Maite se sentia num sonho. Não podia acreditar que seu ídolo estava convidando ela pra ir conversar. Era muita emoção para uma noite. A mão de William estava segurando a sua. Não podia ser um sonho. Se fosse, seria um na qual ela não queria acordar.
William se sentou e fez um gesto para que ela também se sentasse. Ela sorriu e se sentou cruzando as pernas, despertando o olhar malicioso de William.
— Então, de onde você é? — ele perguntou.
— Daqui da cidade mesmo. Só que um pouco afastado do centro.
— Hum... entendi. E tem quantos anos?
— 20, apenas.
— Nossa, nem parece. — respondeu olhando para as pernas dela.
— Jura? — ela riu.
— É verdade. — riu também. — Eu te dava no máximo uns 17.
— Nem é tanta diferença...
— É... pensando bem, não é mesmo. Quer beber alguma coisa? Cerveja, refrigente, suco, água, energético?
— Hmm. Chega de álcool por hoje. Quero um refrigerante por favor. — ela pediu.
— Um refrigerante saindo. — ele se inclinou e abriu a mini geladeira, pegando uma lata de refrigerante e outra de energético para ele.
Ele sorriu e entregou a lata na mão de Maite, fazendo propositalmente suas mãos tocarem.
"Ai meu Deus! Ele é um príncipe." — pensava Maite.
— Você... namora? — enfim, perguntou.
— Na verdade nunca namorei... — disse com ar de inocente.
— Entendi. Na verdade eu também não. Digo, deve uns casinhos ou outros mas... elas não quiseram algo sério. — mentia descaradamente, invertendo a história para as mulheres.
— Hum, que idiotas. Você parece ser um ótimo namorado. Elas perderam feio.
— É, todos dizem isso. — ele suspirou.
Os dois ficararam horas conversando. Conhecendo um ao outro. Sabendo seus interesses, emoções e tudo mais. Maite estava encantada, querendo que o tempo parasse e tudo ficasse daquele jeito para sempre. William agora estava fisicamente mais perto dela, tentando fazer o que lhe interessava.
— Você é bem interessante. — ele passou a mão no rosto dela.
— Você deve dizer isso para todas as suas fãs... — disse num tom baixo.
— Nem sempre elas são tão interessantes...
— Ah é?
— Uhum. — afirmou.
Os dois ficaram em silêncio. Só se ouvia o som de suas respirações, fora isso nada. Maite olhava para William com amor, e ele com uma paixão. Breve paixão.
— Pois é, estou sem assunto. — ela disse híper sem graça.
— Somos dois. — ele completou e olhou para a boca dela. — Mas, podemos quebrar o silêncio rapidinho.
— É? Como? — falou novamente baixo.
— Assim... — William se aproximou mais e a beijou.
Maite sentiu seu estômago gelar, correspondeu o beijo com afeto, enquanto William com vários pensamentos maliciosos rondando sua cabeça. O beijo durou bastante. Maite já não tinha espaço para tanta felicidade.
— Hmmm beija bem... — ele elogiou.
— Sempre quis sentir seu beijo, admito. — ele sussurrou no ouvido dele.
— Pode sentir sempre que quiser...
— Como assim, sempre que eu quiser?
— É... a gente pode continuar se vendo? — a beijou novamente.
Depois de alguns segundos, quase sem ar, ela perguntou.
— Continuar nos vendo? Mas você pode?
— Uhum, vou entrar de férias. Vamos parar um pouco para descansar, visitar a família e compor músicas novas. A gente pode se ver nesse tempo.
— Ain, eu adoraria. — deu um forte abraço em William.
— Então está fechado. — ele sorriu. — Antes de você ir para a casa, me dá seu número que a gente conversa...
— Por mim, perfeito. — ela sorriu e segurou na mão nele.
As horas foram passando rapidamente, e logo já eram duas da manhã. Maite olhou no relógio e quase deu um pulo de espanto.
— Oh droga! Eu já devia estar em casa. Merda! — levantou-se rápido e olhou pros lados procurando a porta.
— Calma, gatinha. Onde você mora? — Will perguntou.
— Perto daqui, mais ou menos. Mas provavelmente terei que ir a pé e correndo. Não deve ter ônibus essa hora.
— Posso te levar se quiser.
Maite olhou para William, com surpresa pelo que ele ofereceu.
— Poxa, sério?
— É claro. Além disso, é muito perigoso você pegar um táxi com qualquer um por ai. — respondeu pegando a chave da Van da banda. — Vamos?
— Vamos.
Eles sairam do camarim. Ainda haviam algumas pessoas no bar, contando com os outros integrantes. William se aproximou, pegou o copo de Ucker e bebeu um pouco da vodka e disse pros amigos.
— Pessoal, eu vou levar a Maite em casa, falow?
— Não vai demorar né? — Poncho perguntou, pois sabia exatamente como o amigo era.
— Não, nem vou... Vou num pneu e volto no outro. Fica tranquilo. — apenas disse e saiu com Maite.
Ao chegarem perto da Van, ele destravou o carro e olhou para ela:
— Eu vou te ligar mesmo, hein. Não vai me dar um bolo.
Ela riu.
— Pode deixar, não vou te dar um bolo. Não sou burra para fazer uma tolice dessas. Vou esperar ansiosamente sua ligação.
— Tá fechado, gatinha. Entra ai...
Maite entrou e colocou o sinto. A van era bonita. Tinha apenas 5 espaço e o resto era para guardar os instrumentos. William ligou o carro e saiu dirigindo até o endereço que ela lhe disse.
Um tempo depois, em menos de meia hora, já estavam na porta de Maite. Ele parou o carro e olhou para ela.
— Está entregue em segurança. — piscou para ela carregando no rosto seu sorriso safado.
— Muito obrigada, de verdade. — disse sincera. — Se cuida, e vá com cuidado.
— Tudo bem... — disse enquanto olhava Maite abrir a porta. — Ei, gatinha?!
— Oi? — ela olhou para ele.
— Não tenho direito a beijo de despedida?
Maite riu e se aproximou dele, falando no ouvido:
— É claro que tem. — o beijou com vontade, aproveitando cada momento daquele beijo para dormir com o gosto dele.
— Hummm... — ele suspirou e mordeu a boca dela. — Agora sim. Vai lá, dorme com os anjos e sonha comigo.
— Pode deixar! — ela saiu do carro. — Tchauzinho. — mandou um beijo.
William mandou tchau e foi de volta ao caminho do bar para buscar seus amigos. Maite entrou em casa. A sala estava apagada, não lembrava de ter apagado a luz.
— MAITE PERRONI. — Helena berrou, fazendo o coração de Maite quase saltar pela boca.
— Mã...mãe? O que está fazendo em casa? — perguntou hiper nervosa. Suas mãos tremiam.
— Eu quis fazer a mesma pergunta. MAS VOCÊ NÃO ESTAVA EM CASA!!!! — continuava a gritar.
— Mãe, não grita. Er... a quanto tempo você está aqui?
— Desde meia noite. Tempo suficiente para notar que você não estava dormindo e sim só Deus sabe onde.
— Mãe eu posso explicar...
— Eu sei que pode. E você vai. Senta aí. — ordenou Helena.
Maite não perguntou mais nada e sentou.
— Pode falar, letrinha por letrinha... Onde você esteve? Com quem? E principalmente, POR QUÊ SAIU SEM MINHA AUTORIZAÇÃO?
— Ahm, mãe... para de gritar. Por favor. — respirou fundo. — Eu er... fui naquele show. Estava com o William, o vocalista da banda. Passamos a noite juntos.
Helena arregalou os olhos e pôs a mão no rosto.
— Pa-passaram a no-noite juntos como?
— Não é nada disso, ficamos só conversando lá no bar mesmo. E... eu sai porquê não acho justo a senhora...me proibir de sair. Eu faço tudo o que você pede, não custava nada.
— Foi por esse tipo de comportamento que eu não vou mais confiar em você!
— Ou você acredita ou terei que mentir para você. Então, qual você prefere Dona Helena Rojo?
— Olha garota... Não me falte com respeito. Sou sua mãe e posso muito bem lhe dar umas palmadas.
— Tá mãe. Diz logo! Quanto tempo eu tô de castigo?
— 1 Mês!
— 1 Mês? — Maite gritou. — Não posso ficar isolada esse tempo todo.
— Pode, pode sim. Agora sobe para seu quarto. Estou com sono, e amanhã você vai ouvir muito mais. — Helena se pôs de pé e subiu para o quarto.
— Ai cacilda. Ninguém merece. — Maite subiu marchando pro quarto.
Viiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiish. Maite se meteu num maior problemão, hein? O que será que vai acontecer?