Fanfic: Menina Perigosa aya (Finalizada) | Tema: anahi y alfonso

- Tenho minhas dúvidas - disse dulce, partindo o pão. - Parece bem mais velha.
 

any respirou fundo. Não queria cair naquela armadilha. Era evidente que dulce queria provocá-la.

- Formam um belo casal continuou poncho, sem se aperceber das intenções de dulce. - Marion e Greg têm um filho e uma filha quase da mesma idade de anahi. Aliás, Marion gosta muito de any.

- É mesmo?

any lançou um olhar para alfonso na esperança de captar o que se escondia por debaixo da expressão enigmática de seu rosto. Ele fitava o copo de vinho como se estivesse distante dali.

- Preciso viajar amanhã - ele informou repentinamente, deixando as duas mulheres perplexas.

- Viajar? any rompeu o silêncio. - Para onde? Londres?

- Montevidéu - respondeu alfonso no mesmo tom indiferente, erguendo o rosto e fitando any nos olhos.

- Montevidéu - exclamou dulce, um tanto ansiosa. - Na América do Sul!

- Por que não falou sobre isso antes? any perguntou.

- Porque também não sabia - respondeu alfonso com impaciência. - Lembra-se de que ontem à noite recebi um telefonema internacional?

- Pois então já sabia!

- Não... Recebi outro telefonema esta noite. Ficarei ausente por uma semana e espero que durante esse período vocês duas façam uma trégua.

       any inclinou a cabeça e olhou o fundo do prato. alfonso visitara a América do Sul há um ano, pensou any, e semanas antes comentara que dificilmente tornaria a viajar para lá. Contava com diretores e gerentes de confiança que poderia enviar em seu lugar para cuidar de seus melhores interesses.
        Contudo, alfonso agora dava aquela notícia inesperada e any sentia que tinha alguma coisa a ver com a decisão. Assim como ela, alfonso queria ausentar-se dali; também como ela, sentia a necessidade de solidão para refletir... Havia a possibilidade de ele concluir que tudo havia chegado ao limite máximo, e isso a preocupava... Apesar de ter sido severamente humilhada, anysabia o quanto seria difícil viver sem o tio...Quando tomavam café na sala de estar, o telefone tocou, dessa vez para dulce. Imediatamente any constatou que aquela era a grande e única oportunidade de ficar a sós com alfonso e tentar reparar a situação difícil em que estava o relacionamento deles. Sua tentativa, entretanto, foi abafada pela voz poderosa de poncho, que se adiantou.

- Acho que devo me desculpar - começou, obrigando-a a permanecer quieta. - Se esse vestido é um exemplo do gosto de any, então sou o primeiro a concordar com você por tê-lo rejeitado. Fez uma pausa para retomar o fôlego. - Mais uma vez abusei da autoridade. É ridículo que eu continue a tratá-la como uma menina.

dulce não soube o que dizer e submeteu-se ao olhar insistente dele.

- Você mereceu a surra - prosseguiu. - Foi justificada... como não me considero um bárbaro peço-lhe desculpas também por isso.

any passou a língua pelos lábios secos.
- É por isso que está saindo de viagem? Perguntou impulsivamente.

- De onde tirou essa idéia? Vou a Montevidéu por razões puramente profissionais. Como relaciona isso com o que aconteceu ontem à noite?

- Pareceu uma decisão repentina... 

- Às vezes isso acontece.

- Acontece? Há algumas semanas você disse que não ia mais voltar lá. Disse que poderia transferir essa responsabilidade a...

- Isso é outra coisa. Se quer saber, o senhor Garcia insistiu que assinemos o contrato com a minha presença... Além disso, a filha mais velha dele vai casar na próxima semana e fui convidado para a cerimônia. Desse modo, tenho dois compromissos pessoais, certo? 

- O senhor Garcia tem mais filhas? any indagou, engolindo em seco.

- Três, acho eu - ele informou, enquanto enchia o copo de conhaque. - Satisfeita agora? Sou obrigado a fazer essa viagem. 

- Leve-me com você! As palavras escaparam quase sem querer, mas any não podia voltar atrás.

- Não - respondeu alfonso, seca e asperamente. 

- Por que não?

 alfonso tomou um gole do conhaque, pôs o copo sobre a mesa e respondeu no mesmo tom: 

- Não a convidaram. 

- Duvido que não. O senhor Garcia sabe da minha existência, não sabe? De vez em quando até me mandava presentes, lembra? A boneca fantasiada de...

- Você não vai comigo - ele insistiu. - Se foi ou não convidada não tem a menor importância. Ficará aqui com dulce.

- Seu tratante! Bradou arfando.

- Repita o que disse! alfonso levantou rapidamente, mas antes que a alcançasse, dulce retomou a sala.

- Desculpe a interrupção - ela disse, sentando-se no sofá e pegando a xícara de café. - Era um amigo de papai. Quis certificar-se de que eu estava me dando bem aqui... Fez uma pausa e acrescentou: Como é natural, respondi que sim.
     

     any estava quase dormindo quando alfonso entrou no quarto. Havia rolado na cama horas a fio e só agora tinha conseguido relaxar. Mas, ao ouvir a porta fechar-se, tomou imediatamente consciência da presença dele. A luz entrava através da janela, denunciando que já amanhecera.

- Oh... está acordada. 

anahi sentou na cama e se encostou na cabeceira.
- Vim me despedir. Estou de partida...

- Cedo assim?

- São sete e meia. Meu avião sai de Heathow as quinze para o meio-dia. Osmerod me levará até Manchester, onde pegarei o trem para Londres.

- Quanto tempo ficará fora?

- Já disse... uma semana, mais ou menos.

- Vou sentir sua falta...

- Eu também. Mas pelo menos nos daremos um descanso. E fora isso, será uma oportunidade de você e dulce aprenderam a conviver.

any baixou a cabeça.
- Se pensa assim...

- Ora, any...

alfonso se aproximou e sentou na beirada da cama. 

- O que quer que eu diga? Tomou-lhe a mão e colocou-a entre as suas. Na noite de ontem... Bom, é melhor não tocarmos nesse assunto, certo? Não gosto que me chame de tratante... 

- alfonso, tenho a impressão de que você sente prazer em me magoar - murmurou sem querer.

- Prazer em magoar você! Exclamou, pressionando-lhe a mão. - anahi, adoro você, como poderia magoá-la?

- Está sendo sincero?

- Mas é claro. Concordo que ontem perdi a paciência, assim como no sábado... mas com razão. Você precisa aprender a não se aproveitar do nosso relacionamento.

- Foi a primeira vez que recusou meu beijo.

- Um beijo diferente, concorda? Soltou-lhe a mão abruptamente. - any, você está crescendo e... o que fez... Se fosse outro já imaginou a complicação que teria arranjado?

- Mas eu beijei você e sabia que era você. Estava certa de que não haveria nenhum problema. -

any sentiu a tensão tomar conta dele.
- Não, comigo não haveria problema - concordou. - E pare de olhar desse jeito! Não quero ir viajar com raiva de você!

any desviou o olhar. 

- Então está bem. Vá embora. Boa viagem. Lembranças ao Sr. Garcia.