ela cantava junto e tirava várias fotos com seu celular. Por fim, o show foi terminando e cada integrante agradesceu a presença do público. E voltaram aos bastidores.
O público que até então estava ali, seguiu cada um para um lado do bar. Maite se sentia completa. Com seu sonho realizado. Não havia palavras. Seu coração batia forte. Voltou e se sentou, pediu mais uma vodka ao garçom, que lhe deu imediatamente.
— Eu necessito de uma foto com eles. Meu Deus, tomare que eles saiam logo dos bastidores. — ela pensava.
Os integrantes que agora descansavam, se hidratavam com bastante água.
— William, você pode falar o quanto quiser. Mas esse show, foi ótimo. — Chris comentou.
— Eu sei, cara. E também achei. E aquela garotinha fez ele ainda melhor. — Will sorriu de ladinho ao lembrar da até então, desconhecida menina.
— Qual? — Chris perguntou.
— Não reparou? A moreninha, baixinha que tava lá na frente. — respondeu pegando uma lata de energético.
— Ah, tinha tantas assim que eu devo nem ter visto.
— Bom, eu não sei vocês... mas EU, vou lá pra fora ver se eu acho aquela graçinha.
— Tu se aproveita que o César não tá ai, né? — Poncho riu.
— É claro. Eu namoro de dia com a Pauliana, mas parece que a noite quem vira minha namorada é o César. Ele não sai do meu pé. — respondeu como se não soubesse o motivo daquilo.
— Aham, por quê será? — Ucker perguntou.
— Enfim, depois eu descubro. Agora eu vou lá. Tô solteiro... — riu e saiu, sendo seguido logo por os meninos.
Algumas fãs ao verem que eles tinham saído, correram para tirar fotos. Maite viu que era inútil correr até lá. Esperou pacientemente cada uma tirar foto. Will notou que ela estava sentada ali e a encarou com seu sorriso safado. Ela olhou pros lados, se fazendo de desentendida. E olhou para ele novamente com um olhar desafiador. Ele riu e balançou a cabeça.
Poncho iniciou a sinuca e os integrantes se reuniram para jogar. Maite olhava para eles de longe, sabendo que William a olhava também.
— Oh Chris, olha pro bar. Tá vendo aquela gracinha ali, sozinha e olhando para a gente?
— Hum? — ele olhou.
— É a menina que te falei.
— Ah, é realmente uma gata. Vai lá... — Chris sugeriu.
— Nem pensar. — riu. — Ela que venha até a mim.
— Ahhhh já entendi tudo. Tá com medinho que a mina te dê um fora né?
— Ridículo. — riu. É óbvio que não. Você não entende, as mulheres é que devem vir até o papai aqui.
— Vai logo lá seu mariquinha. — Chris empurrou o amigo brincando.
William tomou coragem e foi, mas não diretamente a Maite. E sim ao bar. Se sentou do lado dela e pediu uma bebida.
— William... — ela disse.
— Me conhece? — ele sorriu.
— Bastante, afinal, você é conhecido.
— Humm... — ele pegou a bebida. — E como se chama?
— Maite. — estendeu a mão.
William olhou de cima a baixo para ela e notou que era de fato, um mulherão. Apertou sua mão e sorriu.
— Um prazer... — ele disse.
— Aposto que sim. — sua voz se animou e ela pulou e lhe deu um abraço apertado.
William notou que se tratava de uma fã, o que era melhor ainda. Adorava ficar com fãs.
— Hmmm que cheiro bom. — ele elogiou o perfume dela.
— Tira uma foto comigo?
— Claro, selfie?!
— Uhum. — Maite ativou a câmera e os dois sorriram, batendo a foto.
— Muito obrigada. Você não tem idéia de quanto eu esperei por esse momento.
— Não é nada. — ele a olhou. Agora ela fechava sua bolsa e pagava a conta no bar. — Já vai?
— Sim, já realizei meu desejo. Pode voltar ao seu jogo. — disse doce, exibindo suas covinhas.
— Ah que isso, fica mais um pouco. — ele pediu.
Maite olhou seu rélogio. 23:34. Nossa, tinha muito tempo. Seu ídolo, pedindo para você ficar, era praticamente irrecusável, né?
— Está bem... — concordou e foi puxada por William até a mesa de sinuca.
— Então, meninos. Essa é a Maite, fã de carteirinha da banda Dope.
— Olá Maite. — todos a cumprimentaram e ela abraçou cada um deles. Felicidade extra.
— É um prazer conhecer vocês. — disse animada.
— Ah, pode ter certeza que nós retribuímos esse carinho. — Ucker disse.
— Se o Ucker disse, eu assino em baixo. — Poncho completou.
William olhou para ela e olhou para os amigos.
— Então, vamos conversar num lugar mais calmo?
— Tipo? — ela perguntou.
— Lá no camarim. — sorriu.
— Por mim, tudo bem!!!
re_herroni: Uhum,verdade Muito safado!! KKK Tá ae, amanhã tem mais.