Fanfic: One More Day - 1D | Tema: One Direction

Capítulo 12. - Normal é para os fracos.

Melissa.

– Então, como foi a volta para casa ontem? - pergunto, enquanto eu, Julia e Duda entramos na classe.

As duas olham para mim, ficando vermelhas feito pimentões queimados de sol (sim, eu já vi um, se é o que está se perguntando).

– Ah, normal, sabe? - Julia diz.

– Bom, então talvez sua definição de normal esteja um tanto distorcida.

Duda se virou para mim, ainda vermelha.

– Como assim?

– Ok, finjam que o fato de o ídolo de vocês ter levado vocês duas para suas casas ontem à noite foi normal, que eu finjo que acredito. - fui tão sarcástica agora que me deu até câncer.

Eu sei que elas querem muito contar, e sei muito bem que não foi nada normal. Convenhamos, Louis e Niall levando alguém para casa… normal é a última palavra que eu usaria para descrever essa situação.

– Ah tá, você está falando de nós, mas pensa que eu não percebi o Harry te olhando!?

– É claro que ele estava me olhando, eu passei metade do jogo sentada no colo dele! - eu digo, revirando os olhos.

Elas começaram a rir.

– Brincadeira, a gente ia contar.

– É, só queríamos um fazer um suspense antes. - diz Duda.

– Mas não pense que eu esqueci esse seu ”caso” com o Harry. - Julia diz, fazendo aspas com os dedos na palavra caso.

– Nossa, me desculpe! Eu esqueci de contar! Eu e o Harry vamos pra Las Vegas hoje a noite, vamos nos casar, e eu vou ter 15 filhos dele. - reviro os olhos. - Para de mudar de assunto e conta logo, menina.

– Tudo bem, tudo bem. - ela diz. - Foi TÃO emocionante! Quer dizer, uma semana atrás, éramos apenas directioners, que apesar de morar na mesma cidade que eles, não tínhamos tido a chance de conhecê-los. E ontem brincamos de verdade ou desafio, e eles ainda nos levaram para casa!

– Tudo graças à mim, sou diva! - eu digo, jogando o cabelo para trás.

Elas riem, depois continuam contando o que aconteceu ontem. Elas contaram que assim que explicaram para Louis o caminho da casa da Duda, Niall começou a reclamar de fome. Louis pediu para que ele esperasse, mas… bem. Niall com fome pode resultar em acidentes não muito legais. E eu digo isso por experiência própria.

Eles foram ”obrigados” a parar em uma lanchonete que milagrosamente ficava aberta até quase meia-noite. Compraram comida para o irlandês, fizeram bagunça e quase foram expulsos da lanchonete, e encontraram com algumas directioners de plantão que pediram autógrafos e fotos.

Depois eles deixaram Duda na casa dela. O impressionante é: Niall até para de comer para se despedir dela! Quando chegaram na casa da Julia, Louis a abraçou e disse que foi muito divertido o tempo que passaram juntos e blá blá blá, e no fim ele colocou o número dele no celular dela, e vice-versa.

– Anw, o amor! - eu digo.

– Cale a boca, Melissa. - Julia diz, corando novamente.

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Depois da aula, nós ficamos conversando por algum tempo na frente do colégio, enquanto Julia espera a mãe dela vir buscá-la.

– … e aí eu percebi que o perfume dele estava na minha blusa. - eu digo, depois que por livre e espontânea pressão eu tive que falar sobre ontem depois que elas foram embora.

– Anw, o amor! - Julia imita o jeito que eu falei com ela.

Reviro os olhos.

Julia e Duda vão embora, e antes que eu possa ir também, Peter aparece.

– Oi! - ele diz. - Está com pressa?

– Não. - respondo.

– Eu queria te perguntar se…

Continuamos conversando, até que percebo um Audi R8 ligeiramente familiar parado alguns metros de nós.

Nossa, o dono dele parece ser bonito.

Não, espere.

Eu conheço aquele carro. E também conheço muito bem o dono dele.

– Espera aqui. - eu digo, indo em direção ao carro.

Paro ao lado da porta do motorista e bato de leve na janela. O vidro se abaixa, revelando que eu estava certa.

– Oi Mel. - diz Harry, sorrindo.

– Oi Hazza. O que está fazendo aqui?

– Ah, eu estava passando aqui perto, e já estava no seu horário de sair… pensei que você pudesse querer uma carona.

– Você não deveria estar no estúdio, tipo, gravando? - pergunto, arqueando uma sobrancelha.

– Estamos fazendo um intervalo. Eu voltei para casa para pegar uma coisa, e como estava aqui perto…

– Harry, a escola fica na direção contrária do apartamento.
Ele fez cara feia.

– Você vem ou não?

– Quais são minhas opções?

– Você pode escolher entre vir comigo e… vir comigo.

Dou de ombros.

– Tudo bem.

Vou até Peter, que ainda está me esperando.

– Ahn, eu vou ter que ir embora agora.

– Achei que sua tia estivesse viajando. - ele diz, olhando para o carro.

– E está. Meu amigo apareceu aqui e vai me levar para casa.

– Seu amigo?

– É, o Harry.

– Tudo bem. Eu falo com você mais tarde. - ele dá um beijo na minha bochecha e se afasta.

Entrei no carro.

– Aquele garoto parece gostar de você. - Harry comenta, aleatoriamente.

– Ahn?

– Aquele menino. Ele gosta de você.

Não falo nada, só fico olhando para ele, esperando ele dizer onde queria chegar com esse assunto.

Mas Harry permanece em silêncio também, olhando de canto de olho para mim de vez em quando.

Quando chegamos no apartamento, ele desce do carro e abre a porta para mim. Ainda não consigo me acostumar com isso.

– Eu tenho que voltar para o estúdio agora. Mas não vamos demorar muito.

– Ok. Então nos vemos depois. Obrigada pela carona.

– De nada. - ele sorri.

Observo enquanto Harry entra no carro, depois dá a partida e vai embora.
Suspirei. Harry é tão difícil de entender às vezes.

Entrei no apartamento e fui direto para o “meu quarto”.

Troquei de roupa e comecei a me preparar psicologicamente para estudar para a prova de história que eu teria na segunda-feira.

Peguei meus cadernos e livros e deitei na cama. Li a primeira página do livro de história, e já comecei a querer desistir de estudar.

Antes que você me chame de preguiçosa, saiba que história é uma das minhas matérias preferidas, mas estou agitada demais para estudar. O que aconteceu agora há pouco estava ocupando praticamente todos os meus pensamentos.

Peguei meu caderno de “histórias” e comecei um rascunho de uma ideia que eu tive ontem.

Eu amo escrever. Já lotei uns três cadernos com histórias que eu inventei.
As poucas pessoas que eu deixei ler, disseram que eu escrevo muito bem. Eu não acho. Mas eu escrevo meio que “para mim”. É como ler. Ambas as coisas funcionam para mim como uma espécie de terapia.

Terminei o rascunho e as primeiras páginas. Fiquei bastante satisfeita com o resultado.
Continuo escrevendo, até que o toque irritante do meu celular me coloca novamente na realidade. Argh, eu definitivamente tenho que trocar esse ringtone. 
– Alô?

– Mel? Aqui é a Duda.

– Ah, oi Duds. Aconteceu alguma coisa?

– Eu… Estou precisando de ajuda para estudar inglês. Sabe, por causa da prova e tal.

– Duda, a prova é de história.

– Isso, que seja. Me ajuda?

– Ah, claro. Pode vir.

– Ok, já estou indo.

Menos de dez minutos depois, a lerdinha chega.

– Oi Mel! Vamos estudar?

– Como chegou aqui tão rápido?

– Isso não importa.

– Pequena Duda, por favor não me diga que você veio aqui só para ver o Niall.

– Mas o que é isso? Você não confia mais em mim? Não acredita mais na minha palavra? É, eu vim aqui pra ver o Niall.

– Como boa stalker, você deveria saber que eles estão gravando hoje.

– Eu posso esperar. - ela diz.

– Então já que está aqui, vamos estudar.

Niall.

Sabe, eu vivo me perguntando se tem algo de errado comigo. Desde que a banda começou a crescer, parece que eu estou vivendo um sonho. Mas também há horas em que mais parece um pesadelo.

Algumas ”fãs” me odeiam. Elas dizem que eu não merecia estar no One Direction, que eu não tenho talento. Algumas até me disseram que eu deveria ser atropelado por um ônibus.

Quando isso acontece, eu geralmente sou sarcástico e finjo que isso não me atinge. Mas a verdade é que machuca, e muito.

Aconteceu hoje de novo. Eu e os meninos fomos liberados do estúdio depois da gravação e uma reunião com o Simon, mas eu esqueci meu celular lá dentro. Como já estavam todos prontos para ir, eu disse a eles que fossem na frente, eu já iria encontrá-los.

Voltei até lá dentro e peguei meu celular, e quando estava na saída, uma fã me parou. A princípio, eu sorri para ela, como sempre faço.

”Você não merece estar na banda. Além de feio, não tem talento nenhum. Eu te odeio!”

As palavras dela pareciam estar gravadas na minha mente. Aquilo me magoou muito. Os meninos perceberam que havia algo errado, mas eu não quis contar.

Assim que chegamos, todos foram para o apartamento de Harry e Louis. Eu me sentei no sofá e fiquei pensando. Afinal, o que eu fiz para essas pessoas me odiarem?

– Niall? Niall! - tem alguém me chamando.

Levanto a cabeça e vejo a Duda parada em pé ao meu lado.

– Está tudo bem? - ela pergunta. - É claro que não está tudo bem, idiota. - ela fala consigo mesma, me fazendo sorrir.

– Eu estou bem. - minto.

– Não está não.

– Como…?

– Eu conheço você melhor do que você imagina. Primeiro, você está muito quieto. Segundo, estão todos na cozinha comendo o brigadeiro que a Mel fez e você está aqui sozinho.

Ela se senta ao meu lado.

– Pode me contar. O que aconteceu?

Bem, eu não ia contar. Mas então eu olhei nos olhos dela, e foi inevitável. O jeito como ela me olhava fazia eu querer contar tudo para ela.

Quando dei por mim, já havia contado a história toda.

– Niall, eu sei que todos dizem isso para você. Mas você não pode ficar dando importância para essas pessoas! Escute bem: sem você, não haveria One Direction. Eles seriam apenas uma banda comum. Cada um de vocês faz a diferença. Tire qualquer um de vocês, e não teremos a mesma banda. Você tem talento, e merece estar na banda quanto qualquer um. E daí que ela não gosta de você? As directioners verdadeiras te amam, como eu!

Olho para ela, que então parece se dar conta do que disse.

– Quer dizer… eu te amo… como fã, e… - ela diz, corando.

Eu ri.

– Não ria da minha confusão!

– Você fica fofa quando está confusa.

Ela cruza os braços. Era divertido irritá-la.

Eu a abracei.

– Obrigado, Duda.

Ela sorri.

– De nada.

– Então… - eu digo. - ainda tem brigadeiro?